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quinta-feira, fevereiro 16, 2023

E vamos iniciar uma nova jornada acadêmica: o caminho do doutorado

Saiu no dia 7 de fevereiro (e eu só arranjei tempo hoje para postar) o resultado  final do seletivo da turma 2023 do curso de doutorado em Educação Na Amazônia, o Educanorte. Estou no meio da turma que vai ralar pelos próximos quatro anos para fazer uma tese (com todos os sofrimentos, descobrimentos e satisfações que isso implica) e botar depois o título de DR no Lattes. 

Tinha colegas comemorando desde a semana passada as suas próprias seleções, quando saiu o preliminar com o resultado já bem desenhado. Preferi esperar, como bom pessimis...ops, realista que sou. 

Doutorado nunca havia sido uma aspiração. Mas depois do mestrado em Letras, após 20 de graduar-me em Jornalismo, a vontade nasceu. Não me pareceu uma coisa impossível de conseguir. Difícil, complicado e pesado, sim. Impossível de tentar (não confundir com conseguir), não. 

Esta foi a segunda tentativa que fiz para ser selecionado. Ou a primeira valendo, pois na do ano passado ou retrasado simplesmente me confundi na leitura do cronograma e anotação do edital e pensei que tinha um mês a mais para incluir três parágrafos no projeto de pesquisa. 

Não tinha, perdi um prazo de edital pela primeira vez, achei que estava tudo bem e um mês depois entrei em um processo violento de bloqueio criativo e aversão ao computador de casa. 

Passei uns seis meses assim, sem fazer nada de prosa ou poesia, só consumindo redes sociais e material alheio. 

A fase passou, voltei a sentir afeto pelo meu velho notebook, li mais material científico, melhorei a ideia, entreguei antes do prazo (duas vezes o mesmo erro não dá, né?) e deu bom. 

Minha orientadora será a espetacular professora Leila Baptaglin, a quem costumo me referir (fazendo propaganda dela para outros estudantes) como a melhor orientadora que poderia ter tido na pós-graduação: presente quando necessário, desafeta dos vácuos nas respostas, regular nos encontros e esclarecedora sem os ares de arrogância que muita gente tem quando está dentro da academia. 

A proposta inicial de pesquisa é sobre coletivos e grupos de arte em Boa Vista, formação, educomunicação e uns afins. De certa forma se encaixa em tudo o que já pesquisei antes nos TCCs em Jornalismo (memórias da área do Beiral, que foi apagada da cidade), na Sociologia (histórias de idosos sobre suas vivências na parte central da cidade) e no Mestrado em Letras (hip-hop em Boa Vista).

Agora, usando das prerrogativas da legislação vigente, vou lutar para ser liberado de meu trabalho e ficar apenas focado na pesquisa. É outra luta isso da burocracia, mas deve ser menos dolorido do que minhas batidas de cabeça para tentar entender a literatura científica.

sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Preliminares

O título parece ser sobre algo relacionado a sexo, mas não é. É sobre os preparativos para voltar ao trabalho depois do fim de minha licença para fazer o mestrado. Na verdade, trabalho e sexo, se você vulgarizar um pouco a questão, tem muita coisa em comum. Tem que se preparar, dá prazer e dá desgosto, é preciso juntar-se com outras pessoas, podemos rir e querer ficar ali horas e horas tranquilo e também podemos apenas nos lamentar e pensar “que diabos eu tô fazendo aqui?”.

Voltando a falar das preliminares para o trabalho (ah, lembrei da discussão que fala sobre sexo oral não ser preliminar e sim a parada já em andamento. Só queria dizer que concordo). Bem, voltando a falar de trabalho: estava afastado para fazer o meu mestrado em Letras. Agora que defendi a dissertação e sou um mestre dos magos das Letras Jedi, acabou a tal da “folga” que tinha. Sim, o pessoal acha que estudar é uma folga. Não sabem que em certos dias cheguei a ficar 10, 12 horas escrevendo e lendo para dar conta dos prazos. Posso também comparar com o tempo de trabalho legal de um jornalista numa redação: cinco horas por dia. Ou seja, houve momentos em que parecia o pai do Cris e sua carga horária nos dois empregos.



Me chama de mestre dos magos

Bueno...acabou a folga, volto na segunda para o meu antigo setor, o original, o que me recebeu quando entrei na instituição e do qual saí para não ter que lidar com um sujeito que havia sido nomeado chefe do setor. “Aim...mas o que é isso? Você deveria superar essas coisas, ser uma pessoa melhor, pensar na instituição e patati, patatá”. Tua cara se estás pensando assim. Nunca ouviu falar em ambiente tóxico? Em como a produtividade é afetada pela dissintonia entre a equipe? Então: ouviu agora. Consultoria fucking coach de graça aqui no Crônicas da Fronteira. Espalha por aí.

