quinta-feira, setembro 09, 2010

Femact celebra Dia da Amazônia com exposição
(Publicado originalmente no site da Femact)

Cinco de setembro é o Dia da Amazônia. Para comemorar a data a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact) preparou uma programação especial com o lançamento de uma nova exposição temporária que irá compor o circuito do Museu Integrado de Roraima (Mirr).

De acordo com Luciana Surita, presidente da Femact, a mostra é uma mistura de arte e literatura, composta por telas do artista plástico da etnia Macuxi Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba.

“A exposição destaca as peculiaridades da cultura indígena. As obras do artista plástico Bartô são feitas em óleo sobre tela, retratam principalmente a fauna e flora da região com um toque de surrealismo. As fotos de Tana Halu juntamente com os poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba, retratando as peculiaridades da cultura indígena”, destacou.



A mostra já está aberta ao público para visitação no hall do Museu Integrado de Roraima, no Parque Anauá, de segunda a sexta das 7h30 as 17h30. Informações: 3623-1733.



ARTISTAS

Edgar Borges é jornalista e sociólogo, venezuelano e brasileiro, nascido numa aldeia indígena à sombra do monte Roraima, escreve versos e prosa ficcional e real desde a adolescência. Possui textos publicados em livros-coletâneas, sites jornalísticos e culturais.
Publicou um e-book na revista portuguesa on-line Minguante e trabalha em outro de poemas e crônicas em celulose sólida. Escreve quase todo dia no blog Crônicas da Fronteira.

Zanny Adairalba é compositora e poetisa, cursa Administração, na área pública, atua como gestora/consultora cultural, é co-responsável na elaboração e execução de eventos culturais de pequeno, médio e grande porte realizados pelo Município de Boa Vista.

Tana Halu é fotógrafo, jornalista, ilustrador, decorador e contador de história. Tem dois livros publicados em parceria com a escritora Aléxia Link. Sempre saca das mangas histórias mirabolantes de episódios que viveu ou dos quais ouviu falar.

Bartô é Bartolomeu da Silva, nascido em Boa Vista, mas também de raízes macuxi, da região de Maturuca, na Raposa Serra do Sol. Seus quadros, feitos sempre em óleo sobre tela, com um toque de surrealismo, retrata  principalmente a fauna e a flora da região.

DATA

O Dia da Amazônia foi criado para conscientizar a população quanto à importância da preservação da Floresta Amazônica, além de promover e contribuir com a formação social e moral do aluno. A data de 5 de setembro foi escolhida em homenagem à criação da Província do Amazonas, em 1850, por D.Pedro II.


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P.S. meu: Sobre os perfis: são os que no blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Vídeos que eu vejo sempre que posso


Tem música que te chama a atenção por uma ou outra frase e tem música que te chama a atenção por inteiro. Junta uma dessas com clipes interessantes e aí você vai entende o motivo de ser fã desses dois videoclipes do cantor guatemalteco Ricardo Arjona. São músicas com alguns anos de estrada já, gravadas no disco Santo Pecado.
Separadas no CD, foram transformadas uma na continuação da outra no vídeo. Se liga nas locações do primeiro, nos becos de cidade antiga e nos coadjuvantes, que cantam pedaços da canção. A minha cena preferida é quando ele invade uma livraria. Ou será a primeira parte, no jogo de bilhar? Ah, gosto de tudo.
Com vocês: El Problema e Minutos, de Ricardo Arjona.



EL PROBLEMA




MINUTOS

terça-feira, agosto 31, 2010

Curta: "El Dinosaurio" de Augusto Monterroso


Não lembro como cheguei hoje no blog "BiblioFilmes Festival - Baseado no Livro", que se apresenta como "um conjunto de iniciativas para a Comunidade da Língua Portuguesa usando um novo conceito de promoção do livro, da biblioteca e da leitura através das novas tecnologias e do cinema".

Só sei que foi via buscador Google, a bíblia moderna que nos dá respostas para tudo. Da postagem de arquivo fui para a principal e olha que maravilha que encontre: curtas inspirados no microconto/miniconto/micronarrativa "O Dinossauro", de Augusto Monterroso. 

Show de bola. Eu mesmo, para o livro que ainda não foi publicado, fiz uma versão do mais famoso dos pequenos contos.

Bom, sem mais lero-lero, curtam aí essas leituras audiovisuais de "El Dinosaurio".



segunda-feira, agosto 30, 2010

Semana do calor

1. Quente, muito quente. O final de semana foi assim. A segunda foi pelo mesmo rumo. Acho que o verão acabou de chegar, daquele jeito...

2.Saiu na imprensa que o La Niña ia aliviar a nossa barra, fazendo com que chovesse um pouco. Acho que foi furada. A única coisa parecida que deu por esses dias veio com tanta ventania que arrancou telhados, derrubou árvores e mandou pro chão postes de publicidade. Chuva mesmo foi só um tantinho, uma bobagem. Se bem que foi destruidora.

3.Até sexta-feira dando aulas na Universidade Federal de Roraima, numa oficina sobre ciberliteratura integrante da programação do III Seminário de Integração de Práticas Docentes e I Colóquio Internacional de Práticas Pedagógicas e Integração.

4. Dizem que Boa Vista é o fim do mundo. Se é verdade, então está justificado esse calor. Se subir mais um grau, tudo começa a incendiar. O caos vai se instalar e correrá pelo mundo. Aí vai começar o final de tudo o que conhecemos. 2012 é aqui, em Roraima.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Homenagem

A escola estadual 13 de Setembro, cujo nome relembra a data de criação do extinto Território Federal do Rio Branco, depos de Roraima, fez hoje sua XII Mostra Poética.

Passei parte da tarde lá, como jurado da modalidade interpretação. Como sempre, foi agradável ver a molecada participando com muita disposição da mostra.  

Coordenada desde o começo pelo professor e poeta Aldair Ribeiro, é o evento continuado mais antigo nas escolas do Estado.Já revelou bons talentos, gente que saiu da escola para ganhar prêmios em concursos estaduais e encaminhou pelo caminho da literatura.

Divulgo e ajudo de várias formas a mostra desde a primeira edição. Por isso ganhei hoje o diploma Amigo da Escola 13 de Setembro. O primeiro concedido. Fiquei envaidecido com o carinho.

