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segunda-feira, março 29, 2021

Diálogos Literários Pandêmicos # 20: Contadora de histórias, escritora de fantasias, com Alexia Braga

Salve, pessoal! Na 20ª edição dos Diálogos Literários Pandêmicos tive como convidada a escritora Alexia Braga, uma mineira contadora de histórias, dona de um sorriso iluminado e de obras mais lindas ainda.



Autora de vários livros direcionados ao público infanto-juvenil, Alexia conversou sobre o seu processo criativo, suas obras já publicadas e o que planeja fazer no mundo da literatura. Confere aí: 

 

Alexia foi a quarta convidada de uma série de entrevistas que fiz este mês com vários autores de Roraima. 

A realização destas entrevistas complementa o projeto “Literatura e prosa em Roraima”, que aprovei no edital N° 006/2020 - Prêmio Dorval de Magalhães de Literatura. 

 Este projeto é apoiado pelo Governo do Brasil e pelo estado de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da lei federal N 14.017, de 29 de junho de 2020. 

 Confere a relação completa de entrevistados do projeto: 

 8/03: Dia Internacional da Mulher, Vanessa Brandão, jornalista, cronista e editora do blog Minha Janela. (Confere neste link: https://youtu.be/0sQcLEEt3_w)

 15/03: o contista Gabriel Alencar, autor do livro Personagens não bíblicos e suas histórias e de É a vida: microcontos de risadas, amor e morte. (Confere aqui: https://youtu.be/Ap-yesy_X3I)

 22/03: Afonso Rodrigues de Oliveira, articulista do jornal Folha de Boa Vista há mais de trinta anos e autor do livro de crônicas Caçador de Marimbondos e do romance E Deus criou o Mundo. (Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qySwT_uW9GA)

29/03: Alexia Braga, contadora de histórias e autora de vários livros voltados para o público infanto-juvenil. 

Ah, depois ou antes de ver: inscreve-te no canal e comenta. 

 Lembra disso: toda segunda, enquanto durar a pandemia e não chegar a vacina, tem encontro aqui. 

 Para outras coisas relacionadas ao que faço, me segue nas redes: https://twitter.com/Edgar_Borges_ e https://www.instagram.com/edgar_borges_

 

 

segunda-feira, março 22, 2021

Diálogos Literários Pandêmicos # 19: Criando crônicas, marimbondos e histórias no lavrado

 O convidado deste 22 de março de 2021 para o 19º encontro dos Diálogos Literários Pandêmicos foi o cronista Afonso Rodrigues de Oliveira, o mestre Afonso. 

Para mim, foi uma grande felicidade e honra poder entrevistá-lo e matar a saudade de ouvir sua risada. Gosto demais dele.


Seu Afonso já publicou três livros: Zuzinha, de 1975; O Caçador de Marimbondos, de 1992; e uma novela/romance intitulada E Deus criou o Homem, de 2018. Escreve há 37 anos para jornais de Roraima, boa parte desse tempo para a Folha de Boa Vista.

Com 87 anos de muitas histórias e causos, mestre Afonso, como é mais conhecido já mexeu com esculturas e é um dos membros fundadores da Academia Roraimense de Letras. Confere o que ele conversou com a gente, espalha por aí, volta semana que vem.

A realização destas entrevistas complementa o projeto “Literatura e prosa em Roraima”, que aprovei no edital N° 006/2020 - Prêmio Dorval de Magalhães de Literatura. 

 Este projeto é apoiado pelo Governo do Brasil e pelo estado de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da lei federal N⁰ 14.017, de 29 de junho de 2020. 