Durante o meu afastamento, o sujeito foi exonerado do cargo. Não me interessam os motivos, mas a situação: se o fato incomodador não está mais lá, quero voltar. Falei com a atual chefe do setor, que é uma querida e já havia me chefiado na coordenadoria. Juntos, cada um no seu whastapp, conversamos com a atual chefe de gabinete, que viria a ser minha superiora administrativa caso voltasse para onde estava lotado. Esta, que também é um amor de pessoa, concordou e agilizou logo os documentos que me fazem voltar para meu setorzinho querido.

Tudo isso faz parte das preliminares: conversas, pedidos, vai pra lá, vem pra cá, isso, chega tal hora, sai à hora tal... Detalhes acertados, vamos ao como fazer acontecer isso sem parecer um mulambo. Fui checar o guarda-roupa e vi que só tinha uma calça comprida jeans. Calça esta que já deve estar comemorando uns bons seis ou mais anos me acompanhando. Decidi comprar outra, mas o número 42 de calça corte reto caia feito um balão no meu corpo redondo de 164 cm de estatura. Em parte por isso decidi começar a mexer na dieta e também a correr. Agora corro todas as manhãs possíveis numa praia de água doce aqui perto de casa. Com isso me tornei aquilo que mais temia e aquele tipo de gente que sempre achei esquisita: a que acorda cedo para praticar exercícios.  

O resultado dessa nova prática é que agora em fevereiro baixei o número da calça de 42 para 40. As gordurinhas continuam balançando, ainda não vejo a ponta dos meus pés, mas pelo menos consegui comprar uma roupa nova um pouco menor. Inclusive, só estou comprando essa calça por conta do retorno ao trampo. Detesto calça comprida. Por mim, o mundo todo trabalharia de bermudas e camiseta. Ternos e outras peças de vestuário não condizentes com o nosso clima seriam proibidos, inclusive com direito àquelas plaquinhas que colocam na porta dos lugares dizendo que tal roupa não te autoriza a entrar.

Lembro que nestes dois anos afastado eu só usei calça (salvo engano) em duas ocasiões: uma foi na festa de formatura de minha afilhada arquiteta linda. Ela botou no convite que o traje esporte fino era obrigatório e por mais que buscasse no google, não achei nenhum exemplo de foto que incluísse alguém de bermuda...Aí fui arrumadinho para a festa da Sângela. Isto é um exemplo do que se faz por amor. A outra ocasião da calça comprida foi na viagem à Vitória. Para visitar a fábrica de chocolates Garoto é obrigatório usar roupa que cubra toda a perna. Não era obrigatório eu ir na fábrica, mas já que estava lá perto, que custava o sacrifício, né?

Então é isso: volto para meu antigo setor após conversar com o povo sobre ser isso o que queria, comecei a fazer exercícios para melhorar meu humor, ver a ponta dos meus pés e poder usar uma roupa menor e também estou de vestimenta limpa, nova e pronta. 

Ou seja... Preliminares: OK.

Que comecem os jogos.

sexta-feira, maio 31, 2019

Diário de um mestrando - 16° mês

04.05.19 sábado

Por não ter conseguido fazer antes o que deveria ter pesquisado e escrito, cá estou às 9h09 sentado na frente do computador. Não queria estar aqui. Talvez pedalando fosse uma boa situação, mas está nublado e tenho preguiça de pedalar em dias assim.

Estou cansado mentalmente falando. Tudo se repete e a rotina angustia. Se não fosse a delicada cobrança da professora, marcando prazos, prorrogando as metas quando necessário, talvez eu largasse mão por algumas semanas disto aqui.

E então atrasaria tudo.

Bonito para mim, que não conseguiria avançar.

Estou cansado. Tão cansado que ainda não publiquei a edição do Diário de um Mestrando do mês passado.

Vou tentar fazer hoje. Antes, vamos ler mais um pouco do Giddens.

10.05.19 sexta

Trabalhei feito bicho esta semana.





Hoje tem encontro de orientação com a professora Leila. Consegui adiantar muita coisa teórica neste mês, mas acho que posso acrescentar ainda mais.

Ontem organizei livros e apóstilas por temáticas e fiz montinhos com o material. Semana que vou subir monte a monte cada um deles e extrair o que for interessante para reforçar o embasamento do trabalho.

Está bem frio. As paredes da casa já não quentes. O céu está nublado e até desligando os ventiladores estamos. Nada que ver com o mês passado, quando às 9h estava tudo fervendo já.

16.05.19 quinta-feira

A professora elogiou os avanços na redação. Contei-lhe meus sofrimentos, ela riu e deu seu apoio, orientou, passou novas coisas a serem feitas e marcamos para mês que vem um novo encontro. Botei essas coisas em uma página para ir riscando o que for concluindo. Até agora risquei apenas uma linha e meia.

