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quinta-feira, junho 22, 2017

Desabafos acadêmico-musicais da quinta à noite


Sabe, neste momento eu deveria estar focado no trabalho que tenho que fazer para ser aprovado na disciplina lá do mestrado em Antropologia Social que fiz este semestre como aluno especial, mas não. 

Estou aqui (são 20h15 da quinta 22 de junho) ouvindo há horas versões e versões da música Costumbres, que ficou famosa na interpretação da cantora Rocío Durcal. A lista que me aparece no Spotify de gente que a regravou é tão diversa que não tenho como resistir.

Sou desses que ouve repetida e alucinadamente as músicas que o tocam. É a minha droga (Às vezes, penso o que seria de mim se usasse narcóticos e gostasse. Talvez ficasse o dia todo chapado...). 

A música agora é outra, uma do CD el Trem de Los Regresos, de Yordano. 

Fiz uma lista de outros sons que gosto e botei para tocar enquanto vou me desapegando de Costumbres. É um processo lento esse de abandonar as músicas. Teve uma noite que passei umas duas ou três horas ouvindo tudo que o aplicativo tem relacionado à Sweet Child O'mine (A tara começou depois que vi o filme Capitão Fantástico e a versão que a família retratada canta lá. Achei linda e recomendo. Vi o filme em HD lá no youtube mesmo. Além disso, tem as meninas cantoras super lindas de se ver também).

Agora é outro o som: vem de Franco de Vita Vuelve em primera fila, os acústicos que as gravadoras fazem com os cantores que gravam em espanhol.

Viro o rosto e o caderno com as anotações me encara. O rascunho base está entre meus braços, querendo, precisando, clamando para ser editado. Meu pescoço dói, tá chovendo e tudo o que não queria era ter que fazer isso, mas a culpa é minha, que não fui pra cima de um mestrado quando era jovem, disposto, com tempo e sem tanta gente para dar atenção. 

(Vou até dar uma olhada boa nesse "disposto" aí...talvez tire...afinal, disposição nunca foi meu forte. Procrastinação sim.)

Alguém canta agora uma versão de Rocket Man. Conhece, leitor ou leitora deste blog que insiste em sobreviver na era das redes sociais sem modernizar-se? Descobri essa música no final de uma temporada da série Californication. A dor do Hank Moody foi toda traduzida naquela cena ambientada com esta música. 

Deus, quantas apostilas espalhadas na mesa! Tenho que extrair os conceitos que me interessam de cada uma,  lincar isso com a ideia que tive de analisar os caras do rap roraimense e fazer um ensaio basicão de sei lá quantas páginas. Nada denso, nada difícil, eu sei, mas...

Quem sabe de suas dores é quem as carrega. Talvez depois que edite e comece a escrever a parada flua...Talvez...

Nem devia estar aqui, mas meio que precisava desabafar essa minha ansiedade por não avançar no trabalho da disciplina. Terça ainda tenho que apresentar um resumo dos conceitos e a linha metodológica que vou adotar para escrever o troço. Ou seja, agora é uma corrida contra o tempo. 

Preciso aprovar nessa disciplina. Se o fizer, serão 60 horas a menos quando um dia aprovar em um dos mestrados que vou disputar. Também serão 60 horas a mais para apresentar como capacitação lá no RH do trabalho...

Sério que tu ainda não foi pesquisar o som que tava ouvindo no começo do texto? Qual é teu problema com música romântica em espanhol? São bem melhores que as anglo-saxãs para representar um coração partido, te garanto.

Bem, vou desligar aqui e me concentrar. Quem sabe pelos menos a edição inicial do texto não acontece hoje, né?

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Das coisas que sinto falta en la Navidad

Das coisas que sinto saudades dos Natais vividos na Venezuela cuando ainda era un chamito: 
gaitas, aguinaldos, hallaca, pán de jamón, la ropa del estreno, a galera da rua ansiosa esperando que llegue San Nicolas, las estrellitas, o pessoal sentado en la calle hablando de todo, un palito de ron o de cerveza con los panitas, a festa, la rumba, el traqui-traqui que dava mais susto que outra coisa, a certeza de que Navidad era no dia 24 (pois era na noite desse dia que chegava o presente), ver don Juan Pino e don Roscio, nosso vizinhos idosos, bêbados de alegria y de unos tragos, encontrar a los chamos en la plaza...