 Confere a relação completa de entrevistados do projeto: 

 8/03: Dia Internacional da Mulher, Vanessa Brandão, jornalista, cronista e editora do blog Minha Janela. (Confere neste link: https://youtu.be/0sQcLEEt3_w)

 15/03: o contista Gabriel Alencar, autor do livro Personagens não bíblicos e suas histórias e de É a vida: microcontos de risadas, amor e morte. (Confere aqui: https://youtu.be/Ap-yesy_X3I)

 22/03: Afonso Rodrigues de Oliveira, articulista do jornal Folha de Boa Vista há mais de trinta anos e autor do livro de crônicas Caçador de Marimbondos e do romance E Deus criou o Mundo. 

 29/03: Alexia Braga, contadora de histórias e autora de vários livros voltados para o público infanto-juvenil. 

Ah, depois ou antes de ver: inscreve-te no canal e comenta. 

 Lembra disso: toda segunda, enquanto durar a pandemia e não chegar a vacina, tem encontro aqui. 

 Para outras coisas relacionadas ao que faço, me segue nas redes: https://twitter.com/Edgar_Borges_ e https://www.instagram.com/edgar_borges_

segunda-feira, março 15, 2021

Diálogos Literários Pandêmicos # 18: Prosas de fé, risadas e outras histórias

 O músico e escritor Gabriel Alencar foi o convidado da nossa décima-oitava conversa nos Diálogos Literários Pandêmicos. Autor de dois livros de contos e resenhista, falamos sobre sua formação, carreira autoral, gostos literários e seu processo criativo e organizacional. 



O papo com Gabriel nos Diálogos Literários Pandêmicos faz parte de um conjunto de encontros que vou ter durante este mês de março com vários escritores.

A realização destas entrevistas complementa o projeto “Literatura e prosa em Roraima”, que aprovei no edital N° 006/2020 - Prêmio Dorval de Magalhães de Literatura. 

 Este projeto é apoiado pelo Governo do Brasil e pelo estado de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da lei federal N⁰ 14.017, de 29 de junho de 2020. 

 Confere a relação completa de entrevistados do projeto: 

 8/03: Dia Internacional da Mulher, Vanessa Brandão, jornalista, cronista e editora do blog Minha Janela. (Confere neste link: https://youtu.be/0sQcLEEt3_w )

 15/03: o contista Gabriel Alencar, autor do livro Personagens não bíblicos e suas histórias e de É a vida: microcontos de risadas, amor e morte. 

 22/03: Afonso Rodrigues de Oliveira, articulista do jornal Folha de Boa Vista há mais de trinta anos e autor do livro de crônicas Caçador de Marimbondos e do romance E Deus criou o Mundo. 

 29/03: Alexia Braga, contadora de histórias e autora de vários livros voltados para o público infanto-juvenil. 

Ah, depois ou antes de ver: inscreve-te no canal e comenta. 

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segunda-feira, março 08, 2021

Diálogos Literários Pandêmicos # 17: Crônicas do lavrado e da neve

A jornalista e escritora Vanessa Brandão foi a convidada da 17ª edição dos Diálogos Literários Pandêmicos. Vanessa é mestre em Letras pela UFRR, doutoranda na Unesp, mãe do Luigi e editora-chefe do blog Minha Janela, onde publica contos, poemas, crônicas e relatos de viagem desde fevereiro de 2019.



Falamos sobre sua jornada como escritora, suas temáticas, projetos literários, seu blog, a escolha pela prosa e outros temas bem legais para quem deseja saber mais sobre os bastidores da profissão escritor.



A conversa com Vanessa faz parte de um conjunto de encontros que vou ter durante este mês de março com vários escritores.

A realização destas entrevistas complementa o projeto “Literatura e prosa em Roraima”, que aprovei no edital N° 006/2020 - Prêmio Dorval de Magalhães de Literatura.  Este projeto é apoiado pelo Governo do Brasil e pelo estado de Roraima, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e do Fundo Estadual da Cultura, com recursos provenientes da lei federal N⁰ 14.017, de 29 de junho de 2020.

Confere a relação completa de entrevistados:

8/03: Dia Internacional da Mulher, Vanessa Brandão, jornalista, cronista e editora do blog Minha Janela.