Ontem teve protestos em todo o Brasil contra os cortes no orçamento da Educação feitos pelo governo Bolsonaro. Boa Vista também fez o seu, com a turma saindo da UFRR (somente ela vai perder 22 milhões) em direção ao Centro Cívico. Eu divulguei muito nas minhas redes sociais, mas não pude ir. Justamente ontem meu pedreiro reapareceu para terminar um serviço na varanda e na cozinha. Como não podia sair, aproveitei para tirar entulhos do quintal. Resultado: não fiz uma linha de estudo ontem. Possivelmente será o mesmo hoje, pois o trabalho continua.





O dia amanheceu com o céu aberto e entre 8h e 8h20 ficou lindo para dormir, assustador para quem vai fazer obra com cimento. 9h23 estava aberto de novo.



27.05.19 segunda




Recomeça a jornada. Café na xícara grande eu gosto, anotações aqui e lá no outro caderno e também no computador. Sono, acordei ainda escuro estava. Lento, muy lento. Vamos, devagar. Sempre. Até os jabutis correm quando ninguém os vê. Passarinhos já estão na varanda, ainda temos frio na manhã, todos dormem na casa, o vento conversa comigo e a penumbra diz obscenidades que me atiçam.

31.05.19 sexta

Hoje até quis dormir até tarde, mas faltou mais uma vez energia elétrica (esta semana foi uma rotina incômoda isso) e lá pelas 5h40 me levantei suado e fui fazer café. Depois naveguei em todas as redes, pedalei 10 km (sim, sou quase um atleta e pela primeira vez em muito tempo estou abaixo dos 78 kg - mensagens de "ai, que delícia" vão ganhar emojis de coração), varri a varanda, lavei louça e cá estou, banhado e cheiroso para fechar o 16° desta jornada rumo ao mestrado...

Ontem teve protestos para lembrar ao governo Bolsonaro que a educação deve ser prioridade. Divulguei nas redes sociais e obviamente apareceu gente nelas querendo fazer pouco caso, usando os argumentos das milícias digitais (segurei minhas vontades de mandar todos eles comer cocô).


Lá pelas 17h apareci no Centro Cívico para fortalecer o movimento. Foi bonito, foi intenso. Muito bom ver a molecada consciente da importância do ensino público para o desenvolvimento da sociedade.








A turma Yanomami participou também das manifestações

A semana foi de muita leitura: vários artigos, duas teses, um livro e, para relaxar, mais leitura, só que de HQs em scan (boas porque dá para ampliar as imagens e superar assim minha cegueira) e uma impressa sobre hip hop, que comprei mês passado numa campanha de financiamento colaborativo da editora Draco. Ah, e um livro muito engraçado do mestre Afonso Rodrigues de Oliveira, ambientando o Gênese bíblico nos lavrados de Roraima.












Poderia apenas escrever agora que vou tentar passar para o arquivo da dissertação o que entendi de todas as leituras acadêmicas da semana, mas prefiro citar três outras histórias que têm a ver com a jornada mestranda. Vamos lá. Só que antes, vejam a quantas andava o texto no dia 24 de maio:






Lógico que nesses números temos incluídos os anexos, apêndices, bibliografias e outras coisas. Mesmo assim, me parece robusta a parada.












Bueno, vamos lá agora sim valendo dos vera:


22.05.19 - Fui acompanhar a defesa da dissertação do colega Antonio Lisboa, que por sinal mora a duas casas da minha, aqui na distante Muralha, vulgo final do Paraviana. Nas imagens abaixo vemos o agora mestre com louvor no início dos trabalhos - estava sendo apresentado pela professora orientadora Deborah Freitas - e, embelezando a plateia, Alessandra Cruz, Eduany Siqueira e eu, seus colegas de curso.





Na noite de 24.05 foi realizado o lançamento de dois livros no Colégio de Aplicação. As obras trazem artigos de professores e alunos da UFRR e outras instituições abordando a a formação de professores e o ensino de artes. Já li o que me interessava e peguei material do verdinho.










Bueno, agora sim. Tchau, que venha junho, que eu tenha agilidade mental para acrescentar bem o que deve ser acrescentado e vamos que vamos.

Já que chegou até aqui, clique para ler todas as edições do Diário de um mestrando.

sexta-feira, maio 10, 2019

Diário de um mestrando - 14° mês


04.04.19 quinta

De sexta passada (29.03) até hoje de manhã sem pegar em nada acadêmico. Motivo: acompanhar os pedreiros aqui em casa, deixar o carro no lanterneiro para arrumar a traseira, limpar a sujeira da casa após a saída dos trabalhadores... Fiquei tão cansado que nestes dias estava me deitando às 21h30, como se estivesse doente. Hoje é dia de retomar tudo e atualizar a vida.

