quinta-feira, junho 30, 2005

TV Câmara, duas da manhã, horário de Brasília

Às vezes, a insônia tem suas gratificações. Conhecer mais um pouco o Legislativo, via TV Câmara, é uma delas. Na sessão da madrugada de quinta-feira, quando os deputados tentavam votar a aprovação de uma medida provisória enviada às 19h pelo Governo para dar um crédito extraordinário de R$ 299 milhões para o Ministério da Defesa e para a rubrica "Encargos Financeiros da União".
Discurso vem, discurso vai, o Severino quase dormindo, me saem os deputados com esta conversa, às 1h58, horário de Brasília, depois que alguém perguntou ao presidente da Câmara quanto tempo ele ia deixar o painel em aberto para votação.

Severino Cavalcanti: Até as 3 horas.

Dep. Alberto Goldman (líder do PSDB): Presidente, nunca vi deixar o painel em aberto por mais de uma hora para votação.

Severino, o rei do baixo clero: Era preciso que o senhor visse. Eu sou a primeiro!

(Plano geral, os deputados falam e o som é captado pelos microfones.)

Roberto Freire (presidente do PPS): Isso é uma falta de respeito com os deputados.

Severino, cabra macho: Eu não preciso de seu respeito. Nunca precisei.

Freire: Nunca teve! Nunca teve desde a época do (fala confusa, não consigo entender. Os dois são pernambucanos e devem ter uma história pregressa.).

Goldman pega o microfone e responde ao Severino, em tom de quem um dia pretende voltar a ser situação: Vou me lembrar disso.

Aí desliguei a TV, frustrado por não ver os meus parlamentares ali, de madrugada, votando matérias importantíssimas para o futuro do País.

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