domingo, dezembro 30, 2018

Diário de um mestrando - 10o mês

03.12.18 - segunda

Acsa, colega de orientadora (ou seja, dividimos a mesma orientadora), defendeu hoje pela manhã sua dissertação. Ela falou sobre o artista plástico Izaias Miliano. Confesso: fui lá no auditório mais para ver o modus operandi da defesa do que para ouvir o que ela havia pesquisado. No final, a banca, que além da professora Leila Baptaglin, estava formada pelos professores Reginaldo Gomes e José Brito Neto, deu várias sugestões bacanas.








Anotei algumas na forma que estão abaixo:


Defesa da acsa

1. Google acadêmico
2. Adriana Moreno pesquisa sobre identidade
3. Pizarro 2005? Sobre construção discursiva

Análise professores

4. Para meu trabalho: falar em identidades. No plural. Motivo: foram várias as que Frank ergueu.
5. Falar da mudança e linkar com letras novas
6. A nossa entrevista pode ser considerada uma construção. Usar partes em que ele usa metalinguagem na entrevista.
7. Cuidado com a naturalização dos conceitos. Cuidado com falar de algo sem explicar. Caso: conceito de artista indígena.
8. Arte no universo ocidental com elementos indígenas. Vanessa lembrar
9. Como está meu conceito de memória e história? (não são sinônimos)
10. Talvez falar sobre redes de sociabilidade do Frank. Parcerias. Se vê na Gang do Rap e no 7niggaz.
11. Estudos culturais babba e Canclini. Avanços: estudos da epistemologia do sul. (Descolonialidade?). Ver João Boaventura Santos (isso mesmo?).
12. Artistas performam identidades. Quantos seres ele performa. Artista/criador/ família/. Vanessa lembrar.
13. Artista de plástico citada numa pesquisa. Lembrar menina Acre.
14. Falar de redes de cooperação na parte do hip Hop e depois.
15. Estatuto social do artista. Regime de singularidade. Madelaine "Maine"?.
16. Performance do sujeito contemporâneo. Tem na entrevista na parte do nome. Há performance na entrevista. A memória não é estática, ela se constrói agora.

............................
Tem umas aí que anotei para compartilhar com a colega Vanessa Brandão, que também está analisando um artista de origem indígena, o Jaider Sbell.

04.12.18 - Terça

Fui dormir bem tarde, depois de revisar a transcrição da entrevista com o MC Frank de D'Cristo. Nove páginas no total. Uns 35 minutos de conversa. Estava com dor nas articulações e na coluna. Pensei que fosse de tanto ficar sentado, mas era o aviso de uma infecção estomacal. Amanheci mal da barriga, mas pelo menos a febre sumiu. Não vai rolar pedalada hoje nem saída de casa para pegar um trabalhador que limpe o quintal.

Bem cedo chegou (ou será que chegou ontem bem tarde?) o agendamento de reunião de orientação. Era uma das demandas do dia, como é possível não entender na minha letra na agenda:


Vamos lá, continuar mexendo na dissertação até uma dez horas e aí começar a pensar no que vou apresentar quinta no encerramento da disciplina. O que vou abordar em meu artigo? - Pesquisar no Google já.

05.12.18 - Quarta

Encerramos hoje a disciplina Seminário de Pesquisa. A professora disse que entre seminários e apresentações nos eventos acadêmicos que rolaram no semestre, quase todos já aprovamos. Vai ter gente tendo que se virar um pouco mais para conseguir a nota.



São 15h13. Olho pra rua na esperança de conseguir encontrar uma linha perdida de raciocínio que alguém deixou cair e que me sirva para o trabalho que devo apresentar amanhã.

A infecção estomacal está quase zerada e estou com visitas da Venezuela. Mais tarde supostamente devemos fazer um churrasco. Esse tema tem que chegar logo.

São 19h40. Consegui fazer algo parecido com um resumo do artigo, apresentando a ideia que tive, e agora vou correr para fechar os demais slides da apresentação.
Fiz um poema sobre minha tarde pensante e publiquei no blog. Clica aqui para ler.
20h20...Terminei. Terminar significa que fechei o que tinha de fechar, não que "uau. É o melhor trabalho acadêmico de minha vida atual e passada e futura". Que venha quinta e bora agora comer parrilla.

