terça-feira, maio 27, 2014

Notas (quase todas) feitas no celular sobre dias em Natal (RN)

21.05.14

Boa Vista,
indo a Natal (RN) para participar da Teia da Diversidade Cultural como um dos dois representantes do Colegiado Setorial de Literatura, Livro e Leitura do CNPC.
 
O avião da Tam chegou atrasado.  Saímos de Roraima por volta das 15h, acho.
 
Como sempre, dormi quase toda a viagem até Manaus

 
Manaus
 
Chove no Amazonas.
 
Pensei que haviam fechado a livraria do aeroporto, mas está funcionando.

Notificações chegando no celular
 
 
Ideia interessante do governo do Amazonas. Nunca havia visto no aeroporto. Talvez pela caixa do projeto Mania de Ler ficar colada numa das paredes, bem próxima a uma das portas de embarque, quase envergonhada.





Rio de Janeiro  - 22h22
 
Graças a duas HQs, emprestadas pelo colega Michel Sales, do RR Clube HQ, a viagem não foi tão entediante.
 

Acho que o voo vai atrasar uma hora para sair para Natal...
 

O preto Jonas Banhos está no avião, vindo de BSB. Também vai para Teia.

Natal 22.05.14
 
3h chegamos no aeroporto,  mas só saímos uma hora e meia depois. Só havia uma van e um micro para pegar umas 50 pessoas vindas,  principalmente,  do Rio e de São Paulo.
Olha a hora. Logo depois o Jonas deitou no chão

 Entrada no quarto: 5h34, mas só depois da fechadura magnética do primeiro quarto não funcionar. 

O sol estoura pela janela. Já são 7h30?


No café, a coisa que mais adoro nestes encontros: a diversidade de jeitos e cores.

E esse mar, sem um buritizeiro para lhe fazer sombra?

 



 Na UFRN
 
Gente de toda proposta na teia da diversidade.



Menina-mulher elegante das culturas afro







Um dos estandes de venda da feira solidária

Moça esperando secar as tatuagens temporárias feitas pelos indígenas que estavam na Teia

Xilogravuras coladas em caixas de fósforos. Arte de Luisa Gabriela, do Ponto de Cultura Feminina, lá do Rio Grande do Sul

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz - Porto Alegre, durante intervenção com temática remetente à ditadura

 
Muitos reclamando da má organização. Parece que não houve transferência de conhecimento da III CNC para cá.

 
A ministra Marta Suplicy passou por aqui, fez a abertura e tirou foto com um monte de gente.


Na edição do dia 23 de maio, aparecemos na capa do caderno Viver, do jornal Tribuna do Norte, dois roraimenses (eu e Davi, do grupo Ongira Palmares), flagrados pelos fotógrafos enquanto Marta passava.

 


O negão Jonas Banhos também apareceu na mesma edição, falando da participação da Barca das Letras na Teia da Diversidade:


Clica que amplia


Oficina de mediação de leitura à tarde. Digamos que não foi tudo isso de interessante e que o sono dominou por boa parte da atividade.



Biblioteca do Departamento de Artes da UFRN

Vamos ao hotel tirar a nhaca do dia. Pense numa cidade quente.

Dor de cabeça, quem te chamou? Quem?
 
Tapiocaria Casa de Taipa: que lugar charmoso. Tem até uma árvore de cabaça como a que tinha em nossa casa na Venezuela. Fica bem ao lado do castelo Taverna Pub:


Retorno à UFRN para ver o Bloco Afro Ilú Obá De Min,  ponto de cultura em São Paulo. Lindo o espetáculo, forte a energia.
 





Samba e outras batucadas perto do hotel e o que era sono vira cantoria até a madrugada chegar.

23.05.14
 
6h
 
Banho no oceano Atlântico de Natal.  Passeio até o Morro do Careca, na Ponta Negra.  Um beijo, Iemanjá.