Daí viemos para o Brasil e vimos muros e não vimos praças e não vimos nada mais parecido. Afinal, país novo, costumes novos.

sexta-feira, março 20, 2015

As golondrinas no poema de Bécquer

HDs externos são os porões e sótãos de nossa era digital. Guardamos neles coisas muito importantes para serem deixadas por aí. Depois que as protegemos, as esquecemos até o dia em que, por acaso e buscando outra coisa, as reencontramos e pensamos "nossa, não lembrava de isto aqui".

Foi desse jeito um dia desses, quando estava cavucando na pasta de músicas de meu HD e reencontrei o disco "Nuestra Casa a la izquierda del tiempo", da banda espanhola La Oreja de Van Gogh.

Na música “11 Marzo Jueves”, tem um verso que diz assim e sempre meu despertou curiosidade: "como las golondrinas del poema de Bécquer".

Eu pensava que era o Samuel Beckett, mas não. É o poeta espanhol Gustavo Adolfo Bécquer, nascido em 1836 em Sevilla e morto em 1870, em Madrid.

Ele escreveu esta belezura:

LIII

Volverán las oscuras golondrinas
de tu balcón sus nidos a colgar,
y otra vez con el ala a tus cristales,
jugando, llamarán.

Pero aquéllas que el vuelo refrenaban
tu hermosura y mi dicha a contemplar,
aquéllas que aprendieron nuestros nombres...
ésas .... ¡no volverán !

Volverán las tupidas madreselvas
de tu jardín las tapias a escalar
y otra vez a la tarde aún más hermosas
sus flores se abrirán.

Pero aquéllas cuajadas de rocío,
cuyas gotas mirábamos temblar
y caer como lágrimas del día...
ésas... ¡no volverán !

Volverán del amor en tus oídos
las palabras ardientes a sonar,
tu corazón de su profundo sueño
tal vez despertará.

Pero mudo y absorto y de rodillas
como se adora a Dios ante el altar,
como yo te he querido...,desengáñate,
nadie así te amará.

Se você teve força de vontade para chegar até, aproveita e ouve a música de La Oreja de Van Gogh, que descobri, fazendo esta postagem, ser uma homenagem às vítimas de uma bomba que explodiu em um trem de Madri em 2004. Aqui tem uma reportagem sobre o tema.

E agora, a música, em um dos inúmeros vídeos produzidos pelos fans da banda:







quinta-feira, junho 13, 2013

Das letras que gostaria de ter escrito:

"Si te he dado todo lo que tengo hasta quedar en deuda conmigo mismo, y todavía preguntas si te quiero, ¿tu de que vas?" - Franco De Vita

terça-feira, maio 28, 2013

Encruzilhada musical

Três músicas se misturando na cabeça e ouvindo nenhuma delas, mas sim U2.

Ou seja, estou numa encruzilhada musical mental neste 28 de maio:

Me enseñaste que abrazado a tu cintura
Todo parece una fiesta
Me enseñaste muchas cosas de la cama
Que es mejor cuando se ama
Y que es también para dormir
Me enseñaste entre otras cosas a vivir
Me enseñaste que una duda puede más que la razón.

(Ricardo Arjona)

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu

(Paralamas)

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não

(Cazuza)

sexta-feira, março 08, 2013

Pelo Dia das Mulheres 2013

Começando em Eva ou em Lucy (o fóssil feminino mais antigo já encontrado, caso não saibam), passando pela minha vó Maria José e dona Neide, minha mãe, chegando na patroa Zanny e encostando nas minhas queridas amigas reais e virtuais, eu acho as mulheres o melhor fruto da evolução e da criação. 

E isso mesmo quando estão de TPM, essa pegadinha orgânica sem graça. 

É por isso que hoje e todo dia para mim é dia da mulher. Flores para vocês, que curto pra caramba, e a letra do compositor guatemalteco Ricardo Arjona, que traduz melhor o meu pensamento.

