sexta-feira, outubro 28, 2011

Na Folha de Boa Vista: Sarau comemorativo faz homenagem a Carlos Drummond de Andrade



Data: 28/10/2011

Foto:  
O sarau comemorativo vai acontecer domingo (30) na plataforma baixa da Orla Taumanan

Camila Costa

No dia 31 de outubro, completam-se décadas da morte de Carlos Drummond de Andrade, um dos mais importantes poetas populares brasileiros. Com intuito de homenageá-lo, o Coletivo Arteliteratura Caimbé vai realizar, no dia 30 (domingo), um sarau comemorativo na Orla Taumanan, a partir das 17h30.

O evento é aberto ao público e completamente gratuito. Nos intervalos das leituras, realizadas pelos presentes e integrantes do Coletivo, será feita a audição de textos do poeta que foram gravados por atores nacionais.

“Nossa intenção é que cada pessoa declame seu texto preferido de Drummond e celebre o nascimento dele, que ocorreu no dia 31 de outubro de 1902. Portanto, tragam seus poemas preferidos, sua bebida gelada, seus amigos, parentes e o que mais desejar e vamos festejar”, convida a contista Ágda Santos, uma das organizadoras do evento, em parceria com Edgar Borges, integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

Também segundo Ágda, partiu dela a iniciativa da homenagem. “Vi que muitas cidades iam comemorar o nascimento de Drummond e nasceu daí a vontade de realizar algo também em Boa Vista, já que conheço muita gente que gosta do poeta. Por isso fiz a proposta de parceria ao Coletivo Caimbé, que concordou em organizar o sarau”, disse a contista, que escreve contos, poemas e crônicas no blog www.papeldesemica.blogspot.com/.

Em várias cidades brasileiras haverá atividades comemorando o “Dia D` Drummond”, marcado para segunda. A antecipação em Boa Vista atende às particularidades da cidade, explica Edgar. “É mais fácil as pessoas deixarem a sua casa em um domingo à tarde, para uma confraternização com outros leitores do poeta, que esperar que façam isso na segunda, dia de trabalho, estudo e outros afazeres”, relatou.

Este é o segundo sarau realizado pelo Coletivo Caimbé durante o mês de outubro. Na semana passada, durante a VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Roraima, o Coletivo ajudou a organizar um encontro de cordelistas e declamadores de poesias. As fotos desta e outras atividades, além de outras informações, estão disponíveis no blog www.caimbe.blogspot.com. Os telefones para contato são (95) 9133 6814 e (95) 9111 4001.


Conheça o Coletivo Arteliteratura Caimbé


Tana Halú, Edgar Borges, Zanny Adairalba e Heloísa Brito: alguns membros do Coletivo

O Coletivo Arteliteratura Caimbé é uma associação amazônica formada por pessoas que atuam em diversas áreas culturais e tem como objetivo fomentar a cidadania usando a literatura como ferramenta principal.

“Integrar pessoas que fazem e apreciam a arte em Roraima, na Amazônia e no Brasil como um todo é outra finalidade do Coletivo Caimbé, cujo trabalho visa promover a integração de artistas e amantes da arte em todas as suas vertentes para levar suas produções até o público, em espaços abertos e de forma interativa”, explica Edgar Borges, um dos fundadores do Coletivo.

O núcleo fundador do Coletivo é formado por Edgar Borges, Zanny Adairalba, Tana Halú e Luiz Valério. Depois se integrou ao grupo Heloísa Brito. “Essa não é uma formação rígida, pois a lógica dos coletivos é sempre estar aberto a novas oportunidades de receber pessoas que queiram trabalhar pela, em nosso caso, literatura e arte. Um exemplo disso é o Dia D, que será feito em conjunto com a parceria de Ágda”, explicou Edgar.

O Coletivo Caimbé iniciou suas atividades com uma intervenção cultural comemorando o Dia Nacional da Poesia, em março de 2009, na praça das Águas. Mais de cinco mil pessoas participaram das leituras e exposição de poesia, show musical e produção de textos. Em Roraima, o Coletivo é responsável pela única celebração em praça pública do Dia da Poesia.

