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quarta-feira, junho 09, 2010

Esse tal de junho...

O mês começou bacana, com este cronista a trabalho em Brasília, na quarta reunião ordinária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura do CNPC (Conselho Nacional de Política Cultural). Tempo de labutar e de trocar idéias com o povo das demais regiões. Detalhes sobre o encontro vou postar ainda esta semana.

A viagem, apesar de legal, não conta como notícia boa de junho. Cheguei lá no DF no dia 31 de maio e por isso vou creditá-la nas boas coisas do mês passado.

Junho, no entanto, não ficará prejudicado.  Logo na primeira semana duas boas notícias apareceram na parte literária de minha vida.

A primeira é que meu miniconto “Cruzamento” foi publicado na Seção Área Livre digital da Revista Continuum, publicação do Instituto Itaú Cultural.

A outra é que também estou na edição 160 da revista eletrônicas de micronarrativas Veredas, relativa a junho, com o miniconto “Cordas”.


Poema visual de Jacira Fagundes

Há duas chances de boas notícias engatilhadas. Uma em um concurso local de poesias e outra em um prêmio de jornalismo. Os dois parece que vão anunciar os resultados nesta sexta. Aí, dependendo do resultado, pode ter renda extra na aldeia.

E renda é o que está faltando, principalmente depois que chegou a conta do IPTU, que aumentou uns 70%, 80% em relação ao ano passado. Isso sem contar o aumento da Taxa de Coleta de Lixo, já paga em maio.

Junho poderia ter passado sem esse prejuízo financeiro. Aí dava para comprar e talvez até ganhar presente do dia dos namorados.  A paulada do imposto não vai me deixar, mais uma vez, ter calma e paz. Do jeito que vai a fome do leão municipal, estadual e federal, fico a cada dia mais parecido com o personagem da música La Sucursal del Cielo, do cantor Ricardo Arjona:
“Me sorprendí sumando ceros a una cuenta
Víctima del impuesto sobre la renta
Y me olvide de las pequeñas cosas”.

Ah, para mudar de assunto: crie um blog chamado Cultura de Roraima & afins. Vou focar nele todos as postagens noticiosas que vinha fazendo neste. No Crônicas da Fronteira ficarão apenas bobagens no estilo “querido diário”, contos, poemas e coisas do cotidiano da fronteira.

Para lá vão avisos de editais, resultados de concursos e temas relacionados. Clica aqui e acessa. Já tem uma postagem sobre o concurso Sesc Roraima de Literatura. Aceito colaborações textuais também.

segunda-feira, junho 07, 2010

Conversa inútil


- Os meus interesses não batem com os teus. Você só me suga, tira meu dinheiro, não me dá atenção. Por tua conta, fico no escuro, sou maltratado, vivo no buraco. Enfim, você só me usa.

Desatento a todo o discurso, o prédio da Receita Federal ficou mudo, como sempre ficava nestas lamúrias de contribuinte.

sexta-feira, maio 28, 2010

Repartindo






Explicou, de forma direta, o que o fez seduzir a mulher de seu amigo:

- É, eu sei, não deveria ter feito isso, mas pensei que não ia ter problema. Afinal, diz o ditado: onde come um, podem tranquilamente comer dois. Ainda mais se forem dois amigos.

terça-feira, maio 18, 2010

Som



Balbuciou alguma coisa parecida com “acho que isso não está certo”, mas logo calou, respondendo aos beijos do melhor amigo de seu marido.

quarta-feira, maio 12, 2010

Cordas



Odiava qualquer coisa que o prendesse. Até o dia em que, amarrado feito bicho, descobriu as maravilhas do sadomasoquismo.

segunda-feira, maio 10, 2010

Matemática


Ganhou 10 quilos:

- Acho que estou um pouco gordo...

Depois, desses, perdeu três:

- Olhaí, tô magrinho, só músculo, né?

quarta-feira, março 03, 2010

Minicontos na Veredas



Boas notícias de março. As primeiras do ano, caso o pessimismo não esteja fazendo com que ignore outras coisas. A revista Veredas, que publica mensalmente minicontos e micronarrativas, estampou alguns textos de minha autoria. Sou o destaque da edição de março. Olhaí a capa, clica no link acima e manda um alô dizendo se gostasse, viu?




