quinta-feira, fevereiro 18, 2016

Sugestões para a Secretaria Estadual de Cultura de Roraima



A Secretaria Estadual de Cultura convocou ontem (17.02.16) os artistas e produtores culturais locais para uma conversa com a nova titular da pasta, Selma Mulinari.

Mesmo não gostando desse tipo de reunião por não gostar muito de reuniões, fui lá e ainda chamei os parceiros.

Estava previsto para começar 18h, mas a secretaria só começou a falar por volta de 18h50. Antes disso, o locutor/apresentador/mestre de cerimônias ficou convocando os presentes a assumirem o microfone e cantar/declamar/tocar para animar os presentes.

Me lembrou o sarau que organizo, quando começo a chamar a turma.

A secretaria foi amistosa em sua fala, colocando-se à disposição da comunidade cultural para trabalhar em conjunto, falou que o Estado tem algumas ações em vista, lembrou de seu passado como chefe de Departamento de Cultura, disse que estará sempre aberta para ouvir demandas.

Aí ela passou o microfone para o responsável pelo setor de Turismo no estado, o Peixoto (conforme foi apresentado) que falou de uma ação de cadastramento de artistas em parceria com o Ministério do Turismo que pode gerar cachês bacanas para quem for selecionado.

E só. Acabou a parte séria e começou a confraternização.

O microfone já foi sendo passado para quem queria cantar e o locutor já chamou o povo para a mesa de lanchinhos que estava sendo servida.

Eu e algumas outras pessoas estávamos esperando o momento do microfone aberto para quem quisesse apresentar demandas, sugestões, propostas em público.

Não rolou.

Fiquei frustrado. Tipo, foi muito educado mesmo por parte da nova secretaria apresentar-se ao seu principal público (é bem mais do que rola na Fundação de Cultura de Boa Vista), mas faltou algo mais. Faltou o momento da conversa aberta, aquela em que elogios e cobranças são feitas na frente de todos e não ali no pé do ouvido, na roda com os amigos.

De toda forma, como a secretária disse querer que todos expressássemos nossas demandas, aproveito este espaço gratuito para pontuar algumas delas e dar minha contribuição para o sucesso de sua gestão:

1.       Secretária, muitos anseios e muitas propostas dos produtores de arte e cultura em nosso Estado já estão registrados nos anais das conferências estaduais de cultura. Peça para sua equipe resgatar esses documentos. A última foi em 2013.
2.       Dê andamento público aos trabalhos do Plano Estadual de Cultura. Para nós, produtores e artistas, políticas de estado são mais produtivas que políticas de governo.
3.       Especificamente falando da nossa área, invista na literatura, livro, leitura e bibliotecas: nós, que trabalhamos nas cadeias criativa, mediadora e produtiva do segmento, estamos à margem de quase todos os investimentos do Estado. Crie editais de prêmios e bolsas para circulação da nossa literatura e  para a produção de livros, por exemplo. Aplique dinheiro na compra de nossas obras e distribua-as em todas as bibliotecas de Roraima.  Isso nos dará ar para poder continuar trabalhando. Espelhe-se no que outros estados fazem para fomentar-nos. Espelhe-se nas boas ações do Ministério da Cultura. E, por favor, vá além da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Já basta dos produtores e artistas a pedir dinheiro de empresários para bancar a cultura. Quer dizer, há quem ache o máximo a lei, mas eu acredito que podemos ir muito além dela rapidamente.  É só separar 20% dos recursos do arraial, por exemplo.
4.       Reforçando: editais com seleção isenta são muito bacanas, são modernos, democráticos e, olha que contemporâneo, diminuem esse costume de ter produtor e artista indo bater no balcão da gestão para pedir grana e outros apoios, feito nos anos 1970.
5.       Determine, divulgue e amplie os apoios de logística e infraestrutura para as ações de nosso segmento. Se não tem grana mas tem parcerias, todos ganham e a cena literária se fortalece. Mas não esqueça que recursos ainda são muito bem-vindos.
6.       Faça outras reuniões segmentadas, em horários bacanas como o de ontem, facilitando a vida de quem trabalha o dia todo e não poderia faltar para ir a encontros matutinos, por exemplo. Bote os assessores para anotar e, com certeza, terá boas ideias para colocar em prática.
7.       Por último e não menos importante, dê o start nos debates sobre a necessidade de um Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. É um trabalho penoso, mas seria um marco para sua carreira como gestora oriunda do setor educacional. 

