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sexta-feira, dezembro 18, 2020

Na V Bienal Internacional de Guarulhos do Pequeno Formato, a V BIG

Gente, este dezembro tive a felicidade de inscrever e ser selecionado como um dos artistas participantes da V Bienal Internacional de Guarulhos do Pequeno Formato, a V BIG. 


Participei com as fotografias “Alegria, alegrai” e “Acolhimento”, que são registros de minha avó Maria José, e “Cruz de Flor”. 

As obras foram publicadas no perfil de Instagram da V BIG nestes links:

Alegria, alegrai!

Acolhimento

Essas fotos de minha avó tem um significado especial para mim, pois foram feitas na noite de 16 de novembro, um dia antes dela cair, quebrar o fémur e ser internada no hospital. Até agora, 18 de dezembro de 2020, vovó ainda não foi operada nem liberada. 

Cruz de flor




Além desses links para as minhas participações, é possível conferir todos os participantes no blog do evento. Do lado tem o nome dos participantes. 

Esta não foi a primeira vez que me meti a artista plástico na vida. Vem ver aqui:

Em 2012 Participei de um concurso de artes visuais promovido pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). A ideia era selecionar obras no formato horizontal, baseadas no tema “Do olhar ao tocar: Intervenções na paisagem”, para  compor o calendário 2013 da instituição. Fiz um trabalho e ele foi parar no calendário da instituição. 

Aqui a história. 


Em 2014 me meti a fazer arte postal e até fiz um tutorial sobre o tema. Estava bem inspirado em participar da exposição  "1964-2014: 50 ANOS DE ARTE CONTRA O ESTADO". 

Aqui você pode conferir o que foi, como, quando foi.


Em  junho de 2015, como parte do I Simpósio em Educação Ambiental, rolou uma exposição também na UFRR. Minha obra selecionada foi uma escultura, feita juntando um monte de coisas velhas que tinha em casa e colocando-as dentro de um invólucro de plástico transparente, como se fosse um saco. O nome foi “Guarda. Vai que...”.


Ainda em 2015, no mostra que fez parte do I Seminário de Patrimônio, Arte e cultura na Amazônia: a educação patrimonial em foco, fiz também uma montagem de coisas transformadas em escultura. 

A escultura era formada por tijolos do prédio histórico do Hospital Nossa Senhora de Fátima, o  primeiro do estado, construído no começo do século passado em Boa Vista. O nome eu curti colocar: “Aqui havia um hospital”.

Essas foram minhas aventuras públicas no mundo das artes visuais. Durante a pandemia me meti a pintar pedaços de cerâmica. Até que uns ficaram bonitos, mas é muito trabalho e parei de fazer. 



sexta-feira, maio 29, 2020

Diário da Covid-19: 11 semanas vivendo no distanciamento

Entre 22.05 e 28.05.2022

 

É sexta. Mais uma semana de trabalho remoto se foi. Mais uma semana de estudo remoto pro Edgarzinho se foi. A noite traz chuva, a tarde trouxe uma encomenda. Os Correios, na verdade. Bonequinhos. Wolverines e Diabo Azul para mim, outros quatro Marvel Select para o Rubem, que rachou o frete. Uma taça de vinho, trechos do vídeo da vídeo da maligna e boca suja reunião ministerial, dois episódios de comédia norte-americana com uma metade de comédia colombiana. 22 de maio de 2020. As notícias tristes chegam nos grupos de whastapp. A de hoje é a morte da radialista Márcia Seixas. Câncer, dizem. Vão cremar seu corpo em São Paulo. Era doce, gentil, carinhosa sempre. O ano está cruel? O ano não tem nada a ver com isso, penso e parafraseio a entrevista do Karnal que estava ouvindo mais cedo. O ano não tem nada a ver, mas alguém precisa ser culpado. Me jogo numa pesquisa musical sobre vallenato enquanto escrevo parte disto. O sono chega. Não liguei pra minha mãe, que sofre de saudades da mãe dela...


Acorda, diz Balu. Acordo "tarde". Entre o café da manhã, a zapeada nas redes sociais, sites de notícias e conversas no PV, parte da manhã passa ora lenta, ora rápida. Quando escrevo sobre isso é que percebo meus pequenos privilégios: tenho algo de paz e não vamos sair hoje para fazer nenhuma compra, disse Zanny, abandonando a ideia de ir pegar o saco de terra preta para o canteiro. Evitemos a rua, determinou a preta, sonhando nesta quase madrugada. Faço pequenas coisas, planto acerolas à espera de mudinhas, ouço música ranchera, mando fotinhas para mamis. O sábado vai lento e li que são mais de vinte mil mortos por Covid-19 no país. Nas redes alguém muge "cloroquina neles".

 

A vida é mais que sopro em tempos estranhos e mortais como estes. Amar, ter amor, fazer amor, sentir amor. Algo de amor é necessário para não cair. Abraço sempre que posso a Zanny e o Edgarzinho. Já o fazia antes e muito, mas agora me parece fundamental, necessário, pois tem muito mais no mundo além de Covid-19 para nos afastar. Quando fico sabendo que outros pais, como o Adrian, não terão mais seus filhos por perto, me dói, ainda mais sabendo por quantos perrengues ele vem passando há anos, ainda mais lembrando que a menina tinha idade parecida com a do meu filho... Dona Maria José está melhorzinha, reclamando da  falta de cigarro, aperriando minha tia por isso. A vó sempre foi impaciente se lhe faltava o cigarro. Como culpá-la, se fuma desde criança, desde quando Roraima nem existia? Minha tia é minha comadre. Lembrando disso, atento: minhas duas comadres estão na marca da suspeita do corona. Torço pelas duas, grandes mulheres, lindas e maravilhas filhas, minhas afilhadas. Uma delas, a Bia, faz 19 anos amanhã.

 

Com o cansaço de estar parado o dia todo, estava morrendo de sono às 9h da noite. Aguantei para não cair da cama às 4h. Deu meio certo: desde as cinco minhas costas já doíam de tanto dormir. Quase seis, já ouvindo os passarinhos anunciarem a segunda-feira, levantei, agoniado para queimar correndo a energia acumulada. A chuva não deixou, o chuvisco serviu de pretexto. Ainda olhei pro quintal, fiz as contas de quantas voltas teria que dar e quase vou, assim como quase vou pra avenida de barro. Nem um, nem outro. A balança registou mais umas gramas, falando nisso.

 


Jornalistas e publicitários questionando os levantamentos de como o vírus se espalha nas aglomerações, gente insistindo que "fulana não morreu disso, eu falei com a família", mesmo depois de mostrarem mensagens da família comunicando que a Covid-19 levou mais uma pessoa. O negacionismo adota várias narrativas e mostra o tamanho do fanatismo... A tarde é quente, com uma luz linda às 17h. Vontade de sair correndo, mas mesmo que pudesse sair de boas, de tarde trabalho e de tarde, sei lá por quais cargas d'água, sempre doem as minhas pernas quando corro. Melhor fica em casa e planejar o amanhã em segurança. Hoje completamos nove dias sem sair para nada, tirando as minhas corridas na rua de barro. Se não fosse o carteiro e um entregador de hambúrguer no sábado, seriam nove dias apenas olhando os nossos rostos.