Depois falo mais. Agora tenho que me esquivar da chuva doida que cai na cidade depois de uma tarde de intenso calor. 

terça-feira, agosto 24, 2010

Abusadinho, ou sobre a falta de educação no funcionalismo público


Um artista plástico frustrado hoje me chamou de "abusadinho" só por estar tomando cuidado com as peças de outro artista. 

Quer dizer, nem sei se o cara é frustrado. Sei que é artista plástico das antigas, desses que vivem aparecendo nas colunas sociais como se fosse um sujeito muito bem-sucedido, dos que vivem exclusivamente de sua arte. 

Hoje, no entanto, descobri que o cara é funcionário público como eu, um escritor pobre, que bate expediente para garantir a vida e o leite das crianças da maloca. A diferença é que eu nunca chamei de "abusadinho" nenhuma pessoa que fosse ao meu local de serviço, nem quando de fato a pessoa merecesse esse tratamento (E olha que um bocado já fez por onde). Afinal, acredito que ser cordato no serviço público é o mínimo de obrigação a cumprir. 

A situação foi surreal: o Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, ainda está com uma exposição montada no Sesc Roraima. São telas do pintor Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas meus e de Zanny Adairalba, herança da Mostra Vídeo Índio Brasil.

Tana recebeu, ainda durante a mostra, um convite para levar a exposição a um lugar muito bacana aqui do Estado. Local de estudos, de conhecimento, daquilo que chamamos rotineiramente de "cultura". Como ele viajou, hoje fui nesse lugar conversar com a simpática diretora do mesmo. A moça me tratou muito bem, me levou até o local onde vão ficar as peças e chamou o responsável pelas montagens das exposições. Esse é o tal artista, aquele que chamei, talvez injustamente, de frustrado no começo do texto.

Começamos a conversar sobre o número de telas, o tamanho das fotos, a ideia de ampliá-las, como ficaria distribuído o material, essas coisas comuns neste tipo de situação.

De repente, eu digo algo sobre os cuidados que devem ser tomados para não danificar as telas do Bartô (Afinal, já basta estar expondo sem ganhar nada. Se danificar, eu é que vou ter que pagar). É nessa hora que o respeitável artista plástico/dublê de montador de exposições me pergunta: 

- E quem vai montar a exposição, vocês?
- Não. Vocês.
- Ah! Tu tá muito preocupadinho com essa montagem, com medo de danificar as peças!

Segundos de surpresa com a volume de voz, o tom da voz e as frases do artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida.

Peraí. Eu não sou seu amigo, não lhe conheço e não lhe dei autoridade para falar assim comigo. Por isso, vamos recomeçar, falei, usando toda a boa educação que mamãe me deu na maloca.
Que recomeçar o que? Tu tá muito abusadinho, com medo de rasgar as telas do outro...

Sinceramente, a vontade que me deu foi de mandar o pseudo-artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida/pessoa sem nenhuma educação dirigir-se a algum lugar onde pudesse, confortavelmente, sentar, pegar o seu dedo médio e introduzi-lo onde lhe causasse prazer. Como na hora eu pensei que ele não merecia sentir prazer, optei por ignorá-lo e me dirigir à simpática diretora, que estava paralisada, com uma expressão de terror: 

- Eu vou conversar sobre a exposição com você ou com ele? Se for com você, ótimo. Com ele, não converso mais.

A elegância da moça controlou a situação, acalmou o exaltado e fez com que continuássemos a conversa (ela e eu. O sujeito se retirou  pisando forte). Acertamos que, em breve, as telas (se o Bartô deixar, claro) e as foto e poemas que estão no Sesc Mecejana até o final do mês vão mudar de lugar por um bom tempo. 

Verdade seja dita: se o convite tivesse sido feito a mim e não ao Tana, teria desmarcado só pela grosseria. É por reações e comportamentos como o de essa figura que adora uma coluna social que o poder público é tão criticado. 

Up date: esta postagem de junho revela o motivo de ter me controlado. É defeito pós-filho.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Boas notícias de agosto 

Depois da participação no e-book da Editora Novitas, aproveito para compartilhar uma outra boa notícia de agosto. Saiu nesta segunda (23) o resultado da Bolsa de Circulação Literária da Funarte (Fundação Nacional de Artes).

O meu projeto Caminhada Arteliteratura, a ser desenvolvido em comunidades indígenas de Roraima e na cidade de Palmares (PE), aquela que foi praticamente destruída pelas enchentes, foi um dos classificados pela região Norte.


 
Agora é só checar se não aparece nenhuma dívida com a Receita. Estando tudo Ok, vamos circular!  

Quem quiser conferir se o seu projeto ou o de um conhecido foi aprovado, o link é este.

Em tempo: o nome é uma referência ao Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte. 

Depois escrevo mais sobre o projeto. Agora vou ali, tirar uma certidão negativa de débito com a Receita e começar a fazer a conta de como vou me arrebentar ano que vem com o Imposto de Renda...

Falando nisso, vocês que acessam esta casinha de histórias conhecem alguma editora livre para publicar um livro de micronarrativas?

quarta-feira, agosto 18, 2010

Mais um e-book no ecrã


A Editora Novitas, lá do Rio Grande do Sul, lançou esta semana o e-book Apenas o Necessário, com frases publicadas por 36 autores no Twitter.


Este índio blogueiro está na coletânea. Verifique na página 19.



Depois de ler minha página, com frases pinçadas do perfil no Twitter, dá um pulo no meu e-book solo, o Roraima Blues, publicado pela revista de micronarrativas Minguante, lá de Portugal.





Se tu ainda tiver tempo livre, vai na gaúcha revista Veredas, focada em minicontos e micronarrativas, clica no link “Minis por autor” e tu vai me encontrar também.



Depois de toda essa viagem virtual, volta aqui e comenta aí no espacinho dos comentários.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Sexta-feira 13


Superstição? 

Coisa para os fracos e supersticiosos. Eu só acredito em Makunaima e em bruxas. 