06.12.18 quinta

Apresentei a proposta de artigo, recebi sugestões, sugeri coisas para os artigos dos colegas, nos despedimos e encerramos oficialmente nossos encontros de grupões na jornada do mestrado. Agora é cada em sua soledad rumo à qualificação em fevereiro e depois via direta até a Defesa Final. Alguns colegas da turma 2018.1 do PPGL já estão em outros estados, outros vão partir ano que vem. O mestrado é um caminhar solitário.




Colega Carla Caroline
Colega Enderson Monteiro



Colega Jackson (As fotos são do colega Paulo, no encerramento da disciplina Arte, Cultura e Identidade)
Coincidentemente o Edgarzinho também encerra hoje o ano letivo dele.
Hoje tinha e não tem mais orientação. Ficou para amanhã.

07.12.18

Dia de orientação, de alguns cortes e pedidos para melhorar. Basicamente, é escrever para qualificar em fevereiro. A professora Leila disse que falta pouco nesta fase, que é só explicar melhor ali o que é linguagem, definir ali afinal qual é a grafia do conceito que vamos usar, mexer ali, remexer acá e fazer algumas páginas de uma análise simples do material coletado na entrevista. Eu acho que termino isso em uma semana. Parece fácil. Se rolar, vou me dar uma folga e só pegar nisso de volta em janeiro.

10 a 13.12.18

Assim, fácil, parecia que era. Pode até ser, mas me compliquei entre lerdezas, alguma preguiça e um pouco de desconcentração. Mesmo assim, escrevi tanto (ou passei tanto tempo escrevendo) que minhas costas doem. Isto é, acredito que seja por ficar muito tempo sentado, mas pode ser a pedalada que dei domingo e puxou muito depois de uns dias de sedentarismo. Tomara que o material sirva e não seja apenas bobagem que estou considerando algo muito bom.

14.12.18

Dia de pausa (a contragosto) para ir na reunião do Colegiado do PPGL. Sou uns dos representantes da turma 2018.1 e devo aparecer na UFRR como suplente do colega Antônio Lisboa, titular, que está de férias na Europa (leia aqui nas entrelinhas um pouco de inveja do master boy Antônio. Não da viagem, mas de sua eficiência acadêmica que lhe permite estar de folga numa boa enquanto ainda estou me matando aqui).






Minha orientadora em primeiro plano, professora Leila Baptaglin


Discutimos (eles, os professores, na verdade, e muito) a manhã inteira a seguinte pauta:

1) Solicitações de prorrogação de prazo de qualificação/defesa;
2) Recomposição da Comissão de Edital PVNS e encaminhamento do edital;
3) Aprovação do relatório de estágio da Discente Anna Paula;
4) Aprovação do relatório do Bolsista PNPD Luiz Eduardo Rodrigues Amaro;
5) Solicitação de autorização para intercâmbio da Discente Vanessa Brandão e Costa;
6) Verificação da situação das bolsas de Demanda Social que ficarão ociosas em 2019.1;
7) Informes.
Na reunião, finalmente, o Colegiado votou pela aprovação dos pedidos de reaproveitamento de disciplinas que eu e o Antônio havíamos feito no começo do semestre passado. Como já havia sido aprovadas Ad referendum, passaram. Mas ainda houve professor questionando as que fizemos em outros programas e dizendo que o PPGL deveria formar uma comissão para avaliar nossos pedidos. Felizmente outros não embarcaram nessa bobagem.
De tarde participei de uma reunião com um grupo de professores e alunos do curso de Português- Libras da UFRR. Por iniciativa da professora Alessandra Cruz, minha colega loira de mestrado, vai ter tradução para Libras de meu ainda inédito livro de poemas "Incertezas no meio do mundo".




Estou muito feliz pelo projeto da Alessandra e encantando com as interpretações que o povo está fazendo dos textos. Para todos, eles e eu, está sendo um desafio muito interessante este processo.

