quinta-feira, junho 26, 2025

Sobre o sumiço das palavras

Somem quando as procuro as palavras certas para o momento ideal. Desaparecem antes de escritas, evaporam antes de oralizadas. Fogem para as nuvens, para a escuridão, me deixam feito um bobo, olhando para o papel, para o teclado, para quem está à minha frente. Estanco, gaguejo, finjo de morto, dou certeza de incapaz.


Olho para um lado, foco no infinito, balanço a cabeça, procuro verbos, substantivos e afins e nada. O tempo passa, se alonga e segundos parecem mares nos quais navega rasa a capacidade de conseguir me expressar


Daí me resigno, rio, balanço a cabeça, faço caretas, me rindo e o vazio da falta de palavras me derruba, paralisa, engole e despeja como se nada fosse, como se não houvessem palavras em mim, como se virasse uma elipse incompleta.


E então, quando desisto, vou beber água ou o tempo certo da exposição passou, o milagre acontece e me torno frase, oração, período, rima, prosa, história e cantoria.

O que se salva então é pouco, mas garante meu ar. E com o que tenho na mão respiro e consigo voar até o próximo sumiço do palavreado.




(Dizem que a ausência de palavras na hora desejada diz mais sobre o momento do que sobre si.)




(Dizem também que acreditar em tudo o que se lê sobre ausências de palavras diz mais sobre quem lê do que sobre quem escreve.)


quarta-feira, junho 18, 2025

“Sede”, vídeopoema feito com chuva

Sede é um dos poemas do meu livro “Há Sol em nossos olhos”, lançado em 2024. 

 A gravação foi feita neste inverno de 2025. 

 Se gostar, curte, segue, compartilha. 

Se não gostar, diz os motivos e no próximo pensarei em te atender.

segunda-feira, junho 09, 2025

Retornei ao mundo das corridas

E depois de quase sete meses finalmente voltei a participar das provas de corrida de rua em Roraima. Fiz logo duas no final de semana: o circuito Sunset Run da Caixa no sábado e o 6º aniversário do Grupo Superação Team no domingo.


Antes de resumir como foi a prova de sábado, registro meus agradecimentos especiais à corredora Julie Souza, que me presenteou com o kit do retorno por conta de meu aniversário no dia 4. Valeu muito 🤩🤩🤩!


Estava muito quente na largada, que foi às 17h, no estacionamento do GardenShopping. O sol bateu na cara quase que em todo o percurso, caminhei 2 ou 3 vezes para recuperar o fôlego e estava pesado pelos meses parado devido à fascite plantar e também pelo churrasco no almoço. 🥵🥵🥵🥵🥵

Poderia ter diminuído o ritmo? Sim, mas aí ficaria mais tempo no sol. Isto, no mínimo, me daria um câncer de pele. Melhor manter o pace e acabar logo com isso.

Hidratação: o ponto foi colocado logo após o primeiro km, não no meio da prova, como é o costume.

Nunca tinha visto isso. No tumulto, para não desacelerar muito tive que empurrar ligeiramente um moço que lerdou na hora de pegar seus copos. Na sequência, quando vi o muque do homi bati no seu ombro, disse "foi mal" e corri um cadim mais rápido antes que ele decidisse me bater.

Cabreiro de não ter outro ponto de hidratação, levei meu copinho até o 4,6 km, molhando o rosto e bebericando. Quem não fez isso se queixou porque ficou na sede.

Terminei molhado de suor e num tempo bem abaixo do pensado inicialmente. Gostei e fiquei surpreso com o tempo em que terminei a prova.

No domingo fui comemorar o aniversário de um geminiano gente boa que nem eu: o grupo Superacão Team, que celebrou seus 6 anos de existência fazendo uma prova de 6 km com lama, areia e clima nublado nas ruas da cidade Santa Cecília, no município do Cantá.


Nem deveria ter ido, pois a ideia é sempre deixar o pé repousar ao menos 24h depois  de correr, mas quando a minha antiga parceirinha de longões Suzete Santos disse que tinha um kit de presente pensei: ah, uma dor a menos, uma dor a mais...tanto faz. E fui (Porque não preciso de ninguém para me machucar. Eu mesmo faço isso 😈😈🫠🫠).



Como sempre, o percurso foi bom demais, misturando asfalto com areia e lama.







E que carinho com os participantes: três pontos de hidratação, frutas à vontade na chegada, café da manhã farto, sorteio de brindes, resultado na mesma hora... Um espetáculo de organização. 👏👏👏👏😊😊🥰🥰🥰. Que venham os 7 anos agora.





Corri seguindo e sendo seguido pela implacável Rosimeire Souza, a quem conheci no ano em que cheguei no Brasil e reencontrei nesse mundo das corridas. Chegamos eu em 27° e ela em 29° de 96 participantes da categoria Geral. Os coroas tão bem.

Quem não tá bem é o meu pulmão. Ainda falta muito para voltar ao nível de fôlego de 2024 e o bichinho sofreu. Ele e o coração, que estava fazendo tum-tum a mil enquanto eu tentava acelerar. Juro que ouvi uma voz gritando "ou tu para ou eu te paro, seu FDP!". 😬😬😬

O importante é que fiz duas provas com um ritmo bem melhor do que pensava atingir e que, gritem amém, irmãos, a fascite não está doendo mais do que num dia normal (chupa, lesão maledeta).

Agora é treinar para a 9 de Julho.

P.S.: se alguém quiser me presentear com kits de outras provas, é só vir. Sou facinho. 🫠🫠🫠🥹🥹🥹