quinta-feira, dezembro 24, 2020

Memórias de 2020 – o ano do fiquei em casa

24 de dezembro de 2020



Há anos não fazia isso de relembrar o que havia acontecido no ano findante.

Sei lá, em várias ocasiões fiz e publiquei aqui, mas tinha perdido a razão. Agora, depois de um ano jodido como este, volta a fazer sentido. Serve como que para dizer: amigo, tanta gente ficou para trás e você conseguiu fechar o ciclo. Valoriza.

Poderia falar de muitas coisas punk, como o cansaço do distanciamento social, a falta dos amigos, os nove ou dez meses que não encosto para abraçar minha mãe e ficamos falando apenas de longe, as semanas em que cheguei a pensar que a Zanny ia morrer de tão doente que ficou, mas o que pegou mesmo foi novembro e dezembro.

Foi no dia 17 de novembro que recebemos, no grupo criado só para trocar informações sobre a minha vó Maria José, uma foto dela toda feliz terminando o almoço. E logo em seguida recebemos o aviso de que estava sendo levada para o hospital após ter caído.

Está lá até agora, internada. Primeiro no Hospital Geral de Roraima, onde podíamos visitá-la. Depois no Hospital das Clínicas, onde não permitem visitas para diminuir o risco de que pegue covid-19.

Foi ainda em novembro que chegou o aviso de minha tia, a principal pessoa a tomar conta da vó, estava com covid-19, que estava começando a ter problemas para respirar, que havia sido internada às pressas.

Até hoje está internada. Já passou pela UTI, saiu, mas ficou muito fragilizada. Nos vídeos que minha afilhada manda do quarto do hospital, nota-se como a doença maltrata as pessoas.

Novembro e dezembro foram duros, mas o ano teve outros momentos, entre agradáveis e bons para serem esquecidos.

Como lembrar das coisas diferentes em um ano tão repetitivo

Dei uma navegada pelo arquivo do Google fotos para visualizar o que havia registrado e salvo no drive. Isso me ajudou a relembrar alguns momentos da ano. Foi mais ou menos assim:

Fui à praia do Curupira como nunca havia ido em 12 anos morando perto. Muitas vezes só para correr numa trilha coberta, algumas poucas para tomar banho.

Nesses nove, dez meses de isolamento, só tive encontros sociais na praça do Mirandinha, mantendo distância e sem tocar, seis vezes. A solidão social foi dura de aguentar.

Para ocupar a mente gravei poemas para o youtube, publiquei poemas nas redes sociais e desenhei cerâmicas que estavam jogadas no quintal. Me integrei a um grupo de estudos sobre literatura indígena e fiz uma disciplina de doutorado na Universidade Federal Fluminense como aluno especial.

Corri regularmente como nunca havia corrido na vida (talvez quando tinha uns 13 ou 14 anos, mas não lembro direito). 

Cheguei a ter pique para completar seis quilômetros, mas doenças, dores, cansaços e o asfaltamento de minha avenida antes solitária e de barro me fizeram diminuir e mudar a rota, baixando para um trecho tranquilo e sem gente de apenas 3,5 km. 

De acordo a retrospectiva do app Strava, corri ou pedalei 463 km, divididos entre  128 dias.

Uma anotação me lembra que comecei o ano com 73,9 quilos. Hoje me pesei depois de tomar café e estava com 73,5 kg. Cheguei aos 71,5 kg em certo momento do ano. Melhor não ter baixado tanto do que voltar a ficar com medo da diabetes.

Bem, por mês, de acordo com o drive de fotos, os destaque da vida foram assim:

Janeiro – Rolou o último churrasco do ano, na praça do Mirandinha. Participei de uma exposição de miniaturas no shopping Garden

Fevereiro – Teve viagem minha, da Zanny e do Edgarzinho ao Espírito Santo com Timóteo, Grazi e Liz Camargo. Depois teve carnaval e preparação para voltar a trabalhar, o que incluiu fazer a segunda tatuagem de minha vida.

