sexta-feira, dezembro 24, 2021

Uma entrevista para a rádio Senado falando sobre Incertezas no meio do mundo, poesia e Amazônia

Gente, olha que felicidade: sou o escritor entrevistado desta semana no programa Autores e Livros, produzido pela Rádio Senado e veiculado em todo o país. 

 

Conversei com o jornalista Anderson Mendanha sobre meu livro de poemas Incertezas no Meio do Mundo, sobre o ser escritor, minha ascendência indígena, temáticas e sobre a Amazônia como fonte de inspiração.  

O programa Autores e Livros é uma revista literária com entrevistas com autores, poesias, dicas de livros e também notícias sobre o mundo da literatura e as últimas publicações do Senado Federal. Está disponível no site da rádio Senado e nas plataformas de podcasts às sextas-feiras.


Também é possível ouvir o programa aos sábados, às 17h, e domingos, às 9h, (horário de Brasília) pela Rede Senado de Rádio (no caso, em Roraima na Rádio Assembleia 98.3 FM ou https://al.rr.leg.br/radio-ale/).

Inclusive foi num domingo do primeiro semestre deste ano que conheci o programa, passando no rádio do carro enquanto estava na BR 174, quase chegando na ponte do Cauamé rumo à zona rural de Boa Vista. Gostei muito do formato e desde então escuto todo semana o podcast.
 

Em alguns momentos eu ficava pensando: cara, seria muito legal ser entrevistado no Autores... Aí aconteceu. Quando o Anderson perguntou se topava conversar fiquei muito feliz e surpreso com o convite. Parece até conspiração do universo ao meu favor, aqueles papos de quem deseja muito consegue e tal. Seja lá o que for, fica a dica: mentalize e faça por onde.
 

Se liga: o meu programa pode ser ouvido clicando aqui. Se você tem spotify, o link do programa é este aqui. 

 

Na semana passada também apareci no Autores e Livros, comentando a importância do movimento literário indígena no país. Para ouvir minha fala e a de outras figuras do movimento, clica aqui. 


Lembra de mandar para os amigos e desafetos também.

P.S.:
Nessa onda universo ao meu lado lembrei de como algumas coisas que desejei desde que comecei um trabalho mais ativo na produção cultural e artística acabaram concretizando-se. Entre elas gosto muito de destacar as chances de conhecer a Fundação Casa Grande -Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda (CE), participar (como espectador) de uma edição do Sarau da Cooperifa, lá nas quebradas de SP, e ser convidado para a Feira do Livro de Porto Alegre (RS). Dizem que sonhar faz bem. Concretizar sonhos e anseios também. 

E já sabe, se quiser comprar meu livro, é só chegar:
 


domingo, dezembro 12, 2021

Identificação ativada: um texto sobre identidade para a revista Cult

Um texto meu foi publicado na revista Cult, na seção Lugar de Fala, um espaço aberto a leitores/colaboradores da publicação, sempre com uma temática distinta. 

O tema de novembro de 2021 foi “a arte e a educação como meios para combater
o racismo”.
Gersika Nascimento, minha colega jornalista da UFRR me avisou, fiquei pensando sobre o assunto e em 13/11 escrevi e mandei. Dois dias depois publicaram, mas eu só fui ver agora em dezembro, quase quatro semanas depois.
 

No texto, uma crônica, relato uma atividade que o Coletivo Caimbé fez numa comunidade da Terra Indígena São Marcos e ajudou a fortalecer a identidade das crianças. Quem quiser ler na revista, pode acessar aqui: https://revistacult.uol.com.br/home/identificacao-ativada/.

Ou poupar tempo e só rolar a tela para ver logo aqui, na fonte do criador. 


Identificação ativada

Era nossa primeira atividade na comunidade Campo Alegre, na Terra Indígena São Marcos, em Roraima. No pequeno malocão cheio de crianças com, no máximo, dez anos de idade, estávamos nós, o pessoal da capital que ia contar histórias e fazer outras atividades lúdicas.
 

Já havia conversado com o tuxaua sobre quais eram as etnias predominantes na comunidade. Campo Alegre, nesse então, era formada sobretudo por famílias Macuxi e Wapichana. Tentando estabelecer um elo com as crianças, falei em nossa apresentação que éramos um coletivo literário chamado Caimbé, mesmo nome da árvore característica do lavrado roraimense, e que eu e um dos meus colegas descendíamos de indígenas como elas e os seus pais.
 

Para estimulá-los a falar alguma coisa antes de começar a contação de histórias, perguntei:
 

—Quem aqui é Macuxi?


Silêncio, olhares curiosos em minha direção e para os coleguinhas. Insisti, talvez não houvesse ninguém nesse dia descendente dessa etnia:


— E quem é Wapichana?


