terça-feira, julho 24, 2012

Viagens e modas novas

Lembra da viagem a Brasília por conta de um prêmio de jornalismo do Sebrae?

Lembra?

Lembra nada. Vai aqui que tu vai saber do que estou tratando. 

Então, usei um blazer pela primeira vez na vida, desmontando o estilo Mulambo de Ser, altamente cultivado ao longo de anos de tradição.

E como o blog serve tanto para publicar coisas que ninguém mais publicaria como para ajudar-me a lembrar do que faço, deixo as fotos da viagem, que rolou com meus colegas Gilvan Costa, Johan Barbosa e Sheneville Araújo no começo do julho. 









Ah, este hai kai ou algo assim foi produzido durante a lua cheia que passamos lá.

sexta-feira, julho 20, 2012

Reflexões sobre o tempo do passado e do presente

Nesta semana vi o DVD d“O homem do Futuro”. Achei fraco no começo, mas logo depois senti que engatou. Do meio da obra em diante começou a parte que achei mais interessante, do ponto de vista da física quântica profundamente estudada por mim em histórias em quadrinhos e outros filmes que abordam  viagens no tempo: o que será que muda hoje quando você tem a chance de alterar o seu passado?

Quando era mais novo e algo importante acontecia, pensava nos “marcos da vida”, aqueles acontecimentos que considero decisivos para estar onde, bem, regular ou mal, estou hoje.  Um pouco de exercício mental e consigo estabelecer diversos.

Na profissão, por exemplo. Se sou jornalista hoje, é por conta de ter lido em um livro da UFRR as ementas dos cursos de jornalismo e de letras. O que fez escolher a atual profissão foi uma disciplina chamada “comunicação comunitária”. Pensei na hora: “uau, que legal. Vou fazer trabalhos em comunidades!”. Me inscrevi, passei e nunca fiz nada parecido. Só engatei nesssa vida depois de formado em Sociologia, escolhida em desfavor de um curso de inglês. Aliás, a sociologia não tem nada a ver com o meu trabalho em comunidades. Se faço isso é por ter conseguido um grupo legal de pessoas para trabalhar e por ter lido muito sobre coletivos em sites. Ah, e por ter conseguido convencê-los. Isto é, eles também fizeram suas opções.

Se estou no Brasil ainda é por ter conseguido aprovação no vestibular de jornalismo. Era isso ou voltar para a minha cidade natal na Venezuela e cursar alguma carreira relacionada a engenharia de minas ou algo do tipo.

Coincidentemente, só viemos (eu e a dona mamãe) para o Brasil por minha causa, que achava meu futuro sem horizontes em Guasipati. Afinal, já no liceu (que engloba da sétima série até o último ano do ensino médio) todos os meus amigos estavam trabalhando em coisas legais, fazendo cursos no Ince, equivalente ao sistema Senai, e eu nada, era apenas um garoto bobo latinoamericano sem dinheiro no bolso.

Enfim, ter vindo para cá determinou para onde minha vida foi nos últimos 21 anos. Nessas duas décadas e um ano registrei um tanto de “marcos da vida”. Rapidamente:

1.Quase fui morto por um bêbado que achou legal apontar uma arma para minha cabeça. Já pensou em que blog VOCÊ estaria lendo um texto agora se o cara tivesse atirado mesmo?

2.Deixei de acertar algumas ofertas de emprego que depois se tornariam tanto muito lucrativas como muito horrorosas. Deu no que deu, né?

3.Escolhi ser pai e morar com a patroa. Daí os caminhos se dividem de fato, tanto financeiramente como amorosamente. Afinal, não dá mais para gastar tudo em viagens, bebidas, prostitutas e outras drogas. Tenho que economizar para garantir um bom presente ao moleque. E também não dá para ir de bar em bar namorando geral.

4.Não estudei o tanto que devia para certas coisas e perdi muito tempo investindo em outras (e muitas vezes em nada).

5.Tentei e desisti várias vezes de aprender a tocar violão. Tivesse aprendido, estaria numa banda, tocando música latina, possivelmente na tua cidade. Naipe de músico o povo diz que não me falta.

Mas agora não quero mais falar dos resultados que as escolhas trazem. Só sei que virar à esquerda ou dobrar para a direita, ficar parado ou ceder a vez faz muita diferença e, sinceramente, não sei em que ponto, caso fosse possível voltar no tempo para mudar algo, faria a alteração drástica de meu passado. Só sei que, de acordo com meus profundos saberes sobre viagens temporais, possivelmente nada seria como é.

Bem, o nível de comentários anda ridiculamente baixo no blog. Mesmo assim, vou deixar aí, jogado  no vento do tempo, uma pergunta: o que você mudaria em seu passado?

Aproveita o clipe da música Tempo Perdido, que ficou muito legal nas vozes dos protagonistas d'O Homem do Futuro:



terça-feira, julho 17, 2012

Brincadeira de criança (ou mais uma história do Edgarzin, desta vez em formato de peça teatral)

Cenário: calçada de pizzaria. Criança de quatro anos reclamando:

- Pai, eles não querem brincar comigo. (Aponta para outras duas crianças)
- É, filho? Por quê?

Uma das crianças, entre seis e oito anos, se aproxima (ou se intromente, conforme o humor do pai):

- Ele fica incomodando a gente. Fica querendo empurrrar...

Pai:

- Filho, não brinca com eles. Eles não gostam.

A criança estranha:

- É, ele empurra. Ele é meio louco.

