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sexta-feira, setembro 19, 2025

Recebi a comenda Orgulho de Roraima - Me chamem de comendador

A manhã desta quinta-feira (18/09/25) foi especial: recebi a comenda Orgulho de Roraima, concedida pela Assembleia Legislativa de Roraima, pelos serviços desenvolvidos na área do jornalismo.






Fiquei muito contente quando soube que seria um dos jornalistas homenageados, fruto de uma indicação da deputada Angela Portella. Confesso que havia anos queria receber um título desse tipo.


Atuo na área da comunicação desde 1998, quando ainda estava no terceiro ano do curso na Universidade Federal de Roraima.


Já fui repórter de jornal impresso, correspondente de revista, cronista e colunista cultural de sites e jornais locais e nacionais, professor universitário, assessor de comunicação de artistas, da Prefeitura de Boa Vista, da Universidade Estadual de Roraima e da Universidade Federal de Roraima.


Entre os homenageados havia muitos amigos, ex-colegas de trabalho, gente que conheço desde os seus primeiros empregos e inclusive alguns que foram meus estagiários.



Todos, com certeza, merecedores de serem considerados Orgulhos de Roraima.
Parabéns pra mim, parabéns pra gente. Que venham outras comendas, principalmente na área cultural. 🙃😊







Ah, e agora só respondo se me chamarem de Senhor Dom Comendador Edgar. hahahaha

Aqui você pode me ver recebendo a homenagem. O vídeo vai começar no momento em que começam a chamar os jornalistas, logo após os discursos da mesa.


Abaixo, texto da reportagem publicada no portal da Asembleia Legislativa falando da homenagem. No final tem a relação dos homenageados.

RECONHECIMENTO Jornalistas são homenageados com Comenda Orgulho de Roraima
Postado em 18/09/2025 Por Supervisão de Comunicação


A Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) realizou uma sessão especial em homenagem aos jornalistas do estado, com a entrega da Comenda Orgulho de Roraima. A solenidade, proposta pela deputada Angela Águida Portella (Progressistas), reconheceu a importância dos profissionais na defesa da liberdade de expressão, dos direitos fundamentais e na consolidação da democracia.

A deputada Angela Águida destacou a relevância da homenagem aos profissionais da comunicação. “Essa homenagem está sendo feita pela passagem do Dia do Jornalista, e é uma alegria para mim, tendo em vista que essa é uma missão muito nobre: comunicar, trazer informação e também ajudar as pessoas. Assim, elas têm a possibilidade de construir suas próprias opiniões. O jornalista chega em todas as casas, seja pela televisão, pela internet, e a gente está fazendo isso como reconhecimento”, afirmou.

Grazy Maia, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas, destacou o papel essencial dos jornalistas em momentos críticos

A vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Roraima (Sinjoper), Grazy Maia, enfatizou a dedicação dos homenageados. “É uma grande satisfação estar aqui hoje, principalmente nesta data tão simbólica, em que se reconhece a luta diária de tantos profissionais da comunicação. São pessoas que acompanham o dia a dia da sociedade, exercendo um papel fundamental com senso crítico e compromisso com a verdade”, ressaltou.

Professor Maurício Zouein recebeu a homenagem na Casa Legislativa

O jornalista e professor Maurício Zouein também foi homenageado e ressaltou o significado da honraria. “Na academia, nos dedicamos a formar profissionais comprometidos com a ética e o bem comum. O jornalismo é uma profissão marcada pela doação constante, e quando somos reconhecidos dessa forma pelo povo e, em uma casa que representa o povo, o significado é imenso. Cheguei a Roraima em 1974 e receber essa homenagem da Assembleia Legislativa é um momento de profunda gratidão”, disse emocionado.

Luciano Abreu, homenageado, enfatizou o trabalho coletivo no jornalism

Outro jornalista homenageado, Luciano Abreu, valorizou o trabalho coletivo por trás da produção jornalística. “É muito bacana você receber um reconhecimento de anos de trabalho. Ainda mais porque não é um reconhecimento só do Luciano Abreu, é um reconhecimento de tanta gente. A gente que faz jornalismo faz com toda uma equipe, desde aquele cara que trabalha na limpeza até o diretor-geral. Hoje estou recebendo uma homenagem, todos eles também estão recebendo. Quero agradecer à Assembleia por esse reconhecimento”, frisou.


