quarta-feira, novembro 14, 2012

Meu primeiro prêmio de artes visuais

Ganhei meu primeiro prêmio de artes visuais. Obviamente não foi uma seleção para  a Bienal de São Paulo. Isso seria demais para um marinheiro de primeira viagem, mas foi muitooooo legal mesmo assim.

Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima. A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para   compor o calendário 2013 da instituição. 




 

Já disse em outras postagens que sempre tive vontade de ser um bom desenhista, mas nessa já fiquei para trás se comparado com as artes que o Edgarzin, meu filhote, desenvolve. Para compensar, leio todo livro ou catálogo sobre arte visual que me cai nas mãos. Acho fantástica a imaginação e capacidade de realização dos criadores visuais. Acho ainda mais fantásticas as explicações conceituais que dão aos seus trabalhos, dando justificativas profundas a produções aparentemente sem nenhum sentido.

Bem, depois de decidir arriscar a participação no concurso – afinal, o “não” já está garantido e todo “sim”é lucro – fui pesquisar o que significava o tema do concurso. Google prá lá, Google pra cá, formei um conceito e comecei a matutar o que poderia apresentar. Tudo isso em pouco tempo, pois o prazo final já estava chegando.

Bati o martelo em fazer uma intervenção. O desafio agora era definir como seria feita a dita cuja. Pensa, pensa, pensa, descarta ideias, corta ideias, cheguei no material barato e mais facilmente encontrado todo final de tarde: papelão.  Pintar ou não pintar seria a próxima questão. Como não havia plata para investir, fiquei com o marrom-papelão como cor base.

Ok. E agora, o que fazer? Hum...já sei. Vamos fazer algo que denuncie e desperte algum tipo de reação negativa contra a poluição dos igarapés, a falta de boas ações na área ambiental e ao mesmo tempo aponte para o descaso com os espaços públicos de lazer. Fácil que só. 


Era só ir na beira do igarapé Mirandinha, canalizado e poluído (veja imagens aqui) e fazer lá a parada. Mas antes que tal ir no parque Anauá? Aliás, meu rei, que tal, antes de tudo, fazer os objetos da instalação?

Convidei dona Zanny Adairalba, patroa e companheira de Coletivo Caimbé, para dar uma força. Edgarzinho Bisneto veio junto. Aliás, se vacilar, o moleque já produz arte melhor que a nossa...


Bem, tirando os excessos de pai, a verdade é que o guri deu sua contribuição e ainda aprendeu que o papai, além de fazer trabalho literário, também faz “arte moderna” (depois tentei ensiná-lo a falar “arte contemporânea” , mas é mais difícil. Hoje, após muitas leituras, falaria apenas artes visuais).

O processo de criação e produção demorou uma noite e uma manhã, envolvendo a criação de dois conjuntos de bonecos de papelão. 


Para resumir a história, vou falar apenas sobre o que foi selecionado. Se cinco pessoas aí tiverem interesse em saber dos outros, é só falar isso nos comentários e faço um up date (sim, é quase uma campanha por comentários).


Dos recortes de material, Edzin faz a sua arte moderna

No final da noite, Zanny e Edgarzinho exibem o “Sam”

Hora de recomeçar os trabalhos de arte moderna, baby

Corta, corta, corta...

Homenzinho...

Tirando as medidas

Hã? Quem são esses?

“Papai, todas as pessoas têm olhos. Eles precisam de olhos...”

Teste

O plano

Tentativa 1: esquecemos os bancos de madeira, muito vento, contraluz e marrom sobre marrom não dá destaque

Tentativa 2: Sente a diferença nas cores

Montagem


A colorida contribuição do Edgarzin ao projeto “vamos ganhar um prêmio de artes visuais”

Um brinde com os ETs no final de tarde. Não se iludam: estávamos sendo devorados pelos lendários mosquitos picadores do parque Anauá.

Logo depois dessa foto uma legião de mosquitos entrou nas minhas narinas. Fora isso, as picadas nas pernas incomodaram por uma semana


A obra

“Domingo no parque” é o título da intervenção. Poderia ter sido melhor? Poderia, mas para uma primeira vez nesta seara, tá de bom tamanho. E além do mais, incorpora um novo item à aba das premiações lá no topo do blog, somando-se às que tenho em literatura, audiovisual e jornalismo.

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