A história de meu nome
(Exercício para a oficina do Fábio Malini,
publicado originalmente aqui)- Nome?
- Edgar
- Nome completo, por favor?
- Edgar Jesus Figueira Borges.
- Dos nomes, algum é herança de um antepassado, amigo dos pais, ator de novela?
- O Edgar é de meu avô materno. O Jesus veio direto de meu pai, Sebastião Jesus.
- Legal…
- Na verdade, o nome era para ser Edgar Borges Ferreira Neto, mas na Venezuela não aceitaram.
Fotinha de passaporte
- Como?
- Deveria ter sido registrado com o nome de meu avô materno, mas como nasci na Venezuela - os meus pais são brasileiros, antes que você pergunte - as leis da época não deixaram e tal.
- Que chato.
- Nada. Juntou o Edgar Borges de meu avô com o Jesus Figueira de meu pai. Ficou quase igualzinho.
- E que nome profissional você usa?
- Edgar Borges.
- Ou seja, deu no mesmo, né?
- Então…mas lá na Veneca o costume é te chamar pelo sobrenome do pai. Isso significa que até os meus quase 15 anos fui Edgar Figueira.
- Isso não te dá uma crise de identidade?
- Nada. É uma história legal de se contar. Imagina meu filho explicando de onde saiu o Bisneto dele.
- Como?
- Meu filho…
- Sim…
- Edgar Borges Ferreira Bisneto. Fiz até um blog, que não alimento mais, para ele.
- Cara, você gosta de teu avô, heim?
- Gosto, o velho é gente boníssima.
- Ok, então. Pode sair. Próximo!
- Peraí. Sabia que ainda tem o meu tio, que é o Edgar Filho, e um jornalista, como eu, que é da Venezuela, é escritor premiado e tal, que também se chama Edgar Borges?
- Sério?
- Sério, vai no Google que tu acha.