A solenidade contou também com a presença de autoridades e representantes de instituições ligadas à comunicação e à cultura. Participaram da sessão o vereador Bruno Perez (MDB), a vereadora Bárbara Falcão (Progressistas), o coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR), professor Felipe Collar Berni, o gerente de Jornalismo da Rede Amazônica, Marcos Cadidé, e a presidente da Academia Roraimense de Letras, Cecy Brasil.

Homenageados

Foram homenageados com a Comenda Orgulho de Roraima: 

In Memoriam à jornalista Alexssandra Vaneza Ribeiro Targino (representada por sua irmã Michella), 

Antonia Costa da Silva (representada pela filha Aynara), 

Cyneida Menezes Correia, 

Edgar Jesus Figueira Borges, 

Élissan Paula Rodrigues, 

Érica Patrícia Rodrigues Figueredo, 

Etiene Travassos Barbosa, 

Gustavo Abreu Vieira, 

Iara Regina Bednarczurk, 

Isabela Schwarz Mainardi, 

Janini Vieira Marques, 

José Gilvan Costa, 

Karla Andreia da Silva Pinheiro,

Loide Gomes da Costa, 

Luciano Cunha de Abreu Rodrigues, 

Marleide Socorro Cavalcante Inácio, 

Marta Gardênia Barros, 

Maurício Elias Zouein, 

Rodrigo de Almeida Baraúna, 

Rosicleide Silva Martins, 

Sandra Maria de Morais Gomes, 

Sheneville Cunha de Araújo, 

Vanderleia Ferreira e 

Vângela Maria Isidoro de Morais.

 

Texto: Bárbara Carvalho

Fotos: Nonato Sousa/ Marley Lima/Alfredo Maia

SupCom ALE-RR




quinta-feira, março 17, 2022

Publicaram uma peça teatral minha de 1995

Tive uma peça escrita por mim e pela professora Chaguinha em 1995 lançada em um livro digital do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima


O lançamento aconteceu de forma on-line no dia 3 de março. Aqui é possível ver como foi: 


No texto abaixo, extraído do site da Universidade Federal de Roraima, é possível  ver todas as informações sobre este trabalho, além de uma fala minha na matéria: 

Roda de conversa marca lançamento de livro que destaca a produção teatral de Roraima

O Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL/UFRR) promove nesta quinta-feira (3/3) uma roda de conversa on-line com os organizadores e autores do livro “Teatro do norte brasileiro: coletânea de peças teatrais de Roraima”.

A roda de conversa começará às 17h30, com transmissão pelo canal do PPGL no

 YouTube. O livro faz parte da coleção "Teatro do Norte Brasileiro" e pretende colaborar com a produção teatral local, regional e nacional, ao fornecer material de trabalho para os atores e instigar a continuidade dos estudos nele iniciados. A proposta deste projeto é voltada para o registro da dramaturgia existente na Amazônia.
Lançado em versão digital, numa parceria do PPGL com o Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (PPGARTES/UFPA), o livro está disponível gratuitamente em https://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1010.
O livro é formado por 14 peças escritas entre os anos 1994 e 2020. A organização é dos professores Ananda Machado, Francisco Alves, ambos da UFRR, e Bene Martins, da UFPA.
Os autores que tiveram suas obras publicadas no livro são Nonato Chacon, Catarina Ribeiro e Chico Cardoso; Márcio Sergino; Edgar Borges e Francisca Chagas de Oliveira; Francisco Alves; Zanny Adairalba; Ricardo Dantas; Alex Zantelli; turma do curso de Teatro no Ensino de Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana; Hander Frank; Élder Torres; Aldenor Pimentel; Vanessa Brandão e Marcelo Perez.
Conforme a organizadora Ananda Machado, além da divulgação do material produzido por dramaturgos amazônidas, este lançamento enfatiza a expressão teatral como produção literária, além de divulgar informações sobre contextos históricos e traços identitários dos povos que habitam Roraima.
“A proposta deste projeto é voltada para o registro da dramaturgia existente na Amazônia. Iniciaremos em breve a organização da Coletânea do Teatro do Acre volume I. Estas publicações fazem parte então desse movimento de escrita da memória que esperamos continuar fazendo aqui no extremo norte do país”, afirma Ananda.
O escritor e jornalista Edgar Borges, um dos autores com peças no livro, conta que o seu texto foi escrito em 1995, em parceria com a professora de artes Francisca Chagas de Oliveira, mais conhecida como Chaguinha.
“Estava no último ano da escola Gonçalves Dias e fizemos a peça para participar do antigo Festival de Teatro Estudantil de Roraima. Falamos sobre corrupção na política, educação e cuidados com a infância. Guardei uma cópia durante todos estes anos e quando comentei com o professor Francisco Alves sobre esse trabalho ele me convidou para particiar. Estou muito contente de fazer parte deste trabalho de resgate e valorização da memória artística e cultural de nosso Estado", afirma Edgar.

sexta-feira, janeiro 29, 2021

Aventuras audiovisuais de um cara que fala baixinho e enrolado

2020 foi um ano feio, 2021 já começou bem pior pessoalmente e nacionalmente. Entretanto, a pandemia, refleti sobre isso esta semana, me fez iniciar e participar de três ações que me forçam a quebrar parte de minha preguiça e inabilidade de falar em público.

A primeira ação é o programa semanal Diálogos Literários Pandêmicos, que apresento toda semana em meu canal do youtube. Conversas e risadas com amigos e pessoas que aprecio. É uma fuga da solidão causada pela pandemia.

Os DLP já estão na 12ª edição. Comecei no instagram, fiz muitos em pouco tempo, cansei, demorei e finalmente, após maturar a ideia bem muito, decidi retomá-los no youtube. Toda segunda, às 19h30, horário de Roraima, estou lá.

Clica aqui e curte o canal. Quero chegar aos mil inscritos e começar a ganhar grana com isso. 

 Semana que vem entrevisto a Zanny, falando nisso: 



A segunda ação também é no Youtube. Não chega a ser inédita em minha vida, mas também traz os seus desafios: é a apresentação, dividida com a poeta Zanny Adairalba, das edições on-line do Sarau da Lona Poética. Como não podemos aglomerar pessoas e não quisemos arriscar a vida de ninguém, decidimos levar para o mundo digital esta atividade que fazemos desde 2014 no mundo real.

O resultado tem sido bom. Todo mês nos encontramos virtualmente com poetas, músicos e declamadores e passamos uma ou duas horas bem agradáveis.

Inclusive, fica o aviso, tem sarau semana que vem. A transmissão acontece no canal do Coletivo: https://www.youtube.com/user/ColetivoCaimbe



A terceira, e aqui é a onda nova, é o programa Macuxicast, um podcast gravado em parceria com o jornalista Luiz Valério e a poeta Zanny Adairalba. Já fizemos 12 entrevistas, falando com gente do rap, da cultura indígena, da rádio, artes visuais e jornalismo cultural.


Aqui eu tento desenrolar um Edgar pouco trabalhado durante a minha vida profissional: o radialista/entrevistador.

A última vez que fiz isso foi em 1996 ou 1997, quando era estudante de jornalismo e quis ficar apresentando o programa Comunicação no Ar, o espaço de experiências que o curso de Jornalismo da UFRR tinha na Rádio Roraima aos sábados (ainda não existia o Núcleo de Rádio e TV da UFRR nessa época).

Tem sido legal, tem sido desafiador, ainda mais para mim, que falo baixo e enrolado. Me obriga a trabalhar a dicção.

Como não havia falado nada ainda sobre isso e já estamos há semanas no ar, decidi botar aqui alguns dos banners de divulgação das entrevistas já feita.

