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domingo, janeiro 02, 2022

Minha retrospectiva 2021

Finalmente acabou 2021. A pandemia não, mas quase não se liga mais pra isso nas festas.
Pelo menos nas festas de Natal e Ano Novo...Acabou 2021, que venha 2022. Em algumas semanas vou tomar minha terceira dose da vacina, mas isso é futuro e hoje vim escrever de passado, do meu passado, de meu 2021 resumido em números e anotações. Bora então, falar de músicas, exercícios, podcasts, literatura e audivisual. Viagens não, não teve viagens, exceto as dentro de minha cabeça. Visitas quase não teve também. Não estamos tão rigorosos como em 2020, mas ainda estamos bem isolados. Não sei, do meu lado, o quanto é misantropia, preguiça e receio de contaminação.  Enfim, avancemos: 


Música e podcast


Sou movido a música. Ouço quase tudo sem reclamar. Isso desde que era molequinho na Venezuela, nossa TV nunca funcionava e um rádio a pilha e emissoras AM nos acompanhavam o dia inteiro em casa. O silêncio, ou a falta de música ambiente, me dá agonia e desconcentra se estou trabalhando. 


Em 2020 (ou 2019) incorporei um hábito às caminhadas e corridas: ouvir música. Antes não fazia isso. Preferia ouvir o som das ruas ou da praia. Brincava dizendo que essa era minha forma de meditar. Mas aí comecei a escutar canções e é mais gostoso assim, dá até ritmo. Aí, em 2021 dei outra incorporada: ouvir podcasts enquanto ia caminhar. Juntei isso com ouvi-los durante as atividades de casa e teve dias em que dispensei as músicas para prestar atenção em gente falando sobre diversos temas. O Spotify pegou os dados de tudo o que ouço e fez a retrospectiva. Salvei, mas só agora percebi que a listagem dos podcasts não está na pasta. Então não vou poder mostrar. Fora isso, ficou assim:





Teve uma fase do ano em que não queria ouvir nada de letra, aí fui atrás dos sons instrumentais, versões ou composições originais, coisa de vários continentes. Foi legal. Dá espaço para pensar em nada enquanto se ouve o som.E só comentando o artista Yordano: além de ser um excelente letrista, este velhinho é o meu som preferido enquanto lavo os banheiros da casa. Por essas e outras é o terceiro ano seguido em que entra nos meus mais escutados.


Atividades físicas

Desde o ano passado estou basicamente apenas caminhando. O joelho doeu uma


vez que tentei correr e não tive coragem de arriscar uma lesão. Bicicleta peguei poucas vezes, apesar de ter gente como o Marcos me chamando o tempo todo para ir pedalar fora da cidade, sobretudo. Mas a preguiça é maior. O Strava fez um levantamento de quantas horas me exercitei este ano. Ele é falho, no entanto: em várias ocasiões esqueci de ativar o aplicativo e também sempre esqueço de ligá-lo quando vou caiacar com o Timóteo. 

Ah, e aí também não anota todas as flexões de braço que fiz em 2021. hehehe

 




Esses meses com números maiores são os que incluem as pedaladas. Qualquer saída já eleva muito a quilometragem. 

Leituras

Fiz duas listas este ano, anotando tudo o que lia de HQ e livros. Isso não inclui, obviamente, matérias jornalísticas, postagens de blogs e redes sociais (mesmo literárias) e artigos ou outro tipo de material científico. Quantitativamente li pouco, mas foram boas leituras e isso é o que conta. Sobretudo pensando que leio mais durante o dia e que esta não é minha única ocupação. Bora lá, ver as HQs e livros:

HQs

1. Loving Dead - Stefano Raffaele
2. Star Wars: Academia Jedi - Jeffrey Brown
3. Mulheres no cárcere - Mariana Hasse e Natália Madureira Ferreira
4. Rua 24 - Hipácia Caroline.
5. As aventuras de Tintim: Rumo à lua - Hergé
6. As aventuras deTintim: explorando a lua - Hergé
7. O chifre do rinoceronte: uma aventura de Spirou e Fantasio - Franquin
8. 4 aventuras de Spirou e Fantasio - Franquin
9. A vida oculta de Fernando Pessoa - André F. Morgado e Alexandre Leoni
10. Crise nas infinitas terras - parte 3
11. Grande sertão: veredas. João Guimarães Rosa. Roteiro de Guazzelli e artes de Rodrigo Rosa