Março – Participei de outra exposição de miniaturas e gravei um vídeo sobre isso. Voltei ao trabalho depois de dois anos afastado. Fecharam tudo, voltei para casa, de onde trabalho todos os dias desde então. Fecharam as praias, o que me levou a sair de correr na areia para correr na avenida que era de barro nessa época. Aí aumentei a quilometragem dia após dia, até chegar, meses depois, nos seis quilômetros.

Abril – parece que nada rolou, além dos Diários da Covid-19, minhas publicações relatando as primeiras semanas de distanciamento social.

Maio – Parei de escrever os Diários da Covid-19. Tudo se repetia e nada de horizontes melhores. Mal sabia que chegaríamos em dezembro com mais de 180 mil mortes pela doença no país. Editei o vídeo da primeira fase da campanha dos escritores de Roraima “Fique em Casa e leia um livro”. Fiz a primeira de duas ou três lives com Timóteo Camargo, modo que encontramos de ver-nos e conversar bobagens em segurança nessa época. Morreu o compositor Aldir Blanc, que viria a dar nome a todas as leis publicadas meses depois para lançar editais de auxílio e renda para artistas.

Junho – Começaram a cair com força as chuvas e as goteiras de casa. Senti frio em certos dias, frio de usar meia durante o dia. Fiz as primeiras lives do meu projeto Diálogos Literários Pandêmicos. Foram no instagram.



Julho – Botamos grama no quintal. Literalmente, eu e Zanny botamos a grama no quintal, carregando e montando os retângulos. Fizemos também um canteiro suspenso. Uma telha voou numa ventania noturna, começou a cair água no quarto, tive medo que o forro desabasse e estragasse o guarda-roupa. Entre julho e agosto Zanny adoeceu muito, com fraquezas, vômitos, febres.

Ficamos entre os dois resultados negativos para Covid-19, duas avaliações dizendo que era sim coronavírus e uma outra falando que era uma violenta infecção. Na dúvida, seguindo as orientações médicas, ficamos, como na canção, dormindo em camas separadas por um tempo até ela melhorar. 

Demorou e em certo momento, entre um soro e outro em suas veias e nada dela se fortalecer, cheguei a pensar em como iria criar o Edgarzinho sem a mãe.

Agosto – Colhi pitangas, acerolas e tomates no quintal. Recebi as minhas cópias dos livros do concurso literário que ajudei a organizar na UFRR. Teve um sarau on-line para lançar as obras. Publiquei muitos poemas nas redes, me incomodei com as goteiras na sala.

Setembro – Colhi tomates e pepinos. Vi o rio Cauamé subir e descer várias vezes. O carro quebrou mais uma vez. Acho que foi um furo no radiador. Das outras vezes a bateria acabou e um aro vazou óleo e ficou sem freio (isso voltou a acontecer em novembro ou dezembro, mas em outra roda. Sinal de que devo trocar esse meu bichinho).

Outubro – Fui júri de dois concursos literários no Sesc Roraima. Também fui um dos selecionados para o time de escritores que participou da versão on-line do Festival Literário do Sesc. Fizemos uma edição do Sarau da Lona Poética no encerramento do evento. Foi pelo youtube, o que nos estimulou a sair do instagram para reunir a turma na outra plataforma.  Dei uma entrevista via gravação em casa para a Band Roraima sobre o dia do livro.



Novembro – Comecei a gravar o podcast Macuxicast com o LuizValério e a Zanny. Participei da edição 2020 do Festival Literário de São Gonçalo (RJ), ganhei charges minhas do Lindomar Bach e revistas da Tribo da Justiça do Rapha Porto, arrisquei dividir uma praia com os amigos, fiz Sarau da Lona Poética, vi minha tia e vó serem internadas, ganhei a terceira publicação seguida de poemas meus na revista eletrônica de literatura Literalivre.

Dezembro  - Retomei arealização dos Diálogos Literários Pandêmicos, agora no you tube, fui selecionado em dois editais das leis Aldir Blanc do município de Boa Vista e do Estado de Roraima, o carro quebrou de novo e já agendei fazer mais um conserto em janeiro. 