15/03: o contista Gabriel Alencar, autor do livro Personagens não bíblicos e suas histórias.

22/03: Afonso Rodrigues de Oliveira, articulista do jornal Folha de Boa Vista há mais de trinta anos e autor do livro de crônicas Caçador de Marimbondos e do romance E Deus criou o Mundo.

29/03: Alexia Braga, contadora de histórias e autora de vários livros voltados para o público infanto-juvenil.

Ah, depois ou antes de ver: inscreve-te no canal e comenta.

Lembra disso: toda segunda, enquanto durar a pandemia e não chegar a vacina, tem encontro aqui. Para outras coisas relacionadas ao que faço, me segue nas redes: https://twitter.com/Edgar_Borges_ e https://www.instagram.com/edgar_borges_.  

 

#LeiAldirBlancRR #SecultRR


sexta-feira, janeiro 29, 2021

Aventuras audiovisuais de um cara que fala baixinho e enrolado

2020 foi um ano feio, 2021 já começou bem pior pessoalmente e nacionalmente. Entretanto, a pandemia, refleti sobre isso esta semana, me fez iniciar e participar de três ações que me forçam a quebrar parte de minha preguiça e inabilidade de falar em público.

A primeira ação é o programa semanal Diálogos Literários Pandêmicos, que apresento toda semana em meu canal do youtube. Conversas e risadas com amigos e pessoas que aprecio. É uma fuga da solidão causada pela pandemia.

Os DLP já estão na 12ª edição. Comecei no instagram, fiz muitos em pouco tempo, cansei, demorei e finalmente, após maturar a ideia bem muito, decidi retomá-los no youtube. Toda segunda, às 19h30, horário de Roraima, estou lá.

Clica aqui e curte o canal. Quero chegar aos mil inscritos e começar a ganhar grana com isso. 

 Semana que vem entrevisto a Zanny, falando nisso: 



A segunda ação também é no Youtube. Não chega a ser inédita em minha vida, mas também traz os seus desafios: é a apresentação, dividida com a poeta Zanny Adairalba, das edições on-line do Sarau da Lona Poética. Como não podemos aglomerar pessoas e não quisemos arriscar a vida de ninguém, decidimos levar para o mundo digital esta atividade que fazemos desde 2014 no mundo real.

O resultado tem sido bom. Todo mês nos encontramos virtualmente com poetas, músicos e declamadores e passamos uma ou duas horas bem agradáveis.

Inclusive, fica o aviso, tem sarau semana que vem. A transmissão acontece no canal do Coletivo: https://www.youtube.com/user/ColetivoCaimbe



A terceira, e aqui é a onda nova, é o programa Macuxicast, um podcast gravado em parceria com o jornalista Luiz Valério e a poeta Zanny Adairalba. Já fizemos 12 entrevistas, falando com gente do rap, da cultura indígena, da rádio, artes visuais e jornalismo cultural.


Aqui eu tento desenrolar um Edgar pouco trabalhado durante a minha vida profissional: o radialista/entrevistador.

A última vez que fiz isso foi em 1996 ou 1997, quando era estudante de jornalismo e quis ficar apresentando o programa Comunicação no Ar, o espaço de experiências que o curso de Jornalismo da UFRR tinha na Rádio Roraima aos sábados (ainda não existia o Núcleo de Rádio e TV da UFRR nessa época).

Tem sido legal, tem sido desafiador, ainda mais para mim, que falo baixo e enrolado. Me obriga a trabalhar a dicção.

Como não havia falado nada ainda sobre isso e já estamos há semanas no ar, decidi botar aqui alguns dos banners de divulgação das entrevistas já feita.

O link para ouvir as edições do podcast é este: https://www.macuxicast.com/podcast-macuxicast

Estamos em todas as plataformas de streaming e elas podem ser acessadas a partir desse link. Vai lá.

Valeu. 