17.12.18

Que os trabalhos recomecem numa segunda bem preguiçosa.

19.12.18 quarta
Sobre segunda: sentei pela manhã e não saiu nada. Tava num sono violento e falta de concentração. A presença de um eletricista na casa para fazer umas instalações ajudou muito a não conseguir fazer nada pela manhã. À tarde, mesmo com o cara ainda na casa, consegui achar a concentração. Escrevi pakarai, pensei, revisei (mentira) e fechei a principal e mais árdua parte das melhorias que a professora Leila pediu. Depois fui pedalar para relaxar e na volta ainda assistir a um episódio da terceira temporada de Outlander.
Sobre ontem, terça: inverti minha rotina e sai de manhã para resolver coisas, deixando a tarde para o texto da quali. É uma bobagem o que tenho que fazer, mas não saiu nada, nada, nada.
Sobre hoje: aqui estamos, depois de ter acordado às 5h30 da manhã desnecessariamente. São 9h50 neste momento e já vi trocentas notícias, mandei e-mail para meu colega de mestrado Jackson com um artigo que (acho) deve ajudá-lo com o tema dele, já fui ali no quintal e voltei, já brinquei com o Balu...Cá estamos e nada de conseguir fazer a parte que parecia simples.
21.12.18 Sexta
A meta era ter fechado o texto da quali ontem. Mas me enrolei na quarta e só consegui fechar parte do trabalho à noite. Ontem pela manhã (o que aconteceu ontem pela manhã?) não fiz a última parte, que se tratava de ir atras de todas as referências para saber como elas grafam uma palavra que estou usando no texto....Ah, lembrei, na hora que comecei chegaram o João e o Alex para instalar um chuveirão no quintal e fui atendê-los. Terminaram bem depois do meio-dia, fui almoçar já quase às 14 e depois dormir. Quando acordei estava disposto a me livrar de tudo até o anoitecer, mas, ainda na cama, ouvi a cabeça da minha enteada batendo no chão da varanda e logo em seguida a Zanny, minha esposa, me chamando. Lai havia desmaiado. Entre a inconsciência, convulsões e espasmos passaram-se cerca de duas horas e pouco. Fiquei ao seu lado o tempo todo. Depois que ela e a mãe foram para o hospital na ambulância fui gerenciar a janta do Edgarzinho e a casa, liberando-me por volta das 22h, 21h.. Ou seja: zero condições de sentar na frente do computador para olhar se a palavra X está ou não escrita assim nos textos.
Hoje, às 10h49, terminei minha pesquisa sobre a grafia, aproveitei e li novamente um texto muito legal da Diana Klinger e mandei meu material para a professora Leila. Agora espero me dar uns dias de folga. Quer dizer, nem sei se vai rolar. Baixei tanto material nas leituras transversais que acredito que vou ler um pouco todo dia. Mas isso eu vejo semana que vem. Agora o foco é ir pegar a bike do Edgarzinho e comprar o almoço para nós, que voltamos a ter a companhia da irmã e da mamis depois de terem passado a noite no hospital.
30.12.18 Domingo

Sabe o que escrevi antes, sobre a folga? Tá tendo. Em todos estes dias não peguei no computador para nada além de uma noite em que decidi ler umas HQs que baixei. (Em compensação, o celular não sai da mão).


Uma cerveja na praça para ver gente e sentir a brisa gostosa de dezembro

Final de tarde na Praia dos Gnomos, rio Cauamé

Habemus ciclista. Muitas pedaladas legais feitas ultimamente


Edgarzinho cortou o cabelo. Eu não.

Essa cadelinha é a Mia. Seu dono é o Timóteo Camargo, que também é dono do caiaque


Vou encerrar os registros do mestrado neste ano. Se tudo correr bem, manterei minha decisão de ter umas férias mentais até pelo menos dia 3. Enquanto isso, vou pedalando, indo à praia, torcendo para que nada de ruim bata à porta.

