segunda-feira, abril 26, 2010

Dias azedos de abril

Os dias continuam pesados em minha aldeia. Se por alguns momentos a tranquilidade aparece, na sequência surge algum novo problema ou um desdobramento de questões que ainda não estavam resolvidas.
 
Abril, até agora, só trouxe de bom a chuva, nada fora isso. Estou propenso a crer em inferno astral e superstições desse tipo. Já estaria acreditando se soubesse como funciona e quando termina essa história. Como desconheço essa relação e a internet está muito lenta para fazer pesquisas, vou esperando apenas abril acabar e ver se o fim do mês é igual ao fim da urucubaca. Meu desejo é que as águas de maio sejam mais fortes que as caídas até agora, lavem tudo e levem essa maré de sorte contrária.

Para ajudar as águas de maio, ando lendo poesia. Devorei duas edições da revista literária Coyote, presentes do confrade Ademir Assunção; li “Um brinde a três amigos”, do paranaense Nilton Bobato, um pouco de Octavio Paz e uma coletânea de hai kais e tercetos de Mário Quintana. Vou agora para a Autofagia, revista editada em Minas Gerais pelo músico Makely Ka. Depois, planejo cair sobre contos africanos e a segunda infância de Manoel de Barros.

Minha esperança era a poesia me ajudar a encontrar soluções, alternativas para as encruzilhadas do quarto mês do ano. Por enquanto, vou só confirmando que a poética é um pouco inútil para questões mundanas. Ajuda apenas a esquecer um pouco os perrengues e a pensar como seria bom ter lido mais, viajado mais, experimentado outras construções literárias. Acho que é isso: a poesia apenas inquieta, mas não te ajuda a resolver nada.
 
Arg...abril me deixou azedo. Espero que maio venha doce.

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