Carla Cavalheiro, meu grande amor loiro de Floripa, a ilha da magia, repercutiu meu e-mail re comunicando-a sobre a Veredas e publicou um post no blog-site Fotoflagrante, um dos melhores e mais acessados daquelas bandas onde todo mundo é bonito e bronzeado. Olhaí que fofa minha galega no Fotoflagrante.


sexta-feira, fevereiro 26, 2010

N’água



Disse-me que queria sexo animal. Respondi que também sim, mas que era quinta e estávamos na quaresma. Não, ela me falou, você não acredita em deus nem na igreja, portanto não será pecado fazer o que pretendemos fazer. Não, meu amor, repliquei, deus castiga e até abril só podemos comer peixe. Então vamos fazer amor na água, feito dois mamíferos marinhos que estão querendo subir pela primeira vez à praia, retrucou. Ok, amor, o que você quiser, mas só depois do filme, mandei. Ela aceitou. Escrevo este post debaixo d’água. Ainda não me afoguei, o que, parece-me, significa que virei um mamífero marinho.

quarta-feira, maio 27, 2009

Afinal, tudo não passou...


Achei fantástica essa sacada de Luís Ene, escritor de micronarrativas e um dos chefões da Minguante. Resume (literalmente) a vida, seja lá qual for. Pensei em só reproduzir o texto, mas no meio da postagem, imaginei esta junção:

Edgar pergunta:

Daí, Luís, como vão as coisas?

Luis responde:

A MESMA HISTÓRIA DE SEMPRE

O quê, quem, quando, onde e como.


(Para ler mais do cara, dá um chegaqui)

quinta-feira, março 12, 2009

O porque do Coletivo Arteliteratura Caimbé


O caimbé é uma árvore típica do cerrado, resistente ao fogo e clima inclemente de Roraima. Na Venezuela é conhecido como chaparro. Com suas folhas ásperas, é possível dar brilho em panelas de alumínio. Seu tronco é retorcido e sempre parece estar descascando. Pode chegar a quatro, cinco metros de altura.

É a primeira planta que cai quando chegam os fazendeiros buscando criar plantações de arroz, de soja ou qualquer outra coisa. Como sua madeira é de pouco ou nenhum valor comercial, é desprezado, tido como estorvo.

O caimbé foi a árvore escolhida para dar nome ao coletivo formado por este cronista, pela gestora cultural/poeta Zanny Adairalba, pelo jornalista/blogueiro Luiz Valério e pelo artista plástico Tana Halu. Temos a certeza da escolha correta. A planta que identifica o grupo resiste a tudo o que se faça contra ela, do mesmo jeito que a arte e a cultura roraimense. Mesmo no mais rigoroso verão e passando pela mais criminosa das queimadas, o caimbé continua de pé, acima das gramíneas, altivo, marcando a paisagem do lavrado de Roraima.

A nossa primeira intervenção será neste sábado 14 de março, instituído dia nacional da poesia em homenagem ao nascimento do poeta Castro Alves, autor, entre outros, de Navio Negreiro. Como já foi dito, vamos montar base na Praça das Águas, Centro de Boa Vista, e instalar um varal de poemas, declamar, exibir videopoesias e fazer com que as pessoas sintam a palavra nos cubos poéticos que preparamos.

A intervenção é aberta a quem quiser participar. Já convidamos autores para que levem seus livros e declamem seus textos. A noite também terá rock com a banda Iekuana, parceira neste evento. A primeira ação do coletivo já conseguiu o apoio da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura e do Sesc – RR. O Estúdio Parixara está a postos para fazer um CD com os poemas de autoria de quem escrever no varal. Estamos empolgados e esperamos marcar a passagem do dia nacional da poesia, criando cancha para outras ações. E sempre com uma regra: entrar e sair sem levar peso.

O coletivo ArteLiteratura Caimbé é uma nova experiência em nossas vidas. O mais experiente na vida artística, com maiores resultados alcançado, é Tana Halu, que já ilustrou e publicou livros e cartilhas. Os demais temos muita estrada basicamente como espectadores, exceção feita a Zanny, que atua como gestora cultural há quase cinco anos.

Sim, eu tenho um e-book na revista de micronarrativas Minguante, escrevo crônicas para outros sites e tal, já fui publicado em três coletâneas de poesia e não sei mais o que. Também lembro que quando estava cursando jornalismo organizava as semanas culturais da UFRR, fazendo programação e contatando artistas para que expusessem e tocassem no campus do Paricarana. Mas isso na minha história não me basta. Chega um momento da vida em que é necessário decidir se vamos ser sempre apenas formigas operárias ou vamos tomar conta de nossa parte cigarra e sair tocando pela mata.

É chegado então o momento de parar de ser tão formiga operária. O que vai resultar disso, ninguém sabe, ninguém aposta, pois trabalhar em grupo é difícil, principalmente quando todos são amigos. Mas que vai ser divertido, ah, isso vai.

terça-feira, outubro 07, 2008

Campanha

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Viveu um amor de eleição. Em outubro, perdeu o voto e a paixão.

segunda-feira, maio 21, 2007

Amores fumantes


Ela perguntou, em tom já visivelmente irritado:

- Você não está mesmo percebendo nada de diferente em mim?