Percebi hoje que levo a conta dos dias da semana pelos dias da coleta de lixo: terça, quinta e sábado. E percebi também como devem sentir-se os aposentados: mesmo não gostando de trabalhar todo dia, talvez o trabalho fosse o que os fazia passar melhor o tempo. Quando chega o final de semana fico meio vazio. Eu deveria estar fazendo como as pessoas de Boa Vista e indo jogar bola nas praças, sendo feliz, aproveitando a vida? Não, com certeza. Aí fico entre a ociosidade e o ranço do discurso do “renove-se na quarentena”.

Vovó está bem. Quer dizer, sem covid, mas com problemas respiratórios ainda.  

Nosso isolamento em datas e números, para um dia lembrar e rir do ano de 2020:

17.03.2020 - Edgarzinho teve as aulas suspensas, inicialmente por apenas 15 dias. Havia 290 confirmados de Covid-19 no Brasil e uma morte registrada. Roraima estava feliz: zero casos, zero mortes.

20.03.2020 - Comecei no trabalho remoto.

17.04.2020 - Fechamos o primeiro mês de distanciamento e o Brasil já tinha 33.682 casos confirmados de Covid-19 e 2.141 mortes pela doença.

18.04.2020 - Dados de Roraima: 222 casos confirmados e 3 óbitos.

24.05.2020 - Dois meses após começarem as ações de distanciamento social, mas também de reabrirem comércios, Roraima tem 2.439 casos confirmados e 86 óbitos. Não temos o Hospital de Campanha funcionando e o HGR está lotado em mais de 100 de sua capacidade.

27.05.2020 - Covid-19 em Roraima: 2.959 casos acumulados, 190 internados, 715 recuperados e 102 óbitos, de acordo com o boletim da Sesau.

28.05.2020 - O Brasil já é o novo epicentro mundial da doença e cidades como Boa Vista já anunciam que planejam reabrir tudo oficialmente (porque extraoficialmente o mundo nunca parou).

Esta semana fiquei feliz por várias pessoas conhecidas de longe ou de perto. Vi que tiveram textos selecionados no concurso literário Devair Fiorotti, que ajudei a organizar. Entre várias coisas da organização, fiquei conectando os títulos dos textos aos nomes dos autores nas tabelas dos selecionados. A cada ficha com nome familiar, um "olha, fulan@, foi selecionado. Que bom" ecoava na minha mente. Teve até uns "eu conheço esse nome de algum lugar", seguido de pesquisa nas redes sociais e o encontro com o perfil da pessoa entre os meus amigos virtuais. É bem reconfortante saber que faço parte de uma ação responsável por alegrias e satisfações aos outros.

A chuva cai, quase não corro mais, o peso está voltando e queria encontrar gente, passear um pouco, visitar minha mãe e comer hallaca na casa dela. Mas não tem como se jogar nisso sem riscos e assim chegamos ao final da 11a semana de distanciamento social, isolamento, quarentena, vida normal sem visitas e saídas, nova rotina forever.

Choveu muito ontem. Muito mesmo e com força. Com tanta força que a água decidiu passar pelo telhado, mesmo tendo mandado arrumar tudo lá em fevereiro. Apareceram duas goteiras na sala, uma delas justamente no lugar onde sento no sofá. Linhas de água também escorreram pela parede, a mesma parede que o pedreiro supostamente havia vedado. Que ódio disso.


Com tanta chuva, a noite foi fria. Amanheceu gostoso. Bom para esquecer por alguns momentos que a semana foi tensa no Brasil tanto na área política como na sanitária. Entre os ataques da milícia bolsonarista à democracia e as mais de 25 mil mortes por Covid-19 no Brasil vamos fechando mais uma semana com saúde física aqui na maloca. Já a mental não sei muito bem como anda, mas vamos arrastando até onde der. 


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Este é o nono registro dos meus dias de quarentena e distanciamento social iniciados em março para tentar passar sem danos pela pandemia da covid-19. Tem outras postagens aqui.

sexta-feira, maio 22, 2009

No rumo dos cinco anos blogando

(Da Série Remember)


O post aí completa dois anos neste sábado. Seu Borges abateu-se muito desde aquele maio em que escreveu essa resposta. Coisas da idade, coisas naturais.
Fica aí então mais esse texto de anos passados enquanto não chega a festa da meia década do Crônicas de Fronteira.

Histórias de amor familiares

Quarta-feira, Maio 23, 2007

Edgar Borges Ferreira, meu avô, é um poeta que nunca fez poesias. Eis a resposta escrita dele à minha pergunta sobre o começo do namoro com minha avó, dona Maria José, na segunda metade da década de 1940. Se alguém me arranjar descrição melhor para um começo de relacionamento, pago um sorvete.
Edgar Neto: como começou o namoro de vocês?
Edgar Avô: um primeiro olhar de reconhecimento; um segundo olhar mais desembaraçado; um terceiro olhar totalmente correspondido; um aperto de mãos e a explosão da paixão.

terça-feira, novembro 24, 2015

Mamis, aquela que sempre está para me deixar alegre

Dona Neide, filha de Maria José e seu Borges, comemorou aniversário no sábado, 21 de novembro.

Rápida nas palavras e melhor cozinheira best forever, a avó do Edgarzinho é daquelas mães padrão coruja, sempre tentando deixar tudo melhor com amor ou com humor.

Diz a patroa que melhor sogra nunca haverá pelas bandas de cá.

Na manhã de sábado, bem cedinho, conversávamos ao telefone sobre o resultado preliminar do VI Festival Canto Forte, no qual Zanny e eu estávamos concorrendo com uma música cada como compositores. As eliminatórias haviam sido quinta e sexta, com o as finalistas sendo divulgadas na segunda noite.

- Classificaram as músicas?

- A Zanny sim. Eu, não.

- Que bom, meu filho. Fico feliz por ela. E não fique triste por não ido pra final: pra uma pessoa que foi criada ouvindo merengue na Venezuela, só o fato de fazer um samba já é vitória.

Eu, que já tava de boas, sem tristeza musical nenhuma, fiquei melhor ainda e gargalhei horrores.

Aproveito a deixa e disponibilizo aí os vídeos dos ensaios gerais das duas músicas. A minha,  Ensinamentos, foi cantada por Paulo Segundo e a da Zanny por Claudia Lima. Meu Canto de Amor por Roraima ficou em sétimo lugar.

Confiram:


quarta-feira, setembro 03, 2008

E a vida?



Para não dizer que tudo tá igual, chuviscou agora há pouco. Bem pouco, apenas o suficiente para mostrar que até para o mundo acabar precisar dar uma refrescada.

Dona Maria José, minha vó fonte de informaçoes sobre o passado de Boa Vista, me conta:

- Ainda não estamos no mês quente. O calor vai chegar em outubro. Antigamente ainda chovia muito em setembro, mas agora eu não sei como estão as coisas. Mudou tudo, né?

Como assim, vó? Ainda vai ficar mais quente? Daí relembro que ainda virá um mês em que não venta na cidade. As folhas ficam paradas, o calor aumenta por 10 e a sensação é de asfixia.

Ou seja, o mundo vai acabar e tudo vai começar por aqui.


E a história do 3 de setembro?