O link para ouvir as edições do podcast é este: https://www.macuxicast.com/podcast-macuxicast

Estamos em todas as plataformas de streaming e elas podem ser acessadas a partir desse link. Vai lá.

Valeu. 

Ah, sim, alguns dos banners: 

Cantor e compositor Neuber Uchoa 

Pesquisadora Ananda Machado


Escritor Leão de Sandra

Radialista Benjamin Monteiro

Escritor e ator Francisco Alves


segunda-feira, janeiro 11, 2021

Diálogos Literários Pandêmicos #10: telejornalismo na Amazônia setentrional

A jornalista Érica Figueredo foi a minha convidada para a décima edição dos Diálogos Literários Pandêmicos.  



Ela contou histórias sobre sua carreira e as coberturas que fez em quase vinte anos de trabalho na rede Globo de Televisão.   


Confere, compartilha, comenta e se inscreve no canal. Além de ser de grátis, ainda me deixa feliz que só. 

E lembra que toda segunda, sempre às 19h30, enquanto durar a fucking pandemia e não chegar a vacina contra a covid-19, tem encontro no youtube com gente bacana e interessante. 

Para outras coisas relacionadas ao que faço, me segue nas redes: https://twitter.com/Edgar_Borges_ e https://www.instagram.com/edgar_borges_.  

Ah, vai a agenda: na próxima segunda, se tudo correr bem, vou falar com a poeta Elimacuxi. 

sexta-feira, julho 10, 2020

Sendo jurado literário em tempos de pandemia

Não estou escrevendo nada nas últimas semanas (esta blogagem não conta), mas andei envolvido com as escrituras alheias. 

Desde que o distanciamento social motivado pela pandemia de Covid-19 começou já fui/serei jurado de três concursos literários aqui de Roraima, sendo organizador de um deles também. 

Vamos falar um pouco deles para lembrar um dia lá na frente: 

Analisei o material que foi inscrito no I Concurso Literário MaRRginal, organizado pelo grupo Margens com tema livre. A divulgação dos ganhadores será no sábado, 18 de julho. 


Além de jurado, entrei também como um dos patrocinadores do concurso, com a doação de um exemplar de meu livro Sem Grandes Delongas: 





Propus, colaborei na organização e fui um dos jurados do Prêmio Devair Fiorotti de Literatura, da Editora da Universidade Federal de Roraima (EdUFRR). O tema desta edição foi “Pandemias: cuidados, prevenção, efeitos e consequência sobre a vida humana: dimensões múltiplas de uma temerária e inquietante experiência coletiva”. 



Conforme texto publicado no site da UFRR, 
a iniciativa estimulou autores moradores de quase todo os estados do Brasil e de outros países a produzirem textos literários sobre o momento/circunstância que vivemos neste ano, trazendo abordagens diversas sobre as consequências de pandemias como a da Covid-19 no cotidiano das pessoas.

Foram selecionados 15 contos, 15 minicontos e 15 crônicas. Na categoria Poema foram destacados dois poemas inscritos como hors-concours, além dos 15 selecionados, para abrirem, cada um, um volume da coleção, dedicados ao poeta Devair Fiorotti, uma vez que o homenageiam.

O material integrará os dois primeiros volumes da recém criada Coleção Literatura de Circunstâncias da EdUFRR de textos literários, que serão também lançados em livro físico, em edição de pequena tiragem.

O prêmio literário foi organizado por Fábio Almeida de Carvalho, diretor da EdUFRR, Roberto Mibielli, escritor e coordenador do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRR (PPGL) e Edgar Borges, escritor e integrante do grupo literário Coletivo Caimbé.
Os três fizeram parte da banca julgadora, que também foi formada por Sheila Praxedes Pereira Campos, Sonyellen Fiorotti, Francisco Alves Gomes, Verônica Prudente Costa, Cátia Monteiro Wankler e Rosidelma Pereira Fraga.




