Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima. A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para compor o calendário 2013 da instituição.
Já disse em outras postagens que sempre tive vontade de ser um bom desenhista, mas nessa já fiquei para trás se comparado com as artes que o Edgarzin, meu filhote, desenvolve. Para compensar, leio todo livro ou catálogo sobre arte visual que me cai nas mãos. Acho fantástica a imaginação e capacidade de realização dos criadores visuais. Acho ainda mais fantásticas as explicações conceituais que dão aos seus trabalhos, dando justificativas profundas a produções aparentemente sem nenhum sentido.
Bem, depois de decidir arriscar a participação no concurso – afinal, o “não” já está garantido e todo “sim”é lucro – fui pesquisar o que significava o tema do concurso. Google prá lá, Google pra cá, formei um conceito e comecei a matutar o que poderia apresentar. Tudo isso em pouco tempo, pois o prazo final já estava chegando.
Bati o martelo em fazer uma intervenção. O desafio agora era definir como seria feita a dita cuja. Pensa, pensa, pensa, descarta ideias, corta ideias, cheguei no material barato e mais facilmente encontrado todo final de tarde: papelão. Pintar ou não pintar seria a próxima questão. Como não havia plata para investir, fiquei com o marrom-papelão como cor base.
Ok. E agora, o que fazer? Hum...já sei. Vamos fazer algo que denuncie e desperte algum tipo de reação negativa contra a poluição dos igarapés, a falta de boas ações na área ambiental e ao mesmo tempo aponte para o descaso com os espaços públicos de lazer. Fácil que só.
Era só ir na beira do igarapé Mirandinha, canalizado e poluído (veja imagens aqui) e fazer lá a parada. Mas antes que tal ir no parque Anauá? Aliás, meu rei, que tal, antes de tudo, fazer os objetos da instalação?
Convidei dona Zanny Adairalba, patroa e companheira de Coletivo Caimbé, para dar uma força. Edgarzinho Bisneto veio junto. Aliás, se vacilar, o moleque já produz arte melhor que a nossa...
Bem, tirando os excessos de pai, a verdade é que o guri deu sua contribuição e ainda aprendeu que o papai, além de fazer trabalho literário, também faz “arte moderna” (depois tentei ensiná-lo a falar “arte contemporânea” , mas é mais difícil. Hoje, após muitas leituras, falaria apenas artes visuais).
O processo de criação e produção demorou uma noite e uma manhã, envolvendo a criação de dois conjuntos de bonecos de papelão.
Para resumir a história, vou falar apenas sobre o que foi selecionado. Se cinco pessoas aí tiverem interesse em saber dos outros, é só falar isso nos comentários e faço um up date (sim, é quase uma campanha por comentários).
Dos recortes de material, Edzin faz a sua arte moderna |
No final da noite, Zanny e Edgarzinho exibem o “Sam” |
Hora de recomeçar os trabalhos de arte moderna, baby |
Corta, corta, corta... |
Homenzinho... |
Tirando as medidas |
Hã? Quem são esses? |
“Papai, todas as pessoas têm olhos. Eles precisam de olhos...” |
Teste |
O plano |
Tentativa 1: esquecemos os bancos de madeira, muito vento, contraluz e marrom sobre marrom não dá destaque |
Tentativa 2: Sente a diferença nas cores |
Montagem |
A colorida contribuição do Edgarzin ao projeto “vamos ganhar um prêmio de artes visuais” |
Um brinde com os ETs no final de tarde. Não se iludam: estávamos sendo devorados pelos lendários mosquitos picadores do parque Anauá. |
Logo depois dessa foto uma legião de mosquitos entrou nas minhas narinas. Fora isso, as picadas nas pernas incomodaram por uma semana |
A obra |
Nenhum comentário:
Postar um comentário