Ah, sim, alguns dos banners: 

Cantor e compositor Neuber Uchoa 

Pesquisadora Ananda Machado


Escritor Leão de Sandra

Radialista Benjamin Monteiro

Escritor e ator Francisco Alves


quinta-feira, abril 09, 2015

Postagem 1002, com prazer

Esta é a postagem de número 1002 no blog Crônicas da Fronteira, um dos mais antigos em atividade aqui em Roraima. 

O espaço surgiu em 2004, criado após ajuda do colega jornalista e ainda blogueiro Avery Veríssimo, que já andava mandando suas E-pístolas. 

Nestes quase 11 anos abri, em 2007, um blog no wordpress para falar da chegada e nascimento de meu filho, abandonei o projeto e abri um outro para falar da cultura de Roraima em 2010. Esse, até hoje mantenho.

Nos últimos anos, por sinal, acabei me dedicando mais a ele que ao Crônicas, que considero o espaço privilegiado para armazenar parte de minha vida pessoal e profissional. 

O outro, no entanto, serve para dar vazão ao lado jornalístico. É ele que recebe, semana após semana, um trabalho que faço teimosamente sem receber há 138 edições: a coluna de jornalismo cultural Rede Literária, publicada no jornal Folha de Boa Vista na versão impressa e lá na versão digital.

Cada blog tem sua função. A do outro é ser trabalho, a deste é ser vida. 

Agora, alguns fotoprints da coluna impressa. Aqui, o link para lê-las todas.









sexta-feira, janeiro 31, 2014

Texto na revista Fórum: Quando matar um índio não é algo mau: o caso Las Rubieras

Semana passada saiu um novo texto de minha autoria no Blog dos Indígenas, espaço aberto a colaborações na Revista Fórum. O material fala de um caso antigo de  massacre de índios na fronteira da Venezuela com a Colômbia. Foi inspirado a partir da descoberta de um clipe do grupo Campesinos Rap, que achei procurando artistas que misturassem joropo, ritmo tradicional de meu país nativo, com o hip hop. 

Do clipe, fui pesquisar o caso. Demorei um pouco até achar as referências textuais que linco no texto: um artigo falando do caso Las Rubieras e um blog escrito pelo advogado de defesa dos acusados da chacina. 

Depois disso veio a fase de criar coragem, muita coragem, para escrever. Entre a descoberta dos textos e a redação final, acho que se passaram uns dois meses...ando preguiçoso, né?

Lê o material e compartilha à vontade. Se você for indígena ou trabalha com os povos originários, manda seu texto, foto, filme, desenho, que a gente está querendo publicar.




Quando matar um índio não é algo mau: o caso Las Rubieras


O índio é um bicho preguiçoso, selvagem, sem cultura, sem o hábito de economizar e acumular que tanto bem fazem ao sistema econômico capitalista. Quer terras mas não sabe como produzir em larga escala. Só atrapalha o progresso e a economia, que tanto precisa de suas terras para desenvolver-se. Sendo assim, matar um indígena para garantir o avanço da mineração, da agricultura e/ou da pecuária é totalmente justificável. A razão estará sempre ao lado de quem atira ou manda atirar.

O parágrafo anterior bem poderia ter sido direcionado aos indígenas do Brasil, mas não sejamos exclusivistas. Eles têm parentes espalhados por todos os cantos da América do Sul. Ou seja, se atrapalham aqui o progresso, como não o fariam no Equador, na Colômbia, no Peru, na Bolívia?

Para esses estorvos, vale desde 1492 a lei do aço. Se com celulares e câmeras digitais os casos atuais de violência e conflitos são registrados facilmente (veja neste link matérias do arquivo da Fórum para saber mais e vamos em frente), vale a pena pensar sobre quantos casos houve sem serem anotados nos cadernos de história.