O filho:

- Pai, eles não querem brincar comigo.

Pai abraça filho, o encara e diz:

- Filho, entenda: nem todo mundo vai gostar de você nesta vida. Por isso, brinque com quem você conhece e gosta de você.
- Mas, pai...
- Filho, entenda: nem todos gostam de você.

Corte de cena. Elipse temporal. Mesmo local. Criança de quatro anos sentada, chorando, pai perguntando:

- O que foi agora, filho?
- Os dois coleguinhas não querem brincar comigo!!!! (Choro compulsivo)
- Mas filho, você tem cinco primos aqui querendo brinca contigo e ficas aí, preocupado com quem não gosta de ti?
- Mas eu quero brincar com os coleguinhas!!!! (Chorando)

Prima de quatro anos do menino chorão, que estava atrás dele, o abraça e diz:

- Se você quiser, eu posso brincar contigo.
- Mas eu não quero!!!!
- Ah, filho. Para, né! Valoriza quem te valoriza, né, nêgo!?

Blackout // Projeção da criança sentada na calçada, de braços cruzados, com todo os primos brincando perto dele. Vozes de adultos:


- O que ele tem?
- Nada. Está focando no sofrimento em vez da alegria.
- É mesmo?
- É. Faz parte do curso de sobrevivência na selva da vida.

Vozes de crianças brincando. Baixa o volume. Silêncio.

FIM

sexta-feira, julho 13, 2012

Ameaças de ex-aluno

(Sexta /  pouco mais das 17h)

E eu, que tenho vocação para despertar o que há de pior nas pessoas, acabo de ser ameaçado, em meu local de trabalho, com um "vou te pegar, vou te pegar. Aqui não, que é teu trabalho", por um rapaz a quem dei aula de jornalismos na Faculdade Estácio Atual há alguns anos. Ah, e ainda rolou um empurrão no meu nariz.

Acho que o fofo não superou o fato de ser reprovado várias vezes por nota baixa e por faltar muito.

Semanas atrás, o mesmo fulano, que usa um sobrenome que nem é dele, fingiu que estava bêbado e jogou propositadamente cerveja em minha roupa no Bar do Roraima Motoclube.

Quase brigamos. Logo eu, que elogio a calma daquele lugar, acho que a paz devia reinar no mundo e sou a favor de reprovar aluno que brinca em serviço.

Bom, lá vou eu, prestar queixa, que é pra isso que serve a lei, né?

quinta-feira, julho 05, 2012

segunda-feira, junho 25, 2012

Papos lterários

- Já te falei que há duas semanas estou publicando uma página falando de literatura, livro e leitura na Folha de Boa Vista?

- Comentou, eu acho, mas não dei muita atenção. Que dia sai?

- Sábado, na versão impressa.

- Hum...não leio jornal em papel. Suja os dedos. Tem na versão online da Folha?

- Tem não. Tem só meu blog de cultura, o Cultura de Roraima.

- Como acessa?


- Beleza,quando der, vou acessar. Tá bom? Mais alguma coisa?

- Tá dando fácil?

quarta-feira, junho 13, 2012

Lá, na Rio + 20, em alma e poesia


Copiado do Facebook de meu parceiro Jonas Banhos, do movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania:

Atenção amig@s da Barca das Letras: estaremos aportados na Cúpula dos Povos, debaixo de alguma árvore, bem no meio do caminho dos que forem ao Aterro do Flamengo(RJ)!!! Passa lá que a intervenção NossaCasa de Cultura da Amazônia estará lá, levando as imagens, adereços, o modo de vida e a leitura/cultura das várias comunidades ribeirinhas, quilombolas, agroextrativistas, pescadores, indígenas por ...onde passamos nos últimos quatro anos.

E, também, as artes-fotográficas-poéticas dos parceiros do Coletivo Caimbé (RR) - o Edgar Borges, o Tana Halú Barros e Zanny Adairalba; e dos nossos queridos Neuton Chagas e Rozana Barros (Ourém/PA), que gentilmente nos doaram suas obras para que navegassem por aí e acolá conosco!!!
E quem quiser divulgar alguma ação orgânica/verdadeiramente das comunidades da floresta Amazônica(longe de partidos, políticos, governos, ongs, universidades), manda ae que será um prazer pra nós des-escondê-los!!!

UP DATE

18.06.12


A nossa poesia já está à mostra na na Rio + 20, como anunciado anteriormente. Olha aqui algumas fotos feitas pelo arteeducador Jonas Banhos, que se instalou no Aterro do Flamengo, na Cúpula dos Povos. Olha as fotos que ele colocou e comentou no Facebook:



Outras pessoas também vieram ajudar na montagem da Barca das Letras. Esse grupo aí lindo, ajudou a montar o varal ecopoético!!! E tmb aproveitaram para degustar as poesias do Coletivo Arteliteratura Caimbé(Edgar Borges, Tana Halú Barros e Zanny Adairalba) de Roraima e dos paraenses Neuton Chagas e Rosana Barros, e mais as poesias que ganhamos ontem, da paulisa Evangelista e do a piauiense William Soares !!!





Americanas e brasileiras vendo a exposição fotopoemas do Coletivo Arteliteratura Caimbé de Roraima(Edgar Borges, Zanny Adairalba e Tana Halú Barros), na Barca das Letras, no primeiro dia da Cúpula dos Povos!!!


sexta-feira, junho 08, 2012

Som de Cabo Verde: Mayra Andrade

Sabe aquelas paixões musicais que aparecem de repente na vida? Que te fazem sorrir, dançar e e cantar em crioulo cabo-verdiano? 