Fizemos a mais longa edição da Lona Poética até agora, com 3h30 deduração. Também fui selecionado para ser parecerista cultural de uma secretaria de cultura de outro estado. Agora só falta me cadastrar.

Hoje é 24 de dezembro. Falta uma semana para o ano acabar. A vacina já está mais perto, não tanto como queria, mas perto.

Não tenho muitos sonhos para 2021. Só quero que minha família não sofra e que eu tenha foco para me dedicar mais à minha carreira literária. O restante é rotina.

Ah, quando lembrava ia anotando o que estava lendo e vendo.

Ficou essa lista de livros, HQs, séries e filmes (só os que consegui ver por inteiro). Não entram aí os inúmeros vídeos que vi no youtube sobre história da música na América Latina, sobretudo sobre salsa. Também não entram artigos e livros científicos. Que se jodan.

Então, o que você compartilhou, sem saber, comigo de leituras e vídeos?

Quase todas as séries, livros, filmes e afins que vi em 2020

Séries

1. Ascenção do Império Otomano
2. Unbreakable Kimmy Schimidt
3.
The Good Place
4. Drácula
5. Paradise DP 2t
6. Brooklin 99 6t
7. Titans 2t
8. Altered carbon 2t
9. Modern Family t 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,8,9,10
10. Barbarians
11. La Revolution
12. Archer t 11

13. Por trás daquele som – t 1 e t 2

14. Rompan todo: La historia del rock en América Latina


FILMES
1.Hobbes and Shaw
2. Wonder Woman linhagem de sangue
3. 1917
4. Cães de guerra
5. Get Hard
6. O elo perdido
7. Operações Especiais
8. Um amor, mil casamentos
9. A leí da noite
10. Al son que me toquen, bailo
11. Atomic blondie
12. Senhor Estagiário
13. Resgate
14. Doc O mundo sem ninguém - AL
15. Doc As cidades mais incríveis do mundo antigo
16. Doc A grande história: humanos carnívoros
17. Loco por vós
18. American made
19. Doc Império Mongol
20. Focus
21. Liga da Justiça Sombria
22. Justice League Dark: Apokolips War 
23. Te quiero, imbecil.
24. No andaba muerto, estaba de parranda
25. Eurovision - festival da canção
26. Parker
27. O homem que mudou o jogo
28. Milf
29. Power
30. A lenda do cavaleiro sem cabeça
31. Origens Secretas
32. Afonso Padilha, alma de pobre
33. GDLK
34. Broken city
35.
The Devil all the time
36. Enola Holmes
37. Superman, o homem do amanhã
38. Superman Red Son
39.
O Halloween do Hubie
40. Ya no estoy aquí
41. Protegendo o inimigo
42. The man from U.NC.L.E
43. Matrix
44. A última cartada
45. Lanterna Verde
46. Troco em dobro
47. Bronx
48. Teocracia em vertigem -  porta dos fundos

LIVROS

1. Greenland - entre dois mundos, HQ de Bia Cruz
2. Histórias Brasileiras de Verão, Luís Fernando Verissimos.
3. ,Hilda Hilst
4. Capitães da areia, Jorge Amado.
5. 6. Contos reunidos, Moacyr Scliar
6. Faca, Ronaldo Correia de Brito
7. Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak


HQs 

1. Coringa, de Brian Azarello
2. Constantine, a fagulha e a chama
3. Demolidor, anjo de guarda
4. A espada selvagem de Conan, a coleção, n° 1. 160 pág.
5. V de vingança
6. Batman que ri
7. O Cortiço
8. Pílulas Azuis
9. Tribo da Justiça 1 e 2
10. Dilbert – Já não lembro mais se somos muquiranas ou espertos


sexta-feira, dezembro 18, 2020

Na V Bienal Internacional de Guarulhos do Pequeno Formato, a V BIG

Gente, este dezembro tive a felicidade de inscrever e ser selecionado como um dos artistas participantes da V Bienal Internacional de Guarulhos do Pequeno Formato, a V BIG. 