LIVROS

1. Contos do Rio - Machado de Assis
2. Mulher vestida de sol - Ariano Suassuna
3. Mecejana: ontem, hoje e sempre - Lindomar Neves Bach
4. É a vida. Microcontos de risadas, amor e morte - Gabriel Alencar
5. Meu mundo e o que eu vejo - Eliza Menezes
6. Amazônia caribenha: memória e história. O trajeto e o desdobramento em outras narrativas históricas de uma família nordestina para Roraima - Reginaldo Gomes de Oliveira.
7. Versos de beira-rio para quem gosta de sonhar - Zanny Adairalba
8. Sem anos de solidão: uma autobiografia literária - José Vilela de Moraes
9. Auto da Compadecida - Ariano Suassuna
10. Makunaimã taanii/ Presente de Makunaima - Kamuu Dan
11. Meia Pata - Ricardo Dantas
12. Panthalassa ou Aconchego-me sobre metralhadoras - Isadora Salazar.
13. Ainda estavam lá - André Ricardo Aguiar, Adriano Salvi e Marcio Markendorf
14. O sol no caminho - Sérgio Bernardo
15. tudo o que leva consigo um nome - Francisco Mallmann
16. Leão de chácara- João Antônio
17. . Sobre a escrita: a arte em memórias - Stephen King
18. Aquarela bang - Isadora Salazar
19. O jogo da Democracia - Aldenor Pimentel


 De todo o material que li, o mais impactante foi a adaptação da obra de Guimarães Rosa. Após lê-la, fui ouvir podcasts e ver vídeos sobre o autor e Grande Sertão: Veredas por quase duas semanas. Além disso, me inspirou a textualizar histórias que há muito vinha tentando escrever e não conseguia. 

Nas minhas redes sociais posto fotos das capas dos livros assim que termino de ler. É outra narrativa lá, complementar a esta. 

Audiovisual

Como não saio e não gosto de me exercitar à noite, acabo vendo muito vídeo quando o sol vai embora. A lista é enorme, como se ficasse o dia todo na TV, mas é basicamente o que se vê durante uma hora e meia a duas horas por dia. Mais do que isso, fico com sono e já comeco a cochilar no sofá. 

DOCUMENTÁRIOS

1. Amarelo: é tudo pra ontem. (Fred Ouro Preto)
2. El asqueroso pasado de Londres | BBC Extra
3. This's pop T1
4. Mestres do Universo: salvando Eternia  - aftershow
5. Filmes que marcaram época T2, T3
6. Mussum - um filme do cacildis (Susanna Lira)
7. Axé . Canto do povo de um lugar (Chico Kertész)
8. Nos Bastidores de Trese
9. Clichês de Hollywood: O Cinema Como Você Sempre Viu (Sean Doherty, Ricky Kelehar, Alice Mathias )
10. Juanes: origen (Kacho López Mari)
11. CineMagia: A História das Videolocadoras de São Paulo (Alan Oliveira)


SÉRIES LIVE ACTION

1. Modern family T 11
2. The Young Waĺlander  T 1
3. American Gods T 1, T 2, T 3
4. Fleabag T1, T2
5. The Office T 1, T 2, T 3, T 4, T 5, T 6, T 7, T 8, T 9
6. Carnival Row T 1
7. Brooklin Nine Nine T 7
8. Profecia do inferno T 1
 

SÉRIES ANIMADAS

1. Invencible T1
2. Mestres do Universo: salvando Eternia T 1 parte 1 e parte 2
3. Entrelinhas pontilhadas
4. Archer T 12
5. . Força queer T1
6. He-Man e os Mestres do Universo T1
7. Departamento de conspirações T 1
8. Arcane - league of legends T1
9. Super Crooks T 1
10. Trese T 1