Então...meu caso atual é com a Mayra Andrade, essa nêga linda aí desse vídeo. 
O primeiro contato veio numa pasta com mil vídeos que copiei lá em 2011, quando estive no Amapá, fazendo uma expedição literária com meu parceiro Jonas Banhos, da NossaCasa de Cultura e Cidadania. Venho descobrindo o material aos poucos... A Mayra veio nesse bolo. 

Se você quiser saber mais sobre ela, acessa seu site. No Youtube tem muita coisa da menina, inclusive entrevistas para programas brasileiros. E agora, vamos cantar "Lua",numa versão mais moderna que a que conheci. 



Mas eu gosto mesmo é do som do vídeo antigo, de 2006: 

sexta-feira, junho 01, 2012

Outro prêmio de jornalismo, desta vez no Sebrae

Com muito atraso, registro neste blog, muito mais para me lembrar depois de que para me exibir agora, que na noite de 17 de abril (ou seja, um mês e meio já se passou) recebi o meu sexto prêmio de jornalismo e o segundo conquistado na atividade do Sebrae Roraima.

Fiquei em primeiro lugar na categoria webjornalismo do IV Prêmio Sebrae de Jornalismo Empreendedor. Recebi um certificado, R$ 1.985 (que só foram depositados semana passada, já que um de meus coleguinhas estava enrolado na documentação) e a promessa de uma viagem dia 3 de julho a Brasília para participar de um evento no Sebrae nacional (inclusive, se você, leit@r querid@, for de BSB e quiser um exemplar de meu livro de micronarativas Sem Grandes Delongas, é só mandar um email que a gente combina a entrega. Apenas R$ 15 com autógrafo gratuito).

Voltando: todo esse luxo foi por conta desta matéria publicada no site do jornal Roraima Hoje: “Portas abertas: bares dão acesso livre a shows”. 



Não foi o melhor texto de minha vida, mas enfim...alguém tinha que ganhar, né? E se for eu, honesta e limpamente, que mal tem? ;-)

Eu, feliz, e essa pessoa, que não sei quem é, pensando em qualquer coisa, menos em encarar o fotógrafo

No melhor estilo 'mulanbo stile', para horror de qualquer pessoa ligada em bom vestir

Meus coleguinhas, segurando seus diplomas, e a turma do Sebrae



Agradecimentos mais que especiais ao meu colega jornalista Alberto Rolla, secretário de redação do jornal, que me abriu o espaço e ajudou a inserir uns códigos de compartilhamento que estavam problemáticos na matéria.

Na categoria jornalismo imprenso, venceu a jornalista Sheneville Araújo do jornal Folha de Boa Vista. Ela concorreu com a matéria: “Sustentabilidade: Boa Vista começa a discutir uso de sacolas plásticas”.

Na categoria Telejornalismo, ganhou pelo segundo ano consecutivo o jornalista Yohan Barbosa, da TV Roraima, emissora filiada à Rede Globo, com uma reportagem mostrando a importância da consultoria empresarial para manter a saúde do negócio.

Havia outra categoria, a de radiojornalismo, mas nessa não houve concorrentes.

Todos os ganhadores nos demais estados podem ser conferidos nesta lista.

quarta-feira, maio 30, 2012

Coma


Passeia em silêncio

Pulando as linhas

Que sente.

Vai da verde

À amarela

Parando na vermelha

A linha mais pungente.

Deitado, sorri.

E quem o vê

De olhos fechados

Sabe que ele

Nunca sabe

Nunca saberá

Se há alguém

Se havia alguém

Ao seu lado

terça-feira, maio 29, 2012

lua cheia

Foto: Nasa Images


veneno rosa

doce salgado gostoso de comer
um beijo dois beijos noite inteira
suor mentiras, risos e nada de prometer

Meia-noite duas horas sol nascendo
Tudo isso o mundo aparecendo
e agora só saudade ficou.

quarta-feira, maio 23, 2012

Trocando os termos das eleições

Antigamente, quem se candidatava contra o grupo do prefeita (a) era denominado de "gente/grupo/candidato da oposição".

Hoje, os caras da situação em Boa Vista montam um bloco para concorrer à prefeitura, querem ser chamados "oposição" e a turma (imprensa e população)  engole a autodenominação apenas por ser uma candidatura (de situação, relembrando) contra uma (possivelmente) candidata apoiada pelo governo do estado, que não se bica com a prefeitura. 

Misturam as esferas dos executivos estadual e municipal  e conceitos de política numa facilidade tão grande que até parece verdade o que falam.
 
E o pior é que há quem engula a pílula.

domingo, maio 06, 2012

Começa processo de renovação dos colegiados setoriais do CNPC

Enviei este documento via e-mail para minha rede de contatos na região Norte. Publico aqui para acaso atingir outras pessoas com as quais não tenho contato:

 
Car@s agentes da literatura, livro e leitura na região Norte,

Na qualidade de representante da região Norte no Colegiado Setorial de Literatura, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, apresento informe sobre o processo de renovação dos colegiados setoriais do Conselho Nacional de Política Cultural.

O Ministério da Cultura divulgou uma portaria disciplinando o processo eleitoral para renovação dos representantes da sociedade civil nos Colegiados Setoriais do Conselho Nacional de Política Cultural para o período de 2012 a 2014.

