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sexta-feira, dezembro 09, 2011

Poesia no chão do sul de Roraima

Estive na região sul de Roraima semana  passada. BR 174 perfeita até Caracaraí. Via de primeiro mundo. Passou da cidade, o asfalto muda de cor, aparecem buracos, trechos sem acostamento, barro batido (a cara de Boa Vista, cada dia mais suja e esburacada).

Piora quando se atravessa a ponte sob o Rio Branco. Há operários trabalhando, verdade, mas o ritmo, para quem encara essa rota, é muito lento.

Não vou falar do trecho que fica entre o Km 500, ou a rotatória, como é mais conhecido o local, e a cidade de São Luiz (antigamente conhecida/chamada de São Luiz do Anauá). É vergonhoso. Quem sofre de enjoo, como eu, pena. É um buraco atrás do outro. Ou melhor, um buraco integrado que tem uns 50 km de distância. É tão ruim a estrada que demoramos uma hora para fazer o trecho. E isso de picape e um motorista muito bom.

Desse jeito não tem desenvolvimento que chegue. Fiquei pensando numa pessoa que precise ser trazida a Boa Vista para receber atendimento médico. Imagina o sofrimento com os solavancos na ambulância.

O foco da postagem não é a estrada podrona (e cabe lembrar que ela sempre foi assim, não é coisa recente), mas sim um momento em Rorainópolis, cidade encravada no meio da selva e bem pertinho da Linha do Equador. Se Boa Vista é quente, lá é beeeeem pior. Para quem não é de Roraima, pega um mapa e vais ver: é mais fácil ir a Manaus do que vir a Boa Vista. O Amazonas fica tão perto que a TV Globo local passa Vts da prefeitura de Manaus e do Governo do Amazonas.

Bom, estava eu lá no sul, fazendo meu trabalho, quando decidi fotografar a fachada do prédio da Universidade Estadual de Roraima. Fiz uma de ladinho, aproximei mais e embiquei para uma foto frontal.

Foi então que vi um papel jogado no chão. Curioso, fui ler o que estava escrito nele. Era uma poesia. Agora imagina: literalmente no meio do mundo, sol rachando às 9h da matina e encontrar uma poesia jogada no chão. Achei fantástico. Bati a foto sem mexer em nada. Ou seja, o papel, a pedra, a localização, tudo está no original, sem “mãophotoshop”.

Acho que momentos assim podem ser incluídos nas listas “pequenas surpresas agradáveis”.

Aproveita a poesia: