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quinta-feira, dezembro 24, 2020

Memórias de 2020 – o ano do fiquei em casa

24 de dezembro de 2020



Há anos não fazia isso de relembrar o que havia acontecido no ano findante.

Sei lá, em várias ocasiões fiz e publiquei aqui, mas tinha perdido a razão. Agora, depois de um ano jodido como este, volta a fazer sentido. Serve como que para dizer: amigo, tanta gente ficou para trás e você conseguiu fechar o ciclo. Valoriza.

Poderia falar de muitas coisas punk, como o cansaço do distanciamento social, a falta dos amigos, os nove ou dez meses que não encosto para abraçar minha mãe e ficamos falando apenas de longe, as semanas em que cheguei a pensar que a Zanny ia morrer de tão doente que ficou, mas o que pegou mesmo foi novembro e dezembro.

Foi no dia 17 de novembro que recebemos, no grupo criado só para trocar informações sobre a minha vó Maria José, uma foto dela toda feliz terminando o almoço. E logo em seguida recebemos o aviso de que estava sendo levada para o hospital após ter caído.

Está lá até agora, internada. Primeiro no Hospital Geral de Roraima, onde podíamos visitá-la. Depois no Hospital das Clínicas, onde não permitem visitas para diminuir o risco de que pegue covid-19.

Foi ainda em novembro que chegou o aviso de minha tia, a principal pessoa a tomar conta da vó, estava com covid-19, que estava começando a ter problemas para respirar, que havia sido internada às pressas.

Até hoje está internada. Já passou pela UTI, saiu, mas ficou muito fragilizada. Nos vídeos que minha afilhada manda do quarto do hospital, nota-se como a doença maltrata as pessoas.

Novembro e dezembro foram duros, mas o ano teve outros momentos, entre agradáveis e bons para serem esquecidos.

Como lembrar das coisas diferentes em um ano tão repetitivo

Dei uma navegada pelo arquivo do Google fotos para visualizar o que havia registrado e salvo no drive. Isso me ajudou a relembrar alguns momentos da ano. Foi mais ou menos assim:

Fui à praia do Curupira como nunca havia ido em 12 anos morando perto. Muitas vezes só para correr numa trilha coberta, algumas poucas para tomar banho.

Nesses nove, dez meses de isolamento, só tive encontros sociais na praça do Mirandinha, mantendo distância e sem tocar, seis vezes. A solidão social foi dura de aguentar.

Para ocupar a mente gravei poemas para o youtube, publiquei poemas nas redes sociais e desenhei cerâmicas que estavam jogadas no quintal. Me integrei a um grupo de estudos sobre literatura indígena e fiz uma disciplina de doutorado na Universidade Federal Fluminense como aluno especial.

Corri regularmente como nunca havia corrido na vida (talvez quando tinha uns 13 ou 14 anos, mas não lembro direito). 

Cheguei a ter pique para completar seis quilômetros, mas doenças, dores, cansaços e o asfaltamento de minha avenida antes solitária e de barro me fizeram diminuir e mudar a rota, baixando para um trecho tranquilo e sem gente de apenas 3,5 km. 

De acordo a retrospectiva do app Strava, corri ou pedalei 463 km, divididos entre  128 dias.

Uma anotação me lembra que comecei o ano com 73,9 quilos. Hoje me pesei depois de tomar café e estava com 73,5 kg. Cheguei aos 71,5 kg em certo momento do ano. Melhor não ter baixado tanto do que voltar a ficar com medo da diabetes.

Bem, por mês, de acordo com o drive de fotos, os destaque da vida foram assim:

Janeiro – Rolou o último churrasco do ano, na praça do Mirandinha. Participei de uma exposição de miniaturas no shopping Garden

Fevereiro – Teve viagem minha, da Zanny e do Edgarzinho ao Espírito Santo com Timóteo, Grazi e Liz Camargo. Depois teve carnaval e preparação para voltar a trabalhar, o que incluiu fazer a segunda tatuagem de minha vida.

Março – Participei de outra exposição de miniaturas e gravei um vídeo sobre isso. Voltei ao trabalho depois de dois anos afastado. Fecharam tudo, voltei para casa, de onde trabalho todos os dias desde então. Fecharam as praias, o que me levou a sair de correr na areia para correr na avenida que era de barro nessa época. Aí aumentei a quilometragem dia após dia, até chegar, meses depois, nos seis quilômetros.

Abril – parece que nada rolou, além dos Diários da Covid-19, minhas publicações relatando as primeiras semanas de distanciamento social.