A mobilização em cada estado é fundamental. Convoquem todos os militantes e interessados em políticas públicas para o nosso setor e ajudem a espalhar a notícia em suas redes de contatos, incluindo, se possível, a imprensa.

Lembrem-se: para ter direito a 3 delegados por estado é preciso que haja no mínimo 15 eleitores cadastrados em suas unidades federativas.

Vejam o cronograma:

 De 14 de maio a 24 de junho de 2012, o Ministério da Cultura, disponibilizará em seu site formulário para cadastramento de eleitores que participarão dos Fóruns Estaduais Setoriais;

De 25 de junho a 6 de julho os documentos dos eleitores cadastrados serão analisados e posteriormente validados, somente aqueles condizentes com as seguintes condições, estabelecidas nos artigos 16 e 17:

No período de 18 a 30 de junho de 2012, será  disponibilizada plataforma virtual na página do Ministério da Cultura na internet, destinada a debates e divulgação de propostas dos candidatos a Delegados Estaduais Setoriais.

Art. 14. As reuniões dos Fóruns Estaduais Setoriais para eleição de seus delegados estaduais serão realizadas entre 2 e 30 de julho de 2012 na plataforma virtual a ser disponibilizada pelo Ministério da Cultura, podendo a Comissão Organizadora Nacional autorizar a realização de fóruns presenciais.

Art. 15. Uma vez eleitos, os Delegados Estaduais Setoriais reunir-se-ão nos Fóruns Nacionais Setoriais, a se realizar entre 29 e 31 de agosto de 2012, para eleição dos candidatos aos Colegiados Setoriais do CNPC.

Art. 20. Cada Fórum Nacional Setorial poderá ter oitenta e um Delegados Estaduais Setoriais, idealmente distribuídos entre as unidades da federação na proporção de três vagas para cada unidade da federação, observadas as ressalvas previstas no art. 21.

Art. 21. O número de Delegados Estaduais Setoriais de uma determinada unidade da federação poderá ser reduzido até um ou ampliado até seis, conforme quociente entre o seu número de eleitores validamente cadastrados em cada Fórum Estadual Setorial e o coeficiente eleitoral do universo de eleitores de todos os Fóruns Estaduais, expressados nas fórmulas constantes do Anexo desta Portaria

§ 1º Não se aplica a fórmula do caput à unidade da federação que não atinja o quórum mínimo de quinze eleitores validamente cadastrados no Fórum Estadual Setorial, a qual ficará sem delegados no Fórum Nacional Setorial.


Para ler toda a portaria, acessem




CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO NOS FÓRUNS ESTADUAIS SETORIAIS

Art. 16. O cadastro de eleitor nos Fóruns Estaduais Setoriais observará as seguintes condições:

I - idade mínima de 18 anos completos na data inicial prevista no art. 14;

II - preenchimento do formulário de cadastramento disponibilizado na página do Ministério da Cultura na internet;

III - apresentação de cópia digitalizada da Carteira de Identidade, do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e de comprovante de residência;

IV - apresentação de cópia digitalizada de um dos seguintes documentos, comprovando atuação de três anos no setor:

a) currículo;

b) diploma profissional;

c) registro profissional no Ministério do Trabalho (DRT);

ou

d) participação em entidade/comunidade representativa da área ou segmento;

V - declaração de ter conhecimento do Plano Nacional de Cultura - PNC;

VI - descrição do vínculo empregatício ou atuação profissional autônoma no formulário de cadastramento;

VII - declaração de não ser detentor de cargo comissionado na administração pública federal, estadual, distrital ou municipal; e

VIII - declaração de veracidade das informações.

§1º Cada cidadão somente poderá se cadastrar como eleitor em um Fórum Estadual Setorial, conforme sua residência e sua área de atuação profissional.

§ 2º Na hipótese de eleitor que seja representante da sociedade civil e ocupante de cargo em comissão, a declaração de que trata o inciso VII será substituída por informação que individualize o cargo comissionado que ocupa, acompanhada de comprovação da função que exerce na entidade civil que representa.

§ 3º O Ministério da Cultura não se responsabilizará por cadastro eleitoral não recebido por motivos de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como outros fatores que impossibilitem a transferência de dados.

§ 4º As informações prestadas no ato de cadastramento eleitoral serão de inteira responsabilidade do interessado, cabendo à comissão eleitoral excluir do certame aquele que não preencher o formulário de forma completa e correta.

§ 5º É vedado o cadastro condicional, extemporâneo, por via postal, fax, correio eletrônico ou qualquer outro meio não previsto nesta Portaria.

§ 6º As informações prestadas no requerimento de inscrição serão de inteira responsabilidade do interessado, que, em caso de falsidade, poderá responder, a qualquer momento, por crime contra a fé pública, o que acarreta sua exclusão do processo eleitoral.

Art. 17. No ato do cadastramento como eleitor, aquele que optar também pelo registro de sua candidatura a Delegado Estadual Setorial deverá acrescentar os seguintes documentos:

I - currículo detalhado com comprovada atuação nos últimos três anos e opcionalmente portfólio;

II - carta de apoio subscrita por:

a) entidade com atuação na área em que concorre; ou

b) pelo menos dez eleitores da mesma área, cujo cadastro eleitoral venha a ser devidamente validado; e

III - carta-programa contendo pelo menos três propostas de diretrizes para o desenvolvimento da área em que concorre.

§ 1º Cada entidade com atuação nas áreas deste processo eleitoral poderá emitir no máximo três cartas de apoio ao registro de candidaturas.