De nada e boa sorte, secretária Selma. Como um dos agentes que batalhou muito em reuniões e debates para que fosse criada a Secretaria Estadual de Cultura, eu realmente torço por uma gestão exitosa para todos.

terça-feira, fevereiro 02, 2016

Fotografando minhas action figures: Hulk Marvel Legends


Brincando de fotografar os bonecos da coleção. A action figure da vez foi o Hulk Marvel Legends, com o rosto no padrão Mark Ruffalo no filme Os Vingadores, a era de Ultron. 



Já pensou se um bicho desses aparece na tua frente no meio de uma caminhada no meio da mata?

Eu falaria assim: ficou bem o tom sobre tom desse verde natureza e seu corpo, seu moço. Agora me dá licença que vou ali no banheiro.

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Dos custos de morar no meio do mundo

Morar numa cidade do meio ou do fim do mundo tem suas delícias: capital menos populosa do país, ar puro (quando as queimadas deixam); água relativamente pura direto da torneira (mesmo quando a Caer joga esgoto acima da estação de captação); trânsito mais ou menos fluído (mesmo quando a prefeitura e o governo não conseguem bolar jeitos eficientes de criar alternativas de desafogamento) e a chance de em duas horas conseguir fugir do país caso algo dê errado. 

Só não tem jeito o custo de vida. Mesmo com uma área de livre comércio, comprar coisas aqui ainda é muito caro. Por exemplo: dia desses fui atrás de um refletor  para acabar com as reclamações da falta de iluminação frontal em algumas edições do Sarau da Lona Poética. O moço da loja me falou que bicho custa 499 pilas, sem desconto nenhum.
 
Depois do quase infarto que tive e de tomar remédios para não morrer de pânico com esse valor, fui na internet pesquisar o troço. Achei um produto semelhante, cheio das recomendações, faz o que quero e ainda me chama de “Mi amor, my love, meu amor” por um terço do preço, frete já incluído.

Como disse, morar no meio do mundo é gostoso mas é caro.

quarta-feira, janeiro 27, 2016

Entrevista para a Tv Band Roraima sobre o Sarau da Lona Poética


Olha que matéria bacana que a Band Roraima produziu no sábado 23 de janeiro de 2016 na segunda edição do Sarau da Lona Poética em 2016.

Foi lindo que só o evento. Tem um bocado de fotos em um álbum da fan page do Coletivo Caimbé se quiser ver mais.



sexta-feira, janeiro 22, 2016

Metas plausíveis até dezembro de 2016



Há uma pá de anos que não faço metas. Desisti há uma pá de anos quando percebi que não fazia para atingi-las e me dava preguiça anotá-las para lembrar e trabalhar por elas.
Mas faz uns dias que venho pensando em retomar esse bom hábito de planejar o futuro. Ando muito ocioso e improdutivo, o que vai acabar me levando à tristeza se perceber que mais um ano passou em vão.
Muita gente anota as suas metas e bota o papel em algum lugar de sua casa. Eu fazia isso e sempre esquecia de olhar o papel. Por isso decidi publicá-las no blog, um espaço sem muita visibilidade na web e que sempre vou lembrar de consultar.
Vamos lá às metas plausíveis:

1.    Organizar 17 saraus misturando poesia e música até dezembro.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: Nove estão garantidos até abril. Daí é só ir fazendo um por mês, na maciota. 

2.    Ganhar seis mil reais além de meu salário normal, usando para isso as atividades de literatura e jornalismo.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: São R$ 500 por mês, na média. Se pegar um edital bacana e um freela de assessoria de imprensa, já chego lá.
 
3.    Fazer viagens de turismo em Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luís do Maranhão e Belém.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: Pelo menos três dessas tá de bom tamanho para não enlouquecer em Boa Vista.
 
4.    Inscrever-me em pelo menos quatro concursos literários mensalmente.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: um por semana. Tá de bom tamanho.
 
5.    Ser premiado/selecionado em pelo menos seis concursos literários.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: se conseguir manter a média de inscrições, dará uma premiação a cada dois meses.
 
