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quarta-feira, setembro 04, 2019

(Quase) Todos os livros de autores de Roraima que temos em casa


Voltei a gravar vídeos para o meu canal no Youtube. 

Meu sonho é um dia receber aquele aviso de que tem um cheque me esperando por conta de tanta visualização e seguidor. 

Enquanto isso não chega, me botei uma meta aqui: um vídeo por semana, dividido entre colecionismo, literatura e o que vier. 

Sim, o lance de ter foco não faz parte de minha vida criativa. Vide a diversidade de coisas que já publiquei aqui no blog. Foco é só para os estudos e para as fotos. Para as demais coisas, quanto mais caótico, mais divertido. 

Bueno, vamos lá: mostramos hoje a coleção de livros que temos aqui em casa e foram produzidos por escritores que vivem ou já viveram em Roraima. 

Tem coisa minha e de minha mulher, a poeta Zanny Adairalba. É um vídeo longo, mas que dá um panorama do que vem sendo feito no Estado nas últimas décadas. 

Se você tiver um livro de autores de/em Roraima que não apareceu no vídeo e quiser me presentear, é só mandar mensagem que a gente se encontra. Para receber presente sou rápido. Para dormir também. Não falemos de trabalho pois isso não vem ao caso. 




sexta-feira, junho 09, 2017

Conquistando as piscinas naturais da Serra Grande

Hoje vou falar de uma ecoaventura que fiz nos distantes dias 20 e 21 de maio deste longo ano de 2017. Preparem-se para acompanhar cada gota de suor que soltei na jornada. 

O eco-passeio exigiu um bocado de esforço físico: em companhia de cinco amigos subi a Serra Grande, uma montanha que fica no município do Cantá (RR) e que há muito tempo queria encarar.

Esta minha ecotrip (acho que acabaram os termos aos quais consigo adicionar “eco”) começou com o convite do casal Timóteo e Graziela Camargo. Com eles e Ricardo “Biro” Guimarães, Júlio Fraulob e Marcelo Engelhardt encarei uma trilha e pedras escorregadias no meio da mata até conquistar (olhe aí a petulância do trilheiro) a Serra Grande. Ou pelo menos, mais da metade dela, bem na parte que interessa, com as piscinas que parecem infinitas e uma cachoeira delícia de tomar banho e bater fotos.

 A caminhada começou no sítio Água Fria, que fica na zona rural da vila Serra Grande Dois. Para chegar nesse lugar saímos de Boa Vista, pegamos a BR 401 e entramos na RR 206, passamos pela sede do município do Cantá (a 32 km de BVB) e avançamos mais uns 20 ou 30 km em estrada de picarra e terra batida. 

Sítio Água Fria, o começo de tudo

A divisão


Depois que dividimos as coisas de uso comum para carregar nas mochilas, começamos a caminhar. Logo de cara tivemos que atravessar um igarapé. Como não queria molhar os tênis logo nos primeiros 20 metros da jornada, avancei pela margem um pouco e passei pulando pedras. 


Primeiras puladas sobre as pedras


A umidade estava bem alta e logo comecei a suar muito. Sorte que tinha uma garrafa de água congelada comigo e isso ia matando a sede. O caminho começou fácil, mas logo foi ficando complicado, com troncos no meio da trilha e muitas pedras para pular e subir usando mãos e pernas. Me lembrou a etapa final da subida ao monte Roraima, que encarei há muitos anos, no auge de minha forma física, e na qual fiz “crec” no joelho esquerdo na descida. 


Primeiros passos na trilha


Primeiro terço: o cansaço já está batendo



Abaixa que tem árvore no meio

Pula que tem pedra pra subir


Mãos e pés na subida


Como o ritmo da turma estava bem puxado, houve momentos em que me faltou fôlego. Coisas da idade (naqueles dias indo para os 40, agora tendo 41) e do sedentarismo (naqueles dias caminhando cinco km por noite e passando uma semana sem fazer nada). 

A sorte é que cada momento apareciam córregos para pegar água bem gelada e jogar no rosto, aliviando a agonia do cansaço e o calor da mata fechada. E foi no meio da mata que almoçamos paçoca com banana e suco de cajá (ou taperebá, não lembro mais. Só lembro que serviu para recuperar forças e descansar). 


Almocinho no restaurante Trilha da Serra




Como estamos na temporada das chuvas, há muitas oportunidades para refrescar-se no meio do caminho, dando um mergulho para espantar o calor ou apenas pegando água para molhar o rosto. 


