terça-feira, maio 27, 2014

Notas (quase todas) feitas no celular sobre dias em Natal (RN)

21.05.14

Boa Vista,
indo a Natal (RN) para participar da Teia da Diversidade Cultural como um dos dois representantes do Colegiado Setorial de Literatura, Livro e Leitura do CNPC.
 
O avião da Tam chegou atrasado.  Saímos de Roraima por volta das 15h, acho.
 
Como sempre, dormi quase toda a viagem até Manaus

 
Manaus
 
Chove no Amazonas.
 
Pensei que haviam fechado a livraria do aeroporto, mas está funcionando.

Notificações chegando no celular
 
 
Ideia interessante do governo do Amazonas. Nunca havia visto no aeroporto. Talvez pela caixa do projeto Mania de Ler ficar colada numa das paredes, bem próxima a uma das portas de embarque, quase envergonhada.





Rio de Janeiro  - 22h22
 
Graças a duas HQs, emprestadas pelo colega Michel Sales, do RR Clube HQ, a viagem não foi tão entediante.
 

Acho que o voo vai atrasar uma hora para sair para Natal...
 

O preto Jonas Banhos está no avião, vindo de BSB. Também vai para Teia.

Natal 22.05.14
 
3h chegamos no aeroporto,  mas só saímos uma hora e meia depois. Só havia uma van e um micro para pegar umas 50 pessoas vindas,  principalmente,  do Rio e de São Paulo.
Olha a hora. Logo depois o Jonas deitou no chão

 Entrada no quarto: 5h34, mas só depois da fechadura magnética do primeiro quarto não funcionar. 

O sol estoura pela janela. Já são 7h30?


No café, a coisa que mais adoro nestes encontros: a diversidade de jeitos e cores.

E esse mar, sem um buritizeiro para lhe fazer sombra?

 



 Na UFRN
 
Gente de toda proposta na teia da diversidade.



Menina-mulher elegante das culturas afro







Um dos estandes de venda da feira solidária

Moça esperando secar as tatuagens temporárias feitas pelos indígenas que estavam na Teia

Xilogravuras coladas em caixas de fósforos. Arte de Luisa Gabriela, do Ponto de Cultura Feminina, lá do Rio Grande do Sul

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz - Porto Alegre, durante intervenção com temática remetente à ditadura

 
Muitos reclamando da má organização. Parece que não houve transferência de conhecimento da III CNC para cá.

 
A ministra Marta Suplicy passou por aqui, fez a abertura e tirou foto com um monte de gente.


Na edição do dia 23 de maio, aparecemos na capa do caderno Viver, do jornal Tribuna do Norte, dois roraimenses (eu e Davi, do grupo Ongira Palmares), flagrados pelos fotógrafos enquanto Marta passava.

 


O negão Jonas Banhos também apareceu na mesma edição, falando da participação da Barca das Letras na Teia da Diversidade:


Clica que amplia


Oficina de mediação de leitura à tarde. Digamos que não foi tudo isso de interessante e que o sono dominou por boa parte da atividade.



Biblioteca do Departamento de Artes da UFRN

Vamos ao hotel tirar a nhaca do dia. Pense numa cidade quente.

Dor de cabeça, quem te chamou? Quem?
 
Tapiocaria Casa de Taipa: que lugar charmoso. Tem até uma árvore de cabaça como a que tinha em nossa casa na Venezuela. Fica bem ao lado do castelo Taverna Pub:


Retorno à UFRN para ver o Bloco Afro Ilú Obá De Min,  ponto de cultura em São Paulo. Lindo o espetáculo, forte a energia.
 





Samba e outras batucadas perto do hotel e o que era sono vira cantoria até a madrugada chegar.

23.05.14
 
6h
 
Banho no oceano Atlântico de Natal.  Passeio até o Morro do Careca, na Ponta Negra.  Um beijo, Iemanjá.

 


Minha sombra e de Jonas Banhos


Roda de conversas com os pontos de leitura pela manhã e discussão das nossas propostas para apresentar na Teia à tarde. O dia inteiro de trabalho. O resultado desse encontro dos Pontos de Leitura e das Bibliotecas Comunitárias na Teia 2014 você pode conferir no site do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.

Veridiana Negrini, da DLBB, durante a apresentação das propostas
Apresentação das propostas dos participantes da região Norte





Com os representante dos pontos de leitura que estava na rodada de conversa

Passeio na orla de madrugada. Dormir cedo para acordar cedo.

24.05.14
 
De madrugada, Zanny me avisa que foi classificada para a final do Canto Forte.
 
Pela minha programação de viagem,  resultado deve sair enquanto eu estiver sobrevoando a Amazônia.
 
‘Pra fugir da rotina, praia’, como diz a música. Banho de mar com os novos colegas feitos na Teia. 