Quantos mortes de indígenas nas mãos de capangas de fazendeiros ficaram longe dos holofotes da justiça, da mídia? Difícil saber mas sempre aparecem. Foi o caso de um massacre acontecido na fronteira da Venezuela com a Colômbia nos anos 1960.

Donos de terras convidaram para uma festa um grupo de 18 indígenas da etnia Cuiba. Enquanto estavam comendo, foram atacados com terçados e facas. Os que tentaram fugir foram abatidos a tiros, fossem adultos ou crianças. Somente dois conseguiram escapar, seriamente feridos. Os corpos dos mortos foram queimados e misturados ao lixo e fezes dos animais da fazenda Las Rubieras, onde aconteceu o massacre.

Talvez tudo tivesse ficado por isso mesmo se os dos Cuibas sobreviventes não tivessem aparecido meses depois. O caso Las Rubieras foi parar na justiça. Ao defender-se, os acusados alegaram que não sabiam que matar índios era algo ruim, algo mau.

“Para nós, matar índios é como matar veados, pacas e capivaras, com a diferença de que os veados, as pacas e as capivaras não nos fazem dano e os índios sim”, declarou um dos acusados.

A defesa refletiu o contexto histórico da região. Desde 1870, conforme conta o historiador Augusto J. Gómez L. em seu artigo ‘A guerra de extermínio contra os grupos indígenas caçadores-coletores das planícies orientais”, havia registros de massacre dos índios que, sem terras e com a redução de animais silvestres para caça, abatiam gado dos fazendeiros para poder comer.

Os casos de agressão eram tão comuns e naturalizados pela sociedade que foram criados dois termos para identificar o tipo de violência praticado: “guajibiada” designava o ato de procurar e matar grupos de Cuibas e outras etnias da região. “Tojibiada” era a perseguição das mulheres indígenas por homens a cavalo. Quando finalmente elas ficavam cansadas, eram laçadas como gado, jogadas ao chão e estupradas.

Mais de um século de assassinatos em nome da defesa de seus interesses haviam criado na população dos Llanos (planícies) a convicção da normalidade destes atos. Como condenar alguém que agiu conforme os hábitos da região? O artigo do professor Augusto Gómez é cheio de relatos de outras mortes de índios, explicitando pactos mortais entre fazendeiros e autoridades para, pelo uso da força, garantir o uso e a ordem nas terras. Escrito em espanhol, o material pode ser baixado AQUI.

O caso Las Rubieras terminou com todos os acusados sendo absolvidos. A história teve repercussão mundial à época, como pode ser conferido nos textos publicados em 2012 em um blog por Jaime Rafael Pedraza, que atuou como advogado de defesa dos envolvidos.

Toda essa história resumida acima vai virar um filme na Venezuela. Em 2013, o grupo de hip hop Campesinos Rap gravou um clipe com cenas do longa, que deveria ter sido lançado ainda no ano passado.

O clipe apresenta cenas do futuro filme e a letra pode ser dividida em duas partes: a primeira relata o massacre e o julgamento e serve para protestar contra as inúmeras violências cometidas contra os povos indígenas. A segunda atira contra os países que utilizam argumentos antropológicos para oprimir e ocupar militar e economicamente outros países.

Confira o clipe do grupo Campesinos Rap:





Para encerrar, o trecho final do artigo do professor e historiador Augusto J. Gómez L., mostrando que se atualmente não há “guajibiadas” e “tojibiadas”, a situação dos Cuibas não melhorou:


Hoje, os últimos redutos indígenas estão confinados nos rincões das vastas planícies, fugindo dos enfrentamentos armados que, com crescentes intensidade, vêm acontecendo na região nas últimas décadas entre a guerrilha, o exército, os paramilitares e o narcotráfico. Outro grande número de famílias indígenas migrou para os centros urbanos. Lá, deprimidos, humilhados, prostituídos e alcoolizados, concluem sua agonia, depois de mais de um século de perseguição sistemática por aqueles que se chamam “civilizados” mas não demonstram sê-lo.

