quinta-feira, outubro 23, 2014

Sabe a chuva?


Sabe essa chuva, seu moço? Se eu fosse supersticioso e acreditasse nessas coisas que ficam acima da gente, diria que tem alguém no céu chorando antecipadamente pelo tipo de governo que nosso estado terá nos próximos quatro anos.

E, seu moço, se eu fosse supersticioso, ficaria na dúvida entre escolher se o choro era do criador ou de alguma criatura dele.

Agora que o senhor falou sobre minha opinião sobre o possível tipo de governo, lhe digo: não tenho poderes mentais de adivinhação, não, seu moço. Que é isso? Como posso saber o que vai acontecer? Se eu soubesse, aí eu seria obrigado a acreditar nessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?

Seu moço, eu só acho que o passado da gente fala muito. Por isso que eu escondo o meu, sabe? Tem coisa que faço questão de não lembrar nem em sonho. Mas esse povo, seu moço, tem história demais de feias publicadas por aí. E eu leio, moço, ouço, até vejo umas de vez em quando. Dá uma dó bem aqui no meio dos peitos saber o que acontece cada vez que fazem coisa ruim e a gente paga por eles...

É que esse povo não é supersticioso, sabe? Se fosse, não se meteria em tanta ação feia. Antes disso, ficaria só fazendo o bem, com muito medo dessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?
E, seu moço, cuidado com essa chuva, viu? Ela pode não ser choro, mas dá uma tristeza imaginar que fosse...

quarta-feira, outubro 08, 2014

Ruy Othake, meu bródi


Ruy Othake está em Roraima fazendo um trabalho para o TRE e deu um pulo na UFRR. Fui fazer foto dele por conta do trabalho e já ia embora quando me falaram que era o arquiteto responsável por um projeto muito lindo em Heliopólis (SP). Daí me toquei que sou fã da ação do cara mas não tinha ligado o nome ao trabalho.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Da possível gestão cultural no futuro governo de Roraima e meus medos sobre ela



Duas coisas que venho pensando há dias e quero compartilhar antes de domingo:

A campanha está acabando e eu li muita bobagem e muita coisa interessante escrita pelos eleitores dos candidatos aos cargos majoritários.

Percebi um ponto em comum: damos, me incluo, muita importância a quem vai ficar nos postos de governador e presidente e acabamos sem  fazer uma análise mais apurada do tipo de congresso que o Brasil precisa. Os senadores e deputados federais (e os estaduais também) são os nomes que de fato mandam no país. Qualquer reforma, qualquer lei, qualquer iniciativa  dos gestores passa pela câmara e pelas assembleias.

Então, para que votar em pessoas que não estão comprometidas com um Brasil melhor, mais justo, menos opressor? Escolher ruralistas, fundamentalistas religiosos, gente que compra voto descaradamente, gente que é parlamentar há décadas e nunca apresentou projetos ou defendeu ideias relevantes, representantes do grande capital e outras linhas afins não vai ajudar nada na construção de um país diferente. 

Mas isso é óbvio, né? Tão óbvio que estou com medo que as pessoas esqueçam e reelejam os piores e elejam os mais vazios...

Bem, essa era a primeira coisa. A segunda tem a ver com política cultural. Ou melhor, com as propostas (e a falta delas) de gestão cultural dos candidatos ao governo de Roraima. 

Não vou comentar as propostas de Hamilton (PSOL) para o setor por absoluta falta de conhecimento do que propôs para o setor. Dito isto, vamos para a minha opinião sobre:

Chico Rodrigues, candidato à reeleição pelo PSB: o fato da Secretaria Estadual de Cultura ter ficado sem titular durante quase três dos cinco meses de gestão do atual governador já pode dizer muito sobre a relevância do setor para ele. 

Li um folheto com as suas propostas para a próxima gestão e a única referência a cultura era criar um Fundo Estadual de Cultura. O problema é que ele vai ter que fazer isso de todo jeito, pois faz parte do pacote assinado com o Ministério da Cultura há anos. 

Quer dizer, não apresentou nada de novo, nada de proposta. 

Isso ainda não é o que me incomoda mais em seu governo. Pior mesmo é prever que a Secult continuará inoperante, pensando e atuando como se ainda fosse uma divisão da Secretaria de Educação, sem buscar capilarizar suas ações, ensimesmada nas práticas de gestão que remetem ao antigo Território Federal de Roraima, tempo dos projetos aprovados no balcão para os amigos e compadres. Cadê editais, programas, propostas de antenar-se mais com a linha seguida pelo Governo Federal? 