A outra banca de avaliadores para a qual fui chamado até agora é a do concurso de poesias em vídeos “Palavras conectadas”, organizado pelo Sesc Roraima: 



Confere o release: 

‘Palavras Conectadas’ é o nome do concurso de poesia on-line que busca promover a Cultura Literária através da linguagem entre o vídeo e a poesia, neste período de pandemia que estamos enfrentando. As inscrições poderão ser realizadas gratuitamente no site www.sescrr.com.br, até o dia 31 de julho. Os vencedores de cada categoria ganharão um tablet.
 
Os interessados deverão mandar vídeos recitando poesias de autoria própria, de acordo com o regulamento e conforme sua categoria: Baby - de 6 a 10 anos e Júnior - de 11 a 15 anos. 
 
Os vídeos serão julgados em uma primeira fase pelos profissionais da literatura Aldenor Pimentel, Edgar Borges e Zanny Adairalba, que escolherão dois vídeos por categoria. 
Na segunda e última fase, quem decidirá os vencedores será o público através de uma votação popular on-line no instagram do Sesc Roraima (@sescrr).

Deste aqui peguei várias notícias que saíram na mídia local: 

G1 Roraima






Folha de Boa Vista 





O próprio site do Sesc. 








Quantos outros concursos vou analisar até a pandemia acabar eu não sei. Só sei que estamos aí.

sexta-feira, maio 01, 2020

Diário da Covid-19: oferendas, promessas de chuva e mais mortes pelo coronavírus em Roraima

Domingo, 26.04

O passarinho continua na mesma posição há quase uma semana. Só penso na sede e na fome que deve estar passando.

Cheguei aos seis quilômetros e não tropecei com ninguém nas ruas. Agora quero 6,5 km.

Metas são engraçadas. Parei de traçar a sério as metas há anos. As anotava e não cumpria pq outras coisas apareciam e as solapavam. Vamos levando. Não se chega a lugar nenhum, mas também não há dramas por isso.

Metas na quarentena: tirando correr, não tenho, não quero, não sou obrigado. O papo coach de mantenha o foco na produtividade me cansa. Se fosse mantenha o foco na criatividade talvez fosse melhor.

Cedasso li no grupo dos jornalistas que morreu mais pessoa em decorrência da Covid -19. Logo hoje que acordei pensando que talvez fosse bom a gente retomar a vida. Paramos tudo em casa no que se trata de continuar mexendo na eterna reforma. Nas últimas semanas queimaram um ventilador e um chuveiro. Não queremos chamar nem levar para evitar riscos. Estamos cansados mentalmente já. O bom é que não brigamos por isso.


O Rui falou no Facebook sobre o senhor que morreu. Na quarta foi no Palácio do governo trabalhar, no sábado deu entrada no HGR e morreu em poucas horas. Só penso no choque pra família. De uma hora para outra nessa condição.

A Isadora me mandou um lindo texto dela no wpp. Uma crônica de esperança na passagem segura pela pandemia misturada com histórias sobre suas filhas. Eu gosto dos textos dela. O dia que for a Belém vou comprar um livro de sua autoria e pedir o autógrafo enquanto tomamos um açaí.

Segunda, 27.04.

Passamos a tarde ontem no escritório, Zanny desmontando as caixas que o entulhavam desde que voltamos para casa. Eu, fiscalizando para saber onde ia colocar o que tirasse delas. Podia não parecer, mas havia uma ordem no caos. Balu nos acompanhou fielmente. Ou acompanhou o ar condicionado, nunca sabemos.

Hoje não tem corridinha, tem varridinha e passada de pano na casa. É tipo fazer remada. No final, saio esgotado.

Troca de stickers com a Adenice. Me divirto. É ela e a Cláudia para aumentar meu arquivo. E a Mirella.

O passarinho sumiu. Não está no chão, não está nos galhos abaixo. Será que o gavião pegou ou conseguiu voar? Acho que deve ter sido o gavião. Tantos dias parado...de onde ia tirar forças para voar?

Lembramos hoje dos planos que tínhamos para o Edgarzinho no mês passado, logo após os novos exames médicos de alergia: aulas de natação, aulas de inglês, aulas de desenho. Aí veio a pandemia, aí veio o isolamento, aí se foram os planos para segundo plano.