"Este dia não está nas listas de história, ninguém se lembra dele ou lhe dá o devido valor, mas é muito importante para que Universidade Federal de Roraima seja o que é, pelo menos no lado positivo".

A frase, sem nenhuma ponta de vaidade mas sim de quem acredita que trabalhou por uma educaçaõ melhor para todos, é de meu amigo químico-guitarrista-compositor Rhayder Abensour, que lembra o 3 de setembro de 1998, quando ganhamos a eleição do Diretório Central dos Estudantes. Éramos da chapa Acontecer, que tinha como componentes André Vasconcelos (jornalista), Adelaide Moura (médica), Dorinha Leal (professora de Letras), Érica Figueredo (jornalista) e outros que saíram logo em seguida e por isso não me lembro deles.

Minha função? Diretor de comunicação. Era fácil demais. Tínhamos uma reitoria que não fazia nada para melhorar a estrutura, conhecíamos todo mundo na imprensa, éramos (quer dizer, eles eram) simpáticos e conseguíamos mobilizar o povo rapidamente.


Ocupamos a reitoria; brigamos com os adversários; coordenamos assembléias e assembléias; conseguimos o malocão do campus, à época abandonado, para o DCE; promovemos festas, exposições, ajudamos a formar os Centros Acadêmicos de vários cursos e a fortalecer outros tantos.

O mais importante de tudo, porém, foi ter registrado o DCE no cartório. Outras gestões já haviam passado pelo diretório mas não haviam feito isso. Com a turma do Acontecer, o DCE da Federal de Roraima passou a existir de fato e de direito.

Foi um tempo divertido. Trabalhoso, mas divertido.

Pena que o único que conseguia namorar as meninas bonitas ou mais chegadas no movimento político estudantil era o presidente do DCE.

quarta-feira, junho 16, 2010

Notas sobre junho (para não esquecer no futuro)


1. A maldita tendinite continua. Acho que vou trocar a mão direita por uma nova. Basta arranjar uma de meu modelo.

2. Quando chove, chove. Quando esquenta, esquenta e muito em BV. O clima está ficando doido.

3. O Brasil jogou ontem com os meus primos da Córeia do Norte. Como os coreanos perderam, o castigo será ter que beber um litro de urânio enriquecido.

4. Edgarzinho deu um susto ontem. Escondeu-se em um guarda-roupa, chamou por mim bem baixinho (papai...), ninguém o viu e todo mundou pirou buscando o moleque. A preta velha Zanny quase morre de pavor tentando encontrá-lo. Eu dei a volta na casa, saí por um portão e entrei pelo outro e nada (Ah, Edgar, se tu estás me ouvindo e não respondes ao meu chamado, vais ver!). Na segunda volta à casa, o encontraram, sorrindo, dentro do armário, comemorando o primeiro grande susto na mãe, pai, tia, prima Elenita e vó Maria José. Ainda bem que dona Neide não estava por lá.

5. Lembre-te: Edgarzinho saiu à noite pelo portão da casa de minha cumadi Érica Figueiredo e me deu um novo susto. Dei-lhe uma chamada. Nâo contei para Zanny.

6. Tenho que caminhar mais para desfazer o perfil de jabulani.

E agora, respeitável público que não comenta nada neste blog, mando do fundo do blog uma postagem que hoje, 16 de junho, completa cinco anos de publicada originalmente:

Verborragia

Cuspiu na minha cara, dei-lhe um soco. A polícia chegou junto, levou os dois. Mas ele não fez nada. É tudo culpa da oposição. É uma intriga para desestabilizar o país. Chamem um substantivo qualquer e verão como ele aceita suborno. Mensadão, corrigiu o nobre deputado, já de olho no meu bolso e passando uma caneta Mont Blanc para assinar o cheque. Obrigado, prefiro ver uma partida de futebol.

Yes, habemus soccer, beach e estivas em geral. O que? Não! Sul-americanos sim, mas latinos, não. Isso é coisa de cucaracho, dizem nossos primos dos EUA. E se é bom para eles, é bom para nós. Ou não? Mas ter economias em dólar é melhor que ser bacana em real. Na real.

Gringo, eu? Não. Globalizado, antenado, pós-moderno. Tucano? Petista? Ah, pára com isso, eu sou é brasileiro. Eu sou o melhor de meu país, me ensinou um publicitário. Sou cidadão, sim. Não, esse papo de ecologia, respeito aos direitos das minorias e desenvolvimento sustentável é coisa de reacionário, de quem está vendendo a nação para o estrangeiro. Eu quero é progresso e se for preciso derrubar umas árvores, que mal tem?

Ei, esconde esse jornal e essa revista e não deixa ninguém ver a reportagem mostrando que passei a mão naquela grana. O que diriam de mim, senhor? Perdoa esses pecadores que insistem em xeretar a vida alheia. Aliás, se falar mal de algum amigo vai ter. Vai rolar a festa. Ok, separa um filetinho, muito bem. Vamos, sempre em frente.

segunda-feira, novembro 01, 2021

Sobre poemas e esperança - estou no e-book do coletivo COLEI da FFP/UERJ

Boa notícia literária da segunda: estou com um poema no e-book resultante de um concurso promovido pelo Coletivo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil (COLEI) da FFP/UERJ. 


Eu fico muito feliz quando meus textos são publicados, mesmo que não sejam os ganhadores dos concursos. Confesso que agora, revendo, creio que está até muito pessimista, sem combinar com o tema...Enfim...


Meu poema está na página 107. O nome do e-book é “Esperançar é preciso”, uma homenagem ao centenário do educador Paulo Freire. A organização é de Mariana Machado, Maria José da Silva Vaz e Heloisa Carreiro.







O livro pode ser baixado aqui: https://34a03f3c-3dc7-410c-9989-3e5c6a828827.filesusr.com/ugd/9c3119_eb301d9a574541ea8b184d4955ecfd9b.pdf

segunda-feira, maio 07, 2007

Chegaram as águas de maio

Finalmente o verão amazônico está chegando ao fim. Chove em Boa Vista desde o sábado à noite, com pequenos intervalos para dar um tempo à terra seca, desacostumada às chuvas.
As noites agora ficarão mais frias, nada parecidas com os últimos dias, por exemplo, quando o calor, somado à falta de brisa, parecia asfixiar a cidade. Agora ficará mais fácil de sair no meio da tarde sem sentir a pele queimando.
O inverno é bom para os agricultores plantarem, é bom para pessoas como eu, que ficam de mau humor quando está muito quente. É ruim para quem inventou de fazer casas sobre os lagos que havia na cidade e perto dos igarapés e rios. É ruim também para os agricultores que vivem nas vicinais no interior do Estado. Nesta época, fica difícil transitar nas estradas de barro e escoar a produção.
É bom para passear no intervalo entre uma chuva e outra. É ruim para secar a roupa lavada no final de semana. É bom para namorar debaixo do lençol e tomar chocolate quente. É ruim para namorar no portão.
O inverno é bom para pensar e ouvir música no escuro. É ruim para fazer show ao ar livre.
Mas que tanto, que venham as chuvas com força total. Como bem disse minha avó Maria José, “tava na hora do inverno dar um chute no verão”.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Paz e amor, mas nem tanto...