O que me dói é que participei de tantas ações pressionando o governo pela criação da Secult e deu nisso...
Enfim, vamos para Ângela Portela (PT). Deixaram em minha caixa de correios um folheto com suas propostas. Ela, salvo engano, elencou quatro ou cinco ações para o setor de cultura. Me deu um desânimo quando vi que a mais destacada era fortalecer a lei de incentivo, focada na renúncia fiscal. Quer dizer, mais do mesmo tipo de fazer cultura? O produtor/artista vai ter que continuar a bater perna para conseguir no mercado o apoio aos seus projetos? Vai seguir na linha do que já vem sendo feito há anos?

Ah, sim. As demais propostas estão todas previstas no Plano Nacional de Cultura, discutido, aprovado e sendo tocado pelo Governo Federal.

Mas isso não me incomoda tanto quanto a possibilidade de Ângela colocar à frente da Secult algumas figuras locais que se ligaram ao PT para conseguir cargos e vantagens no setor, mas que nunca atuaram para valer se não fosse para garantir um naco a mais no jantar de gala. Fiquei imaginando a turma montando seus feudos nas verbas da Secult e mantendo a gestão empacada como sempre...mas é claro que isso deve ser má vontade minha, encrenqueiro que sou por não acreditar na boa fé destas pessoas.

Fechando, vamos para Suely Campos (PPS). Confesso que não vi suas propostas, mas como tive contato com ela durante o tempo em que foi vice-prefeita de Boa Vista e lembro dela do tempo em que foi primeira-dama, vou deduzir: deve colocar para gerir o setor aquela turma de gente antiga, que nunca ouvir falar de participação democrática, que pensa em seu grupo primeiro e cobra apoio a toda eleição, que nunca pôs os pés numa conferência de cultura, que ignora o processo que está em andamento no Brasil desde a gestão de Gilberto Gil à frente do MinC. 

Ou seja, de todas as possibilidades, a pior é a Suely e sua turma assumirem o governo. Chega dá arrepios pensar nisso, imaginando o tipo de comportamento que, tomara, não tenham os futuros gestores do setor.

No mais, é isso: não espero muito dos ainda candidatos quando assumirem. E espero estar muito, muito, muito errado em minhas leituras de contexto.

Sobre esses esclarecidos de ocasião

Nunca levantou a voz para reivindicar melhorias coletivas, ganhou verba direta no balcão do governo estadual para fazer suas coisinhas e teve cargos em que não precisava bater ponto.

Agora, quando perdeu os benefícios, vem reclamar da péssima gestão estadual em todas as áreas?

Véi, quem se enquadra nesse quadro não merece um like, muito menos o meu respeito.

quinta-feira, outubro 02, 2014

Sobre dois slogans de campanha em Roraima



1.  Deputado candidato à reeleição, desses com posses meio incompatíveis com a renda de um político, desses que, independente de quem estivesse à frente do governo, sempre foi situação e sempre concordou com tudo o que o governante de plantão quisesse, usa como slogan a frase “Roraima não pode parar.”


Toda vez que leio isso, eu, automaticamente e sem fazer esforço, penso: não pode parar de que? De servir como plataforma para enriquecer gente como tu, deputado? De ser um estado com tantas desigualdades e gestores preguiçosos para solucionar os problemas?


2.       Não sei de quem é o slogan e estou com preguiça de pesquisar, mas sempre que vejo a picape adesivada passando na área do campus da UFRR, consigo ler as letras garrafais da frase: não vamos desistir de Roraima.

Aí, imediatamente eu boto um parêntese na frase e fica mais ou menos assim: não vamos desistir (de explorar até a última gota) Roraima.

sexta-feira, agosto 01, 2014

Postando sobre coleções: a de moedas e cédulas



Depois de postar as fotos com as novas peças que ganhei para dar um plus na coleção de moedas, lembrei que havia um tempão estava sem mexer na caixinha que as guarda.

Fiquei um tempão me programando para abri-la, fotografá-la e montar um texto. Justamente um ou dos dias depois de fazer as fotos, Luma Rosa deixou um comentário na postagem falando de suas coleções. Isso deu mais vontade de compartilhar as imagens das moedas e das cédulas que tenho.

 Vou começar com a estrela da coleção: uma moeda de prata de 1922, do tempo em que o país do Simón Bolívar chamava-se Estados Unidos de Venezuela. Salvo engano, foi presente de uma menina que gostava de mim quando morava em Guasipati. Acho que tentou me comprar...=P


Os valores destas aqui fizeram parte de minha infância. Lembro que com 2 bolívares comprava na bodeguita da esquina uma garrafa de um litro de Pepsi-cola. A de 5 bolívares era chamada de “fuerte”. Assim, se algo custava 5 bolívares, dizíamos “vale um fuerte”. O tempo passou e a família dessa turminha, que começava em um centímo, ficou força para nada.