08.04.19

Atualiza as metas da semana, do dia. Cumpre o que der. Despacha mensagens pelo WPP e pelo e-mail. Verifica as finanças. O calor já chegou. São 10h44. O céu está nublado. Já leu o material do curso EAD? Que calor. Que falta de concentração. Uma infecção estomacal não ajuda. A geladeira não tem nada. Será que me entregam o carro hoje? Saiu a fatura do cartão. Que calor.

11.04.19
Duas boas notícias:

1. Começou a chover. Chegou o inverno amazônico. As temperaturas vão baixar, o que significa mais possibilidades de não ficar desconcentrado (morre o calor, mas persistem outros fatores. Fazer o que?)


2. Consegui destravar o trabalho. Era uma bobagem na introdução, mas passei dias parados nelas. Estou bem contente comigo mesmo. Coincidentemente, vi esta imagem em um status do WPP hoje. Falava justamente sobre meu estado travado:

16.04.19 terça


Hoje fui cedo na UFRR procurar um livro do Waly Salomão. Quando entrei na parte das estantes de literatura brasileira, tive uma surpresa: alguém havia estado lendo um dos exemplares de meu livro que estão no acervo da biblioteca central. Foi aquele momento de abrir um sorriso e pensar "Olha só você por aqui, seu lindo". Fiz a foto do jeito que achei o livro e deixei lá, torcendo para que outro usuário o visse e lesse também.



Fofinho meu livro de contos

Lambes de resistência na frente da Biblioteca Central da UFRR. Arte é luta



30.04.19 terça
Não acredite na data acima, leitor ou leitora deste blog. Na verdade estou escrevendo este pedacinho do diário no dia 10 de abril. Motivo: me deu imensa preguiça ir anotando as coisas no mês passado. Finja, no entanto, que foi no último dia do mês passado que você acessou o blog para ler coisas vagas como as seguintes:
1. Houve várias reuniões este mês no PPGL. Fui na condição de representante dos alunos. As pautas giraram em torno de quantos e quais professores iriam ficar, a reformulação do edital de ingresso de novos alunos e outros detalhes que basicamente eram de funcionamento interno para garantir que o programa aumente sua nota e não feche.


Numa das reuniões cheguei depois do horário e cheguei antes de todo mundo.

Parte dos professores do PGGL 


2. Sobre o edital, as inscrições vão até 15 de maio. Tem vagas de ampla concorrência e vagas para Ações Afirmativas. Confere aqui.

3. Trunquei, avancei, trunquei, avancei. A redação foi sofrida este mês.


4. Eu adoro minha orientadora. Justamente no dia em que me disse "Basta de ser derrotado pelo tempo, pela preguiça, pela procrastinação! Tenho meu prazo pessoal agora: até quinta dou conta destes partes aqui!". Bem, justo nessa manhã chegou mensagem da profe em nosso grupo de orientandos cobrando material até justamente a data que eu havia me proposto. Juntaram meu "eu estudante que precisa ser cobrado para não enrolar" com o "eu orientadora cobradora de desempenho" dela e trabalhei feito um condenado. Não cumpri o prazo, mandei pela metade, disse-lhe que até X dia mandaria mais, ela falou que esperaria o todo, dei conta"...


(Peraí. Estou falando coisas que aconteceram - ou terminaram de acontecer - na verdade em maio. É como se estivesse adiantando o tempo aqui no meu Diário de um Mestrando... Estou confuso...)


Tentarei não adiar os registros de meu cotidiano acadêmico.


É isso. Abril foi tenso, preguiçoso, quente, de muita dificuldade para superar as leituras, mas acabou. Depois de maio, por sinal, vem meu aniversário, o que não tem nada a ver com nada do que escrevi até agora.


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sexta-feira, fevereiro 01, 2019

Diário de um mestrando - 1o mês

09.01.19 Quarta


Janeiro chegou foi cedo. Não tem isso de folga, curtição e não sei mais o que...E...não há felicidade nenhuma nisso, acreditem.

Bem, estamos na ativa desde a sexta ou ou sábado passados, logo após a professora Leila ter enviado um e-mail com as demandas finais para fechar o texto da qualificação. Inicialmente pensei em somente começar a trabalhar na segunda, que seria o dia 6, mas me analisei, olhei no espelho, medi a barriga e cheguei à conclusão de que, conhecendo minha lerdeza como conheço, o lance era adiantar pelo menos uma demanda por dia.

Deu certo.

Acho que deu.




