quarta-feira, dezembro 10, 2014

Deixa a Estátua do Garimpeiro em paz




O coordenador-geral da Frente de Proteção Yanomami e Ye'kuana, da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Catalano, criticou ontem um dos principais símbolos de Roraima, o monumento ao Garimpeiro, na Praça do Centro Cívico. Ele disse que a estátua seria uma apologia ao crime e que, por isso, vai propor a demolição do monumento.

Já havia lido algumas pessoas propondo a derrubada da Estátua do Garimpeiro por conta disto, por conta daquilo, blá, blá, blá. Mas foi a primeira vez que li alguém  com cargo público fazer a proposta.
Quer saber? Sou a favor de que permaneça aí. Se quando foi erguida tinha um significado, hoje adquiriu outro. É a lembrança do que não devemos louvar, mas também faz parte do imaginário de várias gerações. 

Eu mesmo tenho fotos feitas nele quando menino. Meu filho tem e recomendo a todo boa-vistense que leve seu filho para lá fazer a fotinha clássica com o garimpeiro ao fundo.
Quer derrubar "o que não nos representa"? 

Taca bomba no Monumento aos Pioneiros (havia índios aqui ocupando o espaço.No máximo, os brancos foram invasores), derruba a Igreja Matriz (a igreja católica, em certa fase e com certas atitudes, ajudou na opressão dos nativos), deixa cair a Casa da Cultura (opa, isso já está sendo feito) que abrigava os dirigentes vindos de fora para comandar a região; demole a Fazenda São Marcos e o que resta do Forte São Joaquim (ah, não, peraí. Isso já está acontecendo naturalmente e é bem feito, afinal, foi lá que os primeiros invasores firmaram seu controle no vale do Rio Branco).

Todas essas construções tem dualidades no que representam. Vão refletir sobre isso antes de mexer com a coitada da estátua e apoiem as ações contra a mineração ilegal. 

Beijos na bateia.

UP DATE em 11.12.14

Texto publicado no Facebook pela poeta e professora de História Elimacuxi a respeito da proposta de demolição:

Há poucos dias ministrei um minicurso sobre monumentos em Boa Vista e a violência discursiva de alguns deles sobre os indígenas. É preciso saber que a memória social é elemento essencial na composição da identidade e se forma sempre numa arena de disputas. Querer destruir um monumento central da cidade, como o Garimpeiro, é um ato político marcado pelo interesse de manipulação da memória coletiva, assim como também foi esse interesse que levou Helio Campos a erigi-lo, tantos anos atrás.

Eu escrevi parte da história de nosso estado baseando-me nos monumentos, que são importantes documentos históricos. Num estado como o nosso, onde não há arquivo público, onde tudo se apaga e a história é tratada como se fosse propriedade de uns poucos detentores de documentação, a proposta de demolição do Garimpeiro, feita por um representante dos interesses indígenas, não auxilia em nada no debate por uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais respeitosa dos direitos (bem como da memória e da identidade) dos demais.

Ministrei o minicurso por crer que não é demolindo os monumentos que se construirá uma nova consciência, mas demonstrando sua importância enquanto documentos vivos da história de exclusão e violência contra os indígenas daqui.

Não é destruindo obra de arte e patrimônio que se abrem novos caminhos. Conhecimento e amor é que mudam o mundo.

quinta-feira, dezembro 04, 2014

Ouvindo gente reclamona na rua


 Estava eu lá ontem, com a patroa e o indiozinho, tomando meu guaraná no quiosque do Marivaldo, no meio da praça Ayrton Senna, curtindo um ventinho sem poluição e vendo a lua nascer, quando a conversa da mesa ao lado começou a me irritar.

Era uma senhora reclamando para a sua amiga do calor da cidade; de como a energia elétrica oscila e a obriga a tirar os eletrodomésticos da tomada à noite, deixando-a cansada; de como as interrupções no abastecimento de energia e água a estressam; da falta de uma bandeja de carne cortada a seu gosto nas prateleiras dos supermercados e da necessidade de toda vez ter que pedir ao açougueiro que lhe atendesse.

A foto do Centro de Boa Vista é de Orib Ziedson
A senhora ainda falava que na cidade tudo era espalhado e o mormaço do meio-dia a incomodava, sendo melhor almoçar no RU (Restaurante Universitário) para agilizar sua vida neste horário (aqui saquei que trabalhava ou na UFRR ou perto); de como isso possivelmente era a causa do mau humor dos colegas nas reuniões de colegiado (aqui eu já deduzi que fosse professora).