Essa do canto inferior esquerdo foi encontrada na rua, toda machucada e suja. É de 1943. Cheguei a comprar um produto chamado Brasso para tentar limpá-la. Não deu certo e hoje não me preocupo com isso. Vou guardando apenas. A do meio eu curto por umas das poucas de 1976, ano de meu nascimento, que tenho.






Visão geral e desfocada das peças.  Tem da Argentina, Aruba, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos da América, Venezuela, Guyana, Peru, Brasil (claro) e dois ou três países a mais que não lembrei de anotar.







Da esquerda para a direita, de baixo para cima, a prova de como a inflação vem massacrando a Venezuela há décadas. Quando era molequinho, ter uma nota de cem bolívares era ter grana. Depois veio a de 500, apelidada de “orquídea”. Foi seguida pela de mil, dois mil....aí virou algo tipo o Brasil na época do Sarney. As duas últimas ainda compram ou ajudam a comprar algo por lá.




 Quem tem mais de 35 anos deve lembrar-se de ter mexido com estas. Acho bonitas essas cédulas. Levavam o rosto de poetas, médicos, músicos...






Esta leva, que ganhei de presente de meus primos Manoe e Junior, fazia parte da herança deles após a morte do pai. Tinha um de cada uma, mas só peguei uma unidade por valor. Estão novinhas e fazem parte do tempo em que as cédulas da República dos Estados Unidos do Brasil (1889-1930, segunda a Wikipedia) eram impressas na Inglaterra. Ou pelo menos isso é  o que entendi lendo as informações nas cédulas.




Tem outras poucas cédulas da Guyana, EUA, Líbano e um ou dois países a mais. Nem quis fotografar...
 
Agora falta achar e fotografar a coleção de caixas de fósforos. Depois volto a falar de quadrinhos e no final, quando chegarem mais, mostrarei a de actions figures/figuras de ação/bonequinhos.

quinta-feira, julho 24, 2014

Minhas Coleções

Coleciono histórias em quadrinhos, recortes de jornal e cédulas.

Colecionava, quando moleque na Venezuela, capinhas de caixas de fósforos (tinha umas bem legais e coloridas). 

Já colecionei amores perdidos e outros platônicos. Coleciono também, sem querer, desafetos. Nesses não invisto, mas sempre tem alguma situação me dando um gratuitamente.

Comecei agora a colecionar Action Figures. Em português seriam bonecos de ação ou simplesmente bonequinhos. Na verdade, decidi voltar a comprar, pois vez ou outra adquiria um.

A maior coleção é de HQs. Depois vem a de moedas. Estão todas guardadas numa caixinha de isopor, separadas por papel cartão com pequenos cortes onde as encaixei numa época em que tinha mais tempo livre e me preocupava mais com ela.

A dita cuja acaba de ser reforçada com os presentes que ganhei de minha colega/chefe/turista profissa Andrea Santiago. Olha que beleza: tem da Argentina, Aruba, Uruguai, Colômbia e Estados Unidos da América. 



terça-feira, julho 15, 2014

O ataque das criaturas do mar!




Foto minha, brinquedos do Edgarzinho



- Oh, não! Estamos sendo atacados!

- A gente não deveria ter sacaneado o Aquaman!

segunda-feira, julho 14, 2014

#ProjetoSuperSelfie # 4: Caveira Vermelha e Barão Zemo

Antes do gol na final da Copa do Mundo de Futebol 2014: "Indo ali, bater um papo com a turma da seleção..."


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Como seriam os selfies de super-heróis e supervilões?

Usando minhas miniaturas e actions figures, dou uma proposta futurológica com fotos editadas usando aplicativos de celular.

quarta-feira, julho 02, 2014

Retrospectiva sucinta sobre as eleições para cargos majoritários em Roraima

Mapa de Roraima

O engenheiro civil Ottomar Pinto foi o primeiro governador eleito de Roraima. Como em seu tempo não havia sido aprovada a reeleição, apoiou para sucedê-lo o também engenheiro civil Neudo Campos, que se reelegeu e quando saiu para o senado deixou o vice e engenheiro elétrico Flamarion Portela como governador. 

Portela também se reelegeu, foi cassado e em seu lugar assumiu o segundo colocado, Ottomar Pinto. Reelegendo-se, Ottomar morreu em 2007 e a vaga foi ocupada pelo seu vice, o engenheiro civil Anchieta Júnior. Reelegendo-se, Anchieta saiu para o senado e deixou seu vice, o engenheiro agrônomo Chico Rodrigues, como governador.
 