Participei com as fotografias “Alegria, alegrai” e “Acolhimento”, que são registros de minha avó Maria José, e “Cruz de Flor”. 

As obras foram publicadas no perfil de Instagram da V BIG nestes links:

Alegria, alegrai!

Acolhimento

Essas fotos de minha avó tem um significado especial para mim, pois foram feitas na noite de 16 de novembro, um dia antes dela cair, quebrar o fémur e ser internada no hospital. Até agora, 18 de dezembro de 2020, vovó ainda não foi operada nem liberada. 

Cruz de flor




Além desses links para as minhas participações, é possível conferir todos os participantes no blog do evento. Do lado tem o nome dos participantes. 

Esta não foi a primeira vez que me meti a artista plástico na vida. Vem ver aqui:

Em 2012 Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para  compor o calendário 2013 da instituição. Fiz um trabalho e ele foi parar no calendário da instituição. 

Aqui a história. 


Em 2014 me meti a fazer arte postal e até fiz um tutorial sobre o tema. Estava bem inspirado em participar da exposição  "1964-2014: 50 ANOS DE ARTE CONTRA O ESTADO". 

Aqui você pode conferir o que foi, como, quando foi.


Em  junho de 2015, como parte do I Simpósio em Educação Ambiental, rolou uma exposição também na UFRR. Minha obra selecionada foi uma escultura, feita juntando um monte de coisas velhas que tinha em casa e colocando-as dentro de um invólucro de plástico transparente, como se fosse um saco. O nome foi “Guarda. Vai que...”.


Ainda em 2015, no mostra que fez parte do I Seminário de Patrimônio, Arte e cultura na Amazônia: a educação patrimonial em foco, fiz também uma montagem de coisas transformadas em escultura. 

A escultura era formada por tijolos do prédio histórico do Hospital Nossa Senhora de Fátima, o  primeiro do estado, construído no começo do século passado em Boa Vista. O nome eu curti colocar: “Aqui havia um hospital”.

Essas foram minhas aventuras públicas no mundo das artes visuais. Durante a pandemia me meti a pintar pedaços de cerâmica. Até que uns ficaram bonitos, mas é muito trabalho e parei de fazer. 



segunda-feira, dezembro 07, 2020

Minha participação na 24a edição da revista Literalivre

Olá, meu povo. 

Feliz que só pois novamente participo de uma edição da revista digital Literalivre. 



Esta é a 24a edição, referente aos meses de novembro e dezembro de 2020. Fui selecionado com um trabalho que mistura fotografia e poesia falando de mordidas e amanheceres. Essa mistura de imagem e texto eu chamo sempre de fotopoema. 

Clica nos links para ler a revista. 

Issuu ou  Drive (leitura e Download) ou ainda no Calaméo

O meu fotopoema está na página 44.



sábado, dezembro 05, 2020

Egressos e progressos: o podcast do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRR

O Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL/UFRR) tem um projeto de podcast no youtube. 

É o “Egressos e progressos”. Feito com base em gravações dos mestres formados pelo programa, em novembro de 2020 tinha 10 depoimentos disponíveis.

A ideia é falarmos dos nosso temas e trajetórias para, acho, inspirar outras pessoas a fazerem pós. 

O meu episódio é esse aí. Escrevi, treinei e gravei no celular. 

Depois mandei e o povo do PPGL editou a entrada e final. 

Espero que gostem:

 

Uma outra versão do que gravei aí pode ser conferida nas edições do meu Diário de um Mestrando. 

Para ler, clique aqui. 

quinta-feira, dezembro 03, 2020

Entre angústias, rotinas, lágrimas, atos e silêncios (Crônica)

 Quinta. A vida continua aqui. Pessoas planejam coisas numa aula-reunião infinita.