FILMES
1. Nunca convide o seu ex (Ryan Eggold)
2. Selvagens (Oliver Stone)
3. Zona de combate (Mikael Håfström)
4. O Tigre Branco (Ramin Bahrani)
5. Abaixo de zero/Bajo cero (Lluis Quilez)
6. Missão no mar vermelho (Gideon Raff)
7. Rede de espiões/wasp network (Olivier Assayas)
8. Nova ordem espacial (Jo Sung-hee)
9. Batman:alma de dragão (Sam Liu)
10. É o fim (Seth Rogen)
11.Sicário - terra de ninguém (Denis Villeneuve)
12. A força da natureza (Michael Polish)
13. Holmes & Watson (Etan Cohen)
14. Hellboy: espada das tempestades (Tad Stones, Phil Weinstein)
15. Amor e monstros (Michael Matthews)
16. Redemption (Steven Knight)
17. Army of the dead: invasão em Las Vegas (Zack Snyder)
18. Highlander (Russell Mulcahy)
19. Era uma vez em Hollywood (Quentin Tarantino)
20. Yesterday (Danny Boyle)
21. A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (Mike Newell)
22. Hellboy: o espírito de fantasma (Victor Cook)
23. Major Grom contra o Dr. Peste (Oleg Trofim)
24. Como virei super-herói (Douglas Attal)
25. Rock em Cabul (Barry Levinson)
26. Michael Clayton (Tony Gilroy)
27. O último mercenário (David Charhon)
28. A vigilante do amanhã/Ghost in the shell (Rupert Sanders)
29. Entre facas e segredos (Rian Johnson)
30. Amor com data marcada (John Whitesell)
31. Dor e glória (Pedro Almodóvar)
32. Alvo duplo (Walter Hill)
33. Dez anos de pura amizade (Jamie Linden)
34. Sociedade da Justiça: Segunda Guerra Mundial (Jeff Wamester)
35. Memórias póstumas de Brás Cubas (André Klotzel)
36. Pegando fogo (John Wells)
37. Caçadores de trolls: a ascensão dos titãs (Guillermo del Toro)
38. The Witcher - lenda do lobo (Han Kwang II)
39. Batman, o longo dia das bruxas parte 1 ( Chris Palmer)
40. Ascensão do cisne negro (Magnus Martens)
41. Neruda ( Manuel Basoalto)
42. A rosa venenosa (Francesco Cinquemani, George Gallo)
43. O autor (Manuel Martin Cuenca)
44. A livraria (Isabel Coixet)
45. Zumbilândia: atire duas vezes (Ruben Fleischer )
46. Kate (Cedric Nicolas-Troyan )
47. O lado bom da vida (David O. Russell)
48. O culpado (Antoine Fuqua)
49. O âncora: a lenda de Ron Burgundy (O âncora: a lenda de Ron Burgundy)
50. Venom (Andy Serkis, Ruben Fleischer)
51. Black is beltza (Fermin Muguruza)
52. Peçanha contra o  animal (Vini Videla)
53. Um casal improvável (Jonathan Levine)
54.  Meu ano em Nova Iorque (Philippe Falardeau)
55. Exército de ladrões: invasão da Europa (Matthias Schweighöfer)
56. Vingança e castigo (Jeymes Samuel)
57. A outra eu (Julián Gaviria)
58.  Alerta vermelho (Rawson Marshall Thurber)
59. A inacreditável história do milho gigante ( Aldenor Pimentel)
60. Apenas amigos (Roger Kumble )
61. Lokillo - o novo normal (Julián Gaviria)
62. Ninguém entra, ninguém sai (Hsu Chien)
63. Imperdoável (Nora Fingscheidt)
64. Te prego lá fora - Porta dos fundos Rodrigo Van Der Put, Thiago Martins, Pavão)
65. Duna (Denis Villeneuve)
66. Não Olhe para Cima (Adam McKay)
67. O ataque dos cães (Jane Campion)

Depois de uma live com a Elimacuxi, Timóteo Camargo e Júnior Guimarães comecei a incluir o nome dos diretores dos filmes. Assim evito confusões entre filmes com títulos muito parecidos. 

Tem muita porcaria nos filmes, sobretudo pq já estou cansado quando vou ver TV e não aguento coisa densa, mas mesmo nas porqueras há umas paradas bacanas, menos "A rosa venenosa". Esse com certeza foi o pior filme que terminei de ver este ano...

É que nessas listas todas acima só entraram livros, séries e filmes que consegui terminar. O que larguei pelo meio não contei. Tudo para esquecer as tentativas frustradas.

Bem, finalizando, para guardar para a posteridade, uma lista com todas as seleções em que me dei bem em 2021 na área literária, ganhando estímulos para seguir escrevendo prosa e poesia. Estou com uma ideia de juntar todos os textos selecionados e montar um e-book, aglutinando tudo num canto só. O que acham?