 


Minha sombra e de Jonas Banhos


Roda de conversas com os pontos de leitura pela manhã e discussão das nossas propostas para apresentar na Teia à tarde. O dia inteiro de trabalho. O resultado desse encontro dos Pontos de Leitura e das Bibliotecas Comunitárias na Teia 2014 você pode conferir no site do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.

Veridiana Negrini, da DLBB, durante a apresentação das propostas
Apresentação das propostas dos participantes da região Norte





Com os representante dos pontos de leitura que estava na rodada de conversa

Passeio na orla de madrugada. Dormir cedo para acordar cedo.

24.05.14
 
De madrugada, Zanny me avisa que foi classificada para a final do Canto Forte.
 
Pela minha programação de viagem,  resultado deve sair enquanto eu estiver sobrevoando a Amazônia.
 
‘Pra fugir da rotina, praia’, como diz a música. Banho de mar com os novos colegas feitos na Teia. 

 
Sombras, avante! Foto de Maíra Brêtas



Bródi dos museus comunitários do Rio, Denise Argenta, eu, Maíra Brêtas e Jonas Banhos

Tchau, Natal. Antes, uma fuga rápida até Pirangi do Norte, ver os oito mil metros quadrados do maior cajueiro do mundo em companhia da turma dos pontos de leitura. Compras rápidas de lembrancinhas, volta voada sem parar na Barreira do Inferno e um banho e troca de roupas veloz para pegar o busão até o aeroporto. Pena que tudo isso de nada valeu, pois o transporte passou antes da hora prevista e nisso perdemos uns 50 minutos no saguão do hotel. Só pegamos busão quando decidimos carregar as malas até o outro hotel.


O tronco que deu origem a tudo. 110 anos de expansão


O mar de caju
Homem-caju, na foto de Maíra Brêtas



Feirinha do cajueiro

Roberto Mello, do RS, e Maíra Bretas, do RJ, à espera do busão

 Um voo que passa por Fortaleza e Brasília. De lá, Boa Vista.
 
25.05.14
 
Chego em Boa Vista às 2h, exatamente 12h depois de deixar Natal. Zanny me pega no aeroporto no carro da Adília.  Me contam que ficou em nono lugar no festival.
 
A viagem só acaba quando se entra em casa e se toma um banho. Agora é esperar a próxima.

quarta-feira, maio 14, 2014

Na estrada, de Boa Vista rumo a Santa Elena de Uairén


Dia 6 de maio fui a Santa Elena de Uairén  tentar resolver um problema com a minha documentação venezuelana. Havia tempos que não fazia essa rota sozinho, fosse de carro ou de ônibus. Puxando pela memória, diria que pelo menos uns 10 anos. Acho que a última entrada solitária gerou esta postagem. Ou teria sido esta, fruto de uma outra viagem mas só perpetuada bem depois?

Enfim, seja quanto seja, acordei cinco da manhã e seis horas estava deixando a casa. A estrada está com quase todos os buracos tapados, o que a deixa feito um tapete preto. Para ficar mais segura, só falta sinalizar verticalmente. 

Fiz os 230 km entre Boa Vista e Pacaraima em exatas duas horas. No posto da polícia militar encontrei equipes da produtora contratada pelo governo para fazer os VTs publicitários. O povo estava filmando as ações do programa Tolerância Zero nas Fronteiras, implantado recentemente para tentar controlar o tráfico de drogas e afins naquela parte do Estado. 

Pessoalmente, achei engraçado ver todo ser abordado para que o pessoal pudesse filmar. Depois de apresentar RG, habilitação e documento do carro à policial, vi que um antigo colega de prefeitura estava na equipe da produtora. Sai da parte coberta do posto da PM e buzinei para o Tino Cabeção, mas ele já estava atrás de outro carro, fora de minha visão. 