Às vezes, nem isso. Geralmente estou mais para a relação que Conan, o cimério, mantém com seu deus Crom: ele lá, nós aqui. 

quarta-feira, agosto 11, 2010

Literamistura


Nesta quarta sou uma mistura infame, intragável e cinza d’A Segunda Infância de Manoel de Barros, Aline de Adão Iturrasgarai, do bangue-bangue em HQ de Jonan Hex e dos hai cais de Mário Quintana e Paulo Leminski.

Reclamações ou informações, favor dirigir-se ao balcão 4, à sua esquerda, terceira porta azul-céu-antes-da-chuva.

Lá tem um folheto para distribuição gratuita sobre o final de um evento de vídeo indígena. Pode pegar e ler enquanto o atendente não chega. Com certeza o vagabundo saiu.

Agora, com sua licença, se você não vai escrever nenhum comentário, deixe a freguesia circular.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Tweets sobre política


1. Acho fofo o povo da cultura roraimense que recebe sem trabalhar vir pedir meu voto, desinteressadamente, para quem lhes garante o ócio...

2. Cada vez que vejo a mansão de um político corrupto, penso na música "tá vendo aquele edifício, moço, ajudei a levantar"...

3. “E os arrogantes ficarão humildes e conviverão com os desfavorecidos”. Não, não é o Apocalipse. É a campanha das #eleições2010.

4. Hum...tem candidat@s feios@s que ficaram até degustáveis com a cirurgia plástica que o photoshop fez nel@s. #eleições2010

(Publicados aqui, neste perfil frontal que evita afrontar e busca ironizar, muitas vezes sem sucesso, mas vamos tentando.)

sexta-feira, agosto 06, 2010

Fugindo de viagem

É...vamos ficando velhos e tomando decisões esquisitas. Deveria ir a São Paulo semana que vem, participar de uma Reunião de apresentação da Proposta de Modernização da Lei do Direito Autoral.
O lance vai rolar na terça-feira (10), no Instituto  Itaú Cultural, espaço que sou louco para conhecer e deixar meus contatos para que mandem os belos materiais que editam rotineiramente. Iria como participante do Colegiado do Literatura, Livro e Leitura. Iria, no pretérito.
O problema é que fui fazer as contas e, pelo roteiro que me foi enviado, ia gastar 33 horas deslocando-me no trecho Boa Vista – Sampa – Boa Vista. Terrível.
A vontade de voltar a São Paulo depois de 9 anos e  participar desse encontro é grande, mas não tanta que me faça passar tantas horas dentro de um avião e em aeroportos numa viagem em território nacional. Esse é o preço que pago por viver na capital mais setentrional do Brasil e último ponto de parada das duas únicas empresas aéreas que nos atendem: Gol e Tam.
Bá...estou indignado...
Bom, este post é mais para quem vive perto de São Paulo, vai entrar aqui por acaso e acha legal participar da Reunião de apresentação da Proposta de Modernização da Lei do Direito Autoral. O encontro será das 15h às 18h, no Itaú Cultural.

O blog da consulta, caso você não conheça, é este aqui. Tem espaço para sua opinião, que é muito importante para melhorar a atual lei.  Vai, clica e contribui.

quinta-feira, agosto 05, 2010

OFF




Às vezes, é desse jeito mesmo:
Muito silêncio e pouco barulho.
Às vezes, é pior do que isso:
Excesso nas ideias, pouco juízo.
Às vezes, é melhor ficar assim:
Uns no exagero. Eu, aqui, miudim.

quinta-feira, julho 29, 2010

Batfrases


“Eu sou um profeta do caos.” – Coringa para Duas Caras #Batman


“A loucura, como você sabe, é como a gravidade. Só precisa de um empurrãozinho.” – Coringa para #Batman


“O mundo é cruel, e a única moralidade num mundo cruel é o acaso.” – Duas Caras para #Batman.


“Às vezes,a verdade não é boa o suficiente. Às vezes, as pessoas merecem mais. Às vezes, as pessoas merecem ter a sua fé recompensada.” #Batman
Nomeação no Colegiado Setorial do Literatura, Livro e Leitura

 
Saiu no Diário Oficial da Unide  terça,27, o documento do Ministério da Cultura com a nomeação da turma que faz parte do Plenário do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). 

São 58 membros, representantes do Poder Público, das áreas técnico-artísticas e de patrimônio cultural, integrantes de entidades de pesquisa, acadêmicas, empresariais, institutos e fundações.

O Diário Oficial da União também publicou oito portarias com a composição dos Colegiados Setoriais do CNPC: Artes Visuais, Circo, Culturas Populares, Culturas Indígenas, Dança, Literatura, Livro e Leitura, Música e Teatro.

Compostos por cinco representantes do Poder Público e quinze da sociedade civil organizada, os Colegiados são instâncias que auxiliam o CNPC em matérias relativas aos respectivos setores, respondendo às demandas do Plenário. São responsáveis por debater, analisar, acompanhar e fornecer subsídios ao Conselho para a definição de políticas, diretrizes e estratégias referentes a cada área artística.

Em resumo: saiu a portaria que me torna, de direito, integrante do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura.

terça-feira, julho 27, 2010

Na ativa, mas não muito...


Minha tendinite não melhorou nada depois das sessões de fisioterapia e ainda não busquei um médico para outras sessões.
Por isso e outros motivos tenho escrito pouca ficção. As duas mãos doem que só  e não há como fantasiar. Além  disso, estou ocupado na produção local de um evento chamado Vídeo Índio Brasil 2010. Olha o cartaz aí:


 

Quer saber mais? Então dá um pulo ou no site do Coletivo Arteliteratura Caimbé ou no meu outro blog, o Cultura de Roraima. Esses são alimentados quase sempre, ficando o Crônicas à míngua.

sexta-feira, julho 16, 2010

Autobiografia - parte #11


O dia da minha morte? Meu filho, lembro como se fosse hoje...
Autobiografia - parte #10

Se era para ouvir música brega, que fosse em espanhol.
Autobiografia - parte #9

Na juventude, para dar um charme à minha história, inventei que era órfão. Parei quando mamãe descobriu e ganhei umas lapadas.
Autobiografia - parte #8

É verdade que muitas pessoas não gostavam e falavam mal de mim. Também é verdade que nunca lhes dei importância.
Autobiografia - parte #7