Vamos lá: 


1.    A Folhinha Poética, calendário literário muito bacana, selecionou dois poemas meus, Temporal e Navegação, para ilustrarem dias de março de 2023
2.    A 26a edição da Revista Literalivre trouxe uma crônica minha chamada Entre angústias, rotinas, lágrimas, atos e silêncios  
3.    A Revista Traços publicou em sua segunda edição o foto poema Em certos amanheceres.
4.    A 27a edição da Revista Literalivre trouxe um conto meu chamado Cantarolar.
5.    A 28a edição da Revista Literalivre trouxe uma crônica minha chamada Sobre amanheceres chuvosos.
6.    Na terceira edição da Revista Traços saiu a crônica Organizado, organizadinho.
7.    A primeira edição da revista Toma aí um poema, do podcast de mesmo nome, saiu com o meu poema Há esperança.
8.    O poema Há esperança também foi selecionado para leitura no podcast Toma aí um poema.
9.    A Valittera, revista literária dos acadêmicos de letras da UEMS, selecionou meu conto Ano-novo para publicação. O material deve sair no primeiro semestre de 2022.
10.    O poema Tudo bem? foi selecionado para publicação em versão e-book e impressa da antologia poética "GEOPOLÍTICA AMBIENTAL", do podcast Toma Aí Um Poema.
11.    O poema Agosto amanhecido foi publicado no e-book resultante do 2o Concurso de Poesias do Colei – 2021.
12.    A 30a edição da Revista LiteraLivre saiu com o meu conto Sabores da noite passada.
13.    A 1ª Mostra Picuá de Literatura publicou um e-book com o conto Livro de amor e o poema Medos, monstros e lama.
14.     Ainda na 1ª Mostra Picuá de Literatura o conto Livro de amor ficou em segundo lugar na categoria prosa/escrita. Não conta como premiação minha, mas vale lembrar que os atores do Criarte Teatral ficaram em primeiro interpretando os meus textos nas categorias  Performance Poesia e Prosa.
15.    Tive uma proposta de lançamento de livros e rodas de conversa aprovada e participei do Festival Literário De Roraima/Boa Vista Sesc 2021.
16.    O poema Há normalidade ficou em primeiro na categoria literatura da Mostra Cultural do IX Forint do IFRR.
17.    A revista Cult publicou em sua seção on-line Lugar de Fala o meu texto Identificação ativada, uma prosa sobre literatura e identidade indígena.

 

 


Fora isso aí acima, este ano lancei o meu primeiro livro de poemas, intitulado Incertezas no meio do mundo; traduzi para o espanhol o livro Versos de beira-rio para quem gosta de sonhar, de Zanny Adairalba; fiz uma série de lives conversando com artistas no primeiro semestre; fui avaliador de projetos de extensão na área literária na UFRR e no IFRR e finalizei 2021 elaborando um projeto de pesquisa para um eventual doutorado. Estou muito mais magro e saudável, apesar da esofagite ainda persistir, que em janeiro de 2021 e acho que 2022 pode ser bom, apesar de tudo. Nada, nada, em outubro vamos nos livrar dessa desgraça que está na presidência. 

Ah, uma coisa que não posso deixar de lembrar: em janeiro me coloquei a meta de escrever um texto por dia, no gênero que fosse. Assim exercitaria a criatividade literária. Não deu para fazer todo dia, mas foi bom assim mesmo: foram 108 publicações no que chamei de diário litero-pessoal de 2021. Nele incluí poemas, contos, crônicas, textos memorialísticos e tudo o mais que escrevi. A média é de uma publicação a cada 3,3 dias se for levado em conta apenas o que inseri no arquivo, mas está falha. 

É que no meio do ano, após ler um livro de hai-kais do Sérgio Bernando, fiquei tão inspirado que comecei a me arriscar na poesia japonesa mesmo sem saber fazer as contagens de sílabas poéticas... Enfim, fiz mais de 70 haikais já e estou pensando em fazer o lançamento desse material em um livro artesanal ou pocket. Falta só a grana para bancar a produção. 

Ainda sobre o diário litero-pessoal, quem tem como nome de arquivo "2021, será que", a intenção era lançá-lo em formato de e-book, mas desisti. Vou apenas tentar imprimir para lembrar no futuro de como vivi em 2021. 

