sexta-feira, julho 19, 2013

Novo caminho jornalístico

Meu primeiro trabalho com jornalismo foi em um estágio não remunerado que durou um ou dois meses na antiga TV Universitária, ligada à Universidade Federal de Roraima. Isso foi em 1997 ou 1998. 

Acabou, fiquei um tempo sem trabalhar na área e Silvany Maria Silva, que havia feito o estágio junto comigo na TV, conseguiu empregar-se no jornal O Diário, ligado ao político Ottomar Pinto, diversas vezes governador de Roraima.

Foi Silvany quem me avisou em meados de 1998 de uma vaga no periódico. Eu, que já havia tentado vaga lá uma vez, me apresentei novamente para ver se colava. Colou. Virei repórter de cidade e logo depois inventei de fazer uma coluna de literatura semanal em um suplemento que o jornal publicava. Fiquei lá até 1999, quando Rui Figueiredo, o editor do jornal, foi chamado por Ottomar para ocupar o cargo de secretário de comunicação municipal.

Rui me convidou para ser o repórter da assessoria. A proposta era tentadora: o salário não atrasaria e  aumentaria um pouco, saindo de R$ 500 para uns R$ 900. Eu, que estava com três ou cinco meses atrasados no jornal, não duvidei nada e me joguei para a prefeitura (os atrasados d'O Diário recebi pela metade, muitooooooooos meses depois).

Fiquei na assessoria de comunicação da prefeitura entre 1999 e 2010. Trabalhei, por ordem de eleição e reeleição, para os seguintes prefeitos: Ottomar Pinto, Teresa Jucá (dois mandatos) e Iradilson Sampaio (dois mandatos). Fui repórter, pauteiro, chefe de redação (a pior parte de todas, pois ganhava o mesmo que os apadrinhados e trabalhava quatro vezes mais) e secretário municipal de comunicação.

Fui demitido em novembro de 2010, via telefone, após 11 anos de serviço, um dia depois de uma eleição para governador em que o candidato Neudo Campos perdeu. 

Havia acabado de chegar da sessão de fisioterapia quando o então secretário municipal de comunicação, que havia trabalhado muito para tentar eleger o Neudo, me ligou com desculpas esfarrapadas que tentavam justificar a demissão. Representei esse fato e outros nesta ilustração, publicada no blog em novembro daquele ano.





O baque financeiro não foi maior pois trabalhava paralelamente desde 2006 na assessoria de comunicação da Universidade Estadual de Roraima, na qual fui admitido depois de ser aprovado em concurso público.

Na UERR trabalhei com um bocado de gente bacana do jornalismo e publicidade:  Elissan Paula Rodrigues, Luciano Abreu, Luciano Torres, Alberto Rolla,  Timóteo Camargo, Débora Eloy e Bruna Rezende. Tive a oportunidade de ir à Venezuela e conhecer diversos municípios e localidades indígenas. Resumidamente: foi bom.

Paralelamente também fui professor nos cursos de jornalismo da UFRR e da Faculdade Estácio Atual. O primeiro cargo é lá do começos dos anos 2000 e o segundo foi entre 2008 e 2009. Fiz outras coisas ao longo dos anos: tive colunas de notas, artigos e crônicas nos jornais O Diário e Tribuna do Estado de Roraima, fui free lancer de uma revista chamada Amazônia 21 (também me deu um cano), prestei assessoria de imprensa para um monte de amigos, artistas e ativistas culturais e publiquei textos em sites locais e nacionais. Também criei e mantive os blogs Crônicas da Fronteira (este aqui, caso não tenha notado) e o Cultura de Roraima para falar de mim, das artes e da vida aqui na Amazônia Setentrional.

Toda essa retrospectiva é para dizer que hoje, sexta-feira, 19 de julho de 2013, estou deixando a assessoria de comunicação da Universidade Estadual de Roraima, sete anos após minha entrada aqui. Pedi vacância para assumir o cargo de jornalista na Universidade Federal de Roraima, aquela da TV em que tive o primeiro trabalho de minha vida jornalística.

Saio hoje da UERR para tomar posse na UFRR e a partir do dia 29 de julho começo a trabalhar no setor de comunicação de lá. Nesse meio tempo vou dar um pulo lá em Nova Olinda, Ceará, para um encontro sobre midialivrismo do programa Onda Cidadã.

Agradeço aos coleguinhas de jornalismo que lerem este post pelos momentos profissionais descontraídos e tensos ao longo destes anos. Juro que tentei aprender com cada um, mas não sei se consegui.


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