Quando ia embora, um PM, desses cinquentões, bateu no carro e mandou parar. Pediu todos os documentos de novo, perguntou o motivo de não ter parado na blitz (?), respondi que havia parado sim, perguntou por que o IPVA 2014 não estava pago, respondi irritado (mas controlado, claro, que ninguém se mete com polícia na fronteira) que não precisava pagar pois ainda estava valendo. Perguntou se haviam visto meus documentos, disse que sim e, insatisfeito e talvez querendo fazer bonito pras câmeras, foi perguntar dos colegas se haviam me checado mesmo. Voltou mansinho e mandou que prosseguisse a viagem usando o velho jargão: “pode ir, cidadão”.


Enfim, a viagem foi legal, apesar de não ter resolvido a questão que me levou até a atravessar a fronteira. Meter o pé no acelerador e ouvir a música no máximo faz bem para relaxar. Inclusive, na ida, aproveitei para ouvir todo o novo disco do Calle 13, Multi-viral, que havia baixado um dia antes. 

E agora, fotos e legendas que sintetizam a viagem:

Meu destino: o Saime

Precisa de pessoal para trabalhar ambos sexos? Hum...dubiedade, aqui me tens sem nunca ter saído.

É de lei: chicha para beber toda vez que entro na Venezuela. Aliás, chicha é a melhor coisa da Venezuela

Companheiros de lanche na panaderia perto das 4 esquinas de Santa Elena

Fui caminhar na cidade e aproveitei para entrar pela primeira vez na biblioteca de Santa Elena. Lá, olha quem achei: o livro O livre arbítrio, de Adair J. Santos, pai da patroa

Acho que nem na biblioteca central de Roraima deve ter cópia deste livro e dos outros dois abaixo

Ficha do livro, editado em 1986

Mais dois exemplares da coleção

Aproveitei e deixei um exemplar de meu livro Sem Grandes Delongas na biblioteca.

Frescolita, a segunda melhor bebida da Venezuela depois da chicha

Parada para lavar o rosto no terminal de ônibus de Pacaraima antes de voltar


Ao voltar,  às 13h30, os PMs continuavam pedido documentos do povo e pedindo para abrir os porta-malas 

Parada na BR 174 para esticar as pernas, molha o rosto e olhar ao fundo a serra do Parima, região onde meu pai nasceu

Os campos gerais, o lavrado, o cerrado de Roraima

Seguindo reto, sobe-se a serra e para-se na Venezuela

Fruto de muita pergunta no comércio: casabe, chamado de beiju no Brasil, e catalina (ou cuca, como também é chamada na Venezuela),  coisa gostosa que no Rio Grande do Norte chamam de bolacha preta ou sorda. Isso com queijo é uma delícia. =D

sexta-feira, maio 02, 2014

sexta-feira, abril 25, 2014

Tutorial simples e fácil: como fazer uma arte postal e como participar de uma mostra de arte postal


Arte postal, dito de forma bem simples, é uma produção feita no formato de cartão postal (10 x 15 cm) usando desenho, colagem, xilogravura e qualquer outra técnica imaginável que se encaixe nessas medidas. 

A arte postal também pode ser aplicada/feita em envelopes. Aí a ideia é você mandar para alguém a sua arte e este reenviar para outro até que a produção dê a volta ao mundo embelezando as caixas de correios de seus amigos e conhecidos.
 

É claro que os formatos podem e devem ultrapassar os dois exemplos acima citados. O recifense Paulo Bruscky, para citar um dos maiores artistas brasileiros a navegar por esta ondas, ampliou, literalmente, o conceito de arte postal ao produzir e enviar pelos Correios a seguinte peça gigante nos anos 1970:





Olha o tamanho desse envelope

Aliás, recomendo que faça uma pesquisa sobre o Bruscky. Em 2011, tive oportunidade de ver no centro cultural dos Correios de Recife uma exposição com várias etapas de sua carreira. O cara é bom demais há décadas.  Saca um pouco de seu cotidiano neste vídeo:


 

Com as novas tecnologias, há quem se dedique a trocar cartões postais via e-mail. E há também quem monte projetos para receber cartões postais que ilustram segredos, muitas vezes eróticos, que você dificilmente contaria para o seu melhor amigo. Quer ver? Olha um exemplo aí, retirado do site Obvius, e depois clica aqui para saber mais sobre o PostSecret




"Meu marido prefere que eu use um strap-on toda vez que fazemos sexo. Isso parte meu coração.”