A professora universitária continuou suas lamentações: sente falta do mar (morava no litoral), do apartamento que era seu refúgio e no qual ainda adora ficar quando vai visitar os pais (morava em prédio). Disse que gostava muito de passear naquela região perto da UFSC (Ok, veio de Florianópolis) e que ali tinha tudo o que ela precisava. Já em seu bairro atual, é tudo difícil, não tem mercearia por perto, não tem um bom queijo para comprar se quiser receber os amigos, o que a deixa cansada, e nem sempre está funcionando a bomba de ar do posto de combustível perto de sua casa – “aquele que fica ali, na avenida que passa ao lado da universidade”.  Aqui eu deduzi que a docente tem um carro para locomover-se e mora em um dos bairros que mais tem vendinhas na cidade: Mecejana ou Jardim Floresta .

O guaraná não chegava e a Zanny estava tirando umas fotos do moleque quando veio a pérola-mor: “isso de ter que tirar as chaves das portas quando a gente as fecha, de ter que trancar porta do quarto com as coisas dentro com medo de roubo é muito ruim. Isso me deixa cansada, estressada”. Ou seja, a dona professora morava em um prédio em Floripa e nunca sentiu medo de roubo, assalto ou furto. Eu, que conheço a Ilha da Magia e leio jornal, fiquei assim, pensando em como meus amigos mentem ao me contar dos problemas da segurança lá.

Estava quase indo falar para ela aquela frase padrão para gente que vem para cá obter a renda com que paga suas contas e reclama de tudo o que não tem na cidade: o aeroporto e a BR são a serventia da casa, funcionam todos os dias e ninguém é obrigado a ficar em Roraima se conseguir emprego em outro canto ou ganhar a sua redistribuição de cargo federal. 

Por sorte nessa hora chegou a jarra de guaraná e pude dedicar meus outros sentidos a algo mais prazeroso do que ouvir, sem querer querendo, a ladainha desta pessoa que não valoriza o que Boa Vista lhe dá.

terça-feira, dezembro 02, 2014

Um vídeo: entrevista para o G1 Roraima em julho de 2014

Vídeo publicado no portal do G1 Roraima em 25 de julho de 2014, por conta da passagem do Dia do Escritor.






Originalmente veiculado em http://globotv.globo.com/rede-amazonica-rr/g1-rr/v/edgar-borges-lembra-trajetoria-como-escritor-em-roraima/3520647/.

No vídeo, fui respondendo a algumas perguntas do repórter sobre quando havia começado a gostar de ler/escrever, minhas motivações e coisas do tipo.

 Foi gravado pela manhã, o que explica as olheiras do entrevistado e cabelo meio bagunçado.

terça-feira, novembro 25, 2014

Como reaproveitar material de um diorama/display/base para fazer outro ou Das tentativas de ser artista plástico

Em algum momento da longa vida deste blog devo ter dito que sou um artista plástico frustrado, desses que não consegue desenhar corretamente um círculo usando um compasso. Se não havia dito, dito está agora. Acrescento que vivo vendo na internet tutoriais sobre como fazer isto ou aquilo. No começo do ano o foco estava em street art. Toda a teoria do mundo foi instalada em minha cabeça, mas não consegui fazer prática de nada.

Depois de junho, quando rolou o encontro de fãs de HQs eaction figures, me voltei para a minha coleção de bonequinhos, importei alguns e veio a questão: podia rolar um cenário para ele, né? Daí ficaria mais bonito de exibir.

Comecei a pesquisar sobre como fazer bases para os bonecos que não se aguentam em pé e acabei assistindo a mil vídeos sobre dioramas.

Me apaixonei por um vídeo do canal gringo The Budget Jedi, que tem trocentos dioramas e displays produzidos, com dicas bacanas para tocar a vida nesta área. O mais legal é que mesmo gente que tem um inglês fraco (eu) consegue entender o processo de elaboração. Basta olhar com muita atenção as etapas.

Feito o comercial do The Budget Jedi, vamos ao vídeo que me fascinou. É o "Hulk Smash" Base Display:






O vi umas 10 vezes, até praticamente decorar as etapas e conseguir comprar todos os materiais necessários (ah, isso dos materiais também é responsável pelas minhas poucas aventuras no mundo das artes. Dá um trabalho descobrir o tipo de tinta adequada, como usar, onde se compra tal coisa e afins).