Edgar Borges, escritor, jornalista, ativista cultural, venezuelano, descendente da etnia Wapichana. Blog pessoal e Twitter.

quinta-feira, agosto 30, 2012

Palavras e imagens da viagem a São Paulo




Como disse na postagem anterior, voltei a São Paulo depois de 11 ou 12 anos. Viagem longa, um pouco cansativa, descobrindo, por exemplo, que a Gol não dá mais bolachinha e sucos para os passageiros. Agora tudo lá encima é comprado. 12 reais o sanduíche e você vai fazer o que? Vai na lanchonete ao lado? Claro que não.

São duas opções: comprar ou não comprar e tentar comer algo no aeroporto. Mas chegando em terra você tropeça com um sanduba de atum nesse valor e pensa: saudades daquelas bolachinhas. Era feliz e não sabia.



Espera chegar a copa para ver aonde vão parar o preço das coisas nos aeroportos

Fui tirando fotos com o meu celular furreca para tentar montar depois um roteiro, como dizem os teóricos literatos, um roteiro imagético, fusão de memórias preservadas pela fotografia e complementadas pela textualidade transcendental da percepção do velho indígena na urbe. Ou algo assim.

Cheguei em Sampa por volta das 11h da quarta-feira (22), um dia antes do III Fórum do programa Onda Cidadã. O Itaú Cultural tinha feito o depósito de uma grana para bancar coisas como transporte e comida e eu já havia feito outros planos para esse dinheiro. Para que sobrasse, fui garimpar na web a forma mais barata de ir do aeroporto de Guarulhos à avenida Paulista. Achei boas dicas nesta postagem “A Bóia em: Ponte Aérea para duros :-)”, do blog Viaje na viagem. Optei pela ônibus executivo, que custaria R$ 35 contra os R$ 115 que o táxi ia me pedir.

Só não deu 100% certo a minha escolha porque o busão parou numa das pontas da Paulista e eu ia para a outra. Como não tinha pesquisado bem as rotas de metrô, deixei de pegar o Consolação em direção à Brigadeiro (barato, seguro e, agora sei, a poucos metros do Itaú Cultural) e entrei num táxi que me largou na porta do hotel por uns R$ 20. Com tudo isso, ainda saiu pela metade do preço o deslocamento.

No caminho, vendo aqueles congestionamentos, sentindo o calor da cidade a baixa umidade do ar, que no dia anterior havia estado em 10%, tasquei no Facebook a seguinte frase com pretensões poéticas:

Sampa seca
parada
cheia de fumaça
e gente acelerada
correndo de outras desgraças.


Profunda, né?

Enfim...

Baixei no hotel, tomei um banho, tentei pegar um táxi até o Museu da Língua Portuguesa, o taxista me dissuadiu, informando que o trânsito estava péssimo e ia demorar e gastar menos se fosse de metrô. Achei bacana a postura do cara, que me deixou na estação Paraíso, na linha que vai direto pra Estação da Luz. 
Já nos subterrâneos, vi que estava rolando festa:

Projeto que vende livros em máquinas. Tem em quase todas as estações


Deixando o metrô lá estava a Pinacoteca, mas essa eu havia visitado da outra vez, no começo dos distantes anos 2000. Fui direito ao Museu (R$ 6 o ingresso, caso te interesse) e vi esse painel enorme com um pouco das características da língua portuguesa, uma sala com mesas em que juntamos palavras projetadas e aparece a origem do termo e a linha do tempo do português.






Depois de uma passadinha na Estação da Luz, de ouvir o cara tocando música sertaneja no pano que deixaram lá justamente para que qualquer um toque o que quiser, de ver as meninas da luz vermelha esperando a freguesia chegar e comprar o produto, fui caminhando para o Mercado Municipal.