Ele, preparando-se para o pior, respondeu hesitante com outra pergunta:

- Éééé... alguma coisa de maquiagem ou nas roupas?

Mostrando seus cabelos, ela disse:

- Se você prestasse mais atenção em mim, teria percebido que fiz mechas na cor tabaco! Mas você não olha direito!

Para livrar-se de qualquer pena, ele contra-atacou:

- Meu amor, é claro que tinha percebido. Tava só brincando contigo. Vem cá pra te fumar todinha, vem...

quinta-feira, março 15, 2007

História de felicidade



O seu coração solitário começava a ficar alegre. Finalmente a mulher amada estava chegando de sua longa viagem. A sua face, eterno nevoeiro que cobre a serra ao amanhecer, parecia agora o sol do meio-dia.

Adeus, tempo de tristeza. Adeus, noites mal dormidas. Até mais ver, amores substitutos, meios amores. Olhava para o céu com ansiedade, esperando vislumbrar no horizonte o avião que traria sua amada. Sorriso aberto, até a postura corporal mudara. Andava ereto, feliz, completo. "Completo, é isso mesmo. É assim que me sinto", contou-me. "Dizem que quem espera, sempre cansa. No meu caso, de tanto quase ficar cansado, alcancei", reforçou. Assim, mudado, realizado, saiu caminhando pelo meio da praça.

segunda-feira, março 27, 2006

Renúncias



De repente, ela parou e disse:

- Tudo bem, já basta! A partir de hoje acabo com minhas atividades e prazeres ilícitos!

Ao seu lado, surpreso com a determinação, ele apenas balbuciou:

- Como assim? Quer dizer que...

No mesmo tom, ela repetiu:

- É isso mesmo! Por mais que seja bom, acabou. No more coisas ilícitas!

Ele apenas conseguiu dizer "mas, mas", enquanto a viu atravessar a rua cheia de certezas, deixando-o dono de dúvidas sobre quais eram essas coisas ilícitas e, principalmente, quem era aquela mulher.

quinta-feira, março 23, 2006

Vidas



Tentou passar incólume pela vida. Mal conseguiu atravessar a porta sem esbarrar no sofá.
......
Esperou a vida toda por um amor fabuloso. Teve de se conformar com o que apareceu.
......
Viveu tentando ser diferente. No fundo, foi igual a todo mundo.
......
Sempre acreditou em um futuro melhor para o país. Na primeira boa oportunidade foi morar no estrangeiro.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Recordações




Falando sobre o passado, ela comentou:

- Antigamente, no começo do namoro, o banco de trás do carro era um bom palco para as lutas de amor.

Ele disse, espantado com a revelação:

- É mesmo? Você era disso?

Com um sorriso tímido, ela complementou, :

- É. Já fui meio louca, sabe? Mas hoje, depois de algum tempo de casada e um filho, o banco traseiro é somente um bom depósito de livros, comida e roupa.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Atitude



Parados em frente ao terreno baldio, ele fala para sua esposa:

- Bonita área, né? Foi uma compra e tanto.
- É meu amor, agora é só meter uma máquina para tirar esse mato.

Ele, num rompante de auto-afirmação masculina, afirmou:

- Que nada! Eu mesmo limpo isso aí. É rapidinho. Pra que pagar se posso dar conta?

Ela apenas o olhou de relance, sem falar nada, e ouviu imediatamente outra afirmação, dita enquanto ele, envergonhado, colocava a cabeça no seu ombro:

- OK, OK, tudo bem, é verdade! Não vou limpar nada mesmo. É muito mato e vou ter que pagar para isso!

Ela, carinhosa, o confortou:

- Isso, meu amor. A verdade é sempre a melhor coisa a se dizer.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Gostos



Charmosa, aproximou-se de seu professor de inglês e disse:

- Teacher, sabia que eu acho um charme homem de óculos e que fala outra língua?

O professor parou de ler a sua revista, olhou para a moça e respondeu:

- Me too, baby. Me too.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Situações


Estava tão mal no mercado que quando tentou vender a alma, ainda teve que devolver algum ao comprador.
..........

Era um esforçado. A vida lhe deu limões e ele fez limonada para vender, mas não havia açúcar ou adoçante caindo do céu.
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Anunciou no jornal: procuro amor e trabalho. Sem experiência comprovada.
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Saiu correndo quando viu o rapaz com quem havia marcado um encontro às escuras. Conta que foi espanto a primeira vista.