Lá, na UTI do hospital, uma tia luta pela sua vida. O inimigo é o coronavírus. Apenas quatro anos mais velha que eu, é a mais próxima de todos os meus tios, mesmo estando há muitos anos distanciados pela rotina, pela naturalidade de cada um ter seu caminho próprio para seguir.

Sandra, seu nome. Descobri ano passado, depois de quase três décadas, que os meus gibis antigos não haviam sido presentes dela. Eu simplesmente os pegava e levava de Boa Vista para a Venezuela sem avisar, achando não sei porque que estava tudo bem. Ela me contou, ao ver o seu nome na foto de uma capa de um exemplar dos Novos Titãs da Abril, que ficava pensando “onde foram parar as minhas HQs?”.

Quinta. A vida continua para um monte de gente. Vejo na TV comerciais chamando para festas de forró e corridas de motos. Nas redes sociais vejo convites para eventos de literatura em bares e fotos de ontem mostrando que não há tempo ruim para quem pensar em viver intensamente a vida em tempos de covid.

No hospital das clínicas, minha vó está isolada da família há três dias. Quebrou o fêmur no dia 17 do mês passado. Estava no HGR e lá conseguíamos vê-la. No HC não tem nada isso. Prevenção da Covid-19, cuidados com a contaminação trazida pelas visitas, só os acompanhantes têm direito a ver o paciente.

Vó e tia, em um momento recente de relativa tranquilidade

A vó tem 94 anos. Viveu muito desde que saiu lá da beira do rio Uraricoera. O que sou, o que tenho, o que vivi, devo muito a ela, mãe da minha mãe, suporte familiar de todos nós, os mais jovens, seus filhos, netos e bisnetos.

Sabe a tal da “gratidão”, palavra tão desgastada pelo seu uso automático e sem pensar que virou clichê para tudo? Tenho por ela. E muita. E amor também.  

Mas, além de gratidão e amor, hoje tenho angústia. Vó e tia (justo a tia que gerenciava os cuidados com a vó) internadas. Minha mãe, com os nervos em caco pela situação. A filha de minha tia, minha afilhada, caindo de tanto nervosismo... O quadro é feio, pesado, negativo e complicado na família.

Família. Há quem ajude e há quem aproveite momentos assim para alegar mágoas antigas e descontentamentos recentes para não fazer nada, não dizer nada, olhar apenas, como se um filme tudo fosse... O silêncio é revelador de caráter em momentos assim. O silêncio nem sempre é um “estou pensado como agir”. Em situações assim é mais um “danem-se vocês. Eu tenho coisas mais importantes a fazer hoje, como reclamar e me isentar”.

Quinta, tem alguém falando no computador sobre coisas que mal ouço, terminei dois projetos culturais, estou escrevendo isto que você achou longo demais e o pedreiro está lá fora refazendo uma calçada que as chuvas do boiaçu, do caju, não sei do que, levaram.

Quinta. A vida, aos tropeços, continua. Entre angústias, rotinas, lágrimas, atos e silêncios reveladores sobre a essência das pessoas.

quarta-feira, novembro 25, 2020

Vem conferir o Sarau da Lona Poética de dezembro

Oia que maravilha de lindo foi o Sarau da Lona Poética de novembro, uma realização do Coletivo Caimbé que teve como convidados especiais os poetas Francisco Alves e Jacinta Santos, o mestre de capoeira Ongira, do grupo Capoeira Angola Guerreiro de Palmares/RR, e o artista visual Rafael Pinto. 

Dividi a apresentação com a poeta Zanny Adairalba, também articuladora do Coletivo. Foi bonito demais da conta e já estamos nos preparando para o Sarau de dezembro, que também será realizado de forma on-line. 

Aliás, até sair a vacina, tudo o que for nosso será on-line. 

 

A atividade é uma das ações do Coletivo Caimbé, organização social informal criada em 2009 com o propósito de realizar e apoiar ações voltadas ao desenvolvimento do segmento literário em Roraima. 

O grupo já promoveu e foi convidado para ações em todas as regiões do País desde então. Toda essa caminhada cultural está registrada no blog www.caimbe.blogspot.com.br.

