Estou tentando entender até onde pode chegar o efeito das mobilizações que rolam desde a semana passada. Entender como jornalista, como sociólogo e como ativista cultural. É minha mania de tentar saber a funcionalidade das coisas.
Confeso: está complicado. É uma realidade totalmente diferente do cotidiano político brasileiro e roraimense.
O que já percebi é que há muita confusão conceitual. As frases de ordem, pelo seu próprio efeito simplificador, podem gerar sentidos que escondem ações paralelas e anteriores.
Por exemplo, a frase generalista “os partidos políticos não nos representam”, quando ligada a “o gigante acordou”, faz parecer que nunca antes neste País houve gente lutando por mudanças a partir das organizações partidárias e, principalmente, a partir das organizações sociais.
Quem embarca nessa ideia sem contestá-la, ignora os movimentos populares (de menor alcance) que acontecem constantemente no Brasil (MST, movimento indígena e outros). E se não ignora, os despreza pela sua repercussão, digamos, reduzida diante das atuais mobilizações.
Simultaneamente, há uma parcela dos mobilizadores na internet que diz ser esta a hora de protestar contra a corrupção e os desmandos dos governos estaduais e federais. A partir daí os problemas são personificados em prefeitos, governadores e a presidente.
Resultado: a questão estrutural pode ficar de lado e tudo passar a se resumir a botar novas pessoas no poder. Sem menosprezar o bem que traria ao país o surgimento de eleitores mais conscientes e menos vendilhões, não é apenas isso, é muito mais.
Ainda estou tentando entender, mas já vi que nada disto é simples demais para ser visto apenas por um ângulo. Ainda mais em Roraima (estado do contracheque, do apadrinhamento, do medo de incomodar os poderosos que controlam a economia), terra onde estão se misturando mobilizações criadas no estilo livre e aparentemente desorganizado da internet com outras que nascem ou querem nascer apropriadas por gente com interesse partidário (o quanto é ruim isto?).
A tudo isto, acrescento uma curiosidade sobre a questão em Roraima: em nenhuma das convocatórias para os atos vi algo sobre melhorias no transporte coletivo. De onde deduzo que as coisas andam muito boas para quem anda de busão.
Confeso: está complicado. É uma realidade totalmente diferente do cotidiano político brasileiro e roraimense.
O que já percebi é que há muita confusão conceitual. As frases de ordem, pelo seu próprio efeito simplificador, podem gerar sentidos que escondem ações paralelas e anteriores.
Por exemplo, a frase generalista “os partidos políticos não nos representam”, quando ligada a “o gigante acordou”, faz parecer que nunca antes neste País houve gente lutando por mudanças a partir das organizações partidárias e, principalmente, a partir das organizações sociais.
Quem embarca nessa ideia sem contestá-la, ignora os movimentos populares (de menor alcance) que acontecem constantemente no Brasil (MST, movimento indígena e outros). E se não ignora, os despreza pela sua repercussão, digamos, reduzida diante das atuais mobilizações.
Simultaneamente, há uma parcela dos mobilizadores na internet que diz ser esta a hora de protestar contra a corrupção e os desmandos dos governos estaduais e federais. A partir daí os problemas são personificados em prefeitos, governadores e a presidente.
Resultado: a questão estrutural pode ficar de lado e tudo passar a se resumir a botar novas pessoas no poder. Sem menosprezar o bem que traria ao país o surgimento de eleitores mais conscientes e menos vendilhões, não é apenas isso, é muito mais.
Ainda estou tentando entender, mas já vi que nada disto é simples demais para ser visto apenas por um ângulo. Ainda mais em Roraima (estado do contracheque, do apadrinhamento, do medo de incomodar os poderosos que controlam a economia), terra onde estão se misturando mobilizações criadas no estilo livre e aparentemente desorganizado da internet com outras que nascem ou querem nascer apropriadas por gente com interesse partidário (o quanto é ruim isto?).
A tudo isto, acrescento uma curiosidade sobre a questão em Roraima: em nenhuma das convocatórias para os atos vi algo sobre melhorias no transporte coletivo. De onde deduzo que as coisas andam muito boas para quem anda de busão.
Caro colega,
ResponderExcluirgostei da reflexão. Por isso me atrevo a fazer alguns comentários.
Realmente vejo que necessita-se de um "norte" para tudo isso. Mas não menosprezo o movimento. Creio que esses movimentos consolidados, entretanto, invisibilizados das minorias poderiam está juntos para tentar modelar o que está sem forma. Assim, o "gigante" poderia ser formado.
Ah, aproveite e visite o nosso blog:
http://www.meuguiadecompra.blogspot.com.br/
Claro que não é para menosprezar.Jamais. Mas é bom tentar entendê-lo.
ResponderExcluirAbraços.