O concreto é que ontem á noite mandei o material de volta para professora Leila olhar. Estando tudo ok, faltará só numerar as páginas do sumário e dar uma nova olhada na formatação, sobretudo nas partes referentes a entrelinhamentos.

Foi tenso, digo-lhes. Tenso. Ontem, por exemplo, trabalhei de manhã, tarde e noite. Li artigo, dissertação, anuário, Wikipédia, matéria de jornal, um monte de coisas para conseguir informações e transformá-las em algo semelhante a um texto científico.

Tenso. Bem mais tenso que trabalhar no meu expediente normal.

É claro que se eu fosse o filho do vice-presidente Mourão e ganhasse uma promoção como a que ele ganhou, não tava nem aí pro mestrado. Só ia lá na presidência para receber meus 38 mil do Banco do Brasil de boas.

Mas não sou. Então vamos estudar para ver o que de bom o estudo nos traz.

Ah, ontem quem me assessorou foi o Hulk. Se liga:


Anteontem foi o Dr. Destino.


Só boas companhias verdes.

Falando em verde, que lembra alface, que lembra coisa para comer, tava com o mente tão cansada que não resisti e fui ver bobagens bem bobagentas na Netflix. Encarei o engraçado "Orgulho e Preconceito e Zumbis" e fui até tarde com ele. Sim, curto filme de zumbis. Me julguem. Ou não. Deixa a Glória Pires aparecer e fazer isso na minha banca:


12.01.19 sábado


Teve encontro com a orientadora na quinta. Tava tudo só para olhar, acertar as arestas de formatação e já mandar a cópia do trabalho para os professores que vão compor a banca.

Era só isso.

Mas o programa de edição de texto teve um piripaque, tive que reiniciar o computador e o arquivo B do texto final, onde havia feito sumário, correções e outras coisas, sumiu. Não. Sumiu não. O arquivo ficou la, mas o conteúdo evaporou.

Fiquei muito puto. Ops, quer dizer, chateado. Por sorte era pouca coisa e nada que envolvesse novo conteúdo.

Na sexta de manhã arrumei, a profe retornou pedindo só duas paradinhas mais, devolvi e já marcou a data da defesa da qualificação: 20 de fevereiro de 2019, às 9h.


Estou muito aliviado de ter conseguido fazer esse material. Pensar e escrever cientificamente é extenuante. Me exige muito: tempo, concentração, esforço... É sofrido.

Bem, agora me dei a sexta, sábado e domingo de folga. Segunda começo a focar no artigo que falta fazer para aprovar de vez todas as matérias do primeiro ano. Também já fiz uma listinha de material que achei interessantes, mas não tive tempo para ler antes. A ideia é manter o pique.

Hoje chega uns amigos da Venezuela. Se abrir o céu é capaz de ter praia à tarde.

18.01.19 sexta

Então...não fiz nada semana passada. Só pensei em fazer, mas tava com visitas, ajudando-os a resolver coisas e não fiz o que é do meu interesse. A batalha vai recomeçar hoje, ora pois. São 10h57 e já fiz algumas coisas de organização, entre elas anotar o que devo resolver com urgência. Uma delas é a renovação do afastamento. Vamos para isso e para definir sobre o artigo que devo entregar logo, logo.

21.01.19 segunda


Só há uma certeza: não tenho noção ainda de como e o que vai ser desse artigo. De toda forma, hoje faço o básico: salvar um arquivo para começar nem que seja a ver a página em branco.


Vou me esforçar para que meu texto não fique assim...

22.01.19 terça 9h47

Ontem consegui fazer uma sinopse de minha nova proposta. Fiz também um roteiro da abordagem dos temas. A ideia era fechar, pelo menos, uma página hoje, mas não consegui fazer o cabo do computador mandar energia para o aparelho. Geralmente consigo, mas o mestre mesmo nisso é o Edgarzinho. Resultado: a bateria acabou e fiquei sem fazer nada. Uma manhã meio perdida, já que tampouco fui pedalar.



Passarinhos me acompanham a menos de um metro quase todo dia 


28.01.19 segunda

Dia de fazer as vezes de representante discente da turma 2018 do mestrado em Letras da UFRR. Cá estamos na sala 133 do bloco I do campus Paricarana...

30.01.19 quarta

A vida de um servidor público afastado para fazer um mestrado implica em estar ligado nas datas da burocracia estatal. A mais importante é a do pagamento, quando rola um f5 brutal no aplicativo do banco para ver se a grana caiu na conta ou se despencou em outro lugar. A segunda data mais importante é a que diz respeito ao momento de ir na universidade renovar sua licença, levando vários documentos. Eu havia esquecido desse procedimento. Por sorte anotei em fevereiro do ano passado que deveria fazê-lo. O google agenda não me deixou na mão.