Ah, também fui parecerista de projetos de extensão na Universidade Federal de Roraima e no Instituto Federal de Roraima. 

É isso. Esse foi o resultado positivo de 2021. Como grandes tristezas pessoais tenho as dores das mortes de minha avó materna dona Maria José Torreias em janeiro e a do meu cachorrinho Balu em julho. Como tristeza coletiva, as centenas de mortes causadas pela pandemia de coronavírus. O restante é bobagem da jornada da vida, superável e aguentável. 


Vamos pra 2022, esperando que tudo corra bem. 

Ah, aqui tem o link para outras retrospectivas (achei que tinha mais, mas me enganei): 

2020

2016

2015

2011

2010

 

quinta-feira, dezembro 24, 2020

Memórias de 2020 – o ano do fiquei em casa

24 de dezembro de 2020



Há anos não fazia isso de relembrar o que havia acontecido no ano findante.

Sei lá, em várias ocasiões fiz e publiquei aqui, mas tinha perdido a razão. Agora, depois de um ano jodido como este, volta a fazer sentido. Serve como que para dizer: amigo, tanta gente ficou para trás e você conseguiu fechar o ciclo. Valoriza.

Poderia falar de muitas coisas punk, como o cansaço do distanciamento social, a falta dos amigos, os nove ou dez meses que não encosto para abraçar minha mãe e ficamos falando apenas de longe, as semanas em que cheguei a pensar que a Zanny ia morrer de tão doente que ficou, mas o que pegou mesmo foi novembro e dezembro.

Foi no dia 17 de novembro que recebemos, no grupo criado só para trocar informações sobre a minha vó Maria José, uma foto dela toda feliz terminando o almoço. E logo em seguida recebemos o aviso de que estava sendo levada para o hospital após ter caído.

Está lá até agora, internada. Primeiro no Hospital Geral de Roraima, onde podíamos visitá-la. Depois no Hospital das Clínicas, onde não permitem visitas para diminuir o risco de que pegue covid-19.

Foi ainda em novembro que chegou o aviso de minha tia, a principal pessoa a tomar conta da vó, estava com covid-19, que estava começando a ter problemas para respirar, que havia sido internada às pressas.

Até hoje está internada. Já passou pela UTI, saiu, mas ficou muito fragilizada. Nos vídeos que minha afilhada manda do quarto do hospital, nota-se como a doença maltrata as pessoas.

Novembro e dezembro foram duros, mas o ano teve outros momentos, entre agradáveis e bons para serem esquecidos.

Como lembrar das coisas diferentes em um ano tão repetitivo

Dei uma navegada pelo arquivo do Google fotos para visualizar o que havia registrado e salvo no drive. Isso me ajudou a relembrar alguns momentos da ano. Foi mais ou menos assim:

Fui à praia do Curupira como nunca havia ido em 12 anos morando perto. Muitas vezes só para correr numa trilha coberta, algumas poucas para tomar banho.

Nesses nove, dez meses de isolamento, só tive encontros sociais na praça do Mirandinha, mantendo distância e sem tocar, seis vezes. A solidão social foi dura de aguentar.

Para ocupar a mente gravei poemas para o youtube, publiquei poemas nas redes sociais e desenhei cerâmicas que estavam jogadas no quintal. Me integrei a um grupo de estudos sobre literatura indígena e fiz uma disciplina de doutorado na Universidade Federal Fluminense como aluno especial.

Corri regularmente como nunca havia corrido na vida (talvez quando tinha uns 13 ou 14 anos, mas não lembro direito). 

Cheguei a ter pique para completar seis quilômetros, mas doenças, dores, cansaços e o asfaltamento de minha avenida antes solitária e de barro me fizeram diminuir e mudar a rota, baixando para um trecho tranquilo e sem gente de apenas 3,5 km. 

De acordo a retrospectiva do app Strava, corri ou pedalei 463 km, divididos entre  128 dias.

Uma anotação me lembra que comecei o ano com 73,9 quilos. Hoje me pesei depois de tomar café e estava com 73,5 kg. Cheguei aos 71,5 kg em certo momento do ano. Melhor não ter baixado tanto do que voltar a ficar com medo da diabetes.