Apesar de ter todo o naipe e várias chances aparecerem, nunca usei drogas ilícitas. Difícil era convencer as pessoas disso.
Autobiografia - parte #6

Com o passar dos anos, percebemos o quanto continuam idiotas algumas pessoas.
Autobiografia - parte #5

Você há de me desculpar o lapso de memória, meu caro ghost writer, mas não tenho certeza se comi muito a senhora sua mãe.
Autobiografia -  parte #4

Quando ela foi embora fiquei arrasado, com um grande buraco no coração e outro  gigante na conta bancária. 

quinta-feira, julho 15, 2010

Autobiografia – parte #3


Minha mãe me ensinou a não mentir. Tirando as ditas no exercício da função de jornalista, segui quase 100% o ensinamento.

quarta-feira, julho 14, 2010

O leão comeu parte de meu prêmio

Tenho plena consciência de que sou desligado e, às vezes, desleixado comigo. As minhas obrigações com os outros (família, principalmente) cumpro em dia e ainda lembro as coisas que eles devem fazer para ficar sempre bem.

Já quando se trata de mim mesmo, as coisas mudam de figura. Há meses sei que venceu meu passaporte e não vou na Polícia Federal tirar um novo. Há anos preciso ir na Venezuela resolver  um problema da documentação de lá e não me mexo. O carro velho? Bom...enquanto ele não quebra de vez, vamos andando, né?

Essa introdução toda é só para falar novamente do II Prêmio Sebrae de Jornalismo Empreendedor, do qual fui um dos vencedores, como sabem os que leram o segundo post em linha decrescente. O prêmio foi entregue no dia 28 de junho à noite. Eu cheguei atrasado, já no final da festa, depois que me ligaram só para pegar o troféu e o cheque simbólico. A segunda coisa que me falaram depois dos parabéns foi que ia rolar uma cobrança de imposto de renda.


Óbvio que fiquei assustado. Tenho mais medo do leão do que os vampiros supostamente têm de cruzes. É o único bicho que não entra em extinção no Brasil e sempre tem fome, sempre quer mais.

Enfim, premiação recebida, uma comemoração de leve com amigos, os dias passaram e esqueci que tinha uma grana a receber até que recebi uma ligação do Sebrae dizendo que estavam aguardando os documentos e tal para poder pagar.

A lista de documentos era enorme, incluindo aí coisas como RG, CPF, comprovante de residência e lista de dependentes. Até o contracheque os caras do Sebrae queriam para poder pagar. Daí fiquei pensando e questionando: o que diabos o meu contracheque tem a ver com a grana do prêmio? Não é mais fácil me dar um cheque ou depositar na conta?

Conversa vai, explicações chegam, a lista de documentos diminuiu de tamanho. Diminuiu como o valor do prêmio. Dos R$ 4.000 anunciados pelo Sebrae, o maldito leão vai comer 27% antes que a grana chegue na minha conta.

E ai de mim se não anotar isso na declaração do IR no ano que vem. E o pior é que o “desconto dos tributos devidos” estava previsto numa linha das últimas partes do edital. Ou seja, eu, que me acho um bom leitor de editais, falhei nessa. Ainda bem que a engolida de R$ 1.080 reais não  vai afetar a parte mais importante dos planos. Só não vai dar para fazer tudo o que queria e ainda pode gerar conta com a Receita em 2011.




E se não disse aqui antes, vou escrever: meu sonho é ter fontes de renda legais e não tributáveis.  É por isso que me meto em concursos.

Up date 16.07.10

Parece afinal que o desconto não foi tão grande. Depositaram a grana e o corte na gordura foi de uns 5,7%, 5,8% apenas. Agora é esperar para ver se ano que vem isso não fica feio na declaração... 
Autobiografia - parte #2


Mesmo sem saber nadar, adorava mergulhar em águas
profundas.

Certo é que várias vezes quase me afoguei.  




Foto:Miguel Angelo Pinguelli

segunda-feira, julho 12, 2010

Viagens ao Interior de Roraima: Rock na Floresta 3


Estive em São João da Baliza neste final de semana para ministrar uma oficina de criação literária em blogs. O Município fica a 320 tortuosos, esburacados e difíceis de trafegar quilômetros de Boa Vista. Total da viagem: 740 tortuosos, esburacados e difíceis de trafegar quilômetros. Um abandono que incomoda.

A oficina fez parte da programação do Rock na Floresta 3, evento promovido pelo curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Roraima. A viagem deveria ser rápida, mas demorou quase 4 horas e meia só na volta. A picape 4x4 de Stallyn, vocalista da banda Iekuana, uma das atrações da festa, não aguentou tanto buraco e quebrou uma peça (não sei se a suspensão ou o amortecedor), o que nos obrigou a vir mais devagar ainda.

Clica para ver o trecho


É claro que ir de picape é bem mais rápido que ir no micro-ônibus que levou uma pá de gente de Boa Vista para tocar e ministrar oficinas na região sul de Roraima. Foram duas bandas (Hathor's e Iekuana) e vários oficineiros, entre eles Tana Halú, companheiro do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

Eu saí de Boa Vista no sábado às 9h30 e cheguei lá por volta das 14h. A turma saiu na sexta às 20h e chegou mais ou menos às 4 da matina, contando aí duas horas para o jantar em Caracaraí. No meu caso, foi descer, almoçar e correr para a sede da Escolegis, onde ia rolar a oficina. Turma boa, com uns 12 meninos e meninas da UERR e do ensino médio. Tudo correndo muito bem, com explicações e uma atividade de redação, até a hora de criar os blogs de cada um.

Justo aí, no segundo tempo deste jogo de realidade e ficção, a internet travou e não abriu o Blogger nem o Wordpress. Abri tudo na web, menos essas duas plataformas. Para fechar a rodada, faltou energia. Ainda bem que a turma levou tudo no bom humor e se contentou com imaginar, levados pelo meu relato, como se faz uma postagem de texto, foto, link e vídeo. Enquanto falava, lembrei dos relatos do povo que cursou jornalismo no começo da UFRR: como não havia máquinas para manusearem, ficavam apenas vendo os desenhos feito nos quadro representando as peças e os ajustes.