Bem, com esta carga de links que o post carrega já deu para ter uma ideia de quão amplo é o espectro da arte posta (ou mail art, em inglês). E agora, como se cria, se você já definiu sua plataforma? Vou dar o exemplo a partir da minha primeira experiência na área. Se liga nas etapas:

1.    Conheça alguém que lide com isso. Tive essa sorte quando participei de edição 2012 do programa Onda Cidadã em São Paulo e pude trocar ideias com o professor-artista-fotógrafo Alexandre Vilas Boas, integrante do Coletivo 308, de Guarulhos.


2.    Receba ou busque uma convocatória para participar de uma exposição de arte postal e fique instigado com a ideia. A minha teve como tema “1964-2014: 50 ANOS DE ARTE CONTRA O ESTADO”, organizada pelo 308.







3.  
  Após decidir participar, leia o regulamento para saber os formatos aceitos e comece a pensar. Pense muito bem e depois disso faça os esboços de sua arte.
 


4.    Reflita sobre a mensagem de sua obra e force suas habilidades até atingir seu objetivo. No meu caso, como artista plástica frustrado e com quase nenhuma habilidade, o tamanho do passo atende ao tamanho da perna.
 

5.    Depois da fase de estudos e reflexão, vem a fase de definir o suporte e as técnicas. Será tudo digital ou vai usar colagem, pintura, desenho, montagem ou uma outra técnica? Definido isso, parta para a produção. Veja exemplos deste que lhes escreve:



Corte do papel suporte

Separe os recortes, se for o caso. Esta etapa requer que o seu material já tenha sido fotocopiado
Testes de posicionamentos

Mais testes/estudos de design
 
A caminho da finalização
6.    Feita a obra, fotografe-a antes de mandar para a exposição. A arte postal, depois de enviada, não lhe pertence mais e possivelmente nunca mais verá a sua obra.
 


Fotografar é uma opção, mas o ideal mesmo é que você escaneie o material


7.    Encaminhe seu material dentro do prazo para não ficar de fora da exposição.


8.    Espere as fotos que a equipe de produção fará do material exposto e fique feliz ao reconhecer o fruto de seu trabalho sendo, cof, cof, cof, admirado em outras cidades. No caso, a minha foi parar no Centro Cultural São Paulo. Olha ela aí (força o olho que você consegue):
 

De baixo para cima, na segunda fileira, a arte que parece uma bandeira é a minha


Visão geral

 Veja mais fotos neste álbum do Facebook ou no blog da exposição

9.    Fique feliz por fazer arte e busque a próxima convocatória para poder expressar-se.
 


....................................................
Essas são as dicas de nosso tutorial simples e direto a respeito do que é arte postal e sobre como participar de uma exposição do gênero. Se gostou, compartilha, curte, espalha.
 

Beijos.
 

(É claro que o título é uma grande brincadeira. Poderia ter feito apenas um registro de minha participação na mostra mas arte postal é algo tão bacana, o Paulo Bruscky é tão impactante e a mobilização que o coletivo 308 foi tão legal que não resisti a dar uma de especialista na área.)

terça-feira, abril 15, 2014

Quando a publicidade fica mal posicionada


Detrás dessas árvores há um outdoor gigantesco, nesses formatos que agradam aos publicitários. Como refrão, usaram "Você pode ver!".

Pena que não seja possível ler quase nada dele, seja de noite ou de dia. Primeiro, pela péssima localização (tomara que não cortem as coitadinha das árvores em nome da imagem institucional da nova-velha-continuidade da gestão estadual). Segundo, por ficar perto de uma esquina na qual há um sinal de trânsito.