Novo silêncio, o rosto sério nos adultos presentes e o olhar ainda mais curioso nos pequenos. Apelei.


— Quem aqui tem pai ou mãe Macuxi ou Wapichana?


Todas as mãos se levantaram, alguns falaram que o pai era de uma etnia e mãe de outra ou que apenas um dos pais era indígena. Em segundos traçaram toda a genealogia do núcleo familiar. Engatei o discurso de fortalecimento da identidade:


— Ah, que legal saber sobre vocês! E vocês sabiam que se nossa mãe ou pai é indígena, nós também somos, vivendo aqui na comunidade ou lá na cidade? Então me digam: aqui é Macuxi ou Wapichana?


Todas as mãos se levantaram, falei mais algumas coisas, meus colegas deram continuidade às ações e fomos embora depois, rumo à comunidade de Vista Alegre, repetir os trabalhos do projeto Caminhada Arteliteratura. Voltamos para a capital e retornamos duas ou três semanas depois para Campo Alegre. Era um sábado de muito vento e desta vez havia mais crianças. Quis testar se a conversa sobre identidade havia surtido algum efeito e perguntei novamente se havia algum indígena no malocão.


Todas as mãozinhas se levantaram. Sorrindo, olhei para os meus colegas e para os adultos da comunidade e insisti no detalhamento, perguntando sobre quem era de qual etnia. Um garotinho levantou as mãos para identificar-se tanto como Macuxi como Wapichana. Lembrei que na primeira visita ele não havia se identificado como pertencente a nenhum grupo e comentei isso com os adultos.
 

— Ah, ele chegou na casa dele, falou com os pais e desde aquele dia fica por toda a comunidade dizendo “eu sou indígena, eu sou Macuxi, eu sou Wapichana” — contou alguém, sorrindo e acrescentando que outras crianças também haviam começado a identificar-se como pertencentes às etnias.


Quando saímos rumo à próxima comunidade, estava muito feliz. Em uma terra como Roraima, onde até bem pouco tempo era vergonhoso identificar-se como indígena, ver crianças assumindo orgulhosamente essa identidade é um sinal de belas e boas mudanças. De todas as recompensas que me trouxeram as viagens do projeto Caminhada Arteliteratura, essa foi a maior de todas.


 
Edgar Borges é escritor, jornalista e articulador do grupo literário Coletivo Caimbé. Mora em Boa Vista, RR.

 

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Para saber mais sobre a Caminhada Arteliteratura, projeto cujo nome fazia referência ao neologismo que criamos e fazia parte da antiga denominação do Coletivo Caimbé, basta clicar aqui.  

 

domingo, dezembro 05, 2021

Um poema premiado numa mostra cultural do IFRR

A semana fechou com uma felicidade literária: um poema de minha autoria foi premiado com o primeiro lugar na categoria Literatura/comunidade externa da Mostra Cultural do IX Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação Tecnológica (Forint) do Instituto Federal de Roraima (IFRR).

 

 

A premiação será um tablet. Estou feliz. Escrevi o poema em julho deste ano, pensando em como as pessoas querem forçar o “está tudo bem” nestes tempos estranhos de variantes e agonias.

 
Eis o poema:
 

Há normalidade 


O relógio de ontem não é mais o mesmo
Engasgo os minutos enquanto sinto esse sabor
Esperando que tudo fosse um sonho
E a normalidade reinasse
E se a normalidade a reinar estivesse
Que tudo se risse entre si
E palhaços cambaleassem circenses na calçada
É segunda, grita o meu vizinho ao seu café
Não o acompanho, não acompanho ninguém
Esta é a normalidade diária que sinto
Me engole, me engasga, me abate
Caio e finjo que continuo em pé
Assim posso segurar os outros que caem
Levantá-los e rir com eles
Dizer-lhes que há normalidade nisso
E que é isso mesmo
Um dia de riso, uns dias de choro
Engasgo, mas nego e digo que
Há normalidade em viver assim
Engolindo as horas
Engolindo medos em dias sem fim
 
.........

Aqui é possível ver a forma bonita como o IFRR divulgou. Fizeram uma transmissão no YouTube e montaram um vídeo padrão Oscar para anunciar os ganhadores. 

Achei muito bacana a estratégia. Clica para assistir, já está no ponto no qual começa a passar o vídeo: 




quinta-feira, dezembro 02, 2021

Venham me ler na 30ª edição da revista Literalivre


Gente bonita que anda por aqui: estou na 30ª edição da revista Literalivre, desta vez com um conto originalmente publicado aqui no blog em 2019. 



 

Confere meu texto “Sabores da noite passada” na página 80 da revista e compartilha o link com quem você conhecer. 