 


terça-feira, novembro 24, 2020

Uma conversa sobre Literaturas nas Periferias - Flisgo 2020

Passando para deixar registrada a minha participação na segunda edição do Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020). 

Estive no painel que discutiu as Literaturas nas Periferias. Fui acompanhado pelos escritores Jessé Andarilho e Rodrigo Santos, ambos do Rio de Janeiro.

Valeu, Flisgo. Valeu, Rodrigo, pelo convite para o painel. 

Muito agradecido mesmo pela oportunidade de falar de meu trabalho no Coletivo Caimbé e da literatura de Roraima. 

segunda-feira, novembro 16, 2020

Partiu Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020)


Participarei neste sábado (21/11/2020) da segunda edição do Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020). Sou um dos convidados para o painel que vai discutir a questão das Literaturas nas Periferias. Comigo estarão os escritores Jessé Andarilho e Rodrigo Santos, ambos do Rio de Janeiro.


Este ano, devido a pandemia de Covid-19, o Flisgo será todo virtual, diminuindo os riscos à saúde dos participantes. Meu painel será transmitido pelo Youtube a partir das 20h, horário de Brasília. 

 


O Flisgo contará também com manifestação de diversas linguagens como teatro, dança, contação de história, saraus e lançamento de livro on-line.

 São mais de 30 painéis e conversas sobre literatura e arte, 70 lançamentos de livros e participação de autores de seis países da América, Europa e África. 

Estou contente que só por ser parte de um evento tão diverso. O tema ‘Literatura nas Periferias’ tem tudo a ver com Roraima. Nós, os escritores daqui, vivemos numa das pontas do Brasil, longe dos grandes centros, produzindo literatura periférica no sentido concreto e metafórico. Pensar e agir sobre isso é um desafio constante.

sexta-feira, novembro 13, 2020

No podcast Direto ao Ponto, falando do Coletivo Caimbé

 Com a poeta Zanny Adairalba, dei uma nova entrevista no final de outubro para o Podcast Direto ao Ponto, do jornalista Luiz Valério.

(Se você não sabia da primeira e ficou curioso, clica aqui)   



Zanny e eu falamos do trabalho do Coletivo Caimbé. Ela cantou e eu li um poema.  

Quer ouvir o Episódio 2 do Podcast Direto ao Ponto sobre Literatura e Poesia na Amazônia?

Então vai nesse link aqui que tem várias opções para ouvir: o próprio site, o spotify, deezer e outros.

 

Eu, mestre de cerimônias no Sarau da Lona Poética de outubro/2020

No dia 15 de outubro rolou o Sarau da Lona Poética como parte da programação do Festival Literário On-line do Sesc Roraima 2020. 

Apresentei sozinho esta edição, que teve a presença litero-poética de Zanny Adairalba, Elimacuxi, Joakin Antônio, Francisco Alves, Eliza Menezes e Vanessa Brandão, companheiros e companheiras de literatura.

O vídeo está disponível no canal do Coletivo Caimbé no Youtube, mas já te poupo caminho e deixo ele aqui:

   

No dia 20 de novembro, em alusão ao dia da Consciência Negra, vamos fazer um novo sarau, agora com transmissão pela página do Facebook do Coletivo Caimbé.  

Curte aqui a página e se liga: sexta-feira, 20 de novembro de 2020, às 19h30, tem Sarau da Lona Poética – edição novembrina. 

quarta-feira, novembro 11, 2020

Entrevista à TV Band Roraima sobre o Dia Nacional do Livro/ 2020

No Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro de 2020, a TV Band Roraima pediu para gravar uma matéria sobre o tema comigo.

Disse-lhes que não ia poder abrir as portas da casa porque ainda estamos em distanciamento social. Combinamos então que gravaria as respostas no celular e lhes enviaria o material.