Mujeres 
(Ricardo Arjona) 

 
No se quien las invento
No se quien nos hizo ese favor tuvo que ser Dios
Que vio al hombre tan solo y sin dudar lo penso en dos
En dos
Dicen que fue una costilla
Hubiese dado mi columna vertebral por verlas andar
Despues de hacer el amor hasta el tocador y sin voltear
Sin voltear, sin voltear
Y si habitaran la luna
Habria mas astronautas que arenas en el mar
Mas viajes al espacio que historias en un bar
En un bar, por que negar
Que es lo mejor que se puso en este lugar
Mujeres, lo que nos pidan podemos
Si no podemos no existe
Y si no existe lo inventamos por ustedes
Mujeres, lo que nos pidan podemos
Si no podemos no existe
Y si no existe lo inventamos por ustedes
Mujeres
Que hubiera escrito Neruda
Que habria pintado Picasso
Si no existieran musas
Como ustedes
Nosotros con el machismo, ustedes al feminismo
Y al final la historia termina en par
Porque en pareja vinimos y en pareja hay que terminar
Terminar, terminar

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Malalma: Un Corazón

Serei breve, pois fujo agora mentalmente de meu trabalho para compartilhar aqui o som dos colombianos do Malalma, descobertos na trilha sonora do filme El
Arriero, visto por acaso numa dessas zapeadas sem esperanças na tv paga. 

Un Corazón não faz parte da trilha, mas ela e outras coisas boas podem ser ouvidas também no perfil do Malalma no Soundcloud.

Para fechar: é das músicas que gostaria de ter feito, se acaso fosse músico:





quinta-feira, setembro 06, 2012

Sentimentalismo latino


Em algum momento na longa vida deste blog já falei que nós, criados na América espanhola, temos forte tendência a ser o que alguns brasileiros definiriam como amantes da música brega. 

Mesmo num país como a Venezuela, onde o merengue e a salsa dão, literalmente, o ritmo da vida, há espaço para músicas como as rancheras, originárias do México, que batem fundo em corações apaixonados.

São letras e melodias feitas para embalar corações apaixonados, estando ou não sendo correspondidos. 

Lembro que quando era criança vi muitas pessoas em bares e tascas ouvindo esses sons e chorando por uma mulher ou um cara filh@ de uma mãe que não lhes dava a devida atenção. 

Uma boa música ranchera e uma garrafa de cerveja ou de rum fazem a diferença na hora de aliviar as dores do amor. Muito melhor que ouvir rock. Aliás, se há algo com que o rock não combina é com alivio para um coração machucado. Ou não?

Voltemos à minha história: já no Brasil, por questões geográficas, me afastei das rádios e dos ambientes onde se ouvia música ranchera. Verdade que trouxe e ao longo dos anos comprei fitas cassete (lembra disso?) e CD’s que agiam como pontes entre as recordações de meu passado na Venezuela e o  presente, tão cheio de outros ritmos em língua diferente.

E aí chegou a internet, facilitando o acesso aos mp3 da vida. E veio o youtube, alimentado por milhões de pessoas dispostas a compartilhar seus acervos originais e pirateados. E veio forte como nunca a onda das regravações. E veio Maná, regravando, como já fez com um monte de composições rancheras, Hasta que te Conocí, escrita por Juan Gabriel. E vim eu, consolidando minhas conclusões sobre o Maná: são bregas que só e é por isso que são bons e eu gosto.

Tudo isso foi para te apresentar duas versões da mesma música. No primeiro você verá Hasta que te conocí interpretada pela turma do Fher. No segundo está uma versão longa com Juan Gabriel acompanhado por mariachis  e uma uma orquestra sinfônica. 

Se você tem neste momento algum problema amoroso e entende um pouco de castellano, recomendo que não assista. Emociona. 

Vamos lá, chorar: 






E agora, com Juan Gabriel:

sexta-feira, setembro 10, 2010

De vez em mes

Mais um vídeo de Ricardo Arjona, um dos meus cantores e compositores prediletos. A letra fala da agonia do cara em relação as mudanças hormonais da parceira, TPM e tal. No vídeo, o que me encanta é o jogo de fotografias indo de um lado a outro da tela e as palavras que jogam como fundo nas imagens em movimento.


sexta-feira, setembro 03, 2010

Vídeos que eu vejo sempre que posso


Tem música que te chama a atenção por uma ou outra frase e tem música que te chama a atenção por inteiro. Junta uma dessas com clipes interessantes e aí você vai entende o motivo de ser fã desses dois videoclipes do cantor guatemalteco Ricardo Arjona. São músicas com alguns anos de estrada já, gravadas no disco Santo Pecado.
Separadas no CD, foram transformadas uma na continuação da outra no vídeo. Se liga nas locações do primeiro, nos becos de cidade antiga e nos coadjuvantes, que cantam pedaços da canção. A minha cena preferida é quando ele invade uma livraria. Ou será a primeira parte, no jogo de bilhar? Ah, gosto de tudo.
Com vocês: El Problema e Minutos, de Ricardo Arjona.