 
Sombras, avante! Foto de Maíra Brêtas



Bródi dos museus comunitários do Rio, Denise Argenta, eu, Maíra Brêtas e Jonas Banhos

Tchau, Natal. Antes, uma fuga rápida até Pirangi do Norte, ver os oito mil metros quadrados do maior cajueiro do mundo em companhia da turma dos pontos de leitura. Compras rápidas de lembrancinhas, volta voada sem parar na Barreira do Inferno e um banho e troca de roupas veloz para pegar o busão até o aeroporto. Pena que tudo isso de nada valeu, pois o transporte passou antes da hora prevista e nisso perdemos uns 50 minutos no saguão do hotel. Só pegamos busão quando decidimos carregar as malas até o outro hotel.


O tronco que deu origem a tudo. 110 anos de expansão


O mar de caju
Homem-caju, na foto de Maíra Brêtas



Feirinha do cajueiro

Roberto Mello, do RS, e Maíra Bretas, do RJ, à espera do busão

 Um voo que passa por Fortaleza e Brasília. De lá, Boa Vista.
 
25.05.14
 
Chego em Boa Vista às 2h, exatamente 12h depois de deixar Natal. Zanny me pega no aeroporto no carro da Adília.  Me contam que ficou em nono lugar no festival.
 
A viagem só acaba quando se entra em casa e se toma um banho. Agora é esperar a próxima.

quarta-feira, maio 14, 2014

Na estrada, de Boa Vista rumo a Santa Elena de Uairén


Dia 6 de maio fui a Santa Elena de Uairén  tentar resolver um problema com a minha documentação venezuelana. Havia tempos que não fazia essa rota sozinho, fosse de carro ou de ônibus. Puxando pela memória, diria que pelo menos uns 10 anos. Acho que a última entrada solitária gerou esta postagem. Ou teria sido esta, fruto de uma outra viagem mas só perpetuada bem depois?

Enfim, seja quanto seja, acordei cinco da manhã e seis horas estava deixando a casa. A estrada está com quase todos os buracos tapados, o que a deixa feito um tapete preto. Para ficar mais segura, só falta sinalizar verticalmente. 

Fiz os 230 km entre Boa Vista e Pacaraima em exatas duas horas. No posto da polícia militar encontrei equipes da produtora contratada pelo governo para fazer os VTs publicitários. O povo estava filmando as ações do programa Tolerância Zero nas Fronteiras, implantado recentemente para tentar controlar o tráfico de drogas e afins naquela parte do Estado. 

Pessoalmente, achei engraçado ver todo ser abordado para que o pessoal pudesse filmar. Depois de apresentar RG, habilitação e documento do carro à policial, vi que um antigo colega de prefeitura estava na equipe da produtora. Sai da parte coberta do posto da PM e buzinei para o Tino Cabeção, mas ele já estava atrás de outro carro, fora de minha visão. 

Quando ia embora, um PM, desses cinquentões, bateu no carro e mandou parar. Pediu todos os documentos de novo, perguntou o motivo de não ter parado na blitz (?), respondi que havia parado sim, perguntou por que o IPVA 2014 não estava pago, respondi irritado (mas controlado, claro, que ninguém se mete com polícia na fronteira) que não precisava pagar pois ainda estava valendo. Perguntou se haviam visto meus documentos, disse que sim e, insatisfeito e talvez querendo fazer bonito pras câmeras, foi perguntar dos colegas se haviam me checado mesmo. Voltou mansinho e mandou que prosseguisse a viagem usando o velho jargão: “pode ir, cidadão”.


Enfim, a viagem foi legal, apesar de não ter resolvido a questão que me levou até a atravessar a fronteira. Meter o pé no acelerador e ouvir a música no máximo faz bem para relaxar. Inclusive, na ida, aproveitei para ouvir todo o novo disco do Calle 13, Multi-viral, que havia baixado um dia antes. 

E agora, fotos e legendas que sintetizam a viagem:

Meu destino: o Saime

Precisa de pessoal para trabalhar ambos sexos? Hum...dubiedade, aqui me tens sem nunca ter saído.

É de lei: chicha para beber toda vez que entro na Venezuela. Aliás, chicha é a melhor coisa da Venezuela

Companheiros de lanche na panaderia perto das 4 esquinas de Santa Elena

Fui caminhar na cidade e aproveitei para entrar pela primeira vez na biblioteca de Santa Elena. Lá, olha quem achei: o livro O livre arbítrio, de Adair J. Santos, pai da patroa

Acho que nem na biblioteca central de Roraima deve ter cópia deste livro e dos outros dois abaixo

Ficha do livro, editado em 1986

Mais dois exemplares da coleção

Aproveitei e deixei um exemplar de meu livro Sem Grandes Delongas na biblioteca.