31.01.19 quinta

Pense num mês comprido este janeiro de 2019. Foi tanta coisa pesada lá no mundo extra-mestrado que meu Deus... Brumadinho e suas mais de cem mortes até o momento, quase tudo o que o governo Bolsonaro anunciou ou decretou (facilitação da posse de armas entre isso), umas intenções ruins voltadas para as IFES, a crise Guaidó presidente encarregado - Maduro não vou sair daqui na Venezuela...Tudo isso me afeta e ando me poupando de expor opiniões nas redes sociais. No máximo, compartilho algo nos status e stories da vida. Não é ficar em cima do muro, é que não tô afim de ficar rebatendo e discutindo com os manés que acreditam, por exemplo, que há algo de bom no atual governo.

E esse passarinho fofo que não me larga? Ou será uma gangue de passarinhos?


São 21h43 e estou encerrando as atividades por hoje. Passei a semana toda pensando e escrevendo análises para o artigo da disciplina Arte, Cultura e Identidade. O prazo de entrega é dia 15 de fevereiro, mas quero fechar isso até segunda. Daí é só imprimir e passar para a professora.


E esperar uma nota boa, claro.


Líquidos para não morrer desidratado no verão de Roraima




Fevereiro terá uma data importante: dia 20 defendo minha qualificação. Tenho que montar os slides da minha apresentação e fazer a banca acreditar que, de fato, fui eu o cara que escreveu o que estão lendo. Tomara que consiga (tanto montar o PPT como não dar mancada com a banca).



Para quem chegou até aqui, fica o convite: clique aqui para ler todas as edições do Diário de um mestrando.

domingo, dezembro 30, 2018

Diário de um mestrando - 10o mês

03.12.18 - segunda

Acsa, colega de orientadora (ou seja, dividimos a mesma orientadora), defendeu hoje pela manhã sua dissertação. Ela falou sobre o artista plástico Izaias Miliano. Confesso: fui lá no auditório mais para ver o modus operandi da defesa do que para ouvir o que ela havia pesquisado. No final, a banca, que além da professora Leila Baptaglin, estava formada pelos professores Reginaldo Gomes e José Brito Neto, deu várias sugestões bacanas.








Anotei algumas na forma que estão abaixo:


Defesa da acsa

1. Google acadêmico
2. Adriana Moreno pesquisa sobre identidade
3. Pizarro 2005? Sobre construção discursiva

Análise professores

4. Para meu trabalho: falar em identidades. No plural. Motivo: foram várias as que Frank ergueu.
5. Falar da mudança e linkar com letras novas
6. A nossa entrevista pode ser considerada uma construção. Usar partes em que ele usa metalinguagem na entrevista.
7. Cuidado com a naturalização dos conceitos. Cuidado com falar de algo sem explicar. Caso: conceito de artista indígena.
8. Arte no universo ocidental com elementos indígenas. Vanessa lembrar
9. Como está meu conceito de memória e história? (não são sinônimos)
10. Talvez falar sobre redes de sociabilidade do Frank. Parcerias. Se vê na Gang do Rap e no 7niggaz.
11. Estudos culturais babba e Canclini. Avanços: estudos da epistemologia do sul. (Descolonialidade?). Ver João Boaventura Santos (isso mesmo?).
12. Artistas performam identidades. Quantos seres ele performa. Artista/criador/ família/. Vanessa lembrar.
13. Artista de plástico citada numa pesquisa. Lembrar menina Acre.
14. Falar de redes de cooperação na parte do hip Hop e depois.
15. Estatuto social do artista. Regime de singularidade. Madelaine "Maine"?.
16. Performance do sujeito contemporâneo. Tem na entrevista na parte do nome. Há performance na entrevista. A memória não é estática, ela se constrói agora.

............................
Tem umas aí que anotei para compartilhar com a colega Vanessa Brandão, que também está analisando um artista de origem indígena, o Jaider Sbell.

04.12.18 - Terça

Fui dormir bem tarde, depois de revisar a transcrição da entrevista com o MC Frank de D'Cristo. Nove páginas no total. Uns 35 minutos de conversa. Estava com dor nas articulações e na coluna. Pensei que fosse de tanto ficar sentado, mas era o aviso de uma infecção estomacal. Amanheci mal da barriga, mas pelo menos a febre sumiu. Não vai rolar pedalada hoje nem saída de casa para pegar um trabalhador que limpe o quintal.

Bem cedo chegou (ou será que chegou ontem bem tarde?) o agendamento de reunião de orientação. Era uma das demandas do dia, como é possível não entender na minha letra na agenda:


Vamos lá, continuar mexendo na dissertação até uma dez horas e aí começar a pensar no que vou apresentar quinta no encerramento da disciplina. O que vou abordar em meu artigo? - Pesquisar no Google já.