No caminho, almoço num bar desses que é a cara de Sampa.
Pensa num sanduba gostoso


Cheguei por volta das 17h no Mercado. Foi só entrar que o celular ficou sem energia suficiente para tirar fotos. Mal dava para olhar as horas. Ainda consegui ficar maravilhado com a organização do lugar e a variedade de produtos mas não demorei muito. Tentei ir caminhando à estação São Bento para fazer o retorno ao Itaú Culturall (ninguém me controla agora que já sei que a estação Brigadeiro fica do lado do prédio deles), mas de loja em loja fui chegando perto demais das 18h.

Cheio de medo de perder o transporte que ia nos levar para o sarau da Cooperifa, peguei um táxi. Lá no Instituto esperei, demorou, esperei, entrei na van, encontrei o Fábio Malini, conheci o Ecio Salles, o Fabrício Noronha e o Ivo Azeredo (todo mundo do Onda Cidadã) e acabamos saindo algumas horas depois do combinado.

O sarau da Cooperifa é realizado no bar do Zé Batidão, no Jardim Guarajá,longe que só da Paulista. Tão longe que dormi na van e ao acordar ainda não havíamos chegado. Na verdade, estávamos perdidos. Nenhuma das vans tinha GPS, só aqueles livros/revistas com mapas de cidade dividida por setor. O povo do teatro que estava em outras vans querendo voltar e os celulares de todo mundo ficando sem bateria, o que impossibilitava consultar o Google Maps. No fim, a solução foi linda: acharam um cara que sabia onde rolava a festa, o sujeito se prontificou a ir lá e ainda curtiu a noite.

E que noite. O sarau é muito, muito bacana. Primeiro o que a esquina do bar do Zé Batidão fica lotadaça. Segundo, rola um clima de respeito com a pessoa que está declamando. Terceiro, geral bate palma quando cada declamador termina. Nessa noite ia rolar uma chuva de livros (mais de 500 volumes para levar de graça) e a entrega de um jogo de camisetas para um time de várzea. Festa bonita, poesia no ar e na mesa o escondidinho de carne do Zé. Foi show. No final ainda entreguei dois livros meus ao Sérgio Vaz, organizador da festa, para a biblioteca da Cooperifa (e, salvo engano, no momento que fiz isso troquei o nome dele por Férrez, um escritor das quebradas de São Paulo. Bem, para quem já chamou de Hubert o Hélio de la Peña isso não é nada). Olha aqui umas fotos desse sarau que acabei de descrever. 


Bem, o texto está ficando longo demais e tenho outras coisas mais importantes para fazer, então vou ser mais sucinto a partir de agora.

Na quinta (23) começaram os trabalhos do III Fórum Onda Cidadã. Muita gente legal, com trabalhos interessantes. Da região Norte, este índio aqui foi o único participante, mas como o mundo digital e real é pequeno, ainda encontrei alguns conhecidos: a professora de jornalismo Ivana Bentes, que 'conheço' desde que cheguei no Brasil e ela apresentava o programa Curta na Tela, na TV Brasil; Sandro K, do grupo Somos, turma que esteve em Boa Vista em 2009 ministrando cursos de redação de projetos culturais; Alexandre  Gomes Vila Boas, do Coletivo 308, outro 'conhecido' da web; e Rene Silva, que vi no Rio de Janeiro no começo do ano, durante a entrega do prêmio Anu Dourado, da Cufa. Lógico que nenhum deles sabia quem eu era, mas o importante não é isso.

Neste link você pode ler o perfil dos participantes do fórum. Tem de tudo: movimento ecológicos, novas tecnologias, fotografia, literatura, música, cinema etc.

Aqui, um pouco do mapeamento feito pelo programa. Caso você, incauto leitor, tenha alguma iniciativa que se encaixe no público-alvo da pesquisa, faça parte. Não se perde nada falando do que se faz. Acessa o site deles.


Foram mapeados 253 GIASCs (Grupos, Ações e Iniciativas Autônomas de Comunicação). Dentre a amostra, 56% se concentra na região Sudeste, 14% no Sul, 14% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste e 6% no Norte





Cansei e esse troço ficou comprido...