§ 2º Caso o registro da candidatura seja negado em virtude do não cumprimento do inciso II do caput, o interessado terá o prazo de sete dias para suprir o requisito não cumprido, sob pena de indeferimento definitivo da candidatura.

O que andei fazendo nos últimos dias

Andei priorizando algumas coisas em detrimento de outras nos últimos meses. Mesmo assim, ainda consegui tempo para fazer o que chamamos na minha aldeia de “trabalhos literários”.  No blog do Coletivo Arteliteratura  Caimbé é possível  ver fotos e textos falando sobre as ações. Clique na que mais te interessar:

1.    Relato sobre a primeira Semana Caimbé de Poesia (com dois vídeos produzidos para a I Mostra Caimbé de Vídeos Poéticos, um deles com desenhos e voz de meu filhote, o Edgarzin).

3.    Celebração do Dia Nacional do Livro Infantil em Boa Vista.

Fora isso, nada de interessante na vida. As coisas continuam iguais: dores na coluna e nos braços apesar das aulas de pilates e nada do restante de meus livros ser enviado lá do Rio Grande do Sul pela Editora Novitas.

Ah, para não ser injusto: começaram as chuvas e vez ou outra a cidade fica agradável, friazinha que só.

quinta-feira, abril 19, 2012

CARTA ABERTA À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF O SETOR DO LIVRO, LEITURA E LITERATURA PEDE PROVIDÊNCIAS

Senhora Presidenta,

Os que assinam esta Carta Aberta o fazem por entender que se esgotaram todas as possibilidades de mudanças nos rumos das políticas voltadas para a área do livro, leitura e literatura no âmbito do MinC (Ministério da Cultura) e FBN (Fundação Biblioteca Nacional). Para nós, é necessário que a Senhora, como leitora e incentivadora destas políticas, conheça de perto o real quadro deste importante e fundamental setor para a construção de uma nação realmente desenvolvida e independente.

Antes de expor nossos argumentos, é importante salientar que as pessoas que assinam este documento militam na área de cultura e foram, em sua maioria, defensoras de sua eleição. O principal motivo que nos levou a apoiá-la, além de outros avanços nas diversas áreas do país, foi o gigantesco salto dado pelo Brasil na construção de uma política de cultura como política de Estado nos dois governos Lula e, mais especificamente, os enormes passos dados na construção de uma política voltada para o livro, leitura e literatura, visando responder a enorme dívida social que o Estado Brasileiro tem com sua sociedade: o nosso grande déficit de leitores.

A Senhora representava a manutenção deste projeto e sua grande possibilidade de fazê-lo avançar ainda mais. Estávamos todos entusiasmados com o momento que o país vivia e confiantes de que o projeto político-cultural seria mantido. Sabíamos que ajustes eram necessários, mas também sabíamos que a manutenção da base e do caminho trilhado até sua posse seria o mais coerente.

Senhora Presidenta, não vamos aqui detalhar os problemas enfrentados na gestão da ministra Ana de Holanda, que vem recebendo muitas críticas de setores que sempre apoiaram os rumos das políticas culturais do Governo Federal desde a posse do ex-presidente Lula. Vamos nos limitar a analisar as questões relacionadas às políticas para o livro, leitura e literatura.

Desgoverno e propaganda
Senhora Presidenta, todo o problema na área do livro, leitura e literatura começou com a intervenção anti-democrática do senhor Galeno Amorim, nomeado presidente da FBN no início de 2011, que se dedicou a desmontar estruturas importantes em nosso setor, a desmobilizar o Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura e a retroceder em conquistas fundamentais, tudo em função de uma desastrosa centralização das políticas na Fundação Biblioteca Nacional.

Alertas para os problemas que trariam estas manobras, diversas moções e recomendações, além de correspondências encaminhadas à ministra Ana de Holanda, e ao presidente da FBN, Galeno Amorim, foram redigidas e manifestadas no âmbito do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura e do Conselho Nacional de Política Cultural, instâncias do MinC para a participação da sociedade civil. Infelizmente, estas manifestações foram ignoradas.

A centralização das políticas para o setor em um único organismo, a Fundação Biblioteca Nacional, provocou o maior retrocesso que a área viu desde que se iniciou a implantação das políticas públicas para o livro, leitura e literatura. A Diretoria do Livro, Leitura e Literatura - DLLL, que funcionava vinculada à Secretaria de Articulação Institucional do MinC, passou a ser subordinada à FBN e iniciou-se um claro processo de desmonte de sua estrutura.

É preciso salientar que a conquista desta diretoria na estrutura do MinC representou grandes avanços para o setor. Sua mudança de subordinação administrativa gerou um intencional rebatimento político negativo com a paralisia de vários projetos como o PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) e de uma mudança prejudicial no foco das políticas: antes voltadas para a formação de leitores e agora curvada ao comércio de livros, para atender alguns interesses imediatos do mercado editorial.

Esta mudança de foco atende a demandas antigas do mercado, mas é contraditória à medida que reduz os investimentos nos eixos estruturantes das políticas do setor: a criação literária e a formação de leitores, reduzindo o papel do Estado a agenciar políticas para a formação de uma imensa massa de novos consumidores, atendendo ao apetite desmedido do mercado.