Desde a sua criação, o Coletivo realiza e participa de diversas atividades focadas em literatura e artes, produção de eventos, ações educativas, gestão cultural e organização social; atua em palestras e mesas redondas e trabalha prestando consultoria cultural e de comunicação.

Em suas andanças, o Coletivo Caimbé já realizou atividades em seis municípios de Roraima (Boa Vista, Mucajaí, Alto Alegre, São João da Baliza, Cantá e Pacaraima), em Palmares (Pernambuco), Novo Lino (Alagoas) e em Carmo do Macacoari (Amapá).  Estes trabalhos estão registrados nos blogs www.caimbe.blogspot.com e www.caminhadaarteliteratura.blogspot.com. Mais informações no telefone (95) 9111 4001 e pelos emails coletivocaimbe@gmail.com e edgarjfborges@gmail.com.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Sarau comemora natalício de Carlos Drummond de Andrade

A plataforma baixa da Orla Taumanan será palco da celebração em Boa Vista dos 109 anos de nascimento do poeta, cronista, contista e tradutor Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores nomes da literatura brasileira. O sarau comemorativo começa às 17h30 do próximo domingo, 30 de outubro, e está sendo organizado pelo Coletivo Arteliteratura Caimbé.

As pessoas podem participar apenas ouvindo, mas o ideal é que cada uma leve um livro ou poema de Drummond e leia um pouco para os demais presentes, compartilhando o que mais gosta da obra do escritor. Nos intervalos das leituras será feita a audição de textos do poeta que foram gravados por atores.

“Nossa intenção é de que cada um declame seu texto preferido de Drummond e celebre o nascimento dele, que ocorreu no dia 31 de outubro de 1902, em Itabira, Minas Gerais. Portanto, traga seus poemas preferidos, sua bebida gelada, seus amigos, parentes e o que mais desejar e vamos festejar”, convida a contista Ágda Santos, uma das organizadoras do evento em parceria com Edgar Borges, integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

Em várias cidades brasileiras haverá atividades comemorando o “Dia D` Drummond”, marcado para segunda. A antecipação em Boa Vista atende às particularidades da cidade, explica Edgar: “é mais fácil as pessoas deixarem a sua casa um domingo à tarde para uma confraternização com outros leitores do poeta que esperar que façam isso na segunda, dia de trabalho, estudo e outros afazeres.”

 “Vi que muitas cidades iam comemorar o nascimento de Drummond e nasceu daí a vontade de realizar algo também aqui, já que conheço muita gente que gosta dele. Por isso fiz a proposta de parceria ao Coletivo Caimbé, que topou organizar o sarau”, conta Ágda, que escreve contos, poemas e crônicas no blog Papel de Sêmica.

     “Algumas pessoas já falaram que vão levar vinho para brindar o Dia D. Essa é a intenção: beber, literal e metaforicamente, Drummond, autor de poemas que estão no imaginário coletivo, como o mais que conhecido ‘José’”, afirma Edgar.  Este é o segundo sarau do Coletivo Caimbé neste mês. Na semana passada, durante a VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Roraima, ajudou a organizar um encontro de cordelistas e declamadores de poesias. As fotos desta e outras atividades estão disponíveis no blog do grupo.

O POETA - Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. Estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e em Nova Friburgo (RJ). Começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, em BH, onde conheceu adeptos do movimento modernista mineiro.


Formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Trabalhou também no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962.

Entre outras obras, publicou Alguma poesia (1930), Brejo das almas (1934), Sentimento do mundo (1940), José (1942) e A rosa do povo (1945). Morreu no Rio de Janeiro RJ, em 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

segunda-feira, outubro 24, 2011

Dias de Edgarzinho: de declamador a vaqueiro

Seguinte: sou babão com o meu filho, sim. Mas só quando ele respira. Fora isso...

