P.S. : O colega escritor Aldenor Pimentel me lembrou lá no grupo de Whatsapp dos Escritores de Roraima que antes do Sem Grandes Delongas tive o e-book Roraima Blues como primeiro livro solo publicado. Eu acho que em algum momento da redação pensei nele, mas o meu pensamento é meio linear às vezes-quase sempre-já passei vergonha por isso- e disse (ele, meu pensar, ou eu, dono do pensamento?) "estamos falando só dos impressos. Apenas dos impressos, não viaja...". Bem, descartei lá na hora, mas depois dessa observação do Aldenor, acho válido apontar que em 2008 a revista portuguesa Minguante publicou esse livro digital de microcontos. O site saiu do ar, eu não havia pedido nenhuma cópia do material e apenas anos depois consegui um arquivo com os textos selecionados, mas sem a capa, que pode ser conferida nesta postagem feita por mim à época. Ah, e para variar, não sei em que canto está o arquivo...
quinta-feira, outubro 17, 2019
Sobre chuvas, preocupações pós-vida e e meus quase livros publicados
P.S. : O colega escritor Aldenor Pimentel me lembrou lá no grupo de Whatsapp dos Escritores de Roraima que antes do Sem Grandes Delongas tive o e-book Roraima Blues como primeiro livro solo publicado. Eu acho que em algum momento da redação pensei nele, mas o meu pensamento é meio linear às vezes-quase sempre-já passei vergonha por isso- e disse (ele, meu pensar, ou eu, dono do pensamento?) "estamos falando só dos impressos. Apenas dos impressos, não viaja...". Bem, descartei lá na hora, mas depois dessa observação do Aldenor, acho válido apontar que em 2008 a revista portuguesa Minguante publicou esse livro digital de microcontos. O site saiu do ar, eu não havia pedido nenhuma cópia do material e apenas anos depois consegui um arquivo com os textos selecionados, mas sem a capa, que pode ser conferida nesta postagem feita por mim à época. Ah, e para variar, não sei em que canto está o arquivo...
quinta-feira, outubro 23, 2014
Sabe a chuva?
Sabe essa chuva, seu moço? Se eu fosse supersticioso e acreditasse nessas coisas que ficam acima da gente, diria que tem alguém no céu chorando antecipadamente pelo tipo de governo que nosso estado terá nos próximos quatro anos.
E, seu moço, se eu fosse supersticioso, ficaria na dúvida entre escolher se o choro era do criador ou de alguma criatura dele.
Agora que o senhor falou sobre minha opinião sobre o possível tipo de governo, lhe digo: não tenho poderes mentais de adivinhação, não, seu moço. Que é isso? Como posso saber o que vai acontecer? Se eu soubesse, aí eu seria obrigado a acreditar nessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?
Seu moço, eu só acho que o passado da gente fala muito. Por isso que eu escondo o meu, sabe? Tem coisa que faço questão de não lembrar nem em sonho. Mas esse povo, seu moço, tem história demais de feias publicadas por aí. E eu leio, moço, ouço, até vejo umas de vez em quando. Dá uma dó bem aqui no meio dos peitos saber o que acontece cada vez que fazem coisa ruim e a gente paga por eles...
É que esse povo não é supersticioso, sabe? Se fosse, não se meteria em tanta ação feia. Antes disso, ficaria só fazendo o bem, com muito medo dessas coisas que ficam acima da gente. Ou abaixo, né?
E, seu moço, cuidado com essa chuva, viu? Ela pode não ser choro, mas dá uma tristeza imaginar que fosse...
segunda-feira, agosto 30, 2010
segunda-feira, abril 26, 2010
Os dias continuam pesados em minha aldeia. Se por alguns momentos a tranquilidade aparece, na sequência surge algum novo problema ou um desdobramento de questões que ainda não estavam resolvidas.
Para ajudar as águas de maio, ando lendo poesia. Devorei duas edições da revista literária Coyote, presentes do confrade Ademir Assunção; li “Um brinde a três amigos”, do paranaense Nilton Bobato, um pouco de Octavio Paz e uma coletânea de hai kais e tercetos de Mário Quintana. Vou agora para a Autofagia, revista editada em Minas Gerais pelo músico Makely Ka. Depois, planejo cair sobre contos africanos e a segunda infância de Manoel de Barros.