Resultou nessa matéria bonita e com a minha estante de fundo. Espero que gostem:

sexta-feira, outubro 30, 2020

E o Nei Costa foi cantar Beatles noutros lugares

Manhã de tristeza com as notícias que chegaram pelo whastapp. O jornalista Nei

Costa foi cantar Beatles em outros lugares nesta madrugada.

Conheci o Nei em 1998, quando comecei a trabalhar no jornal O Diário, do então prefeito Ottomar Pinto. Rui Figueiredo era o editor-chefe e ele era o editor de cidades. Me passou a primeira pauta, fez a primeira revisão de texto meu em jornal. Simpático e acolhedor sempre. Poucos dias depois saiu do jornal.

Nunca mais trabalhamos jornalisticamente juntos, mas também nunca perdemos contato e fizemos uma pá de pequenas coisas em parceria: foi parte da primeira geração de blogueiros em Roraima, no começo dos anos 2000. Antes de que  tivesse o meu blog,  me deixava publicar textos literários no Zhuada, nome de seu espacinho virtual particular. Isso nos levou em 2005 a participar da VI Feira de Livros do Sesc,falando sobre blogs quando isso ainda novidade em Roraima.

Quando estava como editor-chefe do jornal Roraima Hoje abriu, várias vezes, espaços para que publicasse matérias que iam concorrer a prêmios jornalísticos, publicou poemas meus e de vários autores locais em uma ação chamada #versificados, sempre abriu páginas para as matérias do Coletivo Caimbé. Um parceirão.

Sábado sim, sábado não, passava na redação do jornal para bater papos matutinos com ele e a equipe de plantão. Era muito divertido vê-lo reclamar e zoar a equipe ao mesmo tempo.

Também tivemos uma fase de encontros na beira da piscina do Aipana Hotel. Era a Confraria Lúpulo com Guaraná, formada pelos Três Mosquiteiros (O próprio Nei, eu e Luiz Valério ) e Dona Dartanhã, apelido que deu a Zanny Adairalba.



Depois que o Edgarzinho nasceu, fomos muitas vezes à sua varanda para comer a macarronada de sábado, ouvi-lo falar de seu passado como aventureiro, garimpeiro, ourives, falar sobre as plantas que estava cultivando e também ouvi-lo cantar Beatles e outros sons que adorava. Nesses encontros, falava com um orgulho imenso dos três filhos, de cada conquista, mudança e do crescimento de suas eternas crianças Érica, Andressa e Luca.

Nei fez a revisão de um livro meu nunca publicado. Acho até que chegou a fazer uma diagramação preliminar também. Nos últimos anos os encontros foram rareando, mas nunca deixaram de ser engraçados. 

Lembro que ao encontrá-lo no Bar do Rock, ali no Centro Cívico, sempre brigava com ele, dizendo que tomasse vergonha, que doenças de fígado e rins nunca somem para sempre. Ele ria, me abraçava, falava alguma bobagem e me dizia para passar no outro dia na casa dele porque ia fazer uma macarronada especial.

A última vez que nos vimos foi em 14 dezembro de 2019, na celebração pela recuperação em andamento do Pablo Felippe (eu tava achando que era o aniversário do Pablito, mas não). 

O Nei cantou com a Zanny e o Orib Ziedson, riu, bebeu, contou histórias, falou de algumas tristezas e projetou o futuro. Aproveitamos e ligamos, junto com o Marcelo,  para o Érico no meio da madrugada para tirar onda e chamá-lo para a festa.


Não lembro se planejamos alguma macarronada, se marcamos encontro na beira da piscina do Aipana, se ficamos de um dia desses tomar uma cervejinha juntos. 

Depois veio a pandemia, eu me recolhi ainda mais em casa e ele foi para São Paulo em junho. A notícia de sua internação pegou todo mundo de surpresa aqui. Achávamos que ia conseguir superar, mas não deu. 

Eu tô apostando que agora mesmo deve estar fazendo um solo de violão com um cigarro no canto da boca e e gritando para a plateia o seu mais especial carinho: “Meu, vou lhes fazer um elogio que faço para poucos: vocês são uns arrombados!”.