Passarinho que me acompanhou enquanto fechava o Diário de um Mestrando relativo a novembro de 2018
Então é isso. Até 2019, sem metas, sem proposições que não vou cumprir. Vamos só focar em pedalar sempre, fazer um bom mestrado e tentar sair mais de casa para conversar com outras pessoas (principalmente agora que não terei mais aulas e a interação social que elas traziam vai cair drasticamente). Ah, se conseguir, quem sabe não organizo uns saraus?




Feliz 2019 para quem chegou até aqui e lembre-se: para ler todas as edições do Diário de um mestrando, clique aqui.

quarta-feira, dezembro 05, 2018

UM POEMA PARA O FINAL DE SEMESTRE LETIVO




O prazo é amanhã

Tá na hora

Tá na hora

O que será que aconteceu

Com o pensamento que se perdeu

E não achou o caminho para o prazo

Que sucumbiu ao tempo e ao espaço

Que se enredou nele agoniado

Em um fim de ano descompensado?

sexta-feira, novembro 30, 2018

Diário de um mestrando – 9º mês


Há três meses publiquei pela última vez sobre minhas penas no mestrado. Até cheguei a elaborar o diário no mês seguinte, mas fiquei ou com muito cansaço ou sem computador. Não, não fui tomado por uma doença ou tive o aparelho roubado. Foi bem pior: entrei no modo reforma de casa, um sofrimento que vinha adiando há alguns anos mas que em 2018 decidimos encarar. 


Um pouco de bom humor no status do instagram para aliviar as penas
O resultado foi que passamos, toda a família, a viver entre caixas com as nossas coisas empacotadas, caixas com material que deveria vir em algum momento para a obra, caixas que ninguém sabia o motivo de estarem ali e muito desconforto no lugar onde morávamos, já que nada estava em seu lugar habitual. O nosso cotidiano ficou todo direcionado para acordar, vir na obra, ir nas lojas de material de construção, vir na obra, ir nas lojas, vir na obra, ir nas lojas...

Caixas na casa nova
Fui tudo em um crescente, claro. Talvez o atraso no trabalho tenha rolado pela nossa leve ausência no começo. Mas depois praticamente ficávamos o dia inteiro. Resultado além de estar novamente em casa depois de alguns anos fora? Demorei a entrar no modo “semestre 2018.2”. 

Chegava tão cansado em casa que não tinha disposição para algo além de sentar e ver as imagens da TV passarem ali, sem comunicar muito, sem dizer quase nada. Passei a dormir mais cedo do que nunca havia dormido na vida e a acordar idem. Na verdade, houve noites em que quase não dormi.

Foucault...que leitura difícil
Isso me atormentou muito. Talvez não seja o gênio intelectual das humanas, mas gosto de ir para aula pelo menos com um pedaço do texto lido. Acho um desperdício de tempo e de curso não ter lido o material antes e ficar sem poder discutir os conteúdos. Quer dizer, posso até não discutir por falta de entendimento, mas aí já é outra história.

Um meme que me representou este semestre

Acho que só fui entrar no semestre uns dois meses depois que havia começado. Foi quando limpei a minha velha mesa e abri o computador, li um PDF, mexi no caderno de anotações, me senti um estudante sério novamente. 

Apresentando um texto do Walter Mignolo sobre desobediência epistêmica e descolonialidade na disciplina Seminário de Pesquisa, ministrada pelos professores Adriana Albano e Emerson Carvalho
A colega Valdirene dizendo que desobediência é eu continuar usando bermudas a vida inteira. hahahaha

Tive que fazer jornada dupla para dar conta das leituras atrasadas. Quando terminava de ler o material da próxima semana, começava a ver o que havia sido passado no começo do semestre. Aí então as falas faziam algum sentido.


Quando tudo parecia estar engrenando, logo nos primeiros dias da gente estar curtindo nossa casinha quase nova, Lai, minha enteada, teve uma crise violenta de desmaios e convulsões que durou uns 16 dias. Foram momentos duros. Zanny ficou praticamente morando no hospital e eu fiquei responsável total pela casa, pelo suporte externo a elas e pelo Edgarzinho e seus estudos. 

O bom disso tudo é que aprendi um bocado de coisas de matemática, tipo a multiplicação pelo método da gelosia e a multiplicação pela propriedade distributiva (isso aqui me levou uns dois dias entender).