Minha esperança era a poesia me ajudar a encontrar soluções, alternativas para as encruzilhadas do quarto mês do ano. Por enquanto, vou só confirmando que a poética é um pouco inútil para questões mundanas. Ajuda apenas a esquecer um pouco os perrengues e a pensar como seria bom ter lido mais, viajado mais, experimentado outras construções literárias. Acho que é isso: a poesia apenas inquieta, mas não te ajuda a resolver nada.
quarta-feira, dezembro 30, 2009
segunda-feira, dezembro 21, 2009
Chove desde ontem em Boa Vista. As manhãs estão agradáveis, com um ventinho frio prendendo as pessoas na cama. O céu está nublado, prometendo mais chuva, meu teclado continua com a tecla O defeituosa desde que o Edgarzinho a arrancou e a poeira das rua abaixou.
Esta semana vou receber un$ que a negada me devia faz um tempaço, o que deve ajudar a continuar desequilibrando as contas para um saldo positivo. Falando nisso, a próxima delas é a festa de dois anos do índio mais gato desta imensa maloca que é Boa Vista.
Fora isso, só de ter o notebook funcionando novamente já fico feliz. Se tivesse viajado nas férias teria sido bem melhor, claro. Não deu. Falta de planejamento que se tornou providencial. Ene pepinos para resolver, coisas para arrumar pois estavam desarrumadas havia muito tempo, coisas da vida doméstica para regularizar.
Agora vou bem ali, talvez no Twitter falar rapidamente sobre qualquer coisa, talvez na rede da varanda para curtir a manhã em fase doméstica antes que as férias acabem.
quarta-feira, junho 24, 2009
Ei, tu que acha me conhecer, cadê tu? Ando meio dividido entre minhas dúvidas e as muitas recentes dívidas. Ando numa inquietação à década de 80, saca? Aquela dividida entre a depressão econômica e a euforia melancólica. Ando de carro. De carro velho, gerando custos e jogando CO2 a rodo no ar. Nas melhores horas, caminho um pouco na chuva leve, dividido entre usar proteção ou empapar a camiseta. O tempo já era. Ficou. Perdeu. E agora, o que tu me diz? Vamos de camiseta com manga comprida ou vamos comer manguita? Tá no tempo, tá no clima. E me diz, por favor, me diz que já não me amas, que não pensas mais em mim, que em mim não paras de pensar e tudo o demais é mentira, mesmo aquilo que até parecer ser verdade. E se a questão é ver, cerveja no copo de pinga, água na taça de vinho, vinho no gargalo, please....please, sim, we cant, me apetece, tire a sua roupa e tira a minha também, mas não tão rápido. Ando numa preguiça que nem te conto e se você bater a porta de novo nessa fúria posso até gamar, mas nunca vou me apaixonar por você. Mesmo que isso provoque seu ódio. E ódio, eu sei, eu sei, eu sei, baby, é o que ando provocando. Parece uma plantação: plantinhas de ódio regadas com muito carinho e orgânicas, para afastar bons olhados. Coordenaremos tudo, apontaremos as alternativas corretas, marcaremos as opções indicadas e talvez passemos, talvez fiquemos, mas tudo será por nosso própria (ir)responsabilidade e não poderemos jogar a culpa em ninguém. Quer dizer, poder, a gente talvez não possa, mas vamos fazer. Afinal, se tá no morro é pra subir e voltar voado, com as mãos cheias de música e um diploma no bolso sem grana, sem esperança, mas de grife, que a gente é pobre mas superlativo.
segunda-feira, junho 15, 2009
Festival das quadrilhas juninas: Coração Caipira e Escola Forrozão são as melhores do Boa Vista Junina 2009.
Sábado é dia de vacinação contra a paralisia infantil. Num vai esquecer de levar teu moleque ou moleca!