Não temos posição contrária a políticas que dinamizem a indústria e o mercado editorial. O que questionamos é o que se nos revela como miopia política pela inversão de valores: a priorização dos interesses imediatos do mercado, em detrimento justamente das dimensões que dão lastro, sentido e qualidade às políticas públicas nacionais do livro, leitura e literatura: a Formação de Leitores. O que questionamos é a ênfase no livro como mera mercadoria e no leitor como simples consumidor desta mercadoria – e não como cidadão com direito universal de acesso ao conhecimento.

Para comprovar esta mudança de foco, fizemos um rápido levantamento dos investimentos feitos em 2011 e algumas comparações com 2010:

A FBN/MinC investiu no ano passado cerca de R$ 40 milhões no Livro Popular, um projeto para resolver as questões impostas pelo mercado, mais cerca de R$ 4 milhões em feiras do livro, contra apenas cerca R$ 6 milhões em leitura e pouco mais de R$ 2 milhões em fomento à literatura, ainda assim, parcialmente executadas e às custas do congelamento de políticas de sucesso implementadas pelo próprio MinC, e seus órgãos subordinados, como a Funarte, de 2007 para cá.

Em 2010 estavam aprovados e orçados no Fundo Nacional de Cultura (com editais com pareceres favoráveis) R$ 30 milhões para a área do livro, leitura e literatura. O único edital executado foi o de R$ 3 milhões para as pequenas e médias livrarias (que se insere nas demandas do mercado, apesar de o defendermos como de extrema importância, pois está vinculado à promoção cultural nestes espaços, que enfrentam a concorrência desigual das grandes redes). Os demais editais, todos voltados para a formação de leitores, mediadores e área literária foram ignorados pela nova gestão da FBN.

Vale ressaltar que o edital das livrarias foi aberto antes de o senhor Galeno Amorim assumir a FBN (em janeiro de 2011) e concluído a partir de uma pressão exercida pelo Colegiado, demanda assumida pelo secretário de Articulação Institucional do MinC, Luiz Roberto Peixe, e pelo então diretor da Diretoria do Livro, Leitura e Literatura, Fabiano Santos Piúba.

Segundo dados da própria FBN, é possível apurar os seguintes números orçados para a ação das políticas do livro, leitura e literatura em 2011, ainda que não saibamos da sua real execução:

LIVRO
- Edital para compra do Livro Popular: R$ 36,9 milhões
- Gestão do Livro Popular: R$ 1,5 milhão
- Circuito de Feira de Livros: R$ 3,3 milhões
- Gestão e execução do programa Livraria Popular: R$ 2 milhões
- Feira de Frankfurt: R$ 1 milhão
Total: R$ 44,79 milhões

Cabe ressaltar um dado grave: o montante destinado ao Edital de Compra dos Livros Populares é resultado de uma emenda parlamentar do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) que deveria ser executada com a finalidade de modernizar e implantar bibliotecas.

BIBLIOTECAS
- Edital Mais Cultura de Apoio a Bibliotecas: R$ 2,065 milhões
- Modernização da Biblioteca Estadual do RS: R$ 2,362 milhões
- Kits de Modernização de Bibliotecas Municipais: R$ 4,319 milhões
Total: R$ 8,746 milhões

LITERATURA
- Internacionalização: R$ 1 milhão
- Bolsas de Tradução: R$ 256 mil
- Caravana de escritores: R$ 1 milhão
Total: R$ 2,256 milhões

1. O presidente da FBN chegou a anunciar R$ 1 milhão para o programa de tradução, mas foram investidos apenas R$ 256 mil.
2. Não há clareza sobre o que significa o item orçamentário “Internacionalização”
3. O programa de Caravana de Escritores ainda não saiu do papel.
Ou seja, o investimento real em literatura, na verdade, se resumiu a pouco mais de R$ 1 milhão.

LEITURA
- PROLER (Cidadania e Leitura): R$ 2,1 milhões
- Agentes de Leitura: R$ 2,84 milhões
- PROLER (Formação de mediadores): R$ 912 mil
- Pontos de Leitura/Quilombolas: R$ 300 mil
Total: R$ 6,152 milhões

Vale lembrar que:

1. As ações do ProLer foram orçadas em 2010.

2. No programa Agentes de Leitura, havia R$ 5 milhões aprovados pela Comissão Nacional do FNC, mas a direção da FBN retirou R$ 2,16 milhões para o Programa Livro Popular, reduzindo para quase a metade as possibilidades de investimentos no principal programa formador de leitores do país.

3. A FBN coloca na conta cerca de R$ 7 milhões de restos a pagar de 2010 do Mais Cultura do MinC para convênios com os Estados e com as Prefeituras.

O resumo, SENHORA PRESIDENTA, é que para 2011 foram prometidos os seguintes blocos de investimentos, ressaltamos, sem o aval do Colegiado Setorial, e que caracteriza bem a mudança de foco do MinC/FBN nas políticas do livro, leitura e literatura:

- Livros: R$ 44.792.000,00
- Bibliotecas: R$ 8.746.000,00
- Literatura: R$ 2.256.000,00
- Leitura: R$ 6.152.000,00

Em torno de 76% voltados para ações de livros e em torno de 60% desse orçamento para a compra exclusiva de livros. A justificativa para os investimentos em compra de livros pode até ser a de que beneficiarão as bibliotecas, mas uma rápida análise comprova que a necessidade de nossas bibliotecas está muito além da simples renovação de seus acervos, sendo muito maior a necessidade de qualificação e ampliação de seus quadros profissionais (mediadores de leitura), a modernização de seus espaços, a presença de escritores dialogando diretamente com o público e sua transformação em verdadeiros centros culturais e não apenas meros depósitos de livros. Cabe ressaltar ainda que esta compra de livros populares, em boa parte, é feita a partir de estoques não vendidos das editoras (ou seja, edições antigas).