Subimos usando GPS, mas a certa altura saímos da rota e fomos parar no pé de uma parede gigante de pedra. Quando vi aquilo pensei: caraca...será que dá para subir isso sem escorregar? Por sorte, lá no topo (amplia a foto que dá para ver a silhueta do povo) estavam duas pessoas. Começamos a falar com elas na base do grito, perguntando se a trilha era por ali e elas responderam que não, que dava numa cachoeira, mas que não era o caminho correto. Demos meia volta e entramos na trilha correta, eu aliviado pela subida em vão que não fizemos…



Sente o tamanho da pedra que ainda bem que não subimos. Lá, na altura da nuvem, estavam duas pessoas

No meio dessas subidas que nunca acabavam, há percursos no meio do leito de pedra do rio que só aparece no inverno. Dele já dá para ver o rio Branco às nossas costas.

O rio Branco lá trás...e ainda tem chão (ou rio) para subir



Leito do rio que se forma na época das chuvas


Escultura de pedras perto da chegada


Finalmente, depois de sair de 110 metros de altitude e fazer quase quatro horas e 3,15 Km de caminhada, finalmente chegamos ao nosso destino, a 514 metros.  Mas não sem antes pular por cima de mais pedras para não molhar os tênis nos riachos e escorregar várias vezes por conta do limo no caminho. 


O gráfico mostrando nosso trajeto

No ponto de chegada, entre 10 e 20 pessoas já estavam instaladas em redes e barracas e tomando banho nas piscinas naturais mais altas. Por isso, depois de montar acampamento, descemos um pouco a serra e tomamos banho em outro ponto. Ainda bem que a visão de “piscina no horizonte infinito” também se via nelas. A água fria que desce do topo da serra nos ajudou a recobrar as energias e ficar muito bem. No meu caso, acrescentei muito alongamento para evitar dores musculares no dia seguinte. 


Piscina do infinito, uma das recompensas por tanto esforço

Tinha dois tipos de peixinhos na piscina. Como subiram é o mistério

Pose zen deste cronista, para ficar blasé na fotos




 Fizemos a montagem das barracas em dois pontos bem próximos: numa ficamos eu, Graziela e Timóteo. Debaixo da outra lona abrigaram-se Júlio, Marcelo e Biro. Nessa montamos o fogão e a iluminação a base de lâmpadas LED alimentadas por uma bateria de motocicleta, garantindo iluminação padrão “casa” para a janta (pão com linguiça frita), o mate e a conversa. O espaço ficou tão bom que o povo das vizinhanças veio esquentar água com a gente e lá pelas 23h rolou até um momento comunitário. 





Antes da noite chegar e depois do banho, fomos curtir o final da tarde na pedra, vendo o sol iluminar o lavrado, o rio Branco e colorir de laranja a mata da serra. Fiz algumas fotos e aí a bateria de meu celular acabou, mas não antes de enviar lá de cima umas fotos via Whastapp para casa.

A recompensa: o lavrado todo à vista, com o rio Branco em primeiro plano. 

Parece foto posada, mas estávamos mesmo curtindo a visão


Julio, Marcelo, Edgar, Timóteo, Graziela e Biro

Sente a luz linda que tínhamos nessa tarde


O sorriso na cara de quem já escorregou muito na subida
 Quando escureceu e os insetos começaram a incomodar, voltamos para as barracas e providenciamos a janta. Choveu um pouco e quando passou decidimos voltar para a pedra para tomar vinho e ouvir música nas caixas de som com bluetooth que o grupo levou. 

Preparando o jantar


Do ponto onde estávamos, víamos à noite os carros saírem de Mucajaí e atravessarem os 50 km da BR 174 rumo a Boa Vista, cuja iluminação se projetava por detrás da serra. Como era sábado, deduzi que o povo estava vindo curtir as baladas na capital. 


Os demais trilheiros foram chegando e daqui a pouco a roda tinha umas quinze pessoas conversando e ouvindo música. O bom momento, com muito vento frio, acabou quando recomeçou a chover, parando logo em seguida. Como já estava bem tarde, fui deitar e parte do povo ficou celebrando a natureza. 