05.12.18 - Quarta

Encerramos hoje a disciplina Seminário de Pesquisa. A professora disse que entre seminários e apresentações nos eventos acadêmicos que rolaram no semestre, quase todos já aprovamos. Vai ter gente tendo que se virar um pouco mais para conseguir a nota.



São 15h13. Olho pra rua na esperança de conseguir encontrar uma linha perdida de raciocínio que alguém deixou cair e que me sirva para o trabalho que devo apresentar amanhã.

A infecção estomacal está quase zerada e estou com visitas da Venezuela. Mais tarde supostamente devemos fazer um churrasco. Esse tema tem que chegar logo.

São 19h40. Consegui fazer algo parecido com um resumo do artigo, apresentando a ideia que tive, e agora vou correr para fechar os demais slides da apresentação.
Fiz um poema sobre minha tarde pensante e publiquei no blog. Clica aqui para ler.
20h20...Terminei. Terminar significa que fechei o que tinha de fechar, não que "uau. É o melhor trabalho acadêmico de minha vida atual e passada e futura". Que venha quinta e bora agora comer parrilla.

06.12.18 quinta

Apresentei a proposta de artigo, recebi sugestões, sugeri coisas para os artigos dos colegas, nos despedimos e encerramos oficialmente nossos encontros de grupões na jornada do mestrado. Agora é cada em sua soledad rumo à qualificação em fevereiro e depois via direta até a Defesa Final. Alguns colegas da turma 2018.1 do PPGL já estão em outros estados, outros vão partir ano que vem. O mestrado é um caminhar solitário.




Colega Carla Caroline
Colega Enderson Monteiro



Colega Jackson (As fotos são do colega Paulo, no encerramento da disciplina Arte, Cultura e Identidade)
Coincidentemente o Edgarzinho também encerra hoje o ano letivo dele.
Hoje tinha e não tem mais orientação. Ficou para amanhã.

07.12.18

Dia de orientação, de alguns cortes e pedidos para melhorar. Basicamente, é escrever para qualificar em fevereiro. A professora Leila disse que falta pouco nesta fase, que é só explicar melhor ali o que é linguagem, definir ali afinal qual é a grafia do conceito que vamos usar, mexer ali, remexer acá e fazer algumas páginas de uma análise simples do material coletado na entrevista. Eu acho que termino isso em uma semana. Parece fácil. Se rolar, vou me dar uma folga e só pegar nisso de volta em janeiro.

10 a 13.12.18

Assim, fácil, parecia que era. Pode até ser, mas me compliquei entre lerdezas, alguma preguiça e um pouco de desconcentração. Mesmo assim, escrevi tanto (ou passei tanto tempo escrevendo) que minhas costas doem. Isto é, acredito que seja por ficar muito tempo sentado, mas pode ser a pedalada que dei domingo e puxou muito depois de uns dias de sedentarismo. Tomara que o material sirva e não seja apenas bobagem que estou considerando algo muito bom.

14.12.18

Dia de pausa (a contragosto) para ir na reunião do Colegiado do PPGL. Sou uns dos representantes da turma 2018.1 e devo aparecer na UFRR como suplente do colega Antônio Lisboa, titular, que está de férias na Europa (leia aqui nas entrelinhas um pouco de inveja do master boy Antônio. Não da viagem, mas de sua eficiência acadêmica que lhe permite estar de folga numa boa enquanto ainda estou me matando aqui).






Minha orientadora em primeiro plano, professora Leila Baptaglin


Discutimos (eles, os professores, na verdade, e muito) a manhã inteira a seguinte pauta:

1) Solicitações de prorrogação de prazo de qualificação/defesa;
2) Recomposição da Comissão de Edital PVNS e encaminhamento do edital;
3) Aprovação do relatório de estágio da Discente Anna Paula;
4) Aprovação do relatório do Bolsista PNPD Luiz Eduardo Rodrigues Amaro;
5) Solicitação de autorização para intercâmbio da Discente Vanessa Brandão e Costa;
6) Verificação da situação das bolsas de Demanda Social que ficarão ociosas em 2019.1;
7) Informes.
Na reunião, finalmente, o Colegiado votou pela aprovação dos pedidos de reaproveitamento de disciplinas que eu e o Antônio havíamos feito no começo do semestre passado. Como já havia sido aprovadas Ad referendum, passaram. Mas ainda houve professor questionando as que fizemos em outros programas e dizendo que o PPGL deveria formar uma comissão para avaliar nossos pedidos. Felizmente outros não embarcaram nessa bobagem.
De tarde participei de uma reunião com um grupo de professores e alunos do curso de Português- Libras da UFRR. Por iniciativa da professora Alessandra Cruz, minha colega loira de mestrado, vai ter tradução para Libras de meu ainda inédito livro de poemas "Incertezas no meio do mundo".