Eu, pelo menos, chego aí olhando para o semáforo e para o cruzamento, checando se algum barbeiro não quer avançar a preferencial. Se estiver verde, vou embora sem olhar para os lados.

Se estiver caminhando no complexo Ayrton Senna, até consigo olhar o que está escrito, mas apenas parceladamente, conforme vou me deslocando. Quer dizer, péssimo lugar, né?

Mas vai que eu sou a exceção e na verdade o local foi escolhido após apuradas pesquisas de profissionais do setor, né?


segunda-feira, abril 14, 2014

Fim de semana quadrinístico

Sou fã de histórias em quadrinhos. De todo tipo, sem preferência, sem preconceito, bem coração vagabundo mesmo. Foi nos quadrinhos que aprendi a ler em português, era nos quadrinhos que passava horas divertindo-me aqui no Brasil, de férias, ou lá na Venezuela.

Quando vim morar no Brasil, uma das malas estava recheada de HQs nas línguas portuguesa e espanhola. Estão comigo até hoje.

Ao longo dos anos perdi muito material por empréstimos feitos a pessoas que não devolveram meus gibis. Também adquiri muita coisa em sebos e ganhei muito de amigos e parentes (quando vinha de férias, a ordem de lugares a visitar era esta: primeiro a casa dos avós maternos, onde ficava; depois a casa da vó paterna e em terceiro as bancas que ficavam perto da avenida Ville Roy. Meus tios já sabiam que ia pedir gibis deles).

Bem, pulando no tempo, aqui em Boa Vista conheci poucos colecionadores. Um deles é o Edney Barbosa de Melo, que fez capoeira comigo há décadas e tem uma caixa imensa, dessas que as operadoras de telefonia usam para colocar equipamentos, cheia de HQs bem conservados e protegidos. Destaco isso para dizer que apenas há poucos anos fui tratar com carinho de minha coleção.

Bem, o tema da postagem surgiu a respeito de um encontro de fãs de histórias em quadrinhos e colecionadores de miniaturas de super-heróis que rolou sábado passado no aeroporto de Boa Vista.
Alguns levaram parte de suas coleções e a turma passou a tarde inteira trocando informações e admirando os acervos expostos. 
Olha aqui todo mundo que participou do encontro no final de semana


  Neste link você verá mais fotos do encontro. Fui só olhar e não fiquei mais tempo por já estar comprometido com o Sarau da Lona Poética (que foi lindo, por sinal, e pode ser conferido aqui).

No domingo, recebi no apartamento em que guardo a minha coleção outros dois fanáticos: Michel Sales, jornalista que desenvolveu como trabalho de conclusão de curso uma HQ contando um famoso caso de corrupção local, e Aldemar Marinho de Brito, dono de uma coleção de milhares de revistas da DC e da Marvel Comix publicadas pela Abril e pela lendária Ebal. O material do cara está em perfeito estado de conservação e é de babar. Para guardar as revistas, mandou fazer uma estante que toma todo o corredor de sua casa. Olha ela:
Um mundo de gibis. Coisa par ficar doido

A minha coleção é bem modesta porém tem a riqueza da diversidade do material que veio da Venezuela e o que ganhei/comprei aqui. Aproveitando a visita deles, fui conferir as datas de compra e vi que tenho historinhas com pelo menos 32 anos.

Vamos ver o que o Michel Sales fotografou:



Kaliman, clássico semanal, virou até filme nos anos 1970, conforme descobri dia desses no youtube
Adaptação do filme Caldeirão Mágico, Melhores tiras do Recruta Zero, Tina e Penadinho, Condorito (que chegou a ser lançado no Brasil) e Pato Donald
Antiguidades



Entre mim e o Aldemar é possível ver lá trás uma pilha de HQs já conferida pelo colecionador

Exemplar de Aguila Solitaria


Marshal Law, quadrinhos apocalípticos

Impacto, HQ produzida no Brasil
Versão em espanhol de Lois Lane: Luisa Lane, com Jaime Olsen, o Jimmy Olsen do Super-homem