Bem, na verdade, sou bem menos babão que a mãe e os avós de todos os lados. Mas tem coisa que merece ser babada mesmo, como quando ele decide, sozinho, encarar um microfone, pede para arrumarem na sua altura e, mesmo que não se entenda tudo, declama os dois poeminhas que sabe. Foi isso que o Edgarzinho fez na VI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Roraima. Lá  o Coletivo Arteliteratura Caimbé ajudou a organizar um encontro de cordelistas e poetas entre os dias 18 e 20 de outubro.

Edgarzinho Borges Bisneto, que já havia declamando em um sarau do Sesc, não teve vergonha e mandou várias vezes os versos que sua avó Neide lhe ensinou.





 
 No último sabadão, dia de não fazer nada (um nada que incluiu não ir à feira, o que significa que vai ter pouca comida nesta semana), o moleque montou no Dourado, um “cavalo selvagem que vive na casa do vovô Adair”, como ele diz, referindo-se à parte materna que lhe toca.

A princípio com medo, encarou o perigo como só um índio corajoso o faz. Em poucos minutos já estava segurando na crina apenas com uma mão, levando carona e até guiando o animal.


 Com o avó materno, escritor e ex-fuzileiro Adair J. Santos


 
 Se fosse especular como muita gente boba o faz, diria que esse lance de montaria está “no sangue”: meu avô paterno, o finado Santos Figueira foi vaqueiro, dono de várias fazendas e adorava corridas de cavalos. Meu pai, seu Jucá, foi o único dos trocentos irmãos que ficou na fazenda. Rodava Roraima inteiro em suas montarias e chegou a ser jóquei quando jovem e magro. Dizem que fez seu Santos ganhar muitas apostas.

Seu Adair, avô materno, foi criado em um engenho de Palmares (PE), de propriedade do trisavô e bisavô de Edgarzinho. Desde pequeno montou, costume que passou para todos os filhos do primeiro casamento, de onde vem a mãe do Edgarzinho, dona Zanny. Ela diz que monta bem. Nunca a vi fazer isso. Aliás, ontem ela estava apavorada com o moleque dando uma de ginete.

Eu? Bom, basta dizer que aprendi a andar de bicicleta aos 14 anos. Para não dizer que nunca montei num cavalo, tenho uma foto num carrossel e outra sobre um bicho de verdade, mas só fazendo posse, lá pelos meus 2, 3 anos de vida. Essa é a prova da falibilidade do ditado “tal pai, tal filho”.

domingo, outubro 23, 2011

Relatividade

A sugestão de pecado
Aparece de repente
Vestindo insinuante e
Indecente saia jeans curta.
Ainda seria sugestão
Se viesse de repente
Insinuante, exibida
Vestindo islâmica burka?



quarta-feira, outubro 19, 2011

O bicho

- Bicho, mamãe!

Não, não! Sou eu! Olha com cuidado, filho. Não assusta a tua mãe. Querida, chega mais perto, por favor! Sei lá o que está acontecendo, caramba! Acordei desse jeito, pequenininho, parecendo um inseto, mas sou eu...

- Sai, bicho nojento, sai!

Para com isso, amor! Não consegue me ouvir? Tô gritando feito louco aqui. Porra, tu já viu bicho em formato de homem? É mais fácil homem parecer inseto, né? Lembra do Kafka?

- Arg, que nojo!

Oh, amor, fala assim não. Fica calma, tudo vai se arrumar. Posso não saber por que estou assim, se por bruxaria ou castigo divino, mas sei que voltarei ao normal e vamos acabar tranquilamente a conversa que tivemos ontem e arrumar o nosso relacionamento. Sim, sei que fui embora no meio da conversa, feito doido, e voltei depois sem que ninguém visse. Depois disso, apagou tudo de minha cabeça. Só lembro de acordar de manhã com você gritando…

- Sai, bicho asqueroso. Deixa a cama!

Amor, para com isso. Olha direito. Sou eu, o homem que você ama, ou amava, não sei. Já fiz tanta burrada que até entenderia, mas enfim, olha direito. Opa. Não olha tão feio assim, não. Sai, não chega tão perto com essa sandália. Afasta, amor, afasta. Tira essa sandália daí!

Plaft!

- Ai, que sujeira. O bicho tava cheio de sangue, filho. Agora vou ter que lavar os lençóis.