Maio – Parei de escrever os Diários da Covid-19. Tudo se repetia e nada de horizontes melhores. Mal sabia que chegaríamos em dezembro com mais de 180 mil mortes pela doença no país. Editei o vídeo da primeira fase da campanha dos escritores de Roraima “Fique em Casa e leia um livro”. Fiz a primeira de duas ou três lives com Timóteo Camargo, modo que encontramos de ver-nos e conversar bobagens em segurança nessa época. Morreu o compositor Aldir Blanc, que viria a dar nome a todas as leis publicadas meses depois para lançar editais de auxílio e renda para artistas.

Junho – Começaram a cair com força as chuvas e as goteiras de casa. Senti frio em certos dias, frio de usar meia durante o dia. Fiz as primeiras lives do meu projeto Diálogos Literários Pandêmicos. Foram no instagram.



Julho – Botamos grama no quintal. Literalmente, eu e Zanny botamos a grama no quintal, carregando e montando os retângulos. Fizemos também um canteiro suspenso. Uma telha voou numa ventania noturna, começou a cair água no quarto, tive medo que o forro desabasse e estragasse o guarda-roupa. Entre julho e agosto Zanny adoeceu muito, com fraquezas, vômitos, febres.

Ficamos entre os dois resultados negativos para Covid-19, duas avaliações dizendo que era sim coronavírus e uma outra falando que era uma violenta infecção. Na dúvida, seguindo as orientações médicas, ficamos, como na canção, dormindo em camas separadas por um tempo até ela melhorar. 

Demorou e em certo momento, entre um soro e outro em suas veias e nada dela se fortalecer, cheguei a pensar em como iria criar o Edgarzinho sem a mãe.

Agosto – Colhi pitangas, acerolas e tomates no quintal. Recebi as minhas cópias dos livros do concurso literário que ajudei a organizar na UFRR. Teve um sarau on-line para lançar as obras. Publiquei muitos poemas nas redes, me incomodei com as goteiras na sala.

Setembro – Colhi tomates e pepinos. Vi o rio Cauamé subir e descer várias vezes. O carro quebrou mais uma vez. Acho que foi um furo no radiador. Das outras vezes a bateria acabou e um aro vazou óleo e ficou sem freio (isso voltou a acontecer em novembro ou dezembro, mas em outra roda. Sinal de que devo trocar esse meu bichinho).

Outubro – Fui júri de dois concursos literários no Sesc Roraima. Também fui um dos selecionados para o time de escritores que participou da versão on-line do Festival Literário do Sesc. Fizemos uma edição do Sarau da Lona Poética no encerramento do evento. Foi pelo youtube, o que nos estimulou a sair do instagram para reunir a turma na outra plataforma.  Dei uma entrevista via gravação em casa para a Band Roraima sobre o dia do livro.



Novembro – Comecei a gravar o podcast Macuxicast com o LuizValério e a Zanny. Participei da edição 2020 do Festival Literário de São Gonçalo (RJ), ganhei charges minhas do Lindomar Bach e revistas da Tribo da Justiça do Rapha Porto, arrisquei dividir uma praia com os amigos, fiz Sarau da Lona Poética, vi minha tia e vó serem internadas, ganhei a terceira publicação seguida de poemas meus na revista eletrônica de literatura Literalivre.

Dezembro  - Retomei arealização dos Diálogos Literários Pandêmicos, agora no you tube, fui selecionado em dois editais das leis Aldir Blanc do município de Boa Vista e do Estado de Roraima, o carro quebrou de novo e já agendei fazer mais um conserto em janeiro. 

Fizemos a mais longa edição da Lona Poética até agora, com 3h30 deduração. Também fui selecionado para ser parecerista cultural de uma secretaria de cultura de outro estado. Agora só falta me cadastrar.

Hoje é 24 de dezembro. Falta uma semana para o ano acabar. A vacina já está mais perto, não tanto como queria, mas perto.

Não tenho muitos sonhos para 2021. Só quero que minha família não sofra e que eu tenha foco para me dedicar mais à minha carreira literária. O restante é rotina.

Ah, quando lembrava ia anotando o que estava lendo e vendo.

Ficou essa lista de livros, HQs, séries e filmes (só os que consegui ver por inteiro). Não entram aí os inúmeros vídeos que vi no youtube sobre história da música na América Latina, sobretudo sobre salsa. Também não entram artigos e livros científicos. Que se jodan.

Então, o que você compartilhou, sem saber, comigo de leituras e vídeos?