Fuego, outra série semanal que era publicada há muitos anos



 Bolinha, El Pájaro Loco, Super Ratón, Transformers (versão anos 1980), A Pantera Cor-de-Rosa e Luluzinha



E só não vimos mais por conta da fome e das esposas dos caras, que foram pegá-los para almoçar. Devo dizer que gostei de falar minhas HQs para outros. Compartilhar conhecimento é minha vibe. Por isso que sempre falo nas palestras: o quadrinho é uma ferramenta fantástica para fazer a molecada gostar de ler.

sexta-feira, abril 11, 2014

Articulando poesia, articulando alegria

E nestes momentos, fazendo poesia, ouvindo gente falando poesia, catalisando a vontade de quem curte literatura, que eu fico feliz, nem que seja rapidamente, esperando o próximo momento:








Sábado tem mais um Sarau da Lona Poética na praça do Mirandinha




Sábado tem mais um encontro de amigos e conhecidos que curtem literatura. É o Sarau da Lona Poética do Coletivo Arteliteratura Caimbé, que retorna ao gramado da praça do igarapé Mirandinha, no bairro Caçari.

A sessão de leituras e declamações começa às 18h e vai até 20h, permitindo que todos aproveitem o pôr-do-sol e o começo da noite. Quem não souber poemas decorados pode ficar tranquilo que a turma do coletivo levará alguns livros de autores locais e de outras partes do Brasil e do mundo. O megafone também estará lá para quem quiser projetar ainda mais a sua voz.

A Lona Poética estreia um novo “serviço” neste sábado: o espaço do escambo literário, para que os participantes possam trocar seus livros com outros interessados.

Sobre bebidinhas e comidinhas, lembrem da dinâmica da Lona: cada participante leva o que vai querer consumir e dividir com as demais pessoas.

Então é isso: neste sábado (12) tem Sarau da Lona Poética, começando às 18h, na praça do Igarapé Miradinha, bairro Caçari. Te esperamos, gente linda!

quinta-feira, abril 10, 2014

Conversas com Edgarzinho: dias de sol, dias de sombra

O céu de Boa Vista, às 8h da quinta 10.04: nada de nuvens
7h30, no carro, vamos para a escolinha:

- Papai, eu não estou vendo nenhuma nuvem no céu.

Eu, que mais cedo havia visto na TV a previsão “Chove no Norte e em Roraima o tempo fica estável”, com um sol imenso sobre o nosso pedaço no mapa, respondo:

- É, filho, hoje vai ser muito quente. Toda vez que não tem nuvens no céu vai ser muito quente, com o sol pelando a gente.

Ele, vendo o lado positivo (?) do sol e da luz:

- É, vai ser quente mas vai ser muito bom para brincar de fazer sombras. Legal, né?

- Uhum...



quinta-feira, março 20, 2014

A noite em que fui analisado


Cês sabem como é ser analisado e descobrir que havia ali no dito muito mais do que havia alcançado a nossa vã filosofia?

Não, não estou falando de ir deitar no divã dos psicólogos, psiquiatras ou psicoanalistas da vida. Estou falando de ter uma criação poética analisada por um especialista na área e de escutar o cara falando coisas que fazem sentido e que transcendem o que se pensou no momento da criação.

A história é a seguinte: sou agora aluno especial do mestrado do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL/UFRR). Então me senti na obrigação de participar de um evento muito bacana organizado pelo programa, o III Simpósio de Estudos de Linguagem e Cultura Regional: Regionalismo e Interdisciplinaridades.

Ontem à noite, quarta-feira, 19 de abril, estava na plateia da mesa-redonda Poéticas do agora: do regional ao universal. O último a falar foi o professor doutor Roberto Mibielli, que apresentou a análise de quatro poemas de poetas roraimenses: Avery Veríssimo, Cora Rufino, Francisco Alves e este que lhes escreve.