Desde que o indiozinho nasceu, em janeiro do ano passado, tenho tentado andar numa linha paz e amor com o mundo. Afinal, não quero ninguém fazendo tocaia para deixar meu pemonzinho órfão.
Adotei a seguinte metodologia: tentar zerar a ironia e a irritação causada por atos de estupidez, mau caratismo ou incompetência alheias. Achava que tinha conseguido fechar o ano sem ganhar novos desafetos, mas acredito que me enganei.

A primeira leva de informação sobre o insucesso veio no final do mês passado, durante uma conferência de comunicação. Como não deixei uns caras assinarem a lista de presença depois que havia encerrado o prazo, não votei em umas pessoas para delegado e cortei a palavra de umas figuras que não eram delegados ou observores no evento, lá apareceram as primeiras caras feias.

Depois veio minha atuação como jurado de um concurso de jornalismo local. Lá pelas tantas, assim sem querer, a organizadora contou que havia falado meu nome a uma das concorrentes e a fulana teria dito “Aquele lá que vive de mal com o mundo? Vai dar zero pra todos!”. Eu, de mal com o mundo? A pessoa mais pacífica e amorosa que conheço depois de minha vó Maria José? Imagina se não estivesse na fase paz e amor, o que essas figurinhas não pensariam de mim...

Mas o grande barato foi ontem, no encerramento da II Conferência Estadual de Cultura de Roraima. Além da irritação habitual que causo nas pessoas quando discordo delas (incrível como isso acontece, principalmente se faço isso com aqueles que “têm muito tempo de estrada”, são “representantes de segmento” ou “já fizeram muito por Roraima”), apareceram duas figuras tentando dar o golpe do João Sem Braço em um dos Grupos de Trabalho da conferência.

As duas figuras, integrantes do Fórum Permanente de Cultura de Roraima – do qual ainda penso em fazer parte mas me desanima cada dia mais por ver que está sendo transformado em trampolim de interesses pessoais -, simplesmente ignoraram a vontade do GT e mandaram propostas a mais para serem votadas na plenária.

O povo que fazia parte do GT estranhou, pediu para parar, afirmou que aquelas não eram as propostas nem o número amplamente acordados e aí apareçam as explicações dos mediadores:

- Acho que houve falta de comunicação. O que nós falamos foi em priorizar quatro e não somente mandar quatro para votação, disse um.

- Gente, se essas propostas não forem votadas, isso vai prejudicar o Plano Estadual de Cultura. Nós não podemos deixar somente essas, disse a outra.

Palavras vão, palavras voltam, apareceu uma moção de repúdio à atitude desavergonhada da dupla. Eu fui o primeiro a assinar.

Lá na hora de votar a moção, um delegado que havia sido o primeiro a falar em falta de respeito ao GT levantou-se, falou em questões pessoais, blá, blá, blá, defendeu o direito de defesa da dupla e trabalhou suas palavras para convencer o povo a não votar na moção.

A mediadora, que pela frase anterior sabia o que estava fazendo, veio, fez carinha de choro e pediu desculpas à platéia, que havia sido sem intenção, que aquilo e o outro. Enquanto falava, lembrei de um debate que havia rolado semanas atrás no Fórum sobre o comportamento da mesma na organização da Conferência de Comunicação. Comportamento este que havia motivado a sua expulsão-retirada-exclusão da comissão da Confecom para que o primeiro suplente assumisse o seu lugar e alguém do fórum trabalhasse.

Para justificar o motivo do fórum nunca haver sido comunicado oficialmente de alguma das coisas que estava fazendo, como havia entrado na comissão e desde quando, começou do mesmo jeito, dirigindo-se a mim, que havia levantado essas questões:

- Peço desculpas se nunca o fiz...

Bá, isso que é modus operandi eficiente. Do mesmo jeito que convenceu a galera do fórum de suas boas intenções, convenceu a turma da conferência de cultura e menos de um terço das pessoas que haviam assinado a moção votaram pela sua aprovação.

Resultado, pedir desculpas faz bem ao estilo.

Essa história resumida você pode ler aqui neste blog. Mas bem resumida mesmo.

Eu, como não vivo pedindo desculpas por aí, sei que vou apenas ganhando desafetos por esse mundo de meu Deus. Já pensou se ainda estivesse no estilo irônico “bateu-levou”? Pior, já pensou se eu me importasse um centavo com os sentimentos dessas figuras em relação a mim?

E só lembrei de falar disto pois uma moça que conheci dia desses me disse que o meu jeito é irônico e um pouco ácido. Sinal de que o estilo "Ed paz e amor" ainda não foi percebido pelas pessoas ou então estava apenas me enganando com o sucesso do mesmo. 


Mas bá, vamos falar de coisas boas, pois de gente, ops, coisas ruins o mundo está farto:


A artista plástica Mari Faccio leva sua exposição “Anjos” para a Galeria Franco Melchiorri, no Espaço Cultural Amazonas Brasil, no Centro de Atividades SESC, no Mecejana. O acervo reúne quadros pintados com tinta acrílica sobre tela, fica aberto à visitação até o dia 11 de dezembro. Vai lá, se tu mora aqui em Boa Vista. Tudo lindaço e muito colorido, bem no espírito da Mari.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Como criar um filho

Definir as regras de criação de um filho não é fácil. Qualquer deslize e você o terá no divã do psicoanalista, na mesa do bar ou no banco dos réus argumentando que a forma como foi criado é responsável pelos seus problemas juvenis ou adultos.

É por isso que sempre gostei de ouvir histórias de criação. A mais recente é a do fotografo Orib Ziedson e seu filho Gabriel, que tem cerca de 10 anos.

Ziedson conta que o guri vai quatro vezes por semana às aulas do projeto Arte Jovem do Sesi, onde tem aulas de um monte de coisas, como música, teatro e não sei mais o quê. Além disso,
Gabriel, que às vezes carrega a mesma cara de mal-humorado do pai, tem aulas de caratê à noite (por isso o jovem faixa amarela também é um dos líderes da turminha).

Como eu mesmo gostaria de ter estudado um instrumento musical quando era mais jovem mas a minha mãe, por N motivos, não me matriculou, elogiei a iniciativa do Orib de estimular o guri a fazer tantas atividades.

Orib me diz que, mesmo com as críticas da avó materna do Gabriel alegando um possível stress do moleque, é partidário do seguinte estilo de vida:

- Eu fui criado sabendo que criança deve fazer o que os pais querem. Se o Gabriel vai ser vagabundo depois que crescer é problema dele, mas enquanto estiver comendo de meu pirão, é do meu jeito: arte, estudos e esporte. Disso ele não vai poder reclamar.

Dona Maria José, minha avó, pensa da mesma forma: criança, velho e soldado deve obedecer determinações superiores. Por isso já está decidido o que farei quando o meu filho nascer: sendo
indiazinha ou indiozinho, terá uma criação exemplar, sem as molezas dos meninos brancos.

Para começar, já defini a regra número 1: aprendeu a caminhar e está com fome? Muito bem, pegue o arco e a flecha e vá caçar ou coletar.