Quase todas as séries, livros, filmes e afins que vi em 2020

Séries

1. Ascenção do Império Otomano
2. Unbreakable Kimmy Schimidt
3.
The Good Place
4. Drácula
5. Paradise DP 2t
6. Brooklin 99 6t
7. Titans 2t
8. Altered carbon 2t
9. Modern Family t 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,8,9,10
10. Barbarians
11. La Revolution
12. Archer t 11

13. Por trás daquele som – t 1 e t 2

14. Rompan todo: La historia del rock en América Latina


FILMES
1.Hobbes and Shaw
2. Wonder Woman linhagem de sangue
3. 1917
4. Cães de guerra
5. Get Hard
6. O elo perdido
7. Operações Especiais
8. Um amor, mil casamentos
9. A leí da noite
10. Al son que me toquen, bailo
11. Atomic blondie
12. Senhor Estagiário
13. Resgate
14. Doc O mundo sem ninguém - AL
15. Doc As cidades mais incríveis do mundo antigo
16. Doc A grande história: humanos carnívoros
17. Loco por vós
18. American made
19. Doc Império Mongol
20. Focus
21. Liga da Justiça Sombria
22. Justice League Dark: Apokolips War 
23. Te quiero, imbecil.
24. No andaba muerto, estaba de parranda
25. Eurovision - festival da canção
26. Parker
27. O homem que mudou o jogo
28. Milf
29. Power
30. A lenda do cavaleiro sem cabeça
31. Origens Secretas
32. Afonso Padilha, alma de pobre
33. GDLK
34. Broken city
35.
The Devil all the time
36. Enola Holmes
37. Superman, o homem do amanhã
38. Superman Red Son
39.
O Halloween do Hubie
40. Ya no estoy aquí
41. Protegendo o inimigo
42. The man from U.NC.L.E
43. Matrix
44. A última cartada
45. Lanterna Verde
46. Troco em dobro
47. Bronx
48. Teocracia em vertigem -  porta dos fundos

LIVROS

1. Greenland - entre dois mundos, HQ de Bia Cruz
2. Histórias Brasileiras de Verão, Luís Fernando Verissimos.
3. ,Hilda Hilst
4. Capitães da areia, Jorge Amado.
5. 6. Contos reunidos, Moacyr Scliar
6. Faca, Ronaldo Correia de Brito
7. Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak


HQs 

1. Coringa, de Brian Azarello
2. Constantine, a fagulha e a chama
3. Demolidor, anjo de guarda
4. A espada selvagem de Conan, a coleção, n° 1. 160 pág.
5. V de vingança
6. Batman que ri
7. O Cortiço
8. Pílulas Azuis
9. Tribo da Justiça 1 e 2
10. Dilbert – Já não lembro mais se somos muquiranas ou espertos


quarta-feira, dezembro 28, 2011

Balanço de 2011 – o bom e o ruim

Vamos lá, fazer o tradicional balanço das coisas que me lembro que aconteceram neste ano que parecia não ter fim. Diferentemente de 2010, não vai rolar mês a mês (clica aqui para ver como foi no ano passado). 

Vou dividir no bloco das coisas boas e das coisas ruins/estressantes e encher de links para quem ler e quiser mais detalhes. 

Antes de começar, dá play nessa música do Engenheiros do Hawaii. Ela representa um pouco das motivações para a jornada literária que fiz este ano. Vai lendo e ouvindo que lá embaixo vamos mudar a batida, certo? 




O bom de 2011 

Costumo relembrar que perdi uns dez anos de minha vida focado apenas no trabalho como jornalista, prestando assessoria a instituições e pessoas e deixando de olhar por mim. 

Em 2009, quando a faixa dos 30 já havia passado, acordei e decidi retomar algumas das vontades que tinha até começar a trabalhar na área. Juntei uns amigos, troquei ideias e montamos o Coletivo Arteliteratura Caimbé  para trabalhar com arte e literatura. 

Pois bem, 2010 foi um ano de muitas ações bacanas, de muito trabalho recompensador. Juntando isso com função de representante da região Norte no Colegiado Setorial de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, o balanço foi proveitoso. 