Hoje acordei cansado de ficar em casa novamente. Porque tirando a corrida solitária não vamos a lugar algum (ou nenhum, sei lá). E então, vendo os status da Sâmia, vejo que a imprensa mundial aponta que o Brasil pode ser novo epicentro mundial da covid-19...Dá umas tristezas...

Cansaço. Durmo. Almoço. Trabalho. Tarde quente. No grupo dos jornalistas chega a notícia de que o prefeito de Rorainópolis quer pedir na Justiça Federal que fechem a BR-174, impedindo a passagem de carros pequenos. Parece que os casos na cidade estão sendo importados do Amazonas. Há uma ironia nisso: sempre falaram que as correntes na terra indígena Waimiri Atroari seriam (uma entre muitas, de acordo com o momento) as causas do não desenvolvimento de Roraima. Agora podem ser a salvação.

Venezuelanos estão sendo transferidos para o hospital de campanha que foi montado para reforçar o atendimento na pandemia. O hospital, entretanto, "não possui data para funcionar por falta de equipamentos e profissionais". Que bosta de estado é este que demora tanto para se preparar para as coisas mas sempre é rápido na hora de achar culpados para suas incompetências?


Terça, 28.04

O passarinho voltou! Peguei um susto quando olhei, por força do hábito, para o galho e o vi, mofino como sempre. Contei pra Zanny e ela me disse que o nome dele é Osvaldo (não sei se com V ou W), de acordo com o Edgarzinho.


Osvaldo voltou ao seu galho

Metas de exercícios: aumentar uma flexão por semana. Agora estou em 3 x 16. Estou orgulhoso de meu combate ao sedentarismo Quando acabar o período de distanciamento em quanto estarei?

Eu não sei que horas acordei de tão cedo que foi, mas foi cedo que olhei o relógio: 4h40. Bom para evitar gente nas ruas. Quando estava na corrida vi que fizeram ofertas de novo na avenida de barro. Exatamente o mesmo da outra vez e no mesmo local: três carteiras de cigarro até o talo de estouradas, três latas de cerveja e duas garrafas de ice vodka. Essa parte eu não entendi. Um dos entes do além não bebe destilado (se forem três entes) ou é um só e não aguenta misturar muito? O que será que a(s) pessoa(s) pede(m)?


Oferendas no Paraviana. Ah, se eu fumasse...
Quis fazer algo do artigo e descobri que perdi as anotações digitais que fiz dia desses. Tive que ler tudo de novo para lembrar o que havia decidido acrescentar.

O governo do estado disse que não vai fornecer dados detalhados diariamente sobre os casos de covid-19 em Roraima. Só o básico. Aí, uma vez por semana vai liberar mais informações.

Passamos da China nos casos oficiais de mortos pela Covid-19. São 5.017 falecimentos agora. Triste recorde. Roraima aparece com seis mortes. E não falemos em subnotificações.

"E daí?".
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, em 28.04.2020, sobre os 5.017 mortos por covid-19 no Brasil (conforme dados oficiais).



Quarta, 29.04

Vamos cedo para o Atacadão comprar coisas de higiene, principalmente. No caminho até lá, vemos lojas fechadas, mas lembramos que ainda não são oito horas. Vemos muitas abrindo e outras já abertas e lembramos que o comércio está praticamente todo liberado para funcionamento.

Vemos aglomerações de migrantes venezuelanos em uma área comercial na frente da rodoviária. Muita gente. Vemos os trabalhadores da construção ao lado de um igarapé na avenida Brasil em sua labuta e sem máscaras para proteger-se. Vemos na frente do abrigo Rondon ao lado da Polícia Federal aglomeração na porta de entrada....

Chegamos no Atacadão e já tem gente fazendo compras. Não fomos os únicos a pensar em evitar os horários de pico. Tem álcool em gel na entrada, muitos funcionários de máscara, mas alguns sem. Destacam-se por isso.