Agora só falta combinar com a mãe a aplicação do AC (Ato de Criação) 1.

sexta-feira, março 08, 2013

Pelo Dia das Mulheres 2013

Começando em Eva ou em Lucy (o fóssil feminino mais antigo já encontrado, caso não saibam), passando pela minha vó Maria José e dona Neide, minha mãe, chegando na patroa Zanny e encostando nas minhas queridas amigas reais e virtuais, eu acho as mulheres o melhor fruto da evolução e da criação. 

E isso mesmo quando estão de TPM, essa pegadinha orgânica sem graça. 

É por isso que hoje e todo dia para mim é dia da mulher. Flores para vocês, que curto pra caramba, e a letra do compositor guatemalteco Ricardo Arjona, que traduz melhor o meu pensamento.

Mujeres 
(Ricardo Arjona) 

 
No se quien las invento
No se quien nos hizo ese favor tuvo que ser Dios
Que vio al hombre tan solo y sin dudar lo penso en dos
En dos
Dicen que fue una costilla
Hubiese dado mi columna vertebral por verlas andar
Despues de hacer el amor hasta el tocador y sin voltear
Sin voltear, sin voltear
Y si habitaran la luna
Habria mas astronautas que arenas en el mar
Mas viajes al espacio que historias en un bar
En un bar, por que negar
Que es lo mejor que se puso en este lugar
Mujeres, lo que nos pidan podemos
Si no podemos no existe
Y si no existe lo inventamos por ustedes
Mujeres, lo que nos pidan podemos
Si no podemos no existe
Y si no existe lo inventamos por ustedes
Mujeres
Que hubiera escrito Neruda
Que habria pintado Picasso
Si no existieran musas
Como ustedes
Nosotros con el machismo, ustedes al feminismo
Y al final la historia termina en par
Porque en pareja vinimos y en pareja hay que terminar
Terminar, terminar

quinta-feira, dezembro 24, 2020

Memórias de 2020 – o ano do fiquei em casa

24 de dezembro de 2020



Há anos não fazia isso de relembrar o que havia acontecido no ano findante.

Sei lá, em várias ocasiões fiz e publiquei aqui, mas tinha perdido a razão. Agora, depois de um ano jodido como este, volta a fazer sentido. Serve como que para dizer: amigo, tanta gente ficou para trás e você conseguiu fechar o ciclo. Valoriza.

Poderia falar de muitas coisas punk, como o cansaço do distanciamento social, a falta dos amigos, os nove ou dez meses que não encosto para abraçar minha mãe e ficamos falando apenas de longe, as semanas em que cheguei a pensar que a Zanny ia morrer de tão doente que ficou, mas o que pegou mesmo foi novembro e dezembro.

Foi no dia 17 de novembro que recebemos, no grupo criado só para trocar informações sobre a minha vó Maria José, uma foto dela toda feliz terminando o almoço. E logo em seguida recebemos o aviso de que estava sendo levada para o hospital após ter caído.

Está lá até agora, internada. Primeiro no Hospital Geral de Roraima, onde podíamos visitá-la. Depois no Hospital das Clínicas, onde não permitem visitas para diminuir o risco de que pegue covid-19.

Foi ainda em novembro que chegou o aviso de minha tia, a principal pessoa a tomar conta da vó, estava com covid-19, que estava começando a ter problemas para respirar, que havia sido internada às pressas.

Até hoje está internada. Já passou pela UTI, saiu, mas ficou muito fragilizada. Nos vídeos que minha afilhada manda do quarto do hospital, nota-se como a doença maltrata as pessoas.

Novembro e dezembro foram duros, mas o ano teve outros momentos, entre agradáveis e bons para serem esquecidos.

Como lembrar das coisas diferentes em um ano tão repetitivo

Dei uma navegada pelo arquivo do Google fotos para visualizar o que havia registrado e salvo no drive. Isso me ajudou a relembrar alguns momentos da ano. Foi mais ou menos assim:

Fui à praia do Curupira como nunca havia ido em 12 anos morando perto. Muitas vezes só para correr numa trilha coberta, algumas poucas para tomar banho.

Nesses nove, dez meses de isolamento, só tive encontros sociais na praça do Mirandinha, mantendo distância e sem tocar, seis vezes. A solidão social foi dura de aguentar.

Para ocupar a mente gravei poemas para o youtube, publiquei poemas nas redes sociais e desenhei cerâmicas que estavam jogadas no quintal. Me integrei a um grupo de estudos sobre literatura indígena e fiz uma disciplina de doutorado na Universidade Federal Fluminense como aluno especial.

Corri regularmente como nunca havia corrido na vida (talvez quando tinha uns 13 ou 14 anos, mas não lembro direito). 

Cheguei a ter pique para completar seis quilômetros, mas doenças, dores, cansaços e o asfaltamento de minha avenida antes solitária e de barro me fizeram diminuir e mudar a rota, baixando para um trecho tranquilo e sem gente de apenas 3,5 km. 

De acordo a retrospectiva do app Strava, corri ou pedalei 463 km, divididos entre  128 dias.

Uma anotação me lembra que comecei o ano com 73,9 quilos. Hoje me pesei depois de tomar café e estava com 73,5 kg. Cheguei aos 71,5 kg em certo momento do ano. Melhor não ter baixado tanto do que voltar a ficar com medo da diabetes.

Bem, por mês, de acordo com o drive de fotos, os destaque da vida foram assim:

Janeiro – Rolou o último churrasco do ano, na praça do Mirandinha. Participei de uma exposição de miniaturas no shopping Garden

Fevereiro – Teve viagem minha, da Zanny e do Edgarzinho ao Espírito Santo com Timóteo, Grazi e Liz Camargo. Depois teve carnaval e preparação para voltar a trabalhar, o que incluiu fazer a segunda tatuagem de minha vida.

Março – Participei de outra exposição de miniaturas e gravei um vídeo sobre isso. Voltei ao trabalho depois de dois anos afastado. Fecharam tudo, voltei para casa, de onde trabalho todos os dias desde então. Fecharam as praias, o que me levou a sair de correr na areia para correr na avenida que era de barro nessa época. Aí aumentei a quilometragem dia após dia, até chegar, meses depois, nos seis quilômetros.

Abril – parece que nada rolou, além dos Diários da Covid-19, minhas publicações relatando as primeiras semanas de distanciamento social.

Maio – Parei de escrever os Diários da Covid-19. Tudo se repetia e nada de horizontes melhores. Mal sabia que chegaríamos em dezembro com mais de 180 mil mortes pela doença no país. Editei o vídeo da primeira fase da campanha dos escritores de Roraima “Fique em Casa e leia um livro”. Fiz a primeira de duas ou três lives com Timóteo Camargo, modo que encontramos de ver-nos e conversar bobagens em segurança nessa época. Morreu o compositor Aldir Blanc, que viria a dar nome a todas as leis publicadas meses depois para lançar editais de auxílio e renda para artistas.

Junho – Começaram a cair com força as chuvas e as goteiras de casa. Senti frio em certos dias, frio de usar meia durante o dia. Fiz as primeiras lives do meu projeto Diálogos Literários Pandêmicos. Foram no instagram.



Julho – Botamos grama no quintal. Literalmente, eu e Zanny botamos a grama no quintal, carregando e montando os retângulos. Fizemos também um canteiro suspenso. Uma telha voou numa ventania noturna, começou a cair água no quarto, tive medo que o forro desabasse e estragasse o guarda-roupa. Entre julho e agosto Zanny adoeceu muito, com fraquezas, vômitos, febres.