Agora no dia 25, para completar o quadro de agonias, morreu seu Adair J. Santos, meu sogro, um cara bacana no trato e um escritor também. 

No meio dessa crise no hospital e na vida rolou a eleição... Que desastre o resultado, digo apenas isso...

O banner digital que espalhamos para avisar aos amigos e conhecidos a notícia da morte de seu Adair
Além de tudo o dito acima, rolou um atraso violento também no avanço do texto da qualificação. Não tinha nenhuma condição de parar para ler, analisar e processar o material. Só fui retomar isso agora em novembro. Continuo atrasado e agora um pouco confuso sobre como avançar na questão das categorias de análise. Mas o bom é que a prensa suave que levei da professora Leila, minha orientadora, me tirou do lugar e já fui fazer a entrevista com o sujeito de estudo, o MC Frank D’Cristo. Vou analisar quatro músicas dele para tentar identificar quais elementos ele usa em suas narrativas músicas para construir-se identitariamente. 

MC Frank D'Cristo (Foto: MC 7niggaz)

Eu, concentrado na hora de perguntar as coisas pro Frank (Foto: MC 7niggaz)

Sim, isso mesmo. Construir-se. Sou desses, bem pós-moderno dos Estudos Culturais. 

Dezembro será dedicado a isso e a escrever um artigo para a disciplina...Caraca, só sei os nomes das disciplinas se olhar o caderno...pronto, colei: Arte, Cultura e Identidade, ministrada pelos professores Eduardo Amaro e Tatiana Capaverde. Tenho vontade de usar conceito do Cronotopo, de Mikhail Bakhtin, Baki para os íntimos, mas não sei como. Quer dizer, saber, até sei. Não sei em que. Ainda. 

Bardin e Bakhtin, uma dupla legal

Ah, participei da Semana de Letras da UFRR. Foi minha primeira vez neste tipo de evento. Achei legal e não tão dolorido como pensava. Claro, há de se ter o que falar para ir lá na frente. Essa é a parte dolorida. Ah, sim. Fiz uma comunicação oral sobre minha pesquisa. 
Bueno, que más? Deixa eu lembrar...: reformei a casa, voltei para minha casa, continuamos mexendo na casa, voltei a ler os textos, estou lendo coisas novas além das disciplinas, quase acaba o semestre, acho que aprovei no semestre, falta fazer um artigo para aprovar numa das disciplinas do semestre, estou pedalando sempre que possível, estou lendo sobre categorias e sobre análise de conteúdo para poder avançar no texta da qualificação, a qualificação será em fevereiro, então está logo aí, no virar do mês praticamente, estou cansado algumas muitas vezes, sentindo-me um pouco incapaz, quer dizer, incapaz não, meio lento na verdade.



Mapeando em qual sala ia rolar a parada oral

Uma das mesas do evento

Acho que é isso...dezembro não tem mais aula a partir da próxima semana, ficando com mais tempo livre para agilizar o que deve ser agilizado...


Vou embora. Tchau. 

































quarta-feira, agosto 22, 2018

#05 Mostrando as coleções: estátuas Crazy Toys do Wolverine

Na edição #05 da nossa série "Mostrando as coleções" trazemos duas estátuas do personagem Wolverine. Uma foi comprada em São Paulo e a outra é da marca Crayz Toys, via Aliexpress.


   


 Se gostou do vídeo e quer que a gente continue botando vídeos de nossas coleções, deixa seu joinha, compartilha e mostra pro mundo um pouco do colecionismo na Amazônia!

segunda-feira, agosto 20, 2018

#04 Mostrando as coleções: Batmobiles do McDonalds e da Shell e miniaturas Eaglemoss


Na edição #04 da nossa série Mostrando as coleções trazemos nossos Batmobiles do McDonalds e da Shell, além de algumas miniaturas Eaglemoss que temos aqui em casa. 

Se gostou e quer que a gente continue botando vídeos de nossas coleções, deixa seu joinha, compartilha e mostra pro mundo um pouco do colecionismo na Amazônia!

terça-feira, agosto 14, 2018

Tínhamos todas as boas opções do mundo...