Vemos quase toda a clientela de máscara. Há exceções, a maioria homens. É cômico isso: casais em que só um se protege. Vemos um sujeito de uns 60 anos, com a cabeça toda branca, fazendo suas compras como se não houvesse nada de anormal nisso. E o pior é que nos tropeçamos em vários corredores.

Tem uma hora em que usar a máscara incomoda. Começa a doer a orelha. Nunca é rápido fazer compras no Atacadão. Enchemos o carrinho, pagamos, os caixas tem uma proteção de acrílico que os isola dos clientes. Bom para eles. Só queremos voltar daqui a dois meses aqui. Na saída, lembramos do tempo em que saíamos e abríamos um chocolate com a mão suja mesmo e comíamos felizes pela sensação de tarefa cumprida. Bons tempos em que só tínhamos medo de bactérias e dor de barriga.

Na volta, vemos a Guarda Municipal conversando com os migrantes no local onde estavam aglomerados na frente da rodoviária. Penso: tomara que ninguém adoeça desse grupo.

Chegamos em casa, limpamos todos os itens da compra, tomamos banho do lado de fora, já deixamos lavada a roupa. Saudades do tempo em que era só chegar e, no máximo, tirar os sapatos antes de entrar em casa.


Osvaldo no galho


Quinta, 30.04


Tem dias que são cópias de outros dias que já copiaram outro dias. Algo do tipo:
Acorda no escuro/acorda no meio claro.
Procura pelo Balu/Balu já está no pé da cama.
Osvaldo está no galho/ Osvaldo finalmente voou
Faz chá/ faz chá e café
Navega nas redes sociais, come e corre/Fica em casa
Mexe no notebook e no celular/ mexe no celular
Come, cochila/Come, entra direto no trabalho remoto
Se irrita com o trabalho/acha bacana ter o que fazer
Faz planos de produzir algum vídeo/não produz/nem pensa nisso
Estuda no app de inglês/faz vídeochamada pra mamãe/lê na rede/lê na cadeira de balanço
Vê um filme ou um episódio de série por inteiro/quase durmo no meio do vídeo
Dorme/acorda cedo/checa se o Osvaldo tá no galho/Pensa em quebrar a rotina/Deixa pra lá tudo e se conforma.

A quinta prometeu chuvas, mas foi só ventania e depois calor novamente

Sexta, 01.05.2020
Osvaldo, o pássaro meditador, alçou voo. Será que amanhã ele aparece de novo no galho?

Hoje é feriado. Nunca antes os feriados foram tão inúteis. Ou talvez sejam bons ainda: não ser obrigado a ficar na frente do computador por conta do trabalho remoto também é relaxante como um feriado em tempos sem pandemia.

Manhã: pesquiso referências para o artigo, Zanny organiza as compras em caixas, Edgarzinho joga no celular e vê programas de auditório e seus mistérios narrativos que prendem a atenção, dona Alba faz palavra cruzada.

Tarde de muito calor e algumas nuvens de chuva no céu. Desde ontem isso: apenas promessas e nada de água.

Começa a noite e Osvaldo não voltou. Chuvisca um pouco e abafa ainda mais.

O Ministério da Saúde divulga: agora são oito óbitos por Covid-19 em Roraima. No começo da semana eram quatro. No Brasil, são 3.629 falecimentos registrados nos dados oficiais.

Chegam os vídeos: enfermeiros protestavam em Brasília pedindo melhores condições de trabalho e fanáticos bolsonaristas, vestidos com roupas amarelas e bandeiras do Brasil, começaram a xingá-los e empurrá-los. A loucura desse povo é algo surreal.

Na internet, o dia foi de ataques à deputada Joice Hasselmann. O gabinete do ódio não perdoa. Por outro lado, ela sabia no que estava se metendo quando se juntou com essa turma. Queimem juntos.

Mandei o que pude para Leila ver. Conversamos um pouco. Anda como eu: entre o riso desesperado e o cansaço desta situação sanitária-política.


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Este é o sétimo registro dos meus dias de quarentena e distanciamento social durante a pandemia da covid-19. Tem outras postagens aqui.

Se você também está escrevendo sobre isso, deixa o link nos comentários que quero saber dos teus dias.