Bem, por mês, de acordo com o drive de fotos, os destaque da vida foram assim:

Janeiro – Rolou o último churrasco do ano, na praça do Mirandinha. Participei de uma exposição de miniaturas no shopping Garden

Fevereiro – Teve viagem minha, da Zanny e do Edgarzinho ao Espírito Santo com Timóteo, Grazi e Liz Camargo. Depois teve carnaval e preparação para voltar a trabalhar, o que incluiu fazer a segunda tatuagem de minha vida.

Março – Participei de outra exposição de miniaturas e gravei um vídeo sobre isso. Voltei ao trabalho depois de dois anos afastado. Fecharam tudo, voltei para casa, de onde trabalho todos os dias desde então. Fecharam as praias, o que me levou a sair de correr na areia para correr na avenida que era de barro nessa época. Aí aumentei a quilometragem dia após dia, até chegar, meses depois, nos seis quilômetros.

Abril – parece que nada rolou, além dos Diários da Covid-19, minhas publicações relatando as primeiras semanas de distanciamento social.

Maio – Parei de escrever os Diários da Covid-19. Tudo se repetia e nada de horizontes melhores. Mal sabia que chegaríamos em dezembro com mais de 180 mil mortes pela doença no país. Editei o vídeo da primeira fase da campanha dos escritores de Roraima “Fique em Casa e leia um livro”. Fiz a primeira de duas ou três lives com Timóteo Camargo, modo que encontramos de ver-nos e conversar bobagens em segurança nessa época. Morreu o compositor Aldir Blanc, que viria a dar nome a todas as leis publicadas meses depois para lançar editais de auxílio e renda para artistas.

Junho – Começaram a cair com força as chuvas e as goteiras de casa. Senti frio em certos dias, frio de usar meia durante o dia. Fiz as primeiras lives do meu projeto Diálogos Literários Pandêmicos. Foram no instagram.



Julho – Botamos grama no quintal. Literalmente, eu e Zanny botamos a grama no quintal, carregando e montando os retângulos. Fizemos também um canteiro suspenso. Uma telha voou numa ventania noturna, começou a cair água no quarto, tive medo que o forro desabasse e estragasse o guarda-roupa. Entre julho e agosto Zanny adoeceu muito, com fraquezas, vômitos, febres.

Ficamos entre os dois resultados negativos para Covid-19, duas avaliações dizendo que era sim coronavírus e uma outra falando que era uma violenta infecção. Na dúvida, seguindo as orientações médicas, ficamos, como na canção, dormindo em camas separadas por um tempo até ela melhorar. 

Demorou e em certo momento, entre um soro e outro em suas veias e nada dela se fortalecer, cheguei a pensar em como iria criar o Edgarzinho sem a mãe.

Agosto – Colhi pitangas, acerolas e tomates no quintal. Recebi as minhas cópias dos livros do concurso literário que ajudei a organizar na UFRR. Teve um sarau on-line para lançar as obras. Publiquei muitos poemas nas redes, me incomodei com as goteiras na sala.

Setembro – Colhi tomates e pepinos. Vi o rio Cauamé subir e descer várias vezes. O carro quebrou mais uma vez. Acho que foi um furo no radiador. Das outras vezes a bateria acabou e um aro vazou óleo e ficou sem freio (isso voltou a acontecer em novembro ou dezembro, mas em outra roda. Sinal de que devo trocar esse meu bichinho).

Outubro – Fui júri de dois concursos literários no Sesc Roraima. Também fui um dos selecionados para o time de escritores que participou da versão on-line do Festival Literário do Sesc. Fizemos uma edição do Sarau da Lona Poética no encerramento do evento. Foi pelo youtube, o que nos estimulou a sair do instagram para reunir a turma na outra plataforma.  Dei uma entrevista via gravação em casa para a Band Roraima sobre o dia do livro.



Novembro – Comecei a gravar o podcast Macuxicast com o LuizValério e a Zanny. Participei da edição 2020 do Festival Literário de São Gonçalo (RJ), ganhei charges minhas do Lindomar Bach e revistas da Tribo da Justiça do Rapha Porto, arrisquei dividir uma praia com os amigos, fiz Sarau da Lona Poética, vi minha tia e vó serem internadas, ganhei a terceira publicação seguida de poemas meus na revista eletrônica de literatura Literalivre.

Dezembro  - Retomei arealização dos Diálogos Literários Pandêmicos, agora no you tube, fui selecionado em dois editais das leis Aldir Blanc do município de Boa Vista e do Estado de Roraima, o carro quebrou de novo e já agendei fazer mais um conserto em janeiro. 

