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sexta-feira, maio 26, 2017

Tatuei o mapa invertido da América do Sul no braço esquerdo

Em 2012, durante a III Conferência Nacional de Cultura, fotografei a tatuagem de uma moça que também participava da atividade, lá em Brasília.  




Quando fiz a postagem da imagem, pesquisei para saber se era algo copiado de algum lugar. A pesquisa me mostrou que era uma obra do artista plástico uruguaio Joaquín Torres García (1874-1949).


A desconstrução cartográfica feita por Torres García em 1943 ficou martelando na minha cabeça desde então. Tudo por isso de desnaturalizar que mapas são representações e não a realidade. Desse modo, inverter a ordem dos hemisférios é algo que não custa nada, só o processo de entender que o mundo pode ficar de ponta-cabeça sem nada grave acontecer além da gente expurgar um pouco dessa visão colonialista europeia que construiu os mapas assim.
 

Mas que seria louco ver todos os mapas invertidos e impressos nos livros didáticos, isso seria. Imagina o mapa mundi assim:
   



É claro que a justificativa teórica do Torres García é bem mais profunda do que o escrito acima por mim, mas discuti-la não é o meu foco aqui. A intenção da postagem é dizer que neste ano comecei a pensar novamente na ideia de fazer uma tatuagem (há alguns anos fui atrás disso, querendo tatuar uma arte rupestre encontrada na região da savana roraimense. Achei alto o preço pelo tamanho da tatuagem e desisti).
 

Nos meus pensamentos sempre aparecia a imagem do Torres García. Até salvei no celular o mapa e a foto de uma pessoa tatuada no braço. Quando alguém falava em tattoo, mostrava. 

Finalmente, no dia 8 de maio de 2017, aos meus 40 anos regularmente vividos, fui até o tatuador e botei meu braço esquerdo em suas mãos. Devo confessar que esperava mais dor durante o processo, mas foi quase nada.



Essa foto me fez ver como estou pálido, precisando pegar sol em todo o corpo...

O processo demorou cerca de uns 50 minutos, numa única sessão. Quando cheguei em casa todo mundo ficou espantado: Zanny, de olhos arregalados, só conseguia perguntar sobre a dor e Edgarzinho fingiu que ia desmaiar. Logo se animou para querer tatuar o símbolo de um beyblade poison serpente. Mandei ele esperar uns aninhos até completar a maioridade e acho que não curtiu muito a orientação. 


Primeira noite com a tattoo

Eu gostei do resultado. Mostrei pro povo do trabalho e lá curtiram também, ainda mais depois que explico o significado da imagem. Até fotinha pro nosso grupo do WPP tiraram: 





Agora é hora de pensar na próxima. hahaahaha

6 comentários:

  1. Prefiro que o planisfério seja assim, com nossa América do Sul virada para cima. Faz muito mais sentido pra mim.
    À parte qualquer militância sócio-política ou projeções econômicas surreais, acredito piamente que num futuro, talvez muito distante, estaremos no centro de um mundo melhor.
    É importante que foquemos nisso e façamos nossa parte para assentar os fundamentos dessa idéia.

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  2. Anônimo6:51 PM

    Não sei como vim parar aqui, Bolsonaro 2018!!

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  3. Sempre quis ter uma tatuagem que fosse alguma referência sobre a nossa América do Sul ou Latina.. e agora essa postagem me deu uma vontade muito maior de conquistar esse objetivo

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  4. Tem muita temática legam em nosso continente, Luiz. Vai achar a sua, com certeza.
    Aqui tem o relato da segunda tatoo,feita semana em fevereiro: http://edgarb.blogspot.com/2020/03/cien-anos-de-soledad-no-braco.html

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  5. Nosso norte é o sul!!! Que linda ficou, meu sonho tatuar esse desenho lindo cheio de representação pra mim, daqui uns anos irei. Ficou incrível

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Oie. Manda ver no comentário.