Posso dizer que nunca trabalhei tanto com literatura como em 2011: desenvolvi, junto com a turma do Coletivo e outros parceiros, as ações do projeto Caminhada Arteliteratura nas comunidades indígenas Boca da Mata, Sorocaima II, Vista Alegre e Campo Alegre (todas em Roraima), Palmares (Pernambuco), Novo Lino (Alagoas), Foz do Macacoari, São Tomé e Carmo do Macacoari (Amapá). No embalo, aproveitei para conhecer Recife e Macapá

No Colegiado Setorial, entre outras coisas, dei minha contribuição para a formatação final do Plano Nacional de Cultura, peça fundamental para os rumos do setor nos próximos 10 anos. Aqui dá para baixar os documentos e conhecer mais sobre o tema. 

Este foi o ano que até sambinhas fiz.  O blues aqui é de outros anos mas nunca havia sido colocado na internet. Aproveitei um dia que a conexão estava boa e postei.  

Ah, lá com o Coletivo Caimbé realizamos, além da Caminhada, outras ações. 

Vou destacar o Poesia na Praça, que comemora o Dia Nacional da Poesia. Este  ano aconteceu na avenida Jaime Brasil, no Centro de Boa Vista. Apareceu um bocado de gente bacana para ler poemas. 

Outra parada bacana foi o sarau do Dia D' de Drummond, já no segundo semestre. Talvez em 2012 rolem outros. Vai depender de uma parceria que ainda não está fechada para garantir o suporte. Olha esse vídeo sobre o sarau que foi feito pela poeta Zanny Adairalba, parceira de coletivo: 





Na área da produção e veiculação de textos, emplaquei uns no projeto #RotaFel, que mapeou cidades com textos. Aqui você vai pro link e ainda olha os demais escritores que participaram desta história. 

Ah, sim, teve também a publicação de dois poeminhas no fanzine OrFel #1. Adorei as artes que o pessoal fez para ilustrá-los.  

Publiquei alguns microcontos na Revista Veredas,  lá do Rio Grande do Sul, e outros na Revista El 6A, do Chile

Não foi um ano muito bom para premiações. Peguei um de jornalismo na Câmara Municipal de Boa Vista, consegui classificar dois microcontos para um antologia virtual da Geração Editorial  e fechei o ano presente em uma antologia poética editada em Brasília.  Quer dizer, acho que foi um bom ano sim. Depende de como olhar e a que horas faço isso. 

De forma geral, chamo essas publicações e premiações de minhas #PequenasFelicidades, aquelas pelas quais vale a pena esperar para acontecer. 

Devo ter passado por outros momentos bons, mas com certeza ficaram registrados somente em meu perfil no twitter.  E aquele lá, entre tuitadas e retuítadas, é um mundo parelelo que não dá para acompanhar fácil. 

O ruim e estressante de 2011


Ok. Se a música lá de cima estiver rolando ainda, volta e dá um pause/stop. 

A vez é desta aqui, que sintetiza furiosamente as minhas coisas ruins e estressantes de 2011. Nunca gostei muito dela, mas como ganhei um CD do Nando Reis por estes dias e a dita cuja está no meio, parece que foi feita para 2011.



O destaque é um estresse que vem lá de 2010: a velha cervical problemática. Comecei o ano sendo obrigado a ficar deitado no chão o máximo de tempo possível, usar um colar cervical o tempo todo, escrever o mínimo possível, dirigir somente até o fisioterapeuta e a acupunturista e sentir dor, muita dor, cada vez que fizesse outra coisa. Basta acrescentar que, por recomendação médica, passei 5 meses sem poder carregar meu filho. Fecho 2011 sentindo muitas dores na cervical e braços cada vez que faço trabalho pesado ou digito muito. 

Já no final do ano, de quase aleijado passei a aleijadinho.com, visitando semanalmente a clínica de RPG e deixando lá parte do salário. Ficar em pé muito tempo? Nem pensar. E o médico já me disse: é para o resto da vida. Ou seja, lá pelos 50 devo estar uma beleza...(óbvia análise: levo este problema para 2012). 

Fosse só eu o doentinho, até que a vida iria bem, mas descobrimos lá na aldeia que o meu indiozinhho é alérgico ao mundo, principalmente se houver ácaros por perto. Isso mais uma asma mais gripes que parecem nunca sumir é igual a internações, idas constantes aos médicos e tensão o tempo todo (óbvia análise 2: levo este problema para 2012). 

Outro estresse foram os problemas financeiros. Baixa na renda familiar, contas que aparecem do nada, negócios que geram dívidas em vez de boas coisas, negócios que geram angústia em vez de felicidade. Um dos destaques fica por conta da mudança de carro. 