Estou muito feliz pelo projeto da Alessandra e encantando com as interpretações que o povo está fazendo dos textos. Para todos, eles e eu, está sendo um desafio muito interessante este processo.

17.12.18

Que os trabalhos recomecem numa segunda bem preguiçosa.

19.12.18 quarta
Sobre segunda: sentei pela manhã e não saiu nada. Tava num sono violento e falta de concentração. A presença de um eletricista na casa para fazer umas instalações ajudou muito a não conseguir fazer nada pela manhã. À tarde, mesmo com o cara ainda na casa, consegui achar a concentração. Escrevi pakarai, pensei, revisei (mentira) e fechei a principal e mais árdua parte das melhorias que a professora Leila pediu. Depois fui pedalar para relaxar e na volta ainda assistir a um episódio da terceira temporada de Outlander.
Sobre ontem, terça: inverti minha rotina e sai de manhã para resolver coisas, deixando a tarde para o texto da quali. É uma bobagem o que tenho que fazer, mas não saiu nada, nada, nada.
Sobre hoje: aqui estamos, depois de ter acordado às 5h30 da manhã desnecessariamente. São 9h50 neste momento e já vi trocentas notícias, mandei e-mail para meu colega de mestrado Jackson com um artigo que (acho) deve ajudá-lo com o tema dele, já fui ali no quintal e voltei, já brinquei com o Balu...Cá estamos e nada de conseguir fazer a parte que parecia simples.
21.12.18 Sexta
A meta era ter fechado o texto da quali ontem. Mas me enrolei na quarta e só consegui fechar parte do trabalho à noite. Ontem pela manhã (o que aconteceu ontem pela manhã?) não fiz a última parte, que se tratava de ir atras de todas as referências para saber como elas grafam uma palavra que estou usando no texto....Ah, lembrei, na hora que comecei chegaram o João e o Alex para instalar um chuveirão no quintal e fui atendê-los. Terminaram bem depois do meio-dia, fui almoçar já quase às 14 e depois dormir. Quando acordei estava disposto a me livrar de tudo até o anoitecer, mas, ainda na cama, ouvi a cabeça da minha enteada batendo no chão da varanda e logo em seguida a Zanny, minha esposa, me chamando. Lai havia desmaiado. Entre a inconsciência, convulsões e espasmos passaram-se cerca de duas horas e pouco. Fiquei ao seu lado o tempo todo. Depois que ela e a mãe foram para o hospital na ambulância fui gerenciar a janta do Edgarzinho e a casa, liberando-me por volta das 22h, 21h.. Ou seja: zero condições de sentar na frente do computador para olhar se a palavra X está ou não escrita assim nos textos.
Hoje, às 10h49, terminei minha pesquisa sobre a grafia, aproveitei e li novamente um texto muito legal da Diana Klinger e mandei meu material para a professora Leila. Agora espero me dar uns dias de folga. Quer dizer, nem sei se vai rolar. Baixei tanto material nas leituras transversais que acredito que vou ler um pouco todo dia. Mas isso eu vejo semana que vem. Agora o foco é ir pegar a bike do Edgarzinho e comprar o almoço para nós, que voltamos a ter a companhia da irmã e da mamis depois de terem passado a noite no hospital.
30.12.18 Domingo

Sabe o que escrevi antes, sobre a folga? Tá tendo. Em todos estes dias não peguei no computador para nada além de uma noite em que decidi ler umas HQs que baixei. (Em compensação, o celular não sai da mão).


Uma cerveja na praça para ver gente e sentir a brisa gostosa de dezembro

Final de tarde na Praia dos Gnomos, rio Cauamé

Habemus ciclista. Muitas pedaladas legais feitas ultimamente


Edgarzinho cortou o cabelo. Eu não.

Essa cadelinha é a Mia. Seu dono é o Timóteo Camargo, que também é dono do caiaque


Vou encerrar os registros do mestrado neste ano. Se tudo correr bem, manterei minha decisão de ter umas férias mentais até pelo menos dia 3. Enquanto isso, vou pedalando, indo à praia, torcendo para que nada de ruim bata à porta.

Passarinho que me acompanhou enquanto fechava o Diário de um Mestrando relativo a novembro de 2018
Então é isso. Até 2019, sem metas, sem proposições que não vou cumprir. Vamos só focar em pedalar sempre, fazer um bom mestrado e tentar sair mais de casa para conversar com outras pessoas (principalmente agora que não terei mais aulas e a interação social que elas traziam vai cair drasticamente). Ah, se conseguir, quem sabe não organizo uns saraus?




Feliz 2019 para quem chegou até aqui e lembre-se: para ler todas as edições do Diário de um mestrando, clique aqui.