A cidade  e o show– São João assiste todos os dias à programação jornalística gerada pela TV Globo de Boa Vista. Ou seja, se por um lado vê o que acontece na Capital, não se reconhece na televisão. É como o morador da área rual que para toda noite para ver o Jornal Nacional: tem tudo lá, menos ele.

Apesar da dificuldade de chegar até lá, as coisas melhoraram. Os balizenses têm hoje como ligar para o mundo, via operadora de celular OI. Por outro lado, me contaram que a única empresa que oferece internet no local está deixando a cidade. Nas rádios, são servidos pelas ondas de uma sediada no município de Rorainópolis e por outra comunitária, que é administrada/gerenciada/ por um vereador ligado ao grupo político de Mecias de Jesus, deputado estadual muito influente na região.

Ficamos na área central da cidade. Além da Escolegis, as oficinas e palestras rolaram também na sede do Sesc Ler. Os shows, incluindo aí a da turma da Onore, aconteceram no ginásio poliesportivo coberto, inaugurado em 1992 pelo finado ex-governador Ottomar Pinto.

Um passeio rápido por algumas ruas e já dá para descrever a essência de São João: muitas casas sem muro ou cerca, muita arborização nos terrenos, diversas residências abandonadas, outras estalando de novas e lá no final de uma das avenidas principais a mata, imponente ao mostrar que já  havíamos saída muitos quilômetros atras da área do cerrado. Na verdade, talvez impotente diante do certo avanço da área urbano em sua direção.

O Rock na Floresta 3 durou dois dias. O fechamento com as bandas reuniu um bocado de universitários e seus amigos em busca de rock. Os músicos mandaram muito bem: Onore representou São João com seus covers de pop-rock e a turma da Hathor's colocou o povo para pular com as canções da Pitty (um salve à vocalista, mirradinha de tamanho, mas uma gigante no controle do público).

A galera da Iekuana subiu no palco às duas da madruga e mandou, excetuando uma d'O Rappa, só composições próprias. Puta show dos caras, encerrando uma boa noite de rock na terra onde o forró e o brega dominam ruas, restaurantes e qualquer espaço onde possa ser ligado um aparelho de som.

A melhor cena – 7h20, 7h30 de domingo e já de de pé para o retorno. Em Baliza, a névoa cobre as árvores que daqui a pouco vão nos proteger do sol escaldante que queima as ruas. Cenas como essa (a da névoa) não se encontram facilmente em Boa Vista, terra do calor.

Salve, São João.

(As fotos do evento eu coloco quando Tana Halú mandar)
Autobiografia - parte #1

Admito: já fiz muita coisa ruim na vida, inclusive falar a verdade na hora errada.

quinta-feira, julho 08, 2010

(Com muito atraso) Boas notícias de junho: prêmio Sebrae de Jornalismo




Depois de duas semanas sendo sacaneado pelo Blogger em meu próprio blog, finalmente consigo postar que fui premiado no dia 28 de junho com o primeiro lugar na categoria webjornalismo do II Prêmio Sebrae de Jornalismo Empreendedor.

Ganhei com a matéria "Seminário ensina a enfrentar desafios empresariais" e outras três retrancas publicadas no site do jornal Folha de Boa Vista, a quem agradeço o espaço em nome de sua diretora Paula Cruz.

Em 2007, obtive o primeiro lugar na categoria webjornalismo do I Prêmio de Jornalismo Laucides Oliveira, realizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de Roraima. Naquele ano publiquei no site do jornal Roraima Hoje.

Cavucando nas caixas lá da minha maloca achei um prêmio de terceiro lugar em 2000 em um concurso de jornalismo do Sesi, outros três de poesia e um de cinema. Acho que vou montar uma estante só para eles.

Acessa aí a matéria da Folha de Boa Vista:
Seminário ensina a enfrentar desafios empresariais



Aqui, uma matéria sobre a premiação:


DIVULGADOs OS VENCEDORES DO II PRÊMIO SEBRAE DE JORNALISMO EMPREENDEDOR





Escrito por Wilson Barbosa   
29-Jun-2010





Foto: Wilson Barbosa
Os jornalistas vencedores Elissan Paula, Ricardo
Gomes, Edgar Borges, Eliane Rocha e Gleide Rodrigues

Em solenidade que aconteceu na noite desta segunda-feira no Espaço Domus, foi divulgado a relação dos vencedores do II Prêmio Sebrae de Jornalismo Empreendedor.
Compareceram ao evento jornalistas que estavam concorrendo nas categorias, diretores do Sebrae, o senador Romero Jucá, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Roraima (Sinjoper), Gilvan Costa além de outros jornalistas.
Num breve discurso, o presidente do Sinjoper Gilvan Costa destacou a iniciativa do Sebrae que pela segunda vez realiza o II Prêmio de Jornalismo Empreendedor, com o objetivo de premiar os profissionais da imprensa do Estado através de reportagens.





Foto: Wilson Barbosa
Jornalistas na solenidade do II Prêmio
Sebrae de Jornalismo Empreendedor
Sete jurados analisaram trinta e um trabalhos em cinco categorias diferentes, em telejornalismo, a TV Roraima foi a vencedora, com a jornalista Gleide Rodrigues. 
Na categoria jornalismo impresso, o prêmio ficou com Elissan Paula Rodrigues.
Ricardo Gomes em rádiojornalismo, e Edgar Borges no webjornalismo, também saíram vencedores. Na categoria grande prêmio, a premiação foi para a série de reportagens da jornalista Eliane Rocha.



Foto: Wilson Barbosa
Gilvan Costa, presidente do Sinjoper
destacou a iniciativa do Sebrae
Os vencedores receberam quatro mil reais cada, e na categoria grande prêmio, foram dez mil reais. A TV Roraima recebeu ainda o prêmio pela vitória na categoria telejornalismo.






quarta-feira, junho 30, 2010

Viagens ao Interior de Roraima


Gosto de ir a outros lugares, mas não gosto nada do processo de organização e deslocamento até o destino. Se pudesse, compraria passagem no sistema de tele-transporte, no estilo do X-Man Noturno: evaporar num canto e surgir em outro.