As chuvas voltaram de madrugada, minha rede começou a molhar dos lados, deixando-me à procura da melhor posição para voltar a dormir. Na verdade, só ficou seca a parte do meio. Até o lençol molhou na brincadeira e não parava de chover, molhando tudo ainda mais… A noite mal dormida foi o grande momento ruim do passeio.

Quando amanheceu, lanchamos, tomei banho e lá pelas 9h, 9h30, começamos a descer. Sabe aquele ditado de “para baixo todo santo ajuda”? Pura conversa. Quase todo mundo escorregou e se ralou um pouco na descida. 

Como estava bem úmido, suei bem mais do que na subida. A certa parte, minha pernas tremiam pelo esforço e os tornozelos e joelhos começaram a doer...quando encontrávamos uma parte reta para caminhar, agradecia pelo descanso. Como já estava indo para casa, nem me preocupava mais em pular as partes com riacho. Passava direto. 

Tirando a chuva me incomodou à noite e esse cansaço, não tenho nada de ruim para contar. Valeu muito a pena sair do conforto de casa para curtir a Serra Grande na companhia desse grupo bom de pessoas. 

(É claro que nessa semana não fiz nada de exercícios, dando tempo para que as pernas se recuperassem.)

sexta-feira, agosto 19, 2016

Poesia em Manaus? Teve sim e com um monte de amigos

Semana passada fomos até a metrópole da Amazônia fazer uma edição do Sarau da Lona Poética. Digo fomos pois fui à frente de uma trupe linda de poetas, artistas visuais e músicos que se integraram ao Coletivo Caimbé nesta jornda: Rodrigo Mebs, Carol Alcoforado, Felipe Thiago, JJ Vilela, Sulivan Barros, Lai Dantas, Zanny Adairalba e meu filhote declamador Edgar Borges Bisneto, esse bonitão aí da foto:  




Saindo de Boa Vista para Manaus para fazer a Lona Poética

Matéria na Folha de Boa Vista sobre o Sarau da Lona Poética em Manaus. Saiu dia 10.08.16


Dois registros do sarau, que rolou na Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, centro de Manaus

O sarau rolou no dia 11 de agosto em Manaus como parte do projeto Sesc Amazônia das Artes. Foi muito bacana.

Aproveitamos para passear também e conferir um pouco das atrações da cidade. Aliás, que cidade quente é Manaus. Tive que tomar remédio várias vezes para não morrer de dor de cabeça. 

Fora a dor de cabeça, teve Teatro Amazonas, Bar do Armando, almoço no mercado municipal e visita ao sebo Alienígena (vontade de morar nele =) ).  E teve reencontro com a atriz Selma Bustamente, que não via desde 1996 ou 1997, quando esteve em Boa Vista para ministrar uma oficina de teatro...

Meus registros de #ArtesUrbanas em Manaus


Acho que vou fazer uma camiseta disso aí #ArtesUrbanas
A imagem feminina duplicada em outra via do Centro de Manaus

Teatro Amazonas

Bar do Armando, na paralela com o Teatro

Prédio abandonado da Biblioteca Municipal de Manaus

No coreto da praça popularmente conhecida como praça da Polícia

Interior do Sebo O Alienígena e a estante caótica dos meus sonhos


Comedor de jaraqui

Com Deus e nossa senhora....
 
Reencontrando Selma, que estava fazendo uma peça no espaço Casarão de Ideias

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Dos custos de morar no meio do mundo

Morar numa cidade do meio ou do fim do mundo tem suas delícias: capital menos populosa do país, ar puro (quando as queimadas deixam); água relativamente pura direto da torneira (mesmo quando a Caer joga esgoto acima da estação de captação); trânsito mais ou menos fluído (mesmo quando a prefeitura e o governo não conseguem bolar jeitos eficientes de criar alternativas de desafogamento) e a chance de em duas horas conseguir fugir do país caso algo dê errado. 

Só não tem jeito o custo de vida. Mesmo com uma área de livre comércio, comprar coisas aqui ainda é muito caro. Por exemplo: dia desses fui atrás de um refletor  para acabar com as reclamações da falta de iluminação frontal em algumas edições do Sarau da Lona Poética. O moço da loja me falou que bicho custa 499 pilas, sem desconto nenhum.
 
Depois do quase infarto que tive e de tomar remédios para não morrer de pânico com esse valor, fui na internet pesquisar o troço. Achei um produto semelhante, cheio das recomendações, faz o que quero e ainda me chama de “Mi amor, my love, meu amor” por um terço do preço, frete já incluído.