Quando o professor começou dizendo que o autor do próximo poema estava na plateia, que era jornalista, descendente de indígenas e, por último, venezuelano, fiquei surpreso. Sou eu, beleza, mas que poema o Mibielli terá escolhido?

A opção dele foi por Relatividades, publicado originalmente no blog no dia 23 de outubro de 2011.

Relatividade

A sugestão de pecado
Aparece de repente
Vestindo insinuante e
Indecente saia jeans curta.
Ainda seria sugestão
Se viesse de repente
Insinuante, exibida
Vestindo islâmica burka?


O que para mim é basicamente uma afirmação e uma pergunta sobre roupas femininas e o que podem ou não sugerir, no estudo do professor virou algo muito mais profundo. Finalmente entendi na carne o que significa a tal da análise poética.

Ele falou de olhar (isento ou não) jornalístico, de islamismo, do pecado na ótica cristã, de questões de gênero e umas outras coisas que não lembro. 

É que a cada frase eu pensava: caraca, mas eu só imaginei uma mulher de pernas bonitas usando roupa curta.

Pensamento curto meu à parte, foi muito legal o momento. Só fiquei pensando: e se não tivesse me inscrito no evento ou tivesse saído antes, será que ficaria sabendo? Quanto e quanto casos de análises de seus textos os colegas escritores estão perdendo?

Dia de preta: poema para Zanny Adairalba

 
A patroa celebra aniversário hoje. Achei mais barato fazer-lhe um poema do pé-quebrado do que gastar com futilidades. 

Dia de preta

Para Zanny Adairalba

Hoje é o dia da velha preta
Dia de celebração em nossa maloca
Hoje é o dia dessa negra poeta
Do olhar castanho-claro que me toca.

Hoje é dia de mais um dia
Com algumas dores e várias alegrias
Tempo de inventar-lhe alguma poesia
Com rimas nonsense, quiçá zombarias.

Hoje tem festa por Zanny, por mim apelidada Maria
Essa do olhar que no riso encanta e na fúria assusta
A preta velha, patroa, xamã, cangaceira de meu sertão
Essa que em nossa rotina toda hora um novo verso busca.

quinta-feira, março 06, 2014

Duas esquinas no mesmo cruzamento, duas faltas de respeito com o pedestre

Fui caminhar na quarta-feira de cinzas para ver se começo a perder o peso que ganhei nos últimos meses.

Fiz uns cálculos mentais de distância e decidi fazer uma rota diferente da que tenho percorrido desde que estamos numa casa alugada no São Francisco. Em vez de ir para a avenida capitão Ene Garcez, decidi embicar para a Ville Roy, minha avenida preferida na cidade.

Peguei a calçada direita da avenida Major Williams em direção à Ville Roy e no cruzamento com a Capitão Júlio Bezerra (mania antiga que havia na cidade de colocar nome de militar em tudo o que era rua), vi esta maravilha do respeito ao pedestre:



O tapume da obra não conta conversa: te joga direto na rua, sem espaço mínimo de segurança, bem de frente para um semáforo.

No retorno da luta contra as gordurinhas do mal, peguei a outra calçada. No mesmo cruzamento encontrei um exemplo de falta de respeito com os pedestres que passam em frente à igreja de São Francisco:



Como é que a pessoa tem tanta preguiça de caminhar um pouco do carro até a missa e falta de respeito com a legislação de trânsito na hora que vai para uma cerimonia religiosa? Pensando nisso, publiquei bem cedo a foto no Facebook com esta legenda:

Você que vai falar com Deus na quarta-feira de cinzas, tem preguiça de estacionar uns metros mais distante e deixa seu carro na calçada, obrigando pedestres a irem para a rua, correndo o risco de serem atropelados, ou pisarem no jardim do templo, deixa te avisar: estás fazendo tudo errado. Deus não curte sacanagem com seus outros filhos.

E olha que nem fã de discursos religiosos eu sou.