Tínhamos todas as opções do mundo, mas escolhemos justamente navegar placidamente em mares de raiva. Optamos por não olhar para as nossas responsabilidades, por evitar críticas fundamentadas, estudadas, refletidas, analisadas.

Optamos por esquecer que acima de nós havia uma outra categoria de pessoas com mais poder, mais dinheiro, mais voz e outros interesses que não os nossos. 

Optamos por ouvi-las e segui-las, sem atentar que seus destinos não eram os nossos e que seus alertas de “perigo” e “basta disso” eram um canto da sereia que levaria nosso barco às pedras e o deles ao porto.

Tínhamos tanto amor para espalhar, para postar e respostar, mas optamos por sermos ínfimos, maledicentes, por entrar em listas pedindo que fechassem as portas da casa que sempre adoramos quando nos éramos os visitantes, os estranhos, reis em outros lugares.

Nem todos fomos assim, é verdade. Houve quem não gritasse ódio e sim berrasse amor, fraternidade, entendimento, compreensão, empatia e outras coisas consideradas bobagens. 

Houve quem mantivesse isso e houve quem apenas falasse, sem nunca ter agido com amor, que já bastava de tanto carinho para os outros, que estava na hora de ser carrancudo, odioso, opressor, mesquinho e outros adjetivos confundidos com moralidade, patriotismo e cuidados com os da terra.

Houve quem falasse em meritocracia enquanto bebia algo caro sentado na cadeira de couro que ganhou de sua família, de seu esquema financeiro corrupto e corruptor, de seu padrinho político... 

Houve quem falasse em religião como motivo mais do que justo para não aceitar o diferente e ouve quem usasse a religião como motivo mais do que justo para apontar sua língua bifurcada contra o diferente.

Claro, houve muitos que amaram, que abraçaram, que criticaram o alvo certo, mas continuaram ajudando. E houve também quem foi ler mais, ouvir mais, conversar mais, lembrar mais de si e de seu passado (ou do passado de seus antepassados) para entender que a história é cíclica e o mundo dá voltas por ser redondo – nunca plano, apesar da insistência.

Uns tinham todas as opções do mundo e optaram por gritar em vez de abraçar.

Outros (ainda bem que havia bem em outros) também tinham todas as opções do mundo e escolheram a empatia, a ajuda, o entendimento de que amar só os próximos e os conhecidos não faz sentido e de que o mundo é muito grande para alguém insistir em ser pequeno e achar isso uma grandeza.

domingo, agosto 05, 2018

Embelezando o jornal com outros escritores de Roraima

O povo da coluna Okiá, veiculada no jornal Folha de Boa Vista, publicou esta semana uma foto na qual apareço com outros integrantes da cena literária de Roraima. 

A imagem foi produzida pela equipe do Sesc Roraima para o evento Sesc Literatura em Cena e nela aparecem, além de mim, óbvio, Zanny Adairalba, Aldenor Pimentel, Felipe Thiago e Tana Halú. A foto saiu no dia 31.07.18.





No print da versão digital ficamos ainda mais charmosos, acho: 