O Fórum Permanente de Cultura de Roraima cria seu blog e se reúne a cada 15 dias. A próxima reunião é na terça 23 de junho, na videoteca do Palácio da Cultura. 18h30, aberto a todos os interessados no tema.
Veja o blog do Fórum.
Dica: Enciclopédia da literatura Brasileira - verbetes sobre autores e personagens importantes da literatura brasileira com biografia, cronologia, relação de obras e suas traduções, bibliografia e depoimentos do autor e uma seleção de obras representativas do autor.

Chove cada vez mais. E isso começa a dificultar a saída da cama pelas manhãs....hum...que preguiça....
terça-feira, junho 09, 2009

Chove, chuva.
Mas como sempre tem quem reclame, já foram aos jornais dizer que as chuvas provocam alagamento, que algumas obras vão parar ou reduzir o ritmo, que a roupa não seca mais com a mesma velocidade e que os casos de viroses estão para aumentar, sem contar os da dengue.
Tanta coisa para se aproveitar no inverno amazônico e as pessoas ficam ligadas nesses detalhes. Eu digo apenas: seja bem-vinda, chuva. Seja bem-vinda e lava todos os males, todas as tristezas, molhando a vida e espantando o calor.
segunda-feira, junho 01, 2009
Choveu na manhã desta segunda na cidade mais quente do norte. Chuviscou no começo da tarde na cidade mais quente do Norte. E isso foi escrito sem provincianismo, apenas com alivio.
Lá em Manaus, os amazonenses comemoram o anúncio da cidade como uma das sedes dos jogos da copa do mundo de futebol em 2014.
Quem não pagou até agora o IPTU 2009 ganhou mais 15 dias para conseguir a grana e quitar a dívida com a Prefeitura de Boa Vista.
Está no Overmundo, para edição colaborativa, uma entrevista feita por e-mail com Luís Ene sobre o congelamento das atividades da revista Minguantes. Chega lá e sugere algo, se for o caso.
Começou a Semana Municipal de Meio Ambiente. Olhaí a programação a partir de amanhã:
Terça-feira (2)
8h – Plantio de 5 mil mudas de plantas nativas
Local: Igarapé Caranã
15h – Curso de Ikebana
Local: Horto Municipal – sala verde
Quarta-feira (3)
8h30 – Sensibilização ambiental com fantoches e vídeos
9h30 – Trilha ecológica: valorizando a flora do Bosque dos Papagaios
Local: Bosque dos Papagaios
15h – Exposição de fotos e animais taxidermizados
Local: Auditório da UFRR
15h30 – Palestra sobre A3P
Local: Auditório da UFRR
16h – Palestra sobre Igarapé Caraná
Local: Auditório da UFRR
16h30 – Palestra sobre Operação Inverno
Local: Auditório da UFRR
17h – Distribuição de mudas de plantas, de folhetos sobre A3P e de material de sensibilização ambiental
Local: Auditório da UFRR
Quinta-feira (4)
8h30 – Palestra sobre contenção de animais silvestres e molde de pegadas Local: 7º BIS
14h30 – Palestra sobre Bioinvasão
15h30 – Palestra sobre Políticas Ambientais
Local: Auditório da UFRR
Sexta-feira (5)
9h – Blitz Educativa – entrega de 300 mudas e de panfletos
Local: avenida Capitão Ene Garcez
Sábado (6)
14h – Apresentação de rapel
Local: Ponte dos Macuxi
17 – Encerramento
Local: Orla Taumanan
sexta-feira, maio 15, 2009
Maldito clima
Traz o jornal a noticia malévola, ingrata, desgraçada, aquela que deveria ser mentira, engano, a pura barrigada:
Chuvas intensas em BV somente em junho
Quer dizer que vou agüentar ainda mais três semanas do inferno que é o verão de Roraima? E se vacilar, ainda vou aguentar a fumaceira das queimadas urbanas?