Ficamos entre os dois resultados negativos para Covid-19, duas avaliações dizendo que era sim coronavírus e uma outra falando que era uma violenta infecção. Na dúvida, seguindo as orientações médicas, ficamos, como na canção, dormindo em camas separadas por um tempo até ela melhorar. 

Demorou e em certo momento, entre um soro e outro em suas veias e nada dela se fortalecer, cheguei a pensar em como iria criar o Edgarzinho sem a mãe.

Agosto – Colhi pitangas, acerolas e tomates no quintal. Recebi as minhas cópias dos livros do concurso literário que ajudei a organizar na UFRR. Teve um sarau on-line para lançar as obras. Publiquei muitos poemas nas redes, me incomodei com as goteiras na sala.

Setembro – Colhi tomates e pepinos. Vi o rio Cauamé subir e descer várias vezes. O carro quebrou mais uma vez. Acho que foi um furo no radiador. Das outras vezes a bateria acabou e um aro vazou óleo e ficou sem freio (isso voltou a acontecer em novembro ou dezembro, mas em outra roda. Sinal de que devo trocar esse meu bichinho).

Outubro – Fui júri de dois concursos literários no Sesc Roraima. Também fui um dos selecionados para o time de escritores que participou da versão on-line do Festival Literário do Sesc. Fizemos uma edição do Sarau da Lona Poética no encerramento do evento. Foi pelo youtube, o que nos estimulou a sair do instagram para reunir a turma na outra plataforma.  Dei uma entrevista via gravação em casa para a Band Roraima sobre o dia do livro.



Novembro – Comecei a gravar o podcast Macuxicast com o LuizValério e a Zanny. Participei da edição 2020 do Festival Literário de São Gonçalo (RJ), ganhei charges minhas do Lindomar Bach e revistas da Tribo da Justiça do Rapha Porto, arrisquei dividir uma praia com os amigos, fiz Sarau da Lona Poética, vi minha tia e vó serem internadas, ganhei a terceira publicação seguida de poemas meus na revista eletrônica de literatura Literalivre.

Dezembro  - Retomei arealização dos Diálogos Literários Pandêmicos, agora no you tube, fui selecionado em dois editais das leis Aldir Blanc do município de Boa Vista e do Estado de Roraima, o carro quebrou de novo e já agendei fazer mais um conserto em janeiro. 

Fizemos a mais longa edição da Lona Poética até agora, com 3h30 deduração. Também fui selecionado para ser parecerista cultural de uma secretaria de cultura de outro estado. Agora só falta me cadastrar.

Hoje é 24 de dezembro. Falta uma semana para o ano acabar. A vacina já está mais perto, não tanto como queria, mas perto.

Não tenho muitos sonhos para 2021. Só quero que minha família não sofra e que eu tenha foco para me dedicar mais à minha carreira literária. O restante é rotina.

Ah, quando lembrava ia anotando o que estava lendo e vendo.

Ficou essa lista de livros, HQs, séries e filmes (só os que consegui ver por inteiro). Não entram aí os inúmeros vídeos que vi no youtube sobre história da música na América Latina, sobretudo sobre salsa. Também não entram artigos e livros científicos. Que se jodan.

Então, o que você compartilhou, sem saber, comigo de leituras e vídeos?

Quase todas as séries, livros, filmes e afins que vi em 2020

Séries

1. Ascenção do Império Otomano
2. Unbreakable Kimmy Schimidt
3.
The Good Place
4. Drácula
5. Paradise DP 2t
6. Brooklin 99 6t
7. Titans 2t
8. Altered carbon 2t
9. Modern Family t 1, 2, 3, 4, 5, 6,7,8,9,10
10. Barbarians
11. La Revolution
12. Archer t 11

13. Por trás daquele som – t 1 e t 2

14. Rompan todo: La historia del rock en América Latina


FILMES
1.Hobbes and Shaw
2. Wonder Woman linhagem de sangue
3. 1917
4. Cães de guerra
5. Get Hard
6. O elo perdido
7. Operações Especiais
8. Um amor, mil casamentos
9. A leí da noite
10. Al son que me toquen, bailo
11. Atomic blondie
12. Senhor Estagiário
13. Resgate
14. Doc O mundo sem ninguém - AL
15. Doc As cidades mais incríveis do mundo antigo
16. Doc A grande história: humanos carnívoros
17. Loco por vós
18. American made
19. Doc Império Mongol
20. Focus
21. Liga da Justiça Sombria
22. Justice League Dark: Apokolips War 
23. Te quiero, imbecil.
24. No andaba muerto, estaba de parranda
25. Eurovision - festival da canção
26. Parker
27. O homem que mudou o jogo
28. Milf
29. Power
30. A lenda do cavaleiro sem cabeça
31. Origens Secretas
32. Afonso Padilha, alma de pobre
33. GDLK
34. Broken city
35.
The Devil all the time
36. Enola Holmes
37. Superman, o homem do amanhã
38. Superman Red Son
39.
O Halloween do Hubie
40. Ya no estoy aquí
41. Protegendo o inimigo
42. The man from U.NC.L.E
43. Matrix
44. A última cartada
45. Lanterna Verde
46. Troco em dobro
47. Bronx
48. Teocracia em vertigem -  porta dos fundos

LIVROS

1. Greenland - entre dois mundos, HQ de Bia Cruz
2. Histórias Brasileiras de Verão, Luís Fernando Verissimos.
3. ,Hilda Hilst
4. Capitães da areia, Jorge Amado.
5. 6. Contos reunidos, Moacyr Scliar
6. Faca, Ronaldo Correia de Brito
7. Ideias para adiar o fim do mundo, Ailton Krenak


HQs 

1. Coringa, de Brian Azarello
2. Constantine, a fagulha e a chama
3. Demolidor, anjo de guarda
4. A espada selvagem de Conan, a coleção, n° 1. 160 pág.
5. V de vingança
6. Batman que ri
7. O Cortiço
8. Pílulas Azuis
9. Tribo da Justiça 1 e 2
10. Dilbert – Já não lembro mais se somos muquiranas ou espertos


segunda-feira, junho 05, 2006

Histórias de índio: infância


Nasci apressado, antes dos nove meses de gestação. Para aprender a controlar a ansiedade, passei uns dias na incubadora.

Naquele dia, conta minha avó Maria José, chovia muito. Era junho, quando o inverno amazônico já está com tudo, elevando o nível dos rios e das lagoas.

Conta dona Neide que a minha primeira palavra escrita foi "Deus".

Ainda lembro daquele gibi do Scooby Doo em português que a professora pegou no jardim de infância e nunca mais devolveu.

Na Venezuela, todos me chamavam de "brasilerito". Quando vinha passar as férias no Brasil, me chamavam de "mira, muchacho".

Entre os seis e oito, acredito, tive hepatite e fui considerado caso perdido pelos médicos. Com muito carinho de mãe, ervas medicinais, frutas e uma promessa à Santa Virgen de la Pastora, sobrevivi.

Aos nove anos queria ser dono de uma banca de revistas.