sexta-feira, agosto 03, 2018

Poema quebrantado e aleatório


Amendoim seco uma briga haverá amanhã
que tempo é esse inverno que
nunca
acaba até
quando esse silêncio tão forte uma
ca
ra 
de
chá uma taça
de vinho um copo de
água dúvidas muitas
dúvidas uma página cheia de letras e de
significados
e
nenhum entendimento
lembranças de quem
não está mais papeis com anotações letras
feias letras desagradáveis promessas
nunca
feitas sempre cobradas teorias
espancando tua ignorância tão bonita e tão
explosiva
a expli
ca
ção nunca entendida
a mentira toda a verdade toda a falta de luz é de tarde
é de dia haverá um eclipse haverá lua e sol verão e praia haverá
esforço o cérebro
 cansado o cérebro exposto
a mente cansada a mente exposta faltam
habilidades nunca serás
tão detetive tão observador tão genial tão bom acabou recomeçou extinguiu-se apagou a chama nunca houve chama
que talvez se vá talvez se ouça ao longe sons ao longe
vida ao longe promessas leia cante chore grite viva diz o cartaz no chão
o sol
o sol
o sol
queima tudo queimam todos os
silêncios cortam afogam cansaço
voltas em torno
do
toco
Toca jazz
Aqui jaz uma
Ideia uma ideia uma ideia
e nunca mais faça castelos
de areia de ar nas
nuvens
que vêm
relatórios que matam
não há criatividade para formulários
não há formulários para criatividade
não há atividade nos formulários
não há diários para a cidade
Nego
ciações à luz de vinho e um
Pouco mais disso e um pouco mais daquilo que não nos devora a alma nem provoca
Nem assopra
Nem corta
Mas machuca a música triste que toca
Um pouco de vinho um pouco de vinho e um pouco de vinho
Afas
tando medos afastando clarezas afastando...

quarta-feira, agosto 01, 2018

Diário de um mestrando em Letras - quinto mês

09.07.18 Segunda

Hoje é feriado em Boa Vista. Aniversário de 128 anos de criação do Município. 
Pensei em me dar folga, mas seria abuso. Fui pelo menos tentar adiantar e melhorar as questões do roteiro de entrevistas ao futuro sujeito da pesquisa. 

Fui caminhar no parque Anauá também. Pegar uma carga de vitamina D. 

30.07.18 Segunda




Uma xícara de chá e mais uma e outra e de novo... Foi assim quase o mês todo, sentado à mesa, reescrevendo (mais tentando que reescrevendo) o artigo da disciplina da professora Déborah e avançando palavra a palavra nas demandas da qualificação deixadas pela professora Leila. O primeiro mandei faz quase uma semana. 








Entre travas e travadas dei uma parada para receber uns amigos da Venezuela que há muito não via. Depois que foram embora, adotei a metodologia de sentar para trabalhar manhã e tarde. Entre lerdezas e vazios, avancei, fechei e mandei. 





Meme eu que fiz 

Já as demandas da quali estão aí, ainda assombrando-me, engolindo-me. São tantas que até tive de numerá-las. A resolução não acontece por ordem de ordenamento e sim por questão de facilidade. O mais fácil, ou que aparente ser, já meio que foi. 




Agora, no momento em redijo isto, estou usando esta escrita como uma forma de aquecimento cerebral para encarar a busca de um conceito, de uma ideia, que não consigo pescar do texto que leio e releio há uma semana. Na verdade, eu sei o que quero, mas não consigo pegar do jeito que quero. É como uma pescaria sem anzol: o peixinho está ali, burlando-se de mim, bem à minha frente. 




Sobre pescarias sem anzol: peguei dia desses uma piaba com a mão lá no lago do parque Anauá. O que isso a ver com a academia? Nada. Só que agora lembrei disso ao escrever o final do parágrafo acima. Ou será que escrevi o parágrafo acima para justificar a lembrança a seguir?


Quase um karatê kid do pega piaba


Abri meu e-mail funcional hoje depois de uns dois meses. Muita mensagem que não me interessa e uma avisando que a grana da UFRR para participação em eventos acabou....Bah, por isso que não me empolgo em ir aos congressos. Se for para viajar a trabalho bancando tudo do próprio bolso, nem me esforço.

Na primeira quinta-feira de agosto vamos apresentar o trabalho de fechamento da disciplina que foi ministrada pelos professores Mibielli/Tatiane/Esqueci o nome/Maurício. Podíamos escolher entre fazer um artigo ou produzir um vídeo abordando a temática da memória. Fiz grupo com a colega Alessandra Cruz e montamos um vídeo com interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) do poema de minha autoria intitulado "Museu em reformas".

O poema vai integrar o livro "Incertezas no meio do mundo", que devo lançar ainda este ano se o Governo de Roraima pagar a grana do edital de literatura que ganhamos no começo do ano. Tá difícil, mas temos esperança que o pagamento saia logo. 