No meio do ano, uma semana antes de viajar ao Amapá para fazer as atividades literárias, o antigo quebrou. Gastei os tubos para consertá-lo e vendi por quase nada. Entrei nas economias de alguns anos e comprei um seminovo. O fulano logo depois me engoliu a grana ao passar por uma revisão. Fiquei um tempão sem carro nos dias mais quentes de Roraima e ainda por cima caí no prejuízo. Agora está rodando bem. 

Esse prejú do carro e outras coisas me quebraram as pernas e impediram de ir ao Rio de Janeiro participar de um evento muito legal da Funarte sobre política cultural.  

Seria um dos expositores, falando sobre o projeto Caminhada Arteliteratura, mas não deu e fiquei apenas na vontade. Não foi 100% ruim pois me chamaram para trabalhar na XXI Feira de Livros do Sesc no mesmo período. Ou seja, ocupei meu tempo e não pensei tanto no encontro. 

Fechando os destaques, fico com o lançamento de meu livro Sem Grandes Delongas. Sei, você pensará: como é que teu livro pode ficar na parte dos estesses? Ele não deveria estar no topo das coisas boas de 2011? Deveria, mas se você pensou assim, com certeza não leu este post  falando sobre o primeiro lançamento do livro em Roraima, o que aconteceu e chamando para a segunda tentativa (que ainda bem que se concretizou). 

Resumindo tudo: no dia 11 de novembro ia rolar, mas não chegaram a tempo os livros. O material, 72 exemplares, para ser bem exato, chegou só no dia 14 ou 15. A editora Novitas, lá do Rio Grande do Sul, contratada por mim para fazer a edição de 1.000 exemplares do material, me disse (antes do dia 11) que um problema na Receita Federal teria impedido o envio de todos os livros, mas que mandaria pelos Correios uma parte (esses que chegaram depois da data) enquanto resolvia toda a questão. 

Enfim, tristezas recolhidas, remarquei lançamento para o 25 de novembro, vendi vários na noite, distribui outros em locais de Boa Vista, amigos de fora do Estado já me compraram seus exemplares e já postei alguns para bibliotecas comunitárias lá do Amapá. 

Devo ter uns 10 livros lá em casa. Tudo estaria bem se os demais exemplares já tivessem chegado na minha aldeia. Lamentavelmente para mim isso ainda não aconteceu. O dono da editora me disse que tiveram uns problemas jurídico-burocráticos que estão impedindo que enviem os livros. Enquanto isso, fico aqui, no aguardo, no aguardo, no aguardo de que resolvam a vida deles lá e agilizem a vida minha aqui (perdi uns negócios por conta disso...). 

Essa história dos livros é um estresse que vou, a julgar pela proximidade com o final de semana de transição de ano, levar também para 2012 ((óbvia análise 3).

Resultado: 

Não curto este período de final de ano por ser o momento simbólico de fazer as contas e checar como foi o passado recente, projetando logo um futuro menos ruim. Na coluna dos resultados, somando os estresses com uns consertos que ainda não fiz lá na estrutura da oca, a conta ficou  vermelha. 

Mesmo assim, se você ler isto antes da virada, te desejo um 2012 melhor que este ano. Se ler depois, mesma coisa.

quarta-feira, junho 16, 2010

Notas sobre junho (para não esquecer no futuro)


1. A maldita tendinite continua. Acho que vou trocar a mão direita por uma nova. Basta arranjar uma de meu modelo.

2. Quando chove, chove. Quando esquenta, esquenta e muito em BV. O clima está ficando doido.

3. O Brasil jogou ontem com os meus primos da Córeia do Norte. Como os coreanos perderam, o castigo será ter que beber um litro de urânio enriquecido.

4. Edgarzinho deu um susto ontem. Escondeu-se em um guarda-roupa, chamou por mim bem baixinho (papai...), ninguém o viu e todo mundou pirou buscando o moleque. A preta velha Zanny quase morre de pavor tentando encontrá-lo. Eu dei a volta na casa, saí por um portão e entrei pelo outro e nada (Ah, Edgar, se tu estás me ouvindo e não respondes ao meu chamado, vais ver!). Na segunda volta à casa, o encontraram, sorrindo, dentro do armário, comemorando o primeiro grande susto na mãe, pai, tia, prima Elenita e vó Maria José. Ainda bem que dona Neide não estava por lá.

5. Lembre-te: Edgarzinho saiu à noite pelo portão da casa de minha cumadi Érica Figueiredo e me deu um novo susto. Dei-lhe uma chamada. Nâo contei para Zanny.