Frescolita, a segunda melhor bebida da Venezuela depois da chicha

Parada para lavar o rosto no terminal de ônibus de Pacaraima antes de voltar


Ao voltar,  às 13h30, os PMs continuavam pedido documentos do povo e pedindo para abrir os porta-malas 

Parada na BR 174 para esticar as pernas, molha o rosto e olhar ao fundo a serra do Parima, região onde meu pai nasceu

Os campos gerais, o lavrado, o cerrado de Roraima

Seguindo reto, sobe-se a serra e para-se na Venezuela

Fruto de muita pergunta no comércio: casabe, chamado de beiju no Brasil, e catalina (ou cuca, como também é chamada na Venezuela),  coisa gostosa que no Rio Grande do Norte chamam de bolacha preta ou sorda. Isso com queijo é uma delícia. =D

sexta-feira, maio 02, 2014

sexta-feira, abril 25, 2014

Tutorial simples e fácil: como fazer uma arte postal e como participar de uma mostra de arte postal


Arte postal, dito de forma bem simples, é uma produção feita no formato de cartão postal (10 x 15 cm) usando desenho, colagem, xilogravura e qualquer outra técnica imaginável que se encaixe nessas medidas. 

A arte postal também pode ser aplicada/feita em envelopes. Aí a ideia é você mandar para alguém a sua arte e este reenviar para outro até que a produção dê a volta ao mundo embelezando as caixas de correios de seus amigos e conhecidos.
 

É claro que os formatos podem e devem ultrapassar os dois exemplos acima citados. O recifense Paulo Bruscky, para citar um dos maiores artistas brasileiros a navegar por esta ondas, ampliou, literalmente, o conceito de arte postal ao produzir e enviar pelos Correios a seguinte peça gigante nos anos 1970:





Olha o tamanho desse envelope

Aliás, recomendo que faça uma pesquisa sobre o Bruscky. Em 2011, tive oportunidade de ver no centro cultural dos Correios de Recife uma exposição com várias etapas de sua carreira. O cara é bom demais há décadas.  Saca um pouco de seu cotidiano neste vídeo:


 

Com as novas tecnologias, há quem se dedique a trocar cartões postais via e-mail. E há também quem monte projetos para receber cartões postais que ilustram segredos, muitas vezes eróticos, que você dificilmente contaria para o seu melhor amigo. Quer ver? Olha um exemplo aí, retirado do site Obvius, e depois clica aqui para saber mais sobre o PostSecret




"Meu marido prefere que eu use um strap-on toda vez que fazemos sexo. Isso parte meu coração.”


Bem, com esta carga de links que o post carrega já deu para ter uma ideia de quão amplo é o espectro da arte posta (ou mail art, em inglês). E agora, como se cria, se você já definiu sua plataforma? Vou dar o exemplo a partir da minha primeira experiência na área. Se liga nas etapas:

1.    Conheça alguém que lide com isso. Tive essa sorte quando participei de edição 2012 do programa Onda Cidadã em São Paulo e pude trocar ideias com o professor-artista-fotógrafo Alexandre Vilas Boas, integrante do Coletivo 308, de Guarulhos.


2.    Receba ou busque uma convocatória para participar de uma exposição de arte postal e fique instigado com a ideia. A minha teve como tema “1964-2014: 50 ANOS DE ARTE CONTRA O ESTADO”, organizada pelo 308.







3.  
  Após decidir participar, leia o regulamento para saber os formatos aceitos e comece a pensar. Pense muito bem e depois disso faça os esboços de sua arte.
 


4.    Reflita sobre a mensagem de sua obra e force suas habilidades até atingir seu objetivo. No meu caso, como artista plástica frustrado e com quase nenhuma habilidade, o tamanho do passo atende ao tamanho da perna.
 

5.    Depois da fase de estudos e reflexão, vem a fase de definir o suporte e as técnicas. Será tudo digital ou vai usar colagem, pintura, desenho, montagem ou uma outra técnica? Definido isso, parta para a produção. Veja exemplos deste que lhes escreve:



Corte do papel suporte

Separe os recortes, se for o caso. Esta etapa requer que o seu material já tenha sido fotocopiado
Testes de posicionamentos

Mais testes/estudos de design
 
A caminho da finalização
6.    Feita a obra, fotografe-a antes de mandar para a exposição. A arte postal, depois de enviada, não lhe pertence mais e possivelmente nunca mais verá a sua obra.
 


Fotografar é uma opção, mas o ideal mesmo é que você escaneie o material


7.    Encaminhe seu material dentro do prazo para não ficar de fora da exposição.


8.    Espere as fotos que a equipe de produção fará do material exposto e fique feliz ao reconhecer o fruto de seu trabalho sendo, cof, cof, cof, admirado em outras cidades. No caso, a minha foi parar no Centro Cultural São Paulo. Olha ela aí (força o olho que você consegue):
 

De baixo para cima, na segunda fileira, a arte que parece uma bandeira é a minha


Visão geral

 Veja mais fotos neste álbum do Facebook ou no blog da exposição

9.    Fique feliz por fazer arte e busque a próxima convocatória para poder expressar-se.
 


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Essas são as dicas de nosso tutorial simples e direto a respeito do que é arte postal e sobre como participar de uma exposição do gênero. Se gostou, compartilha, curte, espalha.
 

Beijos.
 

(É claro que o título é uma grande brincadeira. Poderia ter feito apenas um registro de minha participação na mostra mas arte postal é algo tão bacana, o Paulo Bruscky é tão impactante e a mobilização que o coletivo 308 foi tão legal que não resisti a dar uma de especialista na área.)