A LiteraLivre é uma iniciativa muito bacana e editar revista não é nada fácil, com equipe ou sem equipe. Então, valorizemos quem faz (eu mesmo já tive vontade de fazer uma revista ou zine literário, mas só de pensar em separar, revisar, diagramar e distribuir me deu canseira). 


Baixa ou lê a LiteraLivre aqui:


sábado, novembro 27, 2021

Um conto de Gabriel Alencar para mim

 Fui homenageado pelo escritor Gabriel Alencar, que me fez personagem e imagem de um dos contos que publica quase todo dia no seu instagram. É o resultado de algumas consultas que me faz quando está pensando seus projetos. 

Acertou na necessidade de estar bem acordado pra poder pensar e gostei da referência ao Coletivo Caimbé. 



Depois lembrei que em Boa Vista tem Dagoberto Ventura, mais conhecido como mestre Caimbé. Mas como ele é da capoeira (eu já fui, há muitos anos, mas nunca passei da segunda graduação. Meu apelido era Cigano) e eu sou da literatura, acho que não vão nos confundir se o nome pegar por aí. Hahahaha


sexta-feira, novembro 26, 2021

Os meus bons resultados na Mostra Picuá

Sexta e sábado passado rolou a primeira edição da Mostra Picuá de cinema e literatura, lá na Serra do Tepequém. Na segunda noite fiquei atualizando o feed do instagram oficial do evento procurando pelo resultado e nada. Fui dormir e o domingo chegou com alegrias: curti o aniversário de 70 anos de minha mãe, dona Neide, e amanheci com a notícia linda de que meus textos foram premiados. 







Fiquei em segundo lugar na categoria Prosa, com o conto “Livro de Amor”, escrito em 2016/2017. Os atores do grupo Criart Teatral, dirigidos por Kaline Barroso, ficaram em primeiro lugar nas categorias performance  Prosa e Poesia com “Livro de Amor” e “Medo, monstros e lama”, respectivamente. 

A turma mereceu. Everton Alves,Julia Barroso, Felipe Medeiros, Kamylly Emanuelle e Luiza Danielle trabalharam pesado nas madrugadas ensaiando o conto e o poema. Fiquei feliz por eles e bem contente por mim. Não só pelo prêmio em dinheiro (mil reais que vão ajudar a fazer as estantes do escritório), mas pelo troféu que recebi, feito pelo artista Edinel Pereira com madeira de rio e uns cristais. Ficou bem show na prateleira aqui de casa. 

Resultado geral, resumindo: fiquei com dois textos no e-book, o segundo lugar na categoria Prosa, mil reais e o troféu (inclusive, foi quando vi a peça que comecei a desejar muito ser um dos premiados). 

Kaline Barroso, diretora do Criart Teatral






  







Se você não viu a postagem anterior com o e-book da mostra Picuá, clica aqui e confere.  


quinta-feira, novembro 18, 2021

Com prosa e poesia no e-book da Mostra Picuá de Cinema e Literatura

Este final de semana será realizada a primeira edição da Mostra Picuá de Cinema e Literatura. Muita coisa vai rolar na Serra do Tepequém, inclusive a encenação de dois textos meus que foram selecionados pela curadoria e vão concorrer aos prêmios da mostra. O e-book com as obras foi liberado nesta quinta pela organização. Olha a capa: 



Um dos textos é o poema “Medo, monstros e lama”, escrito em 2020. A interpretação será feita por Everton Alves e Julia Barroso. O conto “Livro de Amor” foi escrito em 2016 ou 2017 e será encenado pelos atores Felipe Medeiros , Kamylly Emanuelle e Luiza Danielle. Todos são da Cia. Criarte Teatral e serão dirigidos por Kaline Barroso. Desde que saiu o resultado eles estão ensaiando e este sábado será o grande dia. 

programação é esta:

 





Eu  não vou pra mostra. Além de não confiar na resistência do meu velho carro para subir a serra, ainda estou em tratamento contra a gastrite e a esofagite e vivo limitado no que posso comer e beber. E viajar para um evento deste sem poder beliscar porcaria e dar um gole numa cerveja, pelo menos, não tem graça. Sem contar que ainda ando cabreiro, muito cabreiro, com a pandemia. 

Os meus textos são estes: 




Zanny também está concorrendo com dois textos. Outros amigos também. Se quiser ler o nosso material, é só clicar aqui neste link do google drive e baixar o e-book da Mostra Picuá de Cinema e Literatura. 


domingo, novembro 14, 2021

Relatos de mais um festival literário com o Sesc Roraima

10.11.2021 - quarta - Começou o Festival Literário do Sesc Roraima 2021

E teve lançamento do Incertezas no Meio do Mundo na abertura do  Festival Literário de Roraima 2021. Decoração bonita, show musical do Halisson Crystian, divisão de mesa com Ernandes Dantas, que também estava lançando livros, e algumas vendas e reencontros rápidos com pessoas bacanas. 