6. Tenho que caminhar mais para desfazer o perfil de jabulani.

E agora, respeitável público que não comenta nada neste blog, mando do fundo do blog uma postagem que hoje, 16 de junho, completa cinco anos de publicada originalmente:

Verborragia

Cuspiu na minha cara, dei-lhe um soco. A polícia chegou junto, levou os dois. Mas ele não fez nada. É tudo culpa da oposição. É uma intriga para desestabilizar o país. Chamem um substantivo qualquer e verão como ele aceita suborno. Mensadão, corrigiu o nobre deputado, já de olho no meu bolso e passando uma caneta Mont Blanc para assinar o cheque. Obrigado, prefiro ver uma partida de futebol.

Yes, habemus soccer, beach e estivas em geral. O que? Não! Sul-americanos sim, mas latinos, não. Isso é coisa de cucaracho, dizem nossos primos dos EUA. E se é bom para eles, é bom para nós. Ou não? Mas ter economias em dólar é melhor que ser bacana em real. Na real.

Gringo, eu? Não. Globalizado, antenado, pós-moderno. Tucano? Petista? Ah, pára com isso, eu sou é brasileiro. Eu sou o melhor de meu país, me ensinou um publicitário. Sou cidadão, sim. Não, esse papo de ecologia, respeito aos direitos das minorias e desenvolvimento sustentável é coisa de reacionário, de quem está vendendo a nação para o estrangeiro. Eu quero é progresso e se for preciso derrubar umas árvores, que mal tem?

Ei, esconde esse jornal e essa revista e não deixa ninguém ver a reportagem mostrando que passei a mão naquela grana. O que diriam de mim, senhor? Perdoa esses pecadores que insistem em xeretar a vida alheia. Aliás, se falar mal de algum amigo vai ter. Vai rolar a festa. Ok, separa um filetinho, muito bem. Vamos, sempre em frente.

terça-feira, junho 02, 2009

Mondo cane

(Da Série Remember, um texto publicado originalmente em 3 de junho de 2005. E que venham os cinco anos do Crônicas da Fronteira.)

Ele disse:
Bah, guria, para que tanto aperreio. Não é melhor assumir que a idade nos torna cínicos como as pessoas que detestávamos há alguns anos?
Ela argumentou:
Mas e os sonhos, onde vão ficar?
Ele respondeu:
Vende. Conheço um cara que paga bem por restos de inocência.

sexta-feira, maio 22, 2009

No rumo dos cinco anos blogando

(Da Série Remember)


O post aí completa dois anos neste sábado. Seu Borges abateu-se muito desde aquele maio em que escreveu essa resposta. Coisas da idade, coisas naturais.
Fica aí então mais esse texto de anos passados enquanto não chega a festa da meia década do Crônicas de Fronteira.

Histórias de amor familiares

Quarta-feira, Maio 23, 2007

Edgar Borges Ferreira, meu avô, é um poeta que nunca fez poesias. Eis a resposta escrita dele à minha pergunta sobre o começo do namoro com minha avó, dona Maria José, na segunda metade da década de 1940. Se alguém me arranjar descrição melhor para um começo de relacionamento, pago um sorvete.
Edgar Neto: como começou o namoro de vocês?
Edgar Avô: um primeiro olhar de reconhecimento; um segundo olhar mais desembaraçado; um terceiro olhar totalmente correspondido; um aperto de mãos e a explosão da paixão.

terça-feira, abril 07, 2009

Série Remember - a caminho dos cinco anos

Em 10 de agosto de 2004, no primeiro ano deste blog, publiquei esta crônica, inspirada numa viagem à Venezuela. Rendeu-me bons comentários. O melhor foi ter sido comparado ao estilo de Charles Bukowski.

Mais um final de semana

Esvazio mais uma garrafa de cerveja enquanto meus amigos conversam sobre seus filhos e suas amantes. A tarde está quente e a transmissão do rádio diz que o meu time está perdendo novamente. Amanhã será domingo e com certeza amanhecerei de ressaca.

Não sei se é pior a resultante da bebida ou a proveniente do convívio com as pessoas que geralmente se misturam nos finais de semana à fumaça do cigarro da casa de bilhar onde me divirto bebendo, fumando e apostando nos cavalos.

Gosto de cavalos. Eles pelo menos algumas vezes me trazem lucro. Quando ganho uma aposta, tomo rum. Se a tarde é boa, arrisco um trago de uísque e compro um pouco de carinho. Tudo para esquecer que logo será segunda e o meu maldito trabalho estará lá, a minha espera, como uma onça espreita a presa.