Alessandra Cruz, Luan Selfish (que editou e fez a locução do vídeo) e eu



Alessandra e a intérprete Joice Moura afinando a "declamação" do poema

30 de julho. Não sei se haverá novidades a serem acrescentadas até amanhã, 31. Se houver, volto. Se não, até a próxima edição de meu sofrimento acadêmico.  


22h12

In vino, água e chá, veritas. 
Ou não. 
Quiçá apenas ressaca, mas apostemos na veritas. Isto é, no conceito escorregadio sendo pego para servir de tempero à qualificação. 


Vinho com chá e água ao fundo... hidratação é tudo

31.07.18 Terça

E então calcule o susto que tomei quando vi que deveria entregar um trabalho impresso e não digital e que além disso não havia seguido uma série de recomendações para a formatação do mesmo. E veja que a entrega deveria acontecer nesta quarta, das 8h às 11h, e o prazo ia ficar curto porque você havia prometido levar seu filho ao cinema, uma despedida das férias e preparação para os dias árduos que virão no quinto ano dele. 

Aí então você terá, quem sabe, uma noção de quanto trabalhei na tarde de terça, cortando páginas e ajustando detalhes. Ah, no meio disso, fiquei lendo as mensagens e notícias que chegaram sobre um vídeo no qual um missionário explica a migrantes como funciona o processo de desocupação no Brasil. O material viralizou na cidade e o pessoal aproveitou para reacender as chamas do xenofobismo. 

No meio disso, matérias que ignoravam o contexto da explicação ajudaram a criar o clima de "indignação popular". Só deu isso nos grupos. Sobre os ataques das facções em Boa Vista e um monte de cidades do Interior e a incapacidade das polícias em conter os grupos criminosos, nada ou quase nada. Os imigrantes são bem mais fáceis de atingir do que os caras do tráfico. Ou então ninguém acha perigoso as gangues ratearem entre si a cidade. 

Ah, cortei tanto texto que me autodenominei um super-herói: Motosserra Man, o herói dos cortados. 


Eram 25 antes, mas Motosserra Man entrou em ação


Poderia ser também o Santo das Madeireiras.

Well...Vem a gosto, agosto. 

Para ler todas as edições do Diário de um mestrando, clique aqui.  

quarta-feira, julho 25, 2018

Todos tão iguais - um poema sobre migração (texto e vídeo)

Olha só que legal este acontecimento de julho: os alunos da oficina de teatro da Escola do Sesc Roraima interpretaram um poema de minha autoria. 

A dramatização de "Todos tão iguais - um poema sobre migração" fez parte da programação turística do Fórum de Presidentes de Federações do Comércio, que reuniu mais 100 representantes das entidades (Fecomércio-Sesc-Senac-IFPD) de 16 estados do País. 

A direção da interpretação ficou a cargo de Karen Barroso, instrutora da oficina.

Abaixo, você pode conferir a performance dos alunos. Na sequência o poema. 



Todos tão iguais - um poema sobre migração

Eu já fui lá de fora

Ele já foi de lá fora
E não duvide: você também já foi bem lá de fora

Minha família veio de longe

A família dele veio de por aí
E se você pensar um pouco
Sua família também não é daqui

Quem é só do lavrado 

Se somos de todos os cantos
Temos vários sotaques, várias cores 
Amamos vários sabores?

Em um estado como Roraima

Formado na base da migração
Não gostar do migrante é bobagem
É ódio sem lógica e nem razão

Pense apenas um pouquinho 

Nisto que vou lhe falar:
E se fosse você por aí
Tentando a vida recomeçar?

Como gostaria que fosse

O tratamento por você recebido
Xingamento, pedrada, brutalidade
Ou mãos estendidas em sinal de amizade?

Reflita sobre o que lhe falamos

Pensem no que dizemos antes
Moramos no meio do mundo
Somos de todos os cantos
Somos todos migrantes

Eu já fui lá de fora

Ele já foi de lá fora
E não duvide: você também já foi bem lá de fora.


========

P.S.: Caso você não tenha visto minha fala sobre a influência da migração na literatura roraimense, dá um click aqui e vê como foi o encerramento do II Sesc Literatura em Cena, realizado em junho pelo Sesc Roraima.