Fizemos a mais longa edição da Lona Poética até agora, com 3h30 deduração. Também fui selecionado para ser parecerista cultural de uma secretaria de cultura de outro estado. Agora só falta me cadastrar.

Hoje é 24 de dezembro. Falta uma semana para o ano acabar. A vacina já está mais perto, não tanto como queria, mas perto.

Não tenho muitos sonhos para 2021. Só quero que minha família não sofra e que eu tenha foco para me dedicar mais à minha carreira literária. O restante é rotina.

Ah, quando lembrava ia anotando o que estava lendo e vendo.

Ficou essa lista de livros, HQs, séries e filmes (só os que consegui ver por inteiro). Não entram aí os inúmeros vídeos que vi no youtube sobre história da música na América Latina, sobretudo sobre salsa. Também não entram artigos e livros científicos. Que se jodan.

Então, o que você compartilhou, sem saber, comigo de leituras e vídeos?

Quase todas as séries, livros, filmes e afins que vi em 2020

Séries

1. Ascenção do Império Otomano
2. Unbreakable Kimmy Schimidt
3.
The Good Place
4. Drácula
5. Paradise DP 2t
6. Brooklin 99 6t
7. Titans 2t
8. Altered carbon 2t
9. Modern Family t 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,8,9,10
10. Barbarians
11. La Revolution
12. Archer t 11

13. Por trás daquele som – t 1 e t 2

14. Rompan todo: La historia del rock en América Latina


FILMES
1.Hobbes and Shaw
2. Wonder Woman linhagem de sangue
3. 1917
4. Cães de guerra
5. Get Hard
6. O elo perdido
7. Operações Especiais
8. Um amor, mil casamentos
9. A leí da noite
10. Al son que me toquen, bailo
11. Atomic blondie
12. Senhor Estagiário
13. Resgate
14. Doc O mundo sem ninguém - AL
15. Doc As cidades mais incríveis do mundo antigo
16. Doc A grande história: humanos carnívoros
17. Loco por vós
18. American made
19. Doc Império Mongol
20. Focus
21. Liga da Justiça Sombria
22. Justice League Dark: Apokolips War 
23. Te quiero, imbecil.
24. No andaba muerto, estaba de parranda
25. Eurovision - festival da canção
26. Parker
27. O homem que mudou o jogo
28. Milf
29. Power
30. A lenda do cavaleiro sem cabeça
31. Origens Secretas
32. Afonso Padilha, alma de pobre
33. GDLK
34. Broken city
35.
The Devil all the time
36. Enola Holmes
37. Superman, o homem do amanhã
38. Superman Red Son
39.
O Halloween do Hubie
40. Ya no estoy aquí
41. Protegendo o inimigo
42. The man from U.NC.L.E
43. Matrix
44. A última cartada
45. Lanterna Verde
46. Troco em dobro
47. Bronx
48. Teocracia em vertigem -  porta dos fundos

LIVROS

1. Greenland - entre dois mundos, HQ de Bia Cruz
2. Histórias Brasileiras de Verão, Luís Fernando Verissimos.
3. ,Hilda Hilst
4. Capitães da areia, Jorge Amado.
5. 6. Contos reunidos, Moacyr Scliar
6. Faca, Ronaldo Correia de Brito
7. Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak


HQs 

1. Coringa, de Brian Azarello
2. Constantine, a fagulha e a chama
3. Demolidor, anjo de guarda
4. A espada selvagem de Conan, a coleção, n° 1. 160 pág.
5. V de vingança
6. Batman que ri
7. O Cortiço
8. Pílulas Azuis
9. Tribo da Justiça 1 e 2
10. Dilbert – Já não lembro mais se somos muquiranas ou espertos


segunda-feira, janeiro 02, 2017

Minha retrospectiva 2016



Tava vendo umas retrospectivas lá no facebook e fiquei impressionado com quantas coisas a galera fez em 2016. Chega a ser intimidador o número de conquistas pessoais de alguns colegas. Sabe aquela sensação de “véio...o que tu fez mesmo nos últimos 12 meses?”.


Enfim...Como estava de folga na última semana do ano e como acredito que até as 23h59 de cada 31 de dezembro algo de bom e fantástico pode acontecer em nossas vidas, deixei para falar de 2016 somente agora.

