sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Preliminares

O título parece ser sobre algo relacionado a sexo, mas não é. É sobre os preparativos para voltar ao trabalho depois do fim de minha licença para fazer o mestrado. Na verdade, trabalho e sexo, se você vulgarizar um pouco a questão, tem muita coisa em comum. Tem que se preparar, dá prazer e dá desgosto, é preciso juntar-se com outras pessoas, podemos rir e querer ficar ali horas e horas tranquilo e também podemos apenas nos lamentar e pensar “que diabos eu tô fazendo aqui?”.

Voltando a falar das preliminares para o trabalho (ah, lembrei da discussão que fala sobre sexo oral não ser preliminar e sim a parada já em andamento. Só queria dizer que concordo). Bem, voltando a falar de trabalho: estava afastado para fazer o meu mestrado em Letras. Agora que defendi a dissertação e sou um mestre dos magos das Letras Jedi, acabou a tal da “folga” que tinha. Sim, o pessoal acha que estudar é uma folga. Não sabem que em certos dias cheguei a ficar 10, 12 horas escrevendo e lendo para dar conta dos prazos. Posso também comparar com o tempo de trabalho legal de um jornalista numa redação: cinco horas por dia. Ou seja, houve momentos em que parecia o pai do Cris e sua carga horária nos dois empregos.



Me chama de mestre dos magos

Bueno...acabou a folga, volto na segunda para o meu antigo setor, o original, o que me recebeu quando entrei na instituição e do qual saí para não ter que lidar com um sujeito que havia sido nomeado chefe do setor. “Aim...mas o que é isso? Você deveria superar essas coisas, ser uma pessoa melhor, pensar na instituição e patati, patatá”. Tua cara se estás pensando assim. Nunca ouviu falar em ambiente tóxico? Em como a produtividade é afetada pela dissintonia entre a equipe? Então: ouviu agora. Consultoria fucking coach de graça aqui no Crônicas da Fronteira. Espalha por aí.

Durante o meu afastamento, o sujeito foi exonerado do cargo. Não me interessam os motivos, mas a situação: se o fato incomodador não está mais lá, quero voltar. Falei com a atual chefe do setor, que é uma querida e já havia me chefiado na coordenadoria. Juntos, cada um no seu whastapp, conversamos com a atual chefe de gabinete, que viria a ser minha superiora administrativa caso voltasse para onde estava lotado. Esta, que também é um amor de pessoa, concordou e agilizou logo os documentos que me fazem voltar para meu setorzinho querido.

Tudo isso faz parte das preliminares: conversas, pedidos, vai pra lá, vem pra cá, isso, chega tal hora, sai à hora tal... Detalhes acertados, vamos ao como fazer acontecer isso sem parecer um mulambo. Fui checar o guarda-roupa e vi que só tinha uma calça comprida jeans. Calça esta que já deve estar comemorando uns bons seis ou mais anos me acompanhando. Decidi comprar outra, mas o número 42 de calça corte reto caia feito um balão no meu corpo redondo de 164 cm de estatura. Em parte por isso decidi começar a mexer na dieta e também a correr. Agora corro todas as manhãs possíveis numa praia de água doce aqui perto de casa. Com isso me tornei aquilo que mais temia e aquele tipo de gente que sempre achei esquisita: a que acorda cedo para praticar exercícios.  

O resultado dessa nova prática é que agora em fevereiro baixei o número da calça de 42 para 40. As gordurinhas continuam balançando, ainda não vejo a ponta dos meus pés, mas pelo menos consegui comprar uma roupa nova um pouco menor. Inclusive, só estou comprando essa calça por conta do retorno ao trampo. Detesto calça comprida. Por mim, o mundo todo trabalharia de bermudas e camiseta. Ternos e outras peças de vestuário não condizentes com o nosso clima seriam proibidos, inclusive com direito àquelas plaquinhas que colocam na porta dos lugares dizendo que tal roupa não te autoriza a entrar.