Como disse, morar no meio do mundo é gostoso mas é caro.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Deixa a Estátua do Garimpeiro em paz




O coordenador-geral da Frente de Proteção Yanomami e Ye'kuana, da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Catalano, criticou ontem um dos principais símbolos de Roraima, o monumento ao Garimpeiro, na Praça do Centro Cívico. Ele disse que a estátua seria uma apologia ao crime e que, por isso, vai propor a demolição do monumento.

Já havia lido algumas pessoas propondo a derrubada da Estátua do Garimpeiro por conta disto, por conta daquilo, blá, blá, blá. Mas foi a primeira vez que li alguém  com cargo público fazer a proposta.
Quer saber? Sou a favor de que permaneça aí. Se quando foi erguida tinha um significado, hoje adquiriu outro. É a lembrança do que não devemos louvar, mas também faz parte do imaginário de várias gerações. 

Eu mesmo tenho fotos feitas nele quando menino. Meu filho tem e recomendo a todo boa-vistense que leve seu filho para lá fazer a fotinha clássica com o garimpeiro ao fundo.
Quer derrubar "o que não nos representa"? 

Taca bomba no Monumento aos Pioneiros (havia índios aqui ocupando o espaço.No máximo, os brancos foram invasores), derruba a Igreja Matriz (a igreja católica, em certa fase e com certas atitudes, ajudou na opressão dos nativos), deixa cair a Casa da Cultura (opa, isso já está sendo feito) que abrigava os dirigentes vindos de fora para comandar a região; demole a Fazenda São Marcos e o que resta do Forte São Joaquim (ah, não, peraí. Isso já está acontecendo naturalmente e é bem feito, afinal, foi lá que os primeiros invasores firmaram seu controle no vale do Rio Branco).

Todas essas construções tem dualidades no que representam. Vão refletir sobre isso antes de mexer com a coitada da estátua e apoiem as ações contra a mineração ilegal. 

Beijos na bateia.

UP DATE em 11.12.14

Texto publicado no Facebook pela poeta e professora de História Elimacuxi a respeito da proposta de demolição:

Há poucos dias ministrei um minicurso sobre monumentos em Boa Vista e a violência discursiva de alguns deles sobre os indígenas. É preciso saber que a memória social é elemento essencial na composição da identidade e se forma sempre numa arena de disputas. Querer destruir um monumento central da cidade, como o Garimpeiro, é um ato político marcado pelo interesse de manipulação da memória coletiva, assim como também foi esse interesse que levou Helio Campos a erigi-lo, tantos anos atrás.

Eu escrevi parte da história de nosso estado baseando-me nos monumentos, que são importantes documentos históricos. Num estado como o nosso, onde não há arquivo público, onde tudo se apaga e a história é tratada como se fosse propriedade de uns poucos detentores de documentação, a proposta de demolição do Garimpeiro, feita por um representante dos interesses indígenas, não auxilia em nada no debate por uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais respeitosa dos direitos (bem como da memória e da identidade) dos demais.

Ministrei o minicurso por crer que não é demolindo os monumentos que se construirá uma nova consciência, mas demonstrando sua importância enquanto documentos vivos da história de exclusão e violência contra os indígenas daqui.

Não é destruindo obra de arte e patrimônio que se abrem novos caminhos. Conhecimento e amor é que mudam o mundo.

quarta-feira, julho 02, 2014

Retrospectiva sucinta sobre as eleições para cargos majoritários em Roraima

Mapa de Roraima

O engenheiro civil Ottomar Pinto foi o primeiro governador eleito de Roraima. Como em seu tempo não havia sido aprovada a reeleição, apoiou para sucedê-lo o também engenheiro civil Neudo Campos, que se reelegeu e quando saiu para o senado deixou o vice e engenheiro elétrico Flamarion Portela como governador. 

Portela também se reelegeu, foi cassado e em seu lugar assumiu o segundo colocado, Ottomar Pinto. Reelegendo-se, Ottomar morreu em 2007 e a vaga foi ocupada pelo seu vice, o engenheiro civil Anchieta Júnior. Reelegendo-se, Anchieta saiu para o senado e deixou seu vice, o engenheiro agrônomo Chico Rodrigues, como governador.
 
Conclusões:
 
1)    A máquina estadual, com seus cargos e verbas, tem sido imbatível em todas as eleições para governador.
 