Fiz duas tentativas. Na primeira, usei muita espuma expansiva e o que era para ser uma rua explodindo virou uma montanha. Na segunda vez já dosei melhor a quantidade, mas errei no encaixe dos pedaços de isopor e os coloquei muito inclinados, o que me tirou “chão” para colocar os bonecos.

Ficou a dúvida sobre o que fazer com a montanha resultante da primeira tentativa: jogar fora ou reutilizar. Semanas depois, aproveitando o mote da chegada de uns bonecos menores e para passar o tempo enquanto a patroa viajava, decidi encarar a construção de algo novo.

Olha as etapas do processo e vai desculpando aí a má qualidade das fotos de meu celular:


Além de virar montanha (só me lembrei de começar a fotografar depois de cortá-la, a espuma fez um calombo na caixa, deixando-a sem base firme. Tive que fazer uns ajustes:




Começou o processo de modelagem dos degraus, que passou pelo arrancar de mais da metade da montanha:


Teste de encaixe com a turma dos pequeninos Iron Man da Kaiodo (comprei no Ebay encantado pela base das fotos) e da Marvel Superhero Squad:



Enquanto via o desequilíbrio dos bonequinhos, ia pensando: o que fazer com o esse Homem de  Ferro em posição de voo?


Visão lateral para ver o que dá para fazer:


Uma caneta e um clipe e já tinha a base para fazer o Iron Man voar:


Início das tentativas para dar o equilíbrio: piso de isopor ainda sem pintura:

O visual já deu uma melhorada  e os actions não caem tão facilmente:

Spray vermelho na espuma para dar contraste (derreteu um pedaço do isopor que já estava inserido no material) e tinta preta para os blocos do isopor). Outra cara:

Como era para o Iron Man, fiquei com um negócio de tentar reproduzir metal do lado externo da caixa. Comprei papel alumínio e a forrei. Devia ter usado o lado mais fosco:

Mostrei o resultado para o Edgarzinho, que fez uma cara feia e mandou que pintasse o papel com giz de cera branco "para dar um efeito melhor"...

No fim, ficou assim, com uma superpopulação de Homens de Ferro:




Visão lateral: definitivamente eu devia ter pintado a caixa e não ter colocado o papel alumínio:


Depois desse aí não me meti a fazer outro. As pesquisas continuam e algumas ideias estão na cabeça. Falta disposição para realizá-las.

quinta-feira, outubro 23, 2014

Sabe a chuva?


Sabe essa chuva, seu moço? Se eu fosse supersticioso e acreditasse nessas coisas que ficam acima da gente, diria que tem alguém no céu chorando antecipadamente pelo tipo de governo que nosso estado terá nos próximos quatro anos.

E, seu moço, se eu fosse supersticioso, ficaria na dúvida entre escolher se o choro era do criador ou de alguma criatura dele.

Agora que o senhor falou sobre minha opinião sobre o possível tipo de governo, lhe digo: não tenho poderes mentais de adivinhação, não, seu moço. Que é isso? Como posso saber o que vai acontecer? Se eu soubesse, aí eu seria obrigado a acreditar nessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?

Seu moço, eu só acho que o passado da gente fala muito. Por isso que eu escondo o meu, sabe? Tem coisa que faço questão de não lembrar nem em sonho. Mas esse povo, seu moço, tem história demais de feias publicadas por aí. E eu leio, moço, ouço, até vejo umas de vez em quando. Dá uma dó bem aqui no meio dos peitos saber o que acontece cada vez que fazem coisa ruim e a gente paga por eles...

É que esse povo não é supersticioso, sabe? Se fosse, não se meteria em tanta ação feia. Antes disso, ficaria só fazendo o bem, com muito medo dessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?
E, seu moço, cuidado com essa chuva, viu? Ela pode não ser choro, mas dá uma tristeza imaginar que fosse...

quarta-feira, outubro 08, 2014

Ruy Othake, meu bródi


Ruy Othake está em Roraima fazendo um trabalho para o TRE e deu um pulo na UFRR. Fui fazer foto dele por conta do trabalho e já ia embora quando me falaram que era o arquiteto responsável por um projeto muito lindo em Heliopólis (SP). Daí me toquei que sou fã da ação do cara mas não tinha ligado o nome ao trabalho.

sexta-feira, outubro 03, 2014

Da possível gestão cultural no futuro governo de Roraima e meus medos sobre ela



Duas coisas que venho pensando há dias e quero compartilhar antes de domingo:

A campanha está acabando e eu li muita bobagem e muita coisa interessante escrita pelos eleitores dos candidatos aos cargos majoritários.