E como todo castigo para quem não gosta de calor é pouco, tem trampo o final de semana inteiro, com o compromisso de ser tradutor na segunda bem cedinho.
sexta-feira, maio 08, 2009
1. Choveu. E choveu forte. Mas o sol já ressurgiu. Pelo menos hoje a noite será agradável.
2. A primeira noite do festival acabou e não saiu o resultado das cinco músicas selecionadas. Sairá tudo hoje à noite.
3. Não é possível encher um pneu quando chove. Ou você o deixa seco ou você se molha todo.
4. Agora que choveu, começarão as reclamações sobre as enchentes.
5. Se não chover mais por uma semana, reclamarão sobre o calor.
6. No rio Branco, até ontem, ainda era possível ver enormes bancos de areia.
7. Tomara que chova mais amanhã.
8. Adoro chuva. Odeio calor.
9. Se odeio calor, com certeza Roraima foi uma péssima escolha para viver.
10. Tomara que seja a primeira chuva do inverno.
sábado, abril 04, 2009
(Texto-exercício para a Oficina do Rumos Itaú Cultural, publicado originalmente aqui)
Abril é sempre calorento, mas desde ontem chove um pouco na cidade. Quer dizer, chove intensamente por alguns minutos e aí o sol ressurge para lembrar que estamos no meio do planeta, próximos à Linha do Equador e não temos direito a dia frios. Quando muito, uma vez por bimestre no verão, a dias amenos.
Fim de tarde fotografado por Marcelo Seixas
Março foi bravo. Secou tanto no lavrado que em alguns dias era difícil até respirar. De um trabalho para outro saía correndo para entrar na sala e aproveitar ao máximo os condicionadores de ar no máximo.
Alguns amigos não têm essa sorte e ficam o dia todo pegando o sol que queima o lavrado. Amigos e parentes. Meu pai é um deles. Neste ano, meio pela crise, meio pela vontade de trabalhar um pouco mais afastado, garantiu um trampo na Venezuela. Lá, apesar de muito quente em algumas regiões, sempre venta mais que aqui no começo da manhã e no final da tarde. Dá até para colocar as mãos nos bolsos das calças e pensar em usar jaquetas.
Aqui não. Aqui é uma Macondo sem estação de trem, sem uma família de Buendías, mas com aquela loucura das pessoas e a simplória divisão do tempo em dois blocos: calor e chuva, chuva e calor.
O bom de ter um verão tão definido é que sabemos quando poderemos assistir a shows e atividades culturas feitas ao ar livre. A menos que entre uma grande fria pelo Atlântico, não há risco nenhum de cancelamento. Mas, por garantia, é bom não contar com a certeza climática quando se vive em Macondo, quer dizer, em Boa Vista.
Começa agora a oficina Blogs, Estilos Textuais e a Construção da Reputação em Rede, com Fabio Malini. No momento, Claudiney Ferreira fala dos editais, das premiações para os estudantes (publicação em revista, viagens etc.) sobre ouvir, sobre os blogs do Rumos e do Fábio para o Rumos.
Luiz Valério está "twitando" e blogando também caso você queira dar uma olhada em outras informações.
Outras infos de Boa Vista:
Chove desde ontem. Quer dizer, chove e para. A cidade está muito agradável, mesmo com o sol forte de sempre.
sexta-feira, abril 03, 2009
(Texto-exercício produzido para a oficina de jornalismo cultural do projeto Rumos)
Sexta chuvosa, 3 de março de 2009. Mais de 20 alunos de jornalismo e profissionais graduados deixaram suas casas e trabalhos para participar de uma palestra sobre jornalismo cultural com Eliane Brum. No bloco 3 da Universidade Federal de Roraima, todos aguardam o começo da atividade, prevista para as 9h30.
Eliane chega em um carro da Universidade, entra na sala de informática e aguarda o fim dos preparativos. Conversa com alguns blogueiros que haviam visitado o blog do projeto Rumos, iniciativa do Instituto Itaú Cultural e responsável pela sua segunda visita conhecida a Roraima.