Avisando o povo

Sempre de máscara



Kleber e Madalena, contando histórias

Márcio Rosa, leitor dos bons
Abimael Maia, responsável pela programação do festival


Contraluz que chama?

Com Ernandes Dantas


Do perfil do Sesc RR no Instagram

Cheguei em casa morrendo de fome e cansaço. Amanhã tem mais, com o público da escola do Sesc. Na sexta é com o público externo. Tudo pela  manhã no Sesc Mecejana.

(As pessoas perguntaram pela Zanny. Ela já não ia para evitar a aglomeração e teve a sua decisão reforçada após passar o dia todo acompanhando a sua mãe no hospital)


11.11.2021 - quinta - Segundo dia do Festival Literário do Sesc Roraima 2021


E continuou minha jornada no Festival Literário de Roraima. Hoje conversei com turmas da escola do Sesc RR. Meninada simpática dos 14 aos 16 anos, alunos do primeiro ano. Falamos sobre o que leem, assistem e produzem de arte, sobre os escritores possíveis que carregam dentro.
Tem a turma que faz poesia, a que escreve prosa e publica na web, os que preferem desenhar e os que nada disso. E tá tudo bem! Jovens demais para serem cobrados como se fossem adultos!
 Fizemos uma brincadeira no final e criaram pequenas prosas e poemas, tudo bem rápido, no susto, apenas para descobrirem que, caso queiram, podem falar sobre eles, sua aldeia e o que lhes der vontade.

Com outros participantes do festival; Rafael Porto, Bruno Franques (chápeu), Tilho Filgueiras, Neto Freitas, Abimael Maia, do Sesc, e a moça do apoio que não decorei o nome

Tilho, Bruno e Rafa

Meninada bonita e suas produções





Um divulgador desses, bicho

Nesta sexta  estarei a manhã toda conversando com quem aparecer no Sesc Mecejana e quiser saber mais sobre o processo de criação e produção de livros.

12.11.2021 - sexta - O final do Festival Literário do Sesc Roraima 2021

Último dia do Festival Literário de Roraima 2021. O papo hoje foi com a meninada da escola estadual Ana Libória.  Falamos sobre como se faz um livro, conversamos sobre as coisas que têm medo e as coisas que amam ou gostam e depois foram escrever e desenhar sobre isso: temores e amores. No final, tudo virou um varal de prosa, poesia e arte.
O bacana é que mesmo quem afirmou não saber desenhar ou não gostar de escrever conseguiu expressar-se um pouco. A arte é um caminho entre muitos para apresentar a essa turma uma forma de mundo melhor (ou menos dolorido).
Gostei de ter participado desta edição do festival. Foi muito mais tranquilo do que esperava e menos trabalhoso do que em anos anteriores. Pena que não deu para conversar muito com os demais escritores participantes e nem ver as outras atividades acontecerem. 

Turminha bacana

O varal de prosa, poesia e desenhos


Sobre espelhos grandes e celulares




 

E foi assim o Festival Literário 2021. Que venham outros e outros, de preferência sem pandemia para diminuir o medo de estar com muita gente na sala. 

Ah, para saber de outras aventuras literárias minhas nos eventos do Sesc, clica aqui.

P.S.: 


É impressionante como algumas pessoas influenciam a venda de livros. O pastor/promotor Márcio Rosa comprou um Incertezas no Meio do Mundo, postou um verso em seus stories, eu repostei e três pessoas responderam querendo exemplares. Márcio é o verdadeiro influencer lector.


quarta-feira, novembro 10, 2021

Tudo pronto para o Festival Literário do Sesc Roraima 2021

Boas novas literárias da semana: faço nesta quarta (10/11) a primeira sessão de autógrafos do meu livro poético Incertezas no meio do mundo. 

Será às 19h, no prédio do Sesc Roraima Centro, como parte da abertura do Festival Literário de Roraima 2021, promovido pelo Sesc Roraima.  


A programação do festival continua na quinta e sexta (11 e 12/11), no Sesc Mecejana. 

Na quinta minhas ações serão com os estudantes da escola do Sesc. 

Na sexta serão abertas ao público interessado em saber como é o processo de criação e produção de um livro de poemas.  












Além de mim, estão no Festival Literário de Roraima Luciana Correa, Jáder Cabral, Ernandes Dantas E Silva, Tilho Filgueiras, Neto Freitas, Rhafael Porto, Bruno Franques, Prof. Márthns, Elivelton Magalhães, Tia Márcia, Kleber Medeiros, Isabela Rodrigues, Madalena Vaz e Odélia Rodrigues.

Essa galera toda estará dividida em várias atividades, como contação de histórias, lançamento de livros, mesa redonda, bate-papo literário e oficinas.