Lembro que nestes dois anos afastado eu só usei calça (salvo engano) em duas ocasiões: uma foi na festa de formatura de minha afilhada arquiteta linda. Ela botou no convite que o traje esporte fino era obrigatório e por mais que buscasse no google, não achei nenhum exemplo de foto que incluísse alguém de bermuda...Aí fui arrumadinho para a festa da Sângela. Isto é um exemplo do que se faz por amor. A outra ocasião da calça comprida foi na viagem à Vitória. Para visitar a fábrica de chocolates Garoto é obrigatório usar roupa que cubra toda a perna. Não era obrigatório eu ir na fábrica, mas já que estava lá perto, que custava o sacrifício, né?

Então é isso: volto para meu antigo setor após conversar com o povo sobre ser isso o que queria, comecei a fazer exercícios para melhorar meu humor, ver a ponta dos meus pés e poder usar uma roupa menor e também estou de vestimenta limpa, nova e pronta. 

Ou seja... Preliminares: OK.

Que comecem os jogos.

quinta-feira, fevereiro 20, 2020

Anotações não tão rápidas sobre um fevereiro de esperas e partidas



Depois de dois ou três anos fiz uma viagem para fora do Estado (ir a Lethem, aqui na Guiana, não conta). Fomos em grupo (eu, Zanny, Edgarzinho, Timóteo, Grazi e Liz) para o Espírito Santo e conhecemos a serra, o mar e a zona rural de Vitória. Quer dizer, os Camargo já conheciam, nós não.

Edgarzinho, Timóteo Camargo e eu no projeto Tamar
Zanny Adairalba, Edgarzinho e eu de costas para a Pedra Azul, na Rota do Lagarto, nas montanhas capixabas

Peguei meu diploma de mestre em Letras pela Universidade Federal de Roraima e já dei entrada nos processos de volta ao trabalho e (quem sabe oxalá saia se esse governo Bolsonaro de porcaria não me prejudicar com seus cortes e maldades) progressão por titulação.

Consegui alguém para mexer no telhado da casa e tampar os buracos pelos quais a cada chuva entravam as gotinhas que estavam me fazendo perder o gosto de amar as chuvas. Que venha o próximo inverno.

Sobre o tópico número um: no Espírito Santo pela primeira vez na vida fiz arvorismo (não gostei) e me joguei numa tirolesa (de 700 metros de comprimento e 120 metros de altura). Edzinho me acompanhou nas aventuras. Ele também não curtiu o arvorismo. Ah, e nos hospedamos em um chalé que fica no parque do China, nas montanhas. Foi como amanhecer em outro país, bem mais frio e bem mais rico.

Decidi voltar a me inscrever rotineiramente em concursos literários. E já comecei.

Decidi tocar, pasito a pasito, o projeto do livro de poemas que foi selecionado no edital da Secult de Roraima, edital este que a Secult nunca pagou e talvez nunca pagará. Vou ver se imprimo por conta e faço um lançamento ainda neste semestre ou até julho.

Amanheci neste 20 de fevereiro de 2020 com 73,100 quilos. Em 21 de janeiro de 2019 estava com 80,200 kg. Ou seja, em um ano perdi 7,100 kilinhos. Agora estou vendo de novo a ponta dos meus pés e estou feliz. E acho que ganhei uns meses a mais de vida.

Ah, sobre os benefícios de perder peso: consegui voltar para o número 40 nas calças. Nem sonho em voltar a usar 38, como quando tinha 20 anos, mas estou tão feliz!

Incorporei à minha rotina matutina ir correr na praia do Curupira. Assim aproveito o balneário que tenho tão próximo de casa. Ah, e corro de sunga para aproveitar o sol e ver se bronzeio as coxas, estes pedaços de pele que nunca viram luz nos meus 43 anos de existência.

Continuo acordando muito cedo, às vezes até antes das seis da manhã. Em compensação, quando batem as 22h, 22h30 estou morrendo de sono. Até me conformo, mas estou preocupado com o costume da soneca pós-almoço. Será que vou ficar tonto de sono nas tardes após o meu retorno às labutas trabalhistas? 

Meu velho e guerreiro computador HP da tela gigante que amo deu pau, mandei arrumar, voltou ligando, mas a bateria tá indo pro espaço. Comprei esta semana uma nova. É a segunda já em...sete, oito anos de convivência? Estou aguardando a chegada para continuar usando muito o bichinho. Por enquanto, escrevo com medo do cabo sair e o computador desconectar do nada.