Percebi um ponto em comum: damos, me incluo, muita importância a quem vai ficar nos postos de governador e presidente e acabamos sem  fazer uma análise mais apurada do tipo de congresso que o Brasil precisa. Os senadores e deputados federais (e os estaduais também) são os nomes que de fato mandam no país. Qualquer reforma, qualquer lei, qualquer iniciativa  dos gestores passa pela câmara e pelas assembleias.

Então, para que votar em pessoas que não estão comprometidas com um Brasil melhor, mais justo, menos opressor? Escolher ruralistas, fundamentalistas religiosos, gente que compra voto descaradamente, gente que é parlamentar há décadas e nunca apresentou projetos ou defendeu ideias relevantes, representantes do grande capital e outras linhas afins não vai ajudar nada na construção de um país diferente. 

Mas isso é óbvio, né? Tão óbvio que estou com medo que as pessoas esqueçam e reelejam os piores e elejam os mais vazios...

Bem, essa era a primeira coisa. A segunda tem a ver com política cultural. Ou melhor, com as propostas (e a falta delas) de gestão cultural dos candidatos ao governo de Roraima. 

Não vou comentar as propostas de Hamilton (PSOL) para o setor por absoluta falta de conhecimento do que propôs para o setor. Dito isto, vamos para a minha opinião sobre:

Chico Rodrigues, candidato à reeleição pelo PSB: o fato da Secretaria Estadual de Cultura ter ficado sem titular durante quase três dos cinco meses de gestão do atual governador já pode dizer muito sobre a relevância do setor para ele. 

Li um folheto com as suas propostas para a próxima gestão e a única referência a cultura era criar um Fundo Estadual de Cultura. O problema é que ele vai ter que fazer isso de todo jeito, pois faz parte do pacote assinado com o Ministério da Cultura há anos. 

Quer dizer, não apresentou nada de novo, nada de proposta. 

Isso ainda não é o que me incomoda mais em seu governo. Pior mesmo é prever que a Secult continuará inoperante, pensando e atuando como se ainda fosse uma divisão da Secretaria de Educação, sem buscar capilarizar suas ações, ensimesmada nas práticas de gestão que remetem ao antigo Território Federal de Roraima, tempo dos projetos aprovados no balcão para os amigos e compadres. Cadê editais, programas, propostas de antenar-se mais com a linha seguida pelo Governo Federal? 

O que me dói é que participei de tantas ações pressionando o governo pela criação da Secult e deu nisso...
Enfim, vamos para Ângela Portela (PT). Deixaram em minha caixa de correios um folheto com suas propostas. Ela, salvo engano, elencou quatro ou cinco ações para o setor de cultura. Me deu um desânimo quando vi que a mais destacada era fortalecer a lei de incentivo, focada na renúncia fiscal. Quer dizer, mais do mesmo tipo de fazer cultura? O produtor/artista vai ter que continuar a bater perna para conseguir no mercado o apoio aos seus projetos? Vai seguir na linha do que já vem sendo feito há anos?

Ah, sim. As demais propostas estão todas previstas no Plano Nacional de Cultura, discutido, aprovado e sendo tocado pelo Governo Federal.

Mas isso não me incomoda tanto quanto a possibilidade de Ângela colocar à frente da Secult algumas figuras locais que se ligaram ao PT para conseguir cargos e vantagens no setor, mas que nunca atuaram para valer se não fosse para garantir um naco a mais no jantar de gala. Fiquei imaginando a turma montando seus feudos nas verbas da Secult e mantendo a gestão empacada como sempre...mas é claro que isso deve ser má vontade minha, encrenqueiro que sou por não acreditar na boa fé destas pessoas.

Fechando, vamos para Suely Campos (PPS). Confesso que não vi suas propostas, mas como tive contato com ela durante o tempo em que foi vice-prefeita de Boa Vista e lembro dela do tempo em que foi primeira-dama, vou deduzir: deve colocar para gerir o setor aquela turma de gente antiga, que nunca ouvir falar de participação democrática, que pensa em seu grupo primeiro e cobra apoio a toda eleição, que nunca pôs os pés numa conferência de cultura, que ignora o processo que está em andamento no Brasil desde a gestão de Gilberto Gil à frente do MinC. 

Ou seja, de todas as possibilidades, a pior é a Suely e sua turma assumirem o governo. Chega dá arrepios pensar nisso, imaginando o tipo de comportamento que, tomara, não tenham os futuros gestores do setor.

No mais, é isso: não espero muito dos ainda candidatos quando assumirem. E espero estar muito, muito, muito errado em minhas leituras de contexto.