Por conta disso, quando junta viajar obrigado para o Interior de Roraima mais trabalho, meu humor fica péssimo até a hora em que já estamos no meio da estrada. Aí, não tendo mais jeito, observo o mundo para passar o tempo.

Semana passada estive em Alto Alegre, a 89 km de Boa Vista. A cidade foi construída numa área de selva, bem diferente do cerrado onde cresceu a Capital.

O asfalto até o município de Alto Alegre é bipolar: metade está novo e bem sinalizado. O restante é esburacado, remendado e perigosamente sem sinalização. Ou seja, bom para acidentes noturnos.

Chegamos lá por volta de 18h30 e ainda estava claro. No meio da RR 209, três mulheres caminhavam, fazendo da estrada a sua pista de amagrecimento.

A cidade é uma das mais bonitas do Interior. Diferentemente de Mucajaí, a 55 km de Boa Vista, e um bocado de outras, Alto Alegre é limpa. As ruas, pelo menos as centrais, têm calçadas e não parecem sempre as vias de uma cidade do velho oeste, com a lama vermelha cobrindo tudo.

O que eu mais gosto lá é a praça. Arborizada, cheia de banquinhos, me lembra a de Guasipati, onde cresci: um local para conversar a qualquer hora do dia. Infelizmente todas as lâmpadas estavam desligadas na sexta, dando um ar de abandono ao local.







Como Guasipati nos anos 1980, Alto Alegre enfrenta os problemas da lonjura. Quem não possui antena parabólica fica sem ver TV e a cidade tem poucos pontos de internet, basicamente em órgãos públicos. A novidade é que recentemente instalou-se lá uma empresa de telefonia celular. Quem já aderiu à Claro, diz que o sinal falha mais que tudo, mas já é alguma coisa.



A cidade é pequena e agradável. Dá até vontade de viver lá, não fossem essas questões de conectividade e outras oportunidades de crescimento. Apesar disso, há quem adore e nem pense em sair de lá. Um deles é o professor Yakaw, tio do indiozinho mais bonito de Roraima, vulgo meu filho. “Em Alto Alegre não tem nada longe e todos acabam se conhecendo”, me explicou o negão, docente há 20 anos no município. 

Como já disse, Alto Alegre é igualzinha à Guasipati de minha infância. Talvez até menor.


quinta-feira, junho 24, 2010

Coisas do Twitter
 
Entre uma coisa útil e outra, tenho perdido muito tempo de meu dia no Twitter. O troço é viciante mesmo. A parte boa é que de vez em quando redijo uma frase interessante ou engraçada (acho eu).

Aqui, algumas delas, como foram tuitadas ou com leves alterações.

1. Se você nunca leu Gabo Márquez, José Saramago ou Conan, O Cimério, por favor, para de me seguir. Não temos nenhum tweet em comum.


2. Bem,ninguém deixou de me seguir. Isso quer dizer que todos já leram Gabo Márquez, José Saramago ou Conan, O Cimério. Feliz pela boa companhia.



3. Os deputados de Roraima continuam firmes na sandice de investir na criação de novos municípios. Se os atuais estão quebrados, o que será dos novos?

4. Peraí... 3 pelo preço de 1? RT @gilvancostarr Sistema FAERR/SENAR contrata repórter para TV, Rádio e Impresso.

5. Os VTs do PSDB nacional avisam: quem tem história, faz a diferença. Por isso que vejo a Era do Gelo 1,2 e 3 com livro de arqueologia ao lado.

Vou destacar estas, pois não são minhas e merecem ser vistas com atenção. São frases do livro O Amor nos Tempos do Cólera

6. "Aprovecha ahora que eres joven para sufrir todo lo que puedas, que estas cosas no duran toda la vida." (Gabo Márquez, sobre dores de amor)

7. “Lo único que me duele de morir es que no sea de amor.” (Gabriel Gárcia Márquez)

quarta-feira, junho 23, 2010

Defeituoso

Depois que o pemoncito Edgarzinho nasceu não consigo encontrar o meu botão de “f*¨º-$#!” em português, espanhol, pemón ou inglês. 

Estou perdendo oportunidades por conta disso. Ou o encontro logo ou mando instalar um com os comandos em outro idioma.

terça-feira, junho 22, 2010

Apenas o necessário


Enquanto me quebro todo pagando absurdos aumentos no IPTU e taxas de coleta de lixo e de iluminação que aumentam a cada ano, pelo menos a literatura me dá alegrias. A mais nova é ter sido um dos 37 selecionados para o e-book " Apenas o Necessário", da Editora Novitas. 

No meio do povo, apenas uma conhecida: a gaúcha Ana Mello, autora de minicontos.

Eis a minha única, até agora, boa notícia da semana.

Ah, por acaso você, que entra neste blog e não comenta nada, já visitou também o meu outro projeto: o blog Cultura de Roraima? Não? Vai lá, poxa. Deixa um comentário e, se quiser, me manda um e-mail com alguma colaboração.

Inté, que a tendinite tá detonando tudo.

quarta-feira, junho 16, 2010

Notas sobre junho (para não esquecer no futuro)


1. A maldita tendinite continua. Acho que vou trocar a mão direita por uma nova. Basta arranjar uma de meu modelo.

2. Quando chove, chove. Quando esquenta, esquenta e muito em BV. O clima está ficando doido.

3. O Brasil jogou ontem com os meus primos da Córeia do Norte. Como os coreanos perderam, o castigo será ter que beber um litro de urânio enriquecido.

4. Edgarzinho deu um susto ontem. Escondeu-se em um guarda-roupa, chamou por mim bem baixinho (papai...), ninguém o viu e todo mundou pirou buscando o moleque. A preta velha Zanny quase morre de pavor tentando encontrá-lo. Eu dei a volta na casa, saí por um portão e entrei pelo outro e nada (Ah, Edgar, se tu estás me ouvindo e não respondes ao meu chamado, vais ver!). Na segunda volta à casa, o encontraram, sorrindo, dentro do armário, comemorando o primeiro grande susto na mãe, pai, tia, prima Elenita e vó Maria José. Ainda bem que dona Neide não estava por lá.

5. Lembre-te: Edgarzinho saiu à noite pelo portão da casa de minha cumadi Érica Figueiredo e me deu um novo susto. Dei-lhe uma chamada. Nâo contei para Zanny.