Outro investimento paralisado em 2011 (este não se trata de valores, mas sim de vontade política), definido como prioridade pela no processo da II Conferência Nacional de Cultura e pelo Colegiado Setorial, trata da institucionalização das Políticas:

- Instituto Nacional de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas
- Lei do Plano Nacional de Livro e Leitura
- Fundo Setorial Pró-Leitura

Há ainda os editais não executados em 2011, previstos no Fundo Nacional de Cultura em 2010:
1) Edital Todos pela Leitura - R$ 11 milhões
2) Edital Cidades de Leitores – R$ 3 milhões
3) Edital de Bolsa de Criação, Difusão, Formação e Intercâmbio Literário - R$ 10 milhões
4) Edital de Produção e Circulação de Periódicos Literários - R$ 3 milhões

Todos estes investimentos garantiriam R$ 14 milhões a mais nos programas de formação de leitores e outros R$ 13 milhões na área de literatura. A FBN/MinC subtraiu esses recursos para direcioná-los todos a compra de livros.

Vale lembrar ainda neste item, que em 2010 foram investidos R$ 4 milhões da Funarte nas Bolsas de Criação e Circulação Literária, programas que foram interrompidos em 2011 (ou seja, mais uma redução no investimento em literatura), com a promessa de retornarem em 2012. Este investimento foi interrompido por interferência direta da presidência da FBN, que gestionou para que estas bolsas fossem retiradas da Funarte.

PNLL – Plano Nacional do Livro e da Leitura
O PNLL é nosso documento de referência, não só por consolidar os grandes eixos do corpo das políticas públicas do livro, leitura, literatura e bibliotecas, mas por ser fruto do esforço dialogado entre governo e sociedade civil, e por ter sido, senão o primeiro, um documento de referência nas políticas culturais, inspirador para outros setores da cultura desencadearem o processo de elaboração de seus respectivos Planos.

A sistematização desse rico processo e seu grau de reconhecimento está bem posta no prefácio do José Castilho Marques Neto, ex-secretário Executivo do PNLL, na publicação PNLL Textos e História: 2006-2010, quando afirma que:
“Com o PNLL e seu desdobramento nos Planos Estaduais e Planos Municipais de Livro e Leitura, que já começam a acontecer desde 2009 em muitos cantos do país, o Brasil pode afirmar que está próximo de conquistar uma Política de Estado para a leitura.

O Brasil alcançou com o PNLL um patamar político e conceitual que é imprescindível para se consolidar uma Política de Estado para o setor, isto é, o desejado consenso entre governo e sociedade tanto no diagnóstico do que é preciso fazer quanto nos objetivos a alcançar para se tornar um país de leitores.

A obtenção deste consenso foi o que mais projetou o PNLL para os países ibero-americanos, tornando-o referência para muitos dos planos de leitura que também se desenvolvem nos países irmãos do continente americano e no mundo ibérico.
Os entrelaçamentos conceituais e práticos da ação do Estado com a sociedade e a indissociabilidade entre a cultura e a educação na formação de leitores são pontos referenciais que o PNLL do Brasil possui e foram intensamente debatidos e assimilados como necessidade da política pública de leitura em inúmeros foros internacionais”.

O PNLL está paralisado desde a saída do então secretário-executivo, José Castilho, em abril de 2011, o que torna o quadro das políticas para o livro, leitura e literatura ainda mais desalentador. Somente em dezembro de 2011 foi nomeada a professora Maria Antonieta Cunha, para substituí-lo. Para piorar a situação, dois meses depois Antonieta foi anunciada como nova titular da DLLL, deixando novamente acéfala a direção do PNLL.

Com a demora na nomeação da substituta do Castilho, a insegurança política gerada e o desmantelamento da equipe, o Plano ficou um ano praticamente paralisado. Em 2010 havia cerca de 700 municípios cadastrados. Além de não haver registro confiável da ampliação dos planos municipais em 2011, o DLLL não consegue monitorar o andamento dos Planos municipais e estaduais em curso.
O aspecto mais transparente desta paralisia pode ser resumido em três exemplos: desde abril de 2011 o site do PNLL não é atualizado, desde dezembro de 2010 não é expedido o boletim semanal do Plano e em 2010 foram realizados quatro cursos para gestores de PELLs e PMLLs, enquanto em 2011 somente um até março e outro iniciado em abril.

AGENTES DE LEITURA
Em 2011 foram formados 164 agentes de leitura nos municípios de São Bernardo do Campo (SP), Nilópolis (RJ) e Canoas (RS).
Os dados do MinC informam que até 2010 existiam convênios que garantiam a ação de 3.877 agentes de leitura em todo o país, divididos entre 9 governos estaduais, 16 municipais e três consórcios intermunicipais.
Fundo Pró-Leitura e Sistema Nacional de Bibliotecas
Outra situação grave, que vale ressaltar sempre, é o completo desaparecimento de pauta do Projeto de lei de criação do Fundo Pró-Leitura (projeto que vinha tramitando com pareceres técnicos e jurídicos consolidados dos ministérios da Cultura, Educação, Planejamento, mas sobretudo da Fazenda, que redigiu a forma e estrutura da Contribuição Social).

Esse projeto surgiu a partir da desoneração fiscal em 2004, pelo Governo Lula, do PIS/COFINS/PASEP para editoras, livrarias e distribuidoras. Em contrapartida, estes setores do mercado editorial se comprometeram e assinaram documentos em torno do compromisso de contribuir com 1% do faturamento anual para o Fundo Pró-Leitura. Os impostos que foram reduzidos a alíquota zero pelo Governo Federal impactavam em média 9% do faturamento da cadeia produtiva. Este processo nunca foi concluído, sempre sofreu oposição do setor produtivo e, coincidentemente com a entrada do referido atual presidente da FBN no gerenciamento das políticas, o debate desapareceu.

Por último, neste arrazoado de informações, também ficou esquecido o projeto de fortalecimento ou revitalização do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP). Apesar dos anúncios de investimentos em bibliotecas, o cenário beira o descaso quando se trata de bibliotecas municipais. Basta analisar o Censo Nacional de Bibliotecas Públicas.

Senhora Presidenta,
quando sistematizamos as informações referentes ao exercício de 2011, fica claro quais foram as prioridades desta gestão. Não somos oposição a este governo, muito pelo contrário, trabalhamos muito, vidas inteiras, para ajudar este projeto a ser implementado no País. Por isso é muito triste ver os rumos tomados pelo MinC/FBN em sua gestão.

É grande a ideia do PNLL: construir programas de base para a formação de leitores, valorizando os agentes de leitura e a centralidade da biblioteca; fomentando a nossa produção literária e a formação de educadores-leitores. O avanço seria inestimável se tudo isso continuasse no mesmo rumo, e o setor do livro, leitura e literatura daria uma contribuição imensa para a formação da base da nação que tanto sonhamos e tanto desejamos.

Sem o devido investimento em leitores, literatura e livros, jamais daremos o salto de que somos responsáveis: a proteção, garantia e efetivação do Direito Humano de toda a população brasileira ao seu pleno desenvolvimento cultural, educacional, econômico e social, onde o desenvolvimento das práticas leitoras exerce um papel estruturante.

Antônio Cândido, um dos nossos grandes intelectuais, que tanto reflete sobre a literatura como Direito Humano, afirma que esta é “fator indispensável de humanização” e “confirma o homem (o ser) na sua humanidade”, palavras que dialogam com as de Vargas Llosa, quando afirma que “a cultura, a literatura, as artes, a filosofia, desanimalizam os seres humanos, ampliam extraordinariamente seu horizonte vital, atiçam sua curiosidade, sua sensibilidade, sua fantasia, seus apetites, seus sonhos, e os tornam mais porosos à amizade e ao diálogo”.

Portanto, a prioridade na consolidação da política pública do livro, leitura e literatura, como política de Estado e com foco primordial na formação de leitores, na qualificação/ampliação de seus espaços e profissionais e no fomento à criação literária, é fundamental para a formação de sujeitos atuantes na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável, pautado nos princípios da justiça e da igualdade.

Por isso, Senhora Presidenta, é que apelamos para sua atenção ao assunto, já que, como salientamos no início deste documento, todas as tentativas de diálogo da sociedade civil com o Ministério da Cultura resultaram em frustração e desmonte de um trabalho construído ao longo de anos.

Nossas melhores saudações democráticas, 


Nilton Bobato, escritor e professor. Representante da Região Sul no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura, e membro titular do Conselho Nacional de Política Cultural/CNPC.
Edgar Borges, escritor e jornalista. Representante da Região Norte no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura.
Ademir Assunção, escritor e jornalista. Representante dos escritores (Cadeia Criativa) no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura
Rogério Barata, pedagogo, formador de professores-leitores, contador de histórias. Representante da Cadeia Mediadora no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura.
Mileide Flores, livreira. Representante da Região Nordeste no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura, e coordenadora do Fórum de Literatura, Livro e Leitura do Ceará.
João Castro, poeta. Representante dos escritores (Cadeia Criativa) no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura e presidente da União dos Escritores da Amazônia.
Izaura Ribeiro Franco, escritora e editora. Representante da Região Centro-Oeste no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura.
Nêmora Rodrigues, bibliotecária. Representante da Cadeia Mediadora no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura, e presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia.
Almir Mota, escritor, editor e produtor cultural. Representante dos escritores (Cadeia Criativa) no Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura.
Jasmine Malta, professora mestra da Universidade Federal do Piauí. Membro do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura – Cadeia Produtiva.
Kelsen Bravos, professor, editor e escritor. Membro do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura – Cadeia Mediadora.
Benita Prieto, contadora de histórias e produtora cultural. Membro do Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Literatura – Cadeia Mediadora. 


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Fique à vontade para divulgá-la em seu site, blog ou perfis das redes sociais!

quarta-feira, abril 11, 2012

Visitante



Remexendo no HD cheio de becapes, encontrei a foto, antiga como a porta retratada no lago do parque Anauá. Inspirou o texto.

terça-feira, abril 03, 2012

Medo

- Comeu?

- Não.

- Comeu?

- Não.

- Comeu?

- Tá, comi...

- Negar pra que, então?

- Lembrar desperta a gula...

Desfecho

"E a comeria de novo, sem duvidar um segundo", disse, retirando-se da mesa e deixando só o cheiro da cereja no ar.

quarta-feira, março 21, 2012

Indeciso

E aí ela disse "vem!".

Fiquei naquela: "vou, não vou, vou, não vou...".
 
Quando decidi ir, ela já estava em outro lugar.
 
Fiquei, apenas a vontade e a frustração me acompanhando.