sábado, dezembro 23, 2006

Sobre esse feliz Natal e Próspero Ano Novo


Por muito tempo não gostei das festas natalinas. Essa história de ''feliz ano novo", "tudo de bom para você no ano que chega" e "o novo ano é uma oportunidade de recomeçar" não me empolgava. Acho que fiquei assim quando era um moleque, morador da Venezuela. Um primeiro de janeiro qualquer, depois das festas com muita comida, bebida, risadas e votos de prosperidade, acordei cedo para ir dar uma volta na praça da cidade.

Na minha casa, os restos da alegria: pratos e copos sujos, minha mãe dormindo, o silêncio da ressaca. Nas ruas, trabalhadores de plantão, muitas garrafas de cerveja, casas fechadas e um sol forte. Esse passeio me fez pensar que o mundo não muda apenas pela força de um voto que se repete todo ano de maneira mecânica, que a pobreza de uns continuará a mesma e as dificuldades ou maus hábitos de outros também. O simbolismo do Natal e do ano novo havia morrido naquele momento em mim, à época um guri de 11 ou 12 anos de idade.

A cada virada de ano, a mesma falta de empolgação com as festas tomava conta de mim. Sabe essa história de todo mundo se abraçar e desejar mil coisas boas quando chega a meia-noite? Bá, pura hipocrisia, desculpa para fingir que gostamos uns dos outros, depois que passamos o ano todo brigando e ignorando as necessidades do próximo.

Daí, em 2004, passei o Natal em um ônibus, atravessando o altiplano boliviano, sem nenhum conhecido por perto. Depois de quatro dias viajando de ônibus e trem, cheguei na casa de minha amiga Carla, em Floripa. Na virada do ano, reunido com a família dela, o jantar, as risadas, a queima dos fogos na avenida Beira-mar, o surgimento de uma nova percepção sobre este período do ano.

Onze meses depois, quando a PM matou meu primo, um natal sombrio se aproximava. A família fez força e juntos superamos a tristeza, reforçada por ser dezembro o mês em que o moleque aniversariava. Dessa perda, da dor, veio um ganho: o simbolismo do Natal e do ano novo recobrou sua força. Abraçar meus pais, beijar meus avós, desejar (do fundo do coração) que os meus amigos tenham sempre um ano melhor que o presente, torcer por todos, esse é o grande presente desta época do ano.

Que venham as festas e fique a força para superar desafios e conquistar um outro mundo a cada dia, refletindo sobre como melhorar a nossa conduta e sobre como alcançar os nossos objetivos. Feliz 2007 para todos os que lerem esta crônica, feliz 2007 para todos os que acreditam que podemos sorrir mesmo quando tudo parece perder o sentido, feliz 2007 para quem acredita que o ano novo começa sempre a cada manhã.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Coisas para lembrar do dezembro de 2006

Caos nos aeroportos
15 anos de minha afilhada
fichamentos para a monografia
Exames médicos
Compra do novo som
Calor, muito calor
Poucas postagens no blog
Começo da coluna mundo web no jornal do Nei
Ligeira engordada
II Mostra Canta Roraima
Morte de meu ex-sogro
Viagens ao interior do estado
Enanitos Verdes e Maná no Youtube
Gastos com presentes e lembranças para a família

terça-feira, dezembro 12, 2006

Kd tu?

Ouço nos canais de música da Sky a balada Eyes Whithout a Face e me pergunto: por onde andará Billy Idol?
Converso com amigos sobre clássicos da música pop, sobre trilhas de novelas e lembro do Rick Astley, outro sumido.
Será que os dois viraram produtores musicais, executivos de outros ramos empresariais ou simplesmente engordaram e abriram uma revenda de automóveis ou decidiram criar cavalos?
Do Vanilla Ice, alguém dá notícia? São poucos os estouros do final dos anos 1980 e começo dos 90 que conseguiram chegar na memória coletiva dos anos 2000. Os que chegaram, marcaram o nome da obra e não o seu próprio, como o intérprete de Ghostbusters, tema do filme Os Caça-fantasmas. Ah, você não lembra ou nunca soube? Tranqüilo, eu só sei pela legenda do canal de áudio. É Ray Parker Jr., primo distante do Peter Parker, mais conhecido como Homem-Aranha.
E o Vinicius Cantuária, que outro grande sucesso além de ?Só você? conseguiu emplacar nos últimos anos? ?Meu pensamento voa de encontro ao teu...?.
E você, sente falta de qual artista?

segunda-feira, dezembro 04, 2006


Diários da bicicleta


Então... para aqueles persistentes visitantes, que tantas mensagens deixaram e tantas vezes pensaram no que teria acontecido com este cronista, um fugitivo de suas atribuições blogueiras de escrever e ler com mais regularidade, vai aqui um pouco das aventuras de um índio acima do Equador.

A ultima postagem para valer foi o microconto da porta fechada, postada em primeiro de setembro, há mais de dois meses. Em tópicos, algumas das praias visitadas nestes dias:

- Mudei de emprego e de salário. Agora sou um jornalista a serviço da Universidade Estadual de Roraima.
- Entrei na fase da monografia. Fiz o projeto em duas semanas após o começo do meu ultimo semestre de sociologia na Universidade Federal de Roraima, arranjei o orientador que queria e empaquei na resenha e apresentação de um livro da Agnes Heller.
- Agora viajo quase toda semana para o interior do Estado. Fico surpreso com o que vejo em cada município, tanto para bem como para mal.
- Tirando o Lula, nenhum dos candidatos em que votei na eleição ganhou.
- Participei da comissão julgadora das composições inscritas na II Mostra de Música Canta Roraima, uma realização da Prefeitura de Boa Vista e do Sesc.
- Reaproveitei textos do Crônicas e os publiquei no Overmundo. Também escrevi algumas colaborações para divulgar na agenda do site o que se faz de arte por estas bandas de Boa Vista.
- Me inscrevi no 10º Concurso de Poesia do Sesi e não classifiquei, mas pelo menos fiquei feliz vendo a Zanny recebendo uma premiação na categoria escrita.
- Completamos aqui na oca dos Borges um ano da morte de meu primo (detalhes nos arquivos de novembro de 2005)
- Engordei um pouco...
- Cortei um pouco o cabelo...
- Não vejo há tempos minha afilhada Bia...
- Instalei um som com mp3 no carro e baixei 700 megas de música latina da net...
- Amigos foram embora, outros engravidaram e alguns resolveram entrar no MSN para conversar desde a Venezuela...

Assim, de supetão, é mais ou menos isso. Prometo pelo menos ser um ser semanal.