6. Tenho que caminhar mais para desfazer o perfil de jabulani.

E agora, respeitável público que não comenta nada neste blog, mando do fundo do blog uma postagem que hoje, 16 de junho, completa cinco anos de publicada originalmente:

Verborragia

Cuspiu na minha cara, dei-lhe um soco. A polícia chegou junto, levou os dois. Mas ele não fez nada. É tudo culpa da oposição. É uma intriga para desestabilizar o país. Chamem um substantivo qualquer e verão como ele aceita suborno. Mensadão, corrigiu o nobre deputado, já de olho no meu bolso e passando uma caneta Mont Blanc para assinar o cheque. Obrigado, prefiro ver uma partida de futebol.

Yes, habemus soccer, beach e estivas em geral. O que? Não! Sul-americanos sim, mas latinos, não. Isso é coisa de cucaracho, dizem nossos primos dos EUA. E se é bom para eles, é bom para nós. Ou não? Mas ter economias em dólar é melhor que ser bacana em real. Na real.

Gringo, eu? Não. Globalizado, antenado, pós-moderno. Tucano? Petista? Ah, pára com isso, eu sou é brasileiro. Eu sou o melhor de meu país, me ensinou um publicitário. Sou cidadão, sim. Não, esse papo de ecologia, respeito aos direitos das minorias e desenvolvimento sustentável é coisa de reacionário, de quem está vendendo a nação para o estrangeiro. Eu quero é progresso e se for preciso derrubar umas árvores, que mal tem?

Ei, esconde esse jornal e essa revista e não deixa ninguém ver a reportagem mostrando que passei a mão naquela grana. O que diriam de mim, senhor? Perdoa esses pecadores que insistem em xeretar a vida alheia. Aliás, se falar mal de algum amigo vai ter. Vai rolar a festa. Ok, separa um filetinho, muito bem. Vamos, sempre em frente.

segunda-feira, junho 14, 2010

Relatório da 4ª reunião ordinária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura


Os trabalhos da 4ª reunião começaram no dia 31 de julho à tarde, em Brasília, com pauta livre. Os membros do colegiado que já haviam chegado decidiram focar na discussão do projeto de lei que cria o Fundo Pró-leitura. Diversos pontos foram do projeto foram debatidos e anotados para questionar os representantes do Ministério da Cultura na terça. Os trabalhos neste dia terminaram às 19h.

O segundo dia começou com alteração da pauta definida anteriormente para adequação à pauta do Conselho Nacional de Política Cultura.

Os trabalhos começaram com uma explanação sobre o Fundo Nacional de Cultura, o Pró-cultura. Esta etapa durou toda a manhã e foi feita juntamente com os membros do Colegiado das Culturas Populares.

Alguns detalhes do Fundo Pró-cultura:

   1. São oito áreas temáticas, conforme regimento interno da Comissão Nacional do Fundo Nacional de Cultura.
   2. A 6ª área é a do Livro, Leitura e Literatura.
   3. Cada área terá um comitê técnico de incentivo à cultura.
   4. Um dos órgãos deste comitê é consultivo e será formado por 4 representantes do MinC, 3 da sociedade civil (sendo 1 de nosso colegiado e dois do CNPC, e mais 3 especialistas ou criadores, cujos nomes serão definidos pelo MinC.
   5. Após eleição, feita à tarde, ficou definido que a vaga prioritária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura (CLLL) no futuro comitê técnico de incentivo à cultura de nosso setor será de Mileide Flores, representante da regional Nordeste. A suplência ficou com João de Castro, representante da cadeia Criativa e escritor do Pará.
   6. Após muita discussão, decidiu-se encaminhar ao CNPC uma proposta na qual todas as vagas do comitê ficarão com representantes do Colegiado de  Literatura, Livro e Leitura.
   7. Neste segundo cenário, as três vagas da sociedade civil ficarão assim, com os respectivos titulares e suplentes: Juracy Saraiva (sul) e Nêmora Rodrigues(sul) representando a cadeia mediadora; João de Castro (norte) e Edgar Borges (norte) pela cadeia criativa; e Mileide Flores (nordeste) e Gláucio Pereira (sudeste) pela cadeia produtiva.
   8. Esta proposta de segundo cenário será debatida internamente no Ministério da Cultura. Caso não seja aprovada, ficarão apenas Mileide e João.


A tarde começou com uma apresentação da proposta da nova lei de direitos autorais.

O Ministério quer ampliar a discussão sobre o tema e nesta segunda-feira (14 de junho) colocou o anteprojeto para consulta pública  por 45 dias no site www.cultura.gov.br, a exemplo do Marco Civil da Internet.

Quem quiser saber mais notícias sobre o assunto, pode acessar o blog do Direito Autoral e fazer a sua leitura da lei.


Parte da tarde foi dedicada a duas eleições, a do comitê técnico de incentivo à cultura, já relatada e a do representante do Colegiado no plenário do CNPC. Como titular e suplente ficaram Nilton Bobato, da regional Sudeste, e Izaura Castro, representante regional Centro-oeste.

Após os processos de indicação dos nomes para o comitê do Fundo e para o CNPC, começaram as discussões sobre a redação do projeto de lei do Fundo Pró-leitura. Os membros do colegiado apresentaram suas sugestões ao pessoal do MinC.

Nilton Bobato ficou como relator das propostas. O tempo curto e a saída da maioria dos integrantes do colegiado para o embarque de volta aos seus estados prejudicaram o debate. Por isso, talvez haja uma reunião extraordinária em julho.

quarta-feira, junho 09, 2010

Esse tal de junho...

O mês começou bacana, com este cronista a trabalho em Brasília, na quarta reunião ordinária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura do CNPC (Conselho Nacional de Política Cultural). Tempo de labutar e de trocar idéias com o povo das demais regiões. Detalhes sobre o encontro vou postar ainda esta semana.

A viagem, apesar de legal, não conta como notícia boa de junho. Cheguei lá no DF no dia 31 de maio e por isso vou creditá-la nas boas coisas do mês passado.

Junho, no entanto, não ficará prejudicado.  Logo na primeira semana duas boas notícias apareceram na parte literária de minha vida.