Vou legendar por grupo as fotos. Dá para sentir como foi a passagem por Sampa quando deixava a reunião do fórum:



Casa das Rosas, casarão construído nos anos 1930, hoje sede do Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Deixei dois exemplares de meu livro de microcontos Sem Grandes Delongas e um Repoetizando, com poesias de Zanny Adairalba, para serem integrados no projeto Bookcrossing / Campanha "Liberte um Livro". Se alguém de Sampa achar perdido por aí, me avisa.


Programação de agosto e setembro


Sem Grandes Delongas e Repoetizando no projeto Livros Livres

(Fiquei pensando que podiam fazer da Casa de Cultura aqui de Roraima uma espécie de Casa das Rosas. Melhor que deixar o prédio cair.)


Galera do teatro Nós do Morro, que estava em cartaz no Itaú Cultural com a peça Bandeira de Retalhos. Bão que só.




Cartaz da expo Caravaggio e seus seguidores, no Masp. Nele não aparece a fila enorme de lenta para entrar, mas que vale ser enfrentada. As obras do Caravaggio tem 406 de produzidas e são lindas e impactantes. Veja aqui as pinturas que eu vi ao vivo.


Essa pintura foi feita em um escudo que o Caravaggio levava para todo lado.


CENAS DA RUA TEIXEIRA DA SILVA, entre o hotel e a Paulista



CENAS DA AVENIDA PAULISTA



Mosaico no cruzamento da Paulista com a rua Rua Teixeira da Silva
Projeto do Sesc que deixou bonito um tapume na obra que estão tocando na Paulista. Se liga nos minicontos no mural


Avenida Paulista, 9h30, com um trânsito que parece o da rua de minha casa

Outro casarão da Paulista
Quem precisa de Twitter quando se pode ler as manchetes de todos os jornais?
Esse cartaz sempre estava no mesmo lugar. Na primeira vez que o vi, pensei que era o Haddad e um candidato a vereador





Delícia de  bife
Sexta de alegria na Paulista
11 graus. Mesma coisa que estar em Roraima...



 
Memorial à Márcia Prado, no meio da Paulista







Escritor com quem troquei livros no vão do Masp.

R$ 99 na Fnac Paulista. Se não fosse um transtorno de bagagem teria comprado

22 graus. Igual a Roraima

Numa galeria de produtos chineses na Paulista: tudo foi fechado em segundos depois que chegou um alerta da fiscalização se aproximando. Muito, muito rápido eles fecham e depois ficam parados em frente aos boxes, como se ninguém fosse comerciante

Há probreza na Paulista, por onde passam 450 mil pessoas todos os dias, ou uma Boa Vista e um pouco mais de habitantes

Caderno de anotações da professora Beá Meira, relatora do fórum: uma delícia de se ver. Parece uma HQ!




PARA FECHAR, GALERA BACANA QUE ENCAROU A NOITE NA AUGUSTA E NA PAULISTA:


Renato Cafuzo, Pablo Ares, Marcelinho Hora, este cronista, Dudu do Morro Agudo e Rafael Barone. Clique em cada nome para saber qual é a dos caras





MANAUS

Em Manaus, a equipe da Gol mandou os passageiros descerem com os pertences de mão em Manaus pois a tripulação não havia chegado. Eu achei que os nêgos havia se perdido no pagode. Felizmente o reembarque foi rápido.

No trecho MAO-BVB a empresa ficou com pena e ofereceu bolachinhas e bebidas free. O comandante disse que o atraso dele e de sua equipe foi por um congestionamento na ponta Negra causado por um evento cristão. Eu acho que foi pelo pagode, mas tudo bem. O importante é chegar.

Espero não demorar tanto para voltar a São Paulo...11 ou 12 anos é muito tempo para revisitar uma cidade com tantas opções.