Acho que entre os 10 e 11 anos era apaixonado pela Blanca num mês e pela Rocio no outro.

Quando moleque, lia e entendia bem o português. Pensava que falava bem, mas era uma ilusão.

Fui um moleque quieto demais, chorão demais, protegido demais.

Fui beijado na boca, com língua e tudo, pela primeira vez aos 10 anos. Fiquei de olho aberto para ver que história gostosa era essa. Foi bom...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Espirituosa

Ligeiramente cambaleante, depois de ser medicada para normalizar a pressão, que estava em 20 x 10, dona Maria José me diz na saída do hospital, quando a pego pelo braço para irmos até o carro:

- Eu estou bem. Não sei pra que tanta gente me segurando como se eu fosse cair.

- Quer dizer que a senhora está bem? Então vai caminhando até chegar em casa. É só pegar o retão da avenida e pronto.

Língua afiada, mente rápida e corpo cansado, minha avó responde:

- Meu filho, eu iria, mas o médico insistiu que devo repousar...

sexta-feira, abril 17, 2020

Diário da covid-19: em que dia estamos e até quando estaremos?

Sábado, 11/4

Irritado de tanto ver jornalistas entrando na onda do conspiracionismo em relação à covid-9, ontem à noite postei um texto no facebook. Estava meio de cabeça quente e acabei por chamar o povo de burro, mas foi sem querer querendo. Aí, o Marlen começou a falar de que não podia xingar o bolsoniro e acabamos dando uma volta ao mundo e fugindo do tema. Nisso ficamos um tempão. 

Uma das primeiras coisas que li hoje foi este texto do Leonardo Sakamoto sobre o discurso negacionista e como os caras fazem com que se torne um vírus: adaptável a qualquer situação. Tudo para dificultar o combate ao coronavírus e garantir a narrativa do bozo.

O que mais me chamou a atenção, entretanto, foi a parte em que ele fala sobre as expectativas de muita gente que acredita ser esta pandemia o momento de uma melhoria como humanidade. Muitos conhecidos apostam nisso. Eu estou com os dois pés atrás.

A manhã está lenta, não há muito o que fazer e fico nas redes sociais navegando. O lance de ficar passeando muito no Facebook é que a gente vê como algumas pessoas ficaram tapadas com o passar do tempo. Uma coisa que sempre aparece é a criminalização do que se poderia chamar de ideologia. A primeira vez que vi isso foi antes da eleição, quando o Márcio, antigo colega de escola que depois virou militar do Exército e seguidor fervoroso de alguma igreja evangélica qualquer, veio dizer que as ideologias faziam mal ao país e que o Bolsonaro estava acima delas, blá, blá,blá. Na época, achei apenas que fosse idiotice de quem nunca parou para pesquisar sobre o conceito, mas o lance é forte. Os caras trabalham uma narrativa afirmando que ideologia é ruim, que eles não são ideólogos e por isso atuam pelo bem do país, que defender algo que discorde do pensamento necropolítico deles é ideologia... Ou seja, são ideólogos, pero no mucho pois não se assumem mesmo sendo. Quem ganha uma discussão racional com gente tapada assim? Povo burro do caraio. Nunca leram nada além das correntes de whastapp e ficam pagando de sábios. 

Estou irritado. Vou aproveitar e passar pano na casa para ficar cansado e não pensar nas idiotices que escrevem. 

Tarde: as horas se arrastam.

Domingo, 12/4

7h25. Acabo de desistir de ir correr. Céu tá lindo, nublado, tá ventando gostosin e friozin. Na minha justificativa mental digo que esta semana fui umas cinco vezes correr e que mesmo tendo atingido só parte da quilometragem-meta em várias ocasiões, tá valendo. Balu me olha como se pensasse "E aí, vai correr ou dormir?". Zanny fez uma poda violenta nele ontem. Eu tô pensando em meu cabelo crescendo nas laterais e o risco que é ir num cabelereiro. 
(Cabelereiro é uma palavra engraçada de escrever. Só acerto com o corretor)


O olhar da cobrança


8h40. Terminei de capinar a frente da casa. Ou seja, hoje o exercício foi pros membros superiores. 
Dia de grandes descobertas sobre pequeninos heróis 

Zanny disse que ontem tava tendo festa no vizinho de trás, com direito a luz especial rebatendo nos muros e gente falando a toda hora no microfone. Eu tava desconfiando desde cedo, mas achei que fosse uma live sertaneja plugada na caixa de som ou um disco ao vivo, não aglomeração. Vivemos num dos bairros que está com a maior quantidade de casos da covid-19 em Boa Vista. Fazer festinha porque o mundo não pode parar é muita irresponsabilidade.

Noite: avanço cada vez mais no meu curso de inglês no Duolingo. O Freddy é professor de inglês na vida real e disse que tá valendo depois de ter-lhe contado que aprendi algumas coisas que não sabia. Quando tudo voltar ao normal quero inscrever o Edgarzinho na escola dele. Aliás, saudades do tempo em que fazíamos planos para sair de casa e levar o moleque nas atividades. 


Segunda, 13/04

Corro e chego aos 4,8 km. O tempo não é o abaixo de 30 minutos que sonho, mas deixo pra lá. Agora me empolguei com a quilometragem e quero fechar 5 km. Conto pra Zanny que havia muitos anos não corria tanto na rua, tipo umas três décadas. Na esteira sim. Na esteira eu voava em...que ano era aquilo mesmo? 2000, 2001? Namorava a Lidiane ainda. Tava recém-formado, tinha pulado de 64 kg para 73, 74 kg em quatro ou cinco anos anos e parecia uma bolachinha com o joelho doendo de tanto carregar peso extra. Entrei na academia, dominei a esteira e puxava ferro de leve. Cheguei a 68 kg com índice de gordura bem baixo, padrão atleta. 

Talvez tenha sido minha melhor forma física de todos os tempos. Talvez não. Bom é agora: estava com 80 ano passado, agora estou com 72 e pouquinho e me achando magrão. Meu Eu de 2001 diria: vamos baixar daí que não quero usar calça número 40. O meu Eu de 2020 diz: poha, olha aí, baixou de 42 para 40. Tá bonito, heim?  Ou seja, até o peso absoluto é relativo.

Há quanto tempo começou o distanciamento social obrigatório?


Uma homenagem justa


Quente, tarde quente. Eu no trabalho remoto, Zanny e Edgarzinho na aula remota. 

113 casos confirmados em Roraima  e aumentando. Estudo aponta que nacionalmente  apenas 8% dos casos estão sendo registrados. Ainda tem gente berrando que é tudo mentira e uma grande armação. Agora tem mais gente pedindo para ficarem em casa e gente respondendo que "fica você,  privilegiad@". Meu deus...que agonia. Que vontade de chorar que bateu agora à noite. Que agonia...Eu só queria que todos os que amo (e até os que não) entendessem e ficassem mais quietos. Festas podem esperar. Aniversários se comemoram todo ano. Fica em casa, poha!