A primeira é que meu miniconto “Cruzamento” foi publicado na Seção Área Livre digital da Revista Continuum, publicação do Instituto Itaú Cultural.

A outra é que também estou na edição 160 da revista eletrônicas de micronarrativas Veredas, relativa a junho, com o miniconto “Cordas”.


Poema visual de Jacira Fagundes

Há duas chances de boas notícias engatilhadas. Uma em um concurso local de poesias e outra em um prêmio de jornalismo. Os dois parece que vão anunciar os resultados nesta sexta. Aí, dependendo do resultado, pode ter renda extra na aldeia.

E renda é o que está faltando, principalmente depois que chegou a conta do IPTU, que aumentou uns 70%, 80% em relação ao ano passado. Isso sem contar o aumento da Taxa de Coleta de Lixo, já paga em maio.

Junho poderia ter passado sem esse prejuízo financeiro. Aí dava para comprar e talvez até ganhar presente do dia dos namorados.  A paulada do imposto não vai me deixar, mais uma vez, ter calma e paz. Do jeito que vai a fome do leão municipal, estadual e federal, fico a cada dia mais parecido com o personagem da música La Sucursal del Cielo, do cantor Ricardo Arjona:
“Me sorprendí sumando ceros a una cuenta
Víctima del impuesto sobre la renta
Y me olvide de las pequeñas cosas”.

Ah, para mudar de assunto: crie um blog chamado Cultura de Roraima & afins. Vou focar nele todos as postagens noticiosas que vinha fazendo neste. No Crônicas da Fronteira ficarão apenas bobagens no estilo “querido diário”, contos, poemas e coisas do cotidiano da fronteira.

Para lá vão avisos de editais, resultados de concursos e temas relacionados. Clica aqui e acessa. Já tem uma postagem sobre o concurso Sesc Roraima de Literatura. Aceito colaborações textuais também.

segunda-feira, junho 07, 2010

Conversa inútil


- Os meus interesses não batem com os teus. Você só me suga, tira meu dinheiro, não me dá atenção. Por tua conta, fico no escuro, sou maltratado, vivo no buraco. Enfim, você só me usa.

Desatento a todo o discurso, o prédio da Receita Federal ficou mudo, como sempre ficava nestas lamúrias de contribuinte.

sexta-feira, maio 28, 2010

Repartindo






Explicou, de forma direta, o que o fez seduzir a mulher de seu amigo:

- É, eu sei, não deveria ter feito isso, mas pensei que não ia ter problema. Afinal, diz o ditado: onde come um, podem tranquilamente comer dois. Ainda mais se forem dois amigos.

terça-feira, maio 25, 2010

Quando gentileza não gera gentileza

 
Sou um incompreendido. Sem dramas nem estresse, sou um incompreendido. Uma vida de timidez, concisão, ironia e sarcasmo deixaram marcas na imagem que as pessoas, mesmo as que não me conhecem, fazem de mim. Não que eu me importe com elas, fique claro. A questão não é a pouca importância que dou às opiniões externas, mas a surpresa que ainda me causam quando as descubro.

Não foi uma ou duas vezes que as pessoas chegaram e me disseram: “nossa, como você é legal. Não parece com a pessoa que me descreveram”. Quer dizer, há quem não goste de mim e invista seu tempo propagando isso. É verdade que, consciente ou inconscientemente, minha vida pregressa sempre deu motivos para essas opiniões desabonadoras a meu respeito.

Me chamam por aí de tudo um pouco. Ainda bem que sempre há quem me defenda. Por exemplo, a mesma guria que em um papo me nomeou “escroto”, conforme seu próprio relato, acrescentou que apesar disso gostava muito de mim, pois sou “muito legal”. Vá entender esse paradoxo.

Sou fruto do passado. Em certa época, para tentar manter a ordem numa sala com mais ou menos 10 figuras insubordinadas e enroladoras, adotei uma postura mais rígida. Fiquei com a pecha de “mandão, grosso, insensível e durão”. Sem fazer alarde, após refletir sobre a maturidade e responsabilidade que os demais devem ter no seu trabalho, fui mudando. Pena que ninguém percebeu até hoje.

A questão é que toda vez que tento ser MUITO educado acabo me dando mal. A história mais engraçada em torno de cortesia e gentileza envolveu o aniversário de uma colega. Chegamos eu, Zanny e Edgarzinho na peixada, prontos para comer um tambaqui sem espinha. Aquele burburinho de recinto cheio, um zum-zum-zum que ninguém se entende e me aproximo da aniversariante para parabenizá-la:

- Oi! Parabéns pra você, muito anos de vida e muita plata no bolso! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade.)

- Obrigado, Ed! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade)

- E quem é esta senhora? Tua mãe? Nossa, como ela é nova! Parabéns pela sua filha, viu? (Tentando ser gentil com a mãe de minha colega.)

- ....., (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que a mãe de minha colega diz)

- Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

- Ei, como tua mãe é nova. Parece mais nova que tu, heim? (Tentando ser engraçado para agradar a mãe alheia.)

 - Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

Fui sentar, comi meu peixe, brinquei e no final descobri que a “mãe” de minha colega na real era sua amiga querida e que a mesma tinha saído da mesa chorando por ter caçoado dela. Minha amiga não acreditou quando disse que havia sido sem intenção, que tentei ser gentil, que aquilo ou outro. Resumiu a história com um “Te conheço, Edgar. Tu fez de propósito” e o assunto é tabu numa hora e motivo de risadas em outra até hoje.

Dia desses, na instituição onde trabalho, fui pegar um documento para assiná-lo. Com aquela boa vontade e sorriso no rosto que sempre esbanja comigo (atenção: ler frase anterior com inflexão de ironia), a menina do gabinete me passou o papel. Errei e como não podia rasurar, voltei lá. Para evitar a cara feia da secretária (vai que fui o que não soube pedir o documento antes), usei uma velha, mas segura construção:

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Hã?

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Por o que?!

- “Por favor”, disse-lhe a colega de sala, ajudando a esclarecer o significado da frase.

- Ah, tá. Depois eu levo.

E lá fui eu, anotando mais uma para a coleção de situações esquisitas em que vivo me metendo toda vez que tento ser MUITO gentil.