No Twitter, entretanto, destaquei ainda em 2016 a minha grande conquista: ter sobrevivido a este aninho vagabo.

Acho que só isso já é uma grande vitória. Só que daí lembrei que fiz outras coisas entre os momentos que tentava não morrer de tédio ou esperar que um saco de dinheiro caísse em meu colo. 

Na verdade, não lembrei de nada. Decidi vir checar o que havia escrito aqui no blog para conferir que paradas andei fazendo entre janeiro e dezembro.

Bem, vamos rapidinho à retrospectiva menos esperada do mundo blogueiro:

1.       Em março chegou o aviso de que havia sido selecionado no concurso/antologia do Prêmio Sesc/DF de Literatura – Crônicas Rubem Braga. O texto foi “O mugunzá de dona Vanda”. Meses depois recebi o certificado. Livro que é bom e parecia que teria, nada até hoje.     

2.       Em abril, junto com os poetas do coletivo Caimbé, fechamos a contabilidade das edições do Sarau da Lona Poética feitas por conta de um projeto aprovado no Ministério da Cultura. Entre novembro de 2015 e abril de 2016 fizemos 11 saraus e contabilizamos os seguintes convidados: 21 poetas e declamadores, 11 músicos e 26 artistas visuais e fotógrafos.     




3.       Em maio deixei Roraima rumo ao sul do Brasil e lá em Porto Alegre (RS) bati um papo sobre literatura e ativismos culturais na Amazônia Setentrional. Além disso, dei umas passeadas por Santa Catarina e o Rio de Janeiro. Mas este ano fui tão lerdo que só escrevi sobre isso em agosto. 

4.       Em junho fiz parte da organização do Intercom Norte, que aconteceu na Universidade Federal de Roraima. Só que não escrevi nada sobre isso (e quase não lembrava mais).

5.       Julho foi mês de gravar um som com meu bródi rapper Big Berg. Óbvio que não cantei. Apenas declamei o poema introdutório para a música “Tempo ao tempo”. Sobre isso, fui escrever só em dezembro... 

6.       Agosto foi legal: publiquei um artigo, escrito coletivamente, sobre gestão cultural em um livro da Editora da UFRR e também fui até Manaus (AM) com os amigos para realizar uma edição do Sarau da Lona Poética que integrou o circuito Sesc Amazônia das Artes. 



7.       Em setembro entrei na vibe de contar histórias indígenas. Comecei indo às salas das turmas de uma amiga. As reações das crianças alegravam os meus dias.


8.       Em outubro participei de uma exposição de carrinhos e bonecos de ação, o Hobby Roraima. 

9.       Novembro foi um espetáculo: passei praticamente metade do mês fora de casa, só fazendo, conversando e vivendo arte, cultura e outras coisas gostosas. No Rio Grande do Sul rodei por três cidades e participei de duas feiras de livros falando de ativismo cultural e contando histórias. Voltei para a maloca, passei uns dias tranquilão na rede, fui na UFRR palestrar sobre cultura e ações colaborativas e depois embarquei para São Paulo, onde contei histórias indígenas no Sesc Pinheiros. 


 




10.   Dezembro foi aquela coisa: desacelera (ainda mais) a vida, volta a contar histórias na escola, monta (pela primeira vez) um presépio com os bonequinhos da coleção, vai na casa dos amigos e dos familiares comemorar o final do ano e espera para ver o que rolará de bom no outro ano.   



11.   Tem uma contabilidade bacana de 2016 que não havia rendido postagem até agora: organizei com o Coletivo Caimbé o total de 13 edições do Sarau da Lona Poética. Rodamos por Boa Vista, Alto Alegre, Iracema, comunidade indígena Canauanin e Manaus (AM). Além disso, realizamos na comunidade indígena Ilha a segunda parte do projeto Mais Cultura nas Escolas, uma parceria com os Ministérios Cultura e da Educação. Sobre esta atividade, algo tem na postagem no blog do Coletivo. 


Enfim...foi só isso que fiz. Se tivesse feito uma coisa atrás da outra não daria dois meses de trabalho e feitos, eu sei. Entretanto, como dizia o sábio chinês no topo da montanha nevada na longínqua Ásia: é o que temos para hoje, amanhã e depois, pequeno gafanhoto.

Que venha 2017 do jeito que quiser.