Sobre esses esclarecidos de ocasião

Nunca levantou a voz para reivindicar melhorias coletivas, ganhou verba direta no balcão do governo estadual para fazer suas coisinhas e teve cargos em que não precisava bater ponto.

Agora, quando perdeu os benefícios, vem reclamar da péssima gestão estadual em todas as áreas?

Véi, quem se enquadra nesse quadro não merece um like, muito menos o meu respeito.

quinta-feira, outubro 02, 2014

Sobre dois slogans de campanha em Roraima



1.  Deputado candidato à reeleição, desses com posses meio incompatíveis com a renda de um político, desses que, independente de quem estivesse à frente do governo, sempre foi situação e sempre concordou com tudo o que o governante de plantão quisesse, usa como slogan a frase “Roraima não pode parar.”


Toda vez que leio isso, eu, automaticamente e sem fazer esforço, penso: não pode parar de que? De servir como plataforma para enriquecer gente como tu, deputado? De ser um estado com tantas desigualdades e gestores preguiçosos para solucionar os problemas?


2.       Não sei de quem é o slogan e estou com preguiça de pesquisar, mas sempre que vejo a picape adesivada passando na área do campus da UFRR, consigo ler as letras garrafais da frase: não vamos desistir de Roraima.

Aí, imediatamente eu boto um parêntese na frase e fica mais ou menos assim: não vamos desistir (de explorar até a última gota) Roraima.

sexta-feira, agosto 01, 2014

Postando sobre coleções: a de moedas e cédulas



Depois de postar as fotos com as novas peças que ganhei para dar um plus na coleção de moedas, lembrei que havia um tempão estava sem mexer na caixinha que as guarda.

Fiquei um tempão me programando para abri-la, fotografá-la e montar um texto. Justamente um ou dos dias depois de fazer as fotos, Luma Rosa deixou um comentário na postagem falando de suas coleções. Isso deu mais vontade de compartilhar as imagens das moedas e das cédulas que tenho.

 Vou começar com a estrela da coleção: uma moeda de prata de 1922, do tempo em que o país do Simón Bolívar chamava-se Estados Unidos de Venezuela. Salvo engano, foi presente de uma menina que gostava de mim quando morava em Guasipati. Acho que tentou me comprar...=P


Os valores destas aqui fizeram parte de minha infância. Lembro que com 2 bolívares comprava na bodeguita da esquina uma garrafa de um litro de Pepsi-cola. A de 5 bolívares era chamada de “fuerte”. Assim, se algo custava 5 bolívares, dizíamos “vale um fuerte”. O tempo passou e a família dessa turminha, que começava em um centímo, ficou força para nada.




Essa do canto inferior esquerdo foi encontrada na rua, toda machucada e suja. É de 1943. Cheguei a comprar um produto chamado Brasso para tentar limpá-la. Não deu certo e hoje não me preocupo com isso. Vou guardando apenas. A do meio eu curto por umas das poucas de 1976, ano de meu nascimento, que tenho.






Visão geral e desfocada das peças.  Tem da Argentina, Aruba, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos da América, Venezuela, Guyana, Peru, Brasil (claro) e dois ou três países a mais que não lembrei de anotar.







Da esquerda para a direita, de baixo para cima, a prova de como a inflação vem massacrando a Venezuela há décadas. Quando era molequinho, ter uma nota de cem bolívares era ter grana. Depois veio a de 500, apelidada de “orquídea”. Foi seguida pela de mil, dois mil....aí virou algo tipo o Brasil na época do Sarney. As duas últimas ainda compram ou ajudam a comprar algo por lá.




 Quem tem mais de 35 anos deve lembrar-se de ter mexido com estas. Acho bonitas essas cédulas. Levavam o rosto de poetas, médicos, músicos...






Esta leva, que ganhei de presente de meus primos Manoe e Junior, fazia parte da herança deles após a morte do pai. Tinha um de cada uma, mas só peguei uma unidade por valor. Estão novinhas e fazem parte do tempo em que as cédulas da República dos Estados Unidos do Brasil (1889-1930, segunda a Wikipedia) eram impressas na Inglaterra. Ou pelo menos isso é  o que entendi lendo as informações nas cédulas.




Tem outras poucas cédulas da Guyana, EUA, Líbano e um ou dois países a mais. Nem quis fotografar...
 
Agora falta achar e fotografar a coleção de caixas de fósforos. Depois volto a falar de quadrinhos e no final, quando chegarem mais, mostrarei a de actions figures/figuras de ação/bonequinhos.