Conclusões:
 
1)    A máquina estadual, com seus cargos e verbas, tem sido imbatível em todas as eleições para governador.
 
2)    Nenhum ex-governador do período pós-ditadura foi eleito senador por Roraima até agora.
 
3)    Roraima sempre foi governado por engenheiros desde a redemocratização.



sexta-feira, junho 27, 2014

#ProjetoSuperSelfie # 3: Daken


Daken selfie: #partiu esquartejar ozinimigos  #ProjetoSuperSelfie




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Como seriam os selfies de super-heróis e supervilões? 

Usando minhas miniaturas e actions figures, dou uma proposta futurológica com fotos editadas usando aplicativos de celular.

quarta-feira, junho 25, 2014

#ProjetoSuperSelfie # 2: Batman




Bat-selfie. Pois "todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite..." #ProjetoSuperSelfie

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Como seriam os selfies de super-heróis e supervilões? 


Usando minhas miniaturas e actions figures, dou uma proposta futurológica com fotos editadas usando aplicativos de celular.

terça-feira, junho 24, 2014

Psicologia, poderes mutantes e academia




Diferentemente de João do Santo Cristo, que quando criança só pensava em ser bandido, ainda mais quando de um tiro de soldado o pai morreu, eu pensava em ser psicólogo, ainda mais quando gente bem mais velha vinha conversar comigo buscando soluções para suas vidas confusas e eu conseguir racionalizar e dar-lhes o recado.

Teria sido um bom psicólogo se, quando pós-adolescente, houvesse oferta desse curso em Roraima. Tempos distantes aqueles. De todas as IAS que gostava (filosofia, psicologia, fisioterapia), nada tinha em Roraima. Sobraram-me os cursos por aproximação, pelo gostar. 

Letras ou Comunicação Social? A única universidade daquele tempo no meio do mundo era a UFRR, que publicava um livreto com as ementas e a relação de disciplinas de cada curso. Escolhi jornalismo a um dia de encerrarem as inscrições no vestibular. Tudo pelo nome bonito da disciplina “Comunicação Comunitária”. 

- Vamos falar com as pessoas, nas comunidades? Que legal, pensei, iludido. Nunca rolou, mas as pedras e os meses sim. Formei-me jornalista. O primeiro graduado da família. Mamãe ficou feliz, muito feliz. O vô Borges ficou um orgulho só com a vó Maria. 

Depois, bem depois, buscando ocupar o tempo, fui cursar Antropologia. No meio do curso, mudei para Sociologia. No final da primeira semana de cada semestre, pensava: o que estou fazendo aqui? Já tenho carreira, emprego e estresse suficiente com isso. 

Mesmo assim, continuava, semestre após semestre, greve após greve. Formei-me sociólogo com nota dez no trabalho de conclusão de curso. Histórias de velhos na Jaime Brasil. Curti fazer aquilo. Foi duro, mas consegui. Meu orientador ficou emocionado, quase chorou. Um lindo ele, titulação de mestre tendo a minha idade. Ou era mais novo? Bem, era uma referência para tentar fazer um mestrado. Nunca fiz, nunca consegui. Nem mesmo agora, que poderia, estou conseguindo. Cada um carrega suas pedras e as minhas fazem enormes barreiras a serem transpostas.

Mas do que estava escrevendo mesmo no começo? Ah, sim. Sobre como poderia ter sido um bom psicólogo. Quem sabe? Ainda consigo ouvir bem as pessoas e dar orientações claras a seus questionamentos. Muitas não seguem. Outras pensam, colocam em prática e se dão bem. Ou, pelo menos, ficam melhores que antes. Quer dizer, acho. 

Tenho alguma facilidade para extrair das pessoas o que elas têm de melhor. Basta que me esforce um pouco e supere minha preguiça de conviver e viver. Mas o fato que merece destaque é a capacidade de conseguir o contrário. 

Consigo me surpreender com a minha rapidez em fazer as pessoas destilarem contra mim o que carregam de mais pesado e ruim dentro delas. E faço isso sem querer, inconscientemente, assim, tipo um poder mutante, como aqueles personagens de HQs que depois viram miniaturas e a gente coleciona. 

Rolou semana passada isso. Surto coletivo de raiva e mágoa surgindo inesperadamente no meio da noite pelas estradas digitais da vida. 

Pensei ter perdido esse dom esquisito, mas esqueci a regra básica da mutação: grandes poderes trazem grandes confusões.