Gripada (“Peguei um vírus em algum lugar do Norte”, conta), a jornalista começa sua palestra falando do personagem Tião Nicomedes, ex-morador de rua que virou escritor de livros e peças de teatro. Eliane tem a fala mansa, é magra, com aquilo que alguns chamariam de aspecto suave. Impossível imaginar que é a mesma pessoa que despertou a ira da sociedade local em 2001, quando publicou uma matéria para a revista Época abordando algumas singularidades de Roraima, como danças de forró na Praça das Águas e o preconceito contra os indígenas (Ok, é verdade, o preconceito não é tão específico do Estado).
Eliane trata da busca do personagem singular e recomenda: para que o encontremos, precisamos olhar primeiro para nós, buscar conhecermos. Parece fácil, mas quem disse que olhar para si é tão fácil como olhar para o outro?
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Então foi-se o carnaval...
E a Praça da Bandeira ficou em primeiro lugar no desfile das escolas de samba de Boa Vista.
O desfile pode não ser lá aquelas coisas, com aqueles luxos e tal, mas se é para sair, saia na Praça. É a que demonstra maior organização e aparentemente a que investe melhor a grana recebida da Prefeitura e do Governo.
Choveu na madrugada da quarta-feira de cinzas. As chuvas diminuem a poeira das ruas, o calor do meio-dia e transformam BV em uma cidade mais agradável. As chuvas molharam as cinzas.
O indiozinho brincou que só no carnaval. Foi a dois bailes infantis e um da saudade. Balançou o corpinho ouvindo marchinhas e axé, ficou admirado com os músicos e seus instrumentos.
Então foi-se o carnaval e nada do feriadão chegar para algumas pessoas que trabalharam todas as noites. Como sempre digo, quem mandou não estudar a coisa certa?
quinta-feira, maio 29, 2008
Não, seu moço, não há nada que você possa fazer. A vida é assim mesmo e a razão diz que pode piorar. Quem sabe o senhor consiga sair dessa pra uma melhor, mas quem sabe não. Afinal, o moço já viu chuva cair sem molhar? Tudo é conseqüência, mas sempre precisa de um pouco de ação para criar a reação. É simples, facinho, facinho, mais do que sentar na praça ao meio-dia.
Seu moço, fique assim não. Deus tá vendo que é do mundo e não do céu isso que tanto lhe aperreia. Quem sabe se você rezar um pouco não solucione? Mas também é aquilo que minha senhora mãe dizia: se não der, ou não faz ou insiste até dar. A história é ser persistente, não ter medo de cara feia e parar de se apaixonar pela primeira cara bonita que aparecer na sua frente.
Seu moço, pare com isso. Veja que as horas não estão para tanto. O senhor já percebeu que em outras partes desse nosso mundo as pessoas se entristecem por tristezas de verdade e não por essa que o senhor inventou? Já pensou se não fosse assim? Era tanta gente se consultando para deixar de ser criativo, para deixar de ser inventor. Aprenda com elas, seu moço, aprenda um pouco que mudar nunca fez mal a ninguém.
É verdade, o senhor tem razão. Tem dias que o mundo, mesmo com o maior sol, parece que fica cinzão, feito restos de madeira queimada. Se assoprar, as cinzas voam, né? Mas se deixar quieto, se assentam e endurecem. Daí tem que fazer força se quiser mexer com elas. O senhor sabe, aqui nas minhas bandas a vida pode não ser tão agitada como a sua, mas é vida e a gente tenta aprender todo dia um pouquinho mais. Tentar não custa nada, né?
O senhor já viu como o sol bate naquela árvore? Sabia que ela precisa dele todo dia, mesmo sendo esturricada no verão? Acho que o senhor tem que ver se precisa de alguma coisa que lhe bem mesmo lhe fazendo mal. O senhor não é árvore, é? Como não é, pode se mexer se perceber que não faz tanta falta. Eu não acho legal ficar queimado, prefiro a sombra.
O senhor sabia, seu moço, que nas sombras as coisas ficam mais fáceis? Experimente viver de noite, esqueça isso do relógio um dia só e veja como até sorrir é melhor quando bate o frio da madrugada. Já sentiu? Hum, por isso que tá desse jeito, né? Sente saudade do frio da noite e das noites de frio. Coisa boa essa, pena que não está mais pros lados do senhor...