2)    Nenhum ex-governador do período pós-ditadura foi eleito senador por Roraima até agora.
 
3)    Roraima sempre foi governado por engenheiros desde a redemocratização.



quarta-feira, maio 14, 2014

Na estrada, de Boa Vista rumo a Santa Elena de Uairén


Dia 6 de maio fui a Santa Elena de Uairén  tentar resolver um problema com a minha documentação venezuelana. Havia tempos que não fazia essa rota sozinho, fosse de carro ou de ônibus. Puxando pela memória, diria que pelo menos uns 10 anos. Acho que a última entrada solitária gerou esta postagem. Ou teria sido esta, fruto de uma outra viagem mas só perpetuada bem depois?

Enfim, seja quanto seja, acordei cinco da manhã e seis horas estava deixando a casa. A estrada está com quase todos os buracos tapados, o que a deixa feito um tapete preto. Para ficar mais segura, só falta sinalizar verticalmente. 

Fiz os 230 km entre Boa Vista e Pacaraima em exatas duas horas. No posto da polícia militar encontrei equipes da produtora contratada pelo governo para fazer os VTs publicitários. O povo estava filmando as ações do programa Tolerância Zero nas Fronteiras, implantado recentemente para tentar controlar o tráfico de drogas e afins naquela parte do Estado. 

Pessoalmente, achei engraçado ver todo ser abordado para que o pessoal pudesse filmar. Depois de apresentar RG, habilitação e documento do carro à policial, vi que um antigo colega de prefeitura estava na equipe da produtora. Sai da parte coberta do posto da PM e buzinei para o Tino Cabeção, mas ele já estava atrás de outro carro, fora de minha visão. 

Quando ia embora, um PM, desses cinquentões, bateu no carro e mandou parar. Pediu todos os documentos de novo, perguntou o motivo de não ter parado na blitz (?), respondi que havia parado sim, perguntou por que o IPVA 2014 não estava pago, respondi irritado (mas controlado, claro, que ninguém se mete com polícia na fronteira) que não precisava pagar pois ainda estava valendo. Perguntou se haviam visto meus documentos, disse que sim e, insatisfeito e talvez querendo fazer bonito pras câmeras, foi perguntar dos colegas se haviam me checado mesmo. Voltou mansinho e mandou que prosseguisse a viagem usando o velho jargão: “pode ir, cidadão”.


Enfim, a viagem foi legal, apesar de não ter resolvido a questão que me levou até a atravessar a fronteira. Meter o pé no acelerador e ouvir a música no máximo faz bem para relaxar. Inclusive, na ida, aproveitei para ouvir todo o novo disco do Calle 13, Multi-viral, que havia baixado um dia antes. 

E agora, fotos e legendas que sintetizam a viagem:

Meu destino: o Saime

Precisa de pessoal para trabalhar ambos sexos? Hum...dubiedade, aqui me tens sem nunca ter saído.

É de lei: chicha para beber toda vez que entro na Venezuela. Aliás, chicha é a melhor coisa da Venezuela

Companheiros de lanche na panaderia perto das 4 esquinas de Santa Elena

Fui caminhar na cidade e aproveitei para entrar pela primeira vez na biblioteca de Santa Elena. Lá, olha quem achei: o livro O livre arbítrio, de Adair J. Santos, pai da patroa

Acho que nem na biblioteca central de Roraima deve ter cópia deste livro e dos outros dois abaixo

Ficha do livro, editado em 1986

Mais dois exemplares da coleção

Aproveitei e deixei um exemplar de meu livro Sem Grandes Delongas na biblioteca.

Frescolita, a segunda melhor bebida da Venezuela depois da chicha

Parada para lavar o rosto no terminal de ônibus de Pacaraima antes de voltar


Ao voltar,  às 13h30, os PMs continuavam pedido documentos do povo e pedindo para abrir os porta-malas 

Parada na BR 174 para esticar as pernas, molha o rosto e olhar ao fundo a serra do Parima, região onde meu pai nasceu

Os campos gerais, o lavrado, o cerrado de Roraima

Seguindo reto, sobe-se a serra e para-se na Venezuela

Fruto de muita pergunta no comércio: casabe, chamado de beiju no Brasil, e catalina (ou cuca, como também é chamada na Venezuela),  coisa gostosa que no Rio Grande do Norte chamam de bolacha preta ou sorda. Isso com queijo é uma delícia. =D