Terça, 14/4

Fui dormir antes das 23h, acordei não sei que horas. Sei que bem antes das 5h peguei no celular para ver as horas e às 5h17 levantei. Fiz a comida, corri, inicialmente sem vontade, vontade mesmo era de ficar sentado fazendo nada, mas fazer nada no meio de horas e horas em que nada se pode fazer dá agonia. Corri bonito, meio tarde, já mais 7h15 quando saí, sol quente. Fiz 5,1 km. A meta de distância foi atingida. Amanhã, se correr, quero aumentar. Quero 5,5 km, depois 6 km. Por um momento surto e penso "que tal 10 km?". 

Falei pelo direct com o Luciano Abreu. Ele tá com covid-19, a Helen perdeu o pai e os dois estão isolados em Manaus, terra onde não param de surgir casos de coronavírus. Roraima está com medo do Amazonas. A cada dia surgem rumores de ônibus de gente de lá vindo para cá se recuperar. Verdade ou mentira, o povo já tá assustado. 


Terminei de ler o livro de contos do Scliar. 
Avancei pela manhã no artigo prometido à Leila. Isso me deixa feliz. Também fiz um ou dois poemas ontem. 

Antes de avançar no artigo, fiz a bobagem de ver um vídeo no perfil dos Jornalistas Livres no IG e no final chorei como se tivesse sido uma história real comigo, como se tivesse sido minha avó. Bateu um pavor da velhinha morrer por conta da covid-19.. Agora mesmo, enquanto escrevo, meus olhos voltaram a marejar. Baixei o vídeo e mandei no grupo da família (que quase não tem ninguém, mas ainda assim tem esse nome). Reforcei o dito há semanas: não deixem o povo baladeiro dos rolezinhos e saídas desnecessárias chegar perto da dona Maria José. Fiz isso e continuei chorando, como se tivessem me respondendo que ela havia contraído a doença e falecido. 

Quem sobreviver ao coronavírus vai ter anos de problemas mentais. 

Quarta, 15/04

Não fui correr. Queria dormir, mas o Balu me acordou. 

O compositor Aldir Blanc, autor de músicas como o Bêbado e o equilibrista e a fodástica que não canso de ouvir Catavento e girassol foi diagnosticado  no Rio com suspeita de covid-19. Ontem à noite não tinham feito esse exame e a família estava desesperada pedindo doação na internet para conseguir interná-lo num hospital particular. Nos públicos não tinha vaga nas UTIs, mas com a confirmação abriram vaga nos leitos destinados a estes casos , pelo que entendi.

Detalhe 1: primeiro exemplo de artista que vejo sendo atingido pela superlotação das unidades de saúde.

 Detalhe 2: compositor, apontou alguém na web, é o elo mais pobre na indústria da música. 


Tive fome o dia todo e não tinha nada além de porcarias para beliscar


Fiz e mandei a versão 003 do artigo para a Leila. Quando ouço jazz consigo me concentrar melhor na ciência, lembrei esta semana. Foi ouvindo jazz que escrevi quase toda a dissertação. Apliquei para o artigo também. 

Li um artigo jornalístico muito bom sobre a rotina nos hospitais lotados de Nova Iorque durante a pandemia. Assustador o que o descaso das autoridades pode fazer em casos como o da covid-19. 

Chega a notícia de tarde: morreu o escritor Rubem Fonseca aos 94 anos, fruto de parada cardíaca. Eu tenho uns três livros dele e não sabia que era tão velhinho. 

Abril tá fogo com as artes: anteontem  morreu o Moraes Moreira. Fiz a minha forma de homenagem particular: fiquei horas ouvindo suas músicas (esse espécie de tributo comecei a fazer quando trabalhava na UERR ainda com o Timóteo. Acho que o primeiro tributo foi ao Emílio Santiago). 


Quintal, 16/4

Acordei 6h16, corri 5,25 km, li o começo dos originais de um livro do Rodrigo ambientado em Paris, fiz suco, descasquei batata, comi, cochilei, trabalhei pra caramba editando material da UFRR, falei com o Timóteo pelo hangout, escrevi o release do concurso literário que estou ajudando a organizar também na UFRR, pesquisei sobre como comprar comida sem sair de casa, vi que o presidente demitiu o ministro da saúde, comi cuscuz, li uns contos, fiz meu curso de inglês, liguei pra minha mãe e vi TV. 


Antes de correr, a cara da derrota. Depois superei


A vida se repete quase sem variações todos os dias. 

A vida se repete...

Pelo menos há vida para repetir. 


Sexta, 17/4 

Noite de insônia, noite de dor no joelho. Acordo, como, desisto de ir correr e Zanny vem dizendo que seria bom ir bem cedo no supermercado comprar as verduras, legumes e frutas que estão faltando já. A geladeira está só água e gelo. Vamos no Goiana Expresso, vejo que continuam com as portas fechadas e peço para falar com o gerente, que não chegou ainda, mas o fiscal sim. O menino não responde ao meu bom dia, o que já me irrita. Enquanto digo que tenho uma sugestão, que é a segunda vez que passo no local e vejo as portas laterais fechadas e bom seria abrir para entrar corrente de ar, o rapaz fica olhando para outro lugar. Alguns segundos após ter terminado minha fala, ele responde, laconicamente: "Ok, vou informar o gerente" e volta a jogar o seu olhar no vazio. Bicho...até entendo que o povo acorda cedo, que tá puto de estar ali correndo risco, mas pelo menos, sei lá, finge que tá ouvindo direito o freguês. Desde que comecei a trabalhar sempre fiz isso. Mesmo quando sabia que estava perdendo meu tempo. 

Enfim... Fomos e voltamos para casa e ainda não eram 8h da manhã, mas como havia movimento entre a Aparecida e nossa casa. Parece que é só no meu trecho de corrida que as pessoas dormem e não circulam. No restante, só agitação. 

Chegamos. Aquele estresse de lavar tudo, passar álcool em tudo, tomar cuidado com os lugares onde encostamos, lavar toda a roupa, as compras...

Termino de ler o projeto de livro do Rodrigo e lhe mando uma mensagem de feliz aniversário. Gosto desse carioca. 

Izaura, minha antiga colega de colegiado de Literatura, Livro e Leitura no Ministério da Cultura, me liga lá de Goiás. Quer fazer um sarau digital. Conversamos, pré-combinamos e vamos ver o que dá. 


Máscara digital que ganhei hoje. Me representa


Tarde quente que só. 

Teletrabalho em ação. 

Leio que o governo estadual cancelou a volta ao trabalho na próxima quarta. 

Leio que uma carrada de militares da Operação Acolhida está com coronavírus. 

Leio que foram registrados casos de crianças com a Covid-19 nos abrigos.  

Leio no facebook as postagens de um cara do rock que acredita mesmo que os médicos e cientistas (logo quem mais está penando neste momento para acabar com a pandemia) fizeram experimentos para matar pessoas em Manaus e assim argumentar que a cloroquina não é eficiente para tratar da doença. E que teriam publicado isso. Assim de simples. Masoquista, vou ler os comentários e vejo a turminha de sempre mugindo. 

Depois disso, vejo como fechou a semana: 




"Ah, mas isso aí mata menos que...ah, mas a cloroquina deu certo em..". Teu toba, seu adorador de mortes e integrante de manada. 



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Este é o quinto registro dos meus dias de quarentena e distanciamento social durante a pandemia da covid-19. Tem outras postagens aqui.

Se você também está escrevendo sobre isso, deixa o link nos comentários que quero saber dos teus dias.