6.    Solucionar o problema da documentação de um terreno no bairro Mecejana.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: tá na hora de encarar isso e me livrar desse perrengue.
Solucionar ou dar início à solução do problema da reforma da casa. JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: tá na hora de encarar isso e me livrar desse perrengue.
 
7.    Conseguir escrever um projeto para inscrever no mestrado de Letras da UFRR ou de Educação da UERR.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: conseguir escrever um projeto de mestrado não significa passar no mestrado, mas é um bom começo e melhor do que os nada acumulados até agora.
 
8.    Aumentar a coleção de actions figures em oito Batmans/turma de Gotham e seis Wolverines.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS:  São 14 bonecos apenas. Nada que quebre o orçamento se for bem procurado e o frete não matar a gente.
 
9.    Baixar de77 kg, sair do sobrepeso e chegar em 30 de dezembro com 71 kg.
JUSTIFICATIVA/INCENTIVO INTERNO PARA NÃO DESISTIR/ACHAR DEMAIS: Poderia até escrever 70 kg, mas quem sabe como o ânimo vai estar? Baixar seis já alivia o corpo.

Acho que está de bom tamanho. Se viver até janeiro, vou fazer uma postagem com as metas atingidas ou não.


quinta-feira, janeiro 07, 2016

Minha (finalmente, quase chegando 2017) retrospectiva 2015

Eu acho que retrospectivas a gente faz quando o ano termina de fato. Ou seja, aquela compilação do que aconteceu só deveria rolar do dia primeiro em diante do novo ano. Vai que logo no dia 31, logo depois de escrever que foi tudo ótimo ou ruim, a gente dá entrada no hospital ou ganha na loteria ou descobre quem são seus pais ou encontra uma mala cheia de dinheiro e sem identificação no meio da rua....

Dito isso, quero contar-lhes que anotei em um papel as coisas e momentos que achei mais bacanas de lembrar. Não sei se ando de mal humor ou se poucas coisas valeram a pena recordar, mas o papelzinho é bem pequeno e coube tudo com folga...
 
Enfim, vou compartilhar com vocês as boas de 2015:

1.     Rolaram duas viagens para o Rio de Janeiro. Na primeira, em setembro, participei do Encontro Nacional de Saraus (SARALL) que aconteceu na Bienal do Livro. A segunda foi em novembro, como delegado nato dos Fóruns Setoriais de Cultura no segmento Literatura, Livro, Leitura e Bibliotecas.



 









2.    Tive dias gloriosos (cof cof cof hehehehe) de artista visual, sendo selecionado para duas exposições coletivas que a Universidade Federal de Roraima organizou.



 3.    Desenvolvi com os parceiros do Coletivo Caimbé um projeto selecionado no programa Mais Cultura nas Escolas, dos ministérios da Educação e da Cultura. A ação aconteceu no primeiro semestre na comunidade indígena Ilha, município de Boa Vista. Sábado sim, sábado não, encaramos a estrada e levamos livros, artistas, gibis, arte, capoeira e alegria para as crianças da Terra Indígena São Marcos.

 



4.    Fizemos nove edições do Sarau da Lona Poética, misturando  poesia, música, dança, performances e artes visuais em praças, escolas, centros e espaços culturais do centro e periferia de Boa Vista. Ficaram de fora apenas os meses de maio, junho e julho, no meio das crises de saúde de minha enteada, que quase morre, e minha, que fiquei praticamente aleijado com uma tendinite violentíssima no punho esquerdo (É bom destacar que estou bem agora, depois de ter pego uma injeção de um líquido mágico no pulso). 










5.    Ganhei o II prêmio Senac Roraima de Jornalismo na categoria webjornalismo.




 6.    Tive uma música classificada para o VI Festival de Música Canto Forte. Especificamente um samba. Se fosse você, dava um clique para ouvir.






 

 
 

7.    Comprei para meus projetos se articulei a compra para projetos de outros de mais de 500 exemplares de livros de autores roraimenses. Estou na torcida de que se cada um articular umas compras para mim por aí já estará de bom tamanho.
 




8.    Aumentei um bocado a coleção de boneco/actions figures, pinturas, carrinhos e livros.








9.    Dei um tempo na coluna Rede Literária por conta da tendinite e nunca mais voltei a redigi-la. Foram bons momentos escrevendo semanalmente a única coluna literária de Roraima, mas acabou.


  
10.  Curti o final de 2015 e o começo de 2016 em companhia de bons amigos na fronteira Brasil-Venezuela, desfrutando do frio da Gran Sabana e tomando banho em cachoeiras. 

11. Aproveitei as tardes para ir com meu pequeno curtir a Praia Grande e ver o sol ir embora, sombreando Boa Vista.




12. Brinquei algumas vezes de fazer artesanatos e gostei dos resultados

13. Fiz um curso de extensão em Gestão Cultural pela UFRR. Desse curso saiu um artigo que será publicado em livro neste ano de 2016.



Acho que foram esses os meus pontos altos neste ano. Que 2016 seja mais rico em experiências e grana e menos problemático. Daí a próxima retrospectiva vai ser mais bacana.

Virando o ano na serra de Pacaraima e na Gran Sabana

Demos uma de turistas em família nos últimos dias de dezembro e encontramos 2016 passeando pela Serra de  Pacaraima e na vastidão da Gran Sabana, um dos lugares mais bonitos da Venezuela, na companhia de gente feliz, agradável e que sabe ser boa companhia. 


BR 174 Norte, rumo a Pacaraima


Paradinha de lei na BR 174 Norte, rumo a Pacaraima, para comer paçoca

Rio Uraricoera, seco como nunca vi

Monte Roraima ao fundo, visto da Troncal 10, na Gran Sabana
Troncal 10, na Gran Sabana

 
Rodamos os 200 e poucos km da BR 174 entre Boa Vista e Pacaraima, vimos o rio Uraricoera seco como nunca antes na história que a gente se lembra, rimos na casinha da montanha de Grazi, Timóteo e Liz, os nossos amigos rycos da montanha, atravessamos do Brasil para a Venezuela, onde você enche o tanque de seu carro com menos de um real, encaramos as águas frias dos rios e riachos do lado de lá da fronteira, tiramos fotos como se não houvesse amanhã, vestimos casacos como se estivéssemos no sul da terra Brazilis, curtimos a virada e os primeiros dias de 2016 longe do calor de Boa Vista.



Na Casa da Montanha, a dúvida: Wesley Safadão, é você ou o Edgarzinho?


É o Edgarzinho!

Pisa na jaca, pisa


Amanheceres


Há verdes que são mais fortes que o concreto

Na divisa Brasil-Venezuela


Na divida, divididos pelo Simón Bolívar

fondue de chocolate para fechar as jornadas

Sente o gelo na beer que servem na Casa da Montanha do Timóteo

Edgarzinho, Grazi, Liz, Timóteo, o cronista e Lai

Grazi e Tim Camargo, senhores da montanha



Edzinho e Liz, exploradores da montanha




Já na Venezuela, tomando banho em Manakachi

Gaviões em Manakachi: eram uns cinco ou seis brigando entre si

Abrigos de Manakachi

Ventanias

Essa mão...

Edgar Borges e Timóteo Camargo, os marrentos

Edgar Borges e Timóteo Camargo, os marrentos

Edgar Borges e Timóteo Camargo, os joviais

Edgar Borges e Timóteo Camargo, os joviais

Os Borges e os Adairalbas: Edgar, Edgar, Zanny e Lai

O fim de tarde em Manakachi tem uma luz linda


Manakachi

Zanny Adairalba, vigia de Manakachi

Meu indiozinho em Manakachi


Em Manakachi

Sexy sem ser vulgar em Manakachi

Debaixo das cachoeiras de Manakachi


Dois indiozinhos molhados e friorentos

Em Manakachi

Fim de tarde em Manakachi


Em San Francisco de Yuruani, aldeia que dá entrada  para o Monte Roraima, esperando o almoço


Barrigudo no perfil, barrigudo de frente...=)
 Ainda paramos nos Rápidos de Kamoirán, no Salto Kama-meru e na Quebrada de Pacheco, mas eu não sei cadê essas fotos...Vou ter que ir brigar com o pessoal da gerência de arquivo...

Enfim, que venham outras aventuras assim daqui até dezembro e de dezembro até outros dezembros.