EL PROBLEMA




MINUTOS

quarta-feira, junho 09, 2010

Esse tal de junho...

O mês começou bacana, com este cronista a trabalho em Brasília, na quarta reunião ordinária do Colegiado de Literatura, Livro e Leitura do CNPC (Conselho Nacional de Política Cultural). Tempo de labutar e de trocar idéias com o povo das demais regiões. Detalhes sobre o encontro vou postar ainda esta semana.

A viagem, apesar de legal, não conta como notícia boa de junho. Cheguei lá no DF no dia 31 de maio e por isso vou creditá-la nas boas coisas do mês passado.

Junho, no entanto, não ficará prejudicado.  Logo na primeira semana duas boas notícias apareceram na parte literária de minha vida.

A primeira é que meu miniconto “Cruzamento” foi publicado na Seção Área Livre digital da Revista Continuum, publicação do Instituto Itaú Cultural.

A outra é que também estou na edição 160 da revista eletrônicas de micronarrativas Veredas, relativa a junho, com o miniconto “Cordas”.


Poema visual de Jacira Fagundes

Há duas chances de boas notícias engatilhadas. Uma em um concurso local de poesias e outra em um prêmio de jornalismo. Os dois parece que vão anunciar os resultados nesta sexta. Aí, dependendo do resultado, pode ter renda extra na aldeia.

E renda é o que está faltando, principalmente depois que chegou a conta do IPTU, que aumentou uns 70%, 80% em relação ao ano passado. Isso sem contar o aumento da Taxa de Coleta de Lixo, já paga em maio.

Junho poderia ter passado sem esse prejuízo financeiro. Aí dava para comprar e talvez até ganhar presente do dia dos namorados.  A paulada do imposto não vai me deixar, mais uma vez, ter calma e paz. Do jeito que vai a fome do leão municipal, estadual e federal, fico a cada dia mais parecido com o personagem da música La Sucursal del Cielo, do cantor Ricardo Arjona:
“Me sorprendí sumando ceros a una cuenta
Víctima del impuesto sobre la renta
Y me olvide de las pequeñas cosas”.

Ah, para mudar de assunto: crie um blog chamado Cultura de Roraima & afins. Vou focar nele todos as postagens noticiosas que vinha fazendo neste. No Crônicas da Fronteira ficarão apenas bobagens no estilo “querido diário”, contos, poemas e coisas do cotidiano da fronteira.

Para lá vão avisos de editais, resultados de concursos e temas relacionados. Clica aqui e acessa. Já tem uma postagem sobre o concurso Sesc Roraima de Literatura. Aceito colaborações textuais também.

terça-feira, abril 20, 2010

Colgando en tus manos


Essa música tem algo que me fascina. Acho que é progressão sonora que adoro, com o violão abrindo e os instrumentos entrando aos poucos. Talvez seja por falar de “poemas feitos à mão” e “canções do 4.40”, uma banda das antigas que sempre acompanhou o cantor Juan Luis Guerra, ou pelo fato de referenciar a Venezuela e viagens que os personagens fizeram.

Talvez seja tudo isso. Talvez seja a figura “meu coração está pendurado em tuas mãos”. Acho que é culpa de meu espírito brega latino, resquícios de minha infância e começo de adolescência ouvindo a música ranchera de Ana Gabriel e Vicente Fernandez em Guasipati, indo às coleadas, sintonizando emissoras de rádio AM, gravando fitas cassete com merengues e salsas que falavam de amor e outras coisas em espanhol.

Não sei bem o que é, mas tenho certeza: não é nenhum dos videoclipes, seja o da versão solo de Carlos Baute ou o gravado com Marta Sanchez. Entre as duas produções, optando, a de melhor visual é a primeira. Tem essa mítica do homem errante em busca de se encontrar no meio do mundo. Gosto disso, desse contraponto à minha sedentariedade. Deixo os dois para quem quiser opinar.



e

segunda-feira, março 23, 2009

Es por ti

Frases de músicas podem definir o motivo de não desanimar nesta vida:



Cada vez que me levanto/y veo que a mi lado estás, me siento renovado (...) es por ti…/Que late mi corazón/Y es por ti…/Que brillan mis ojos hoy

(Juanes, Es por ti)





Bendita la luz, bendita la luz de tu mirada,/Bendita la luz, bendita la luz de tu mirada,/Desde el alma

(Maná, Bendita tu Luz)



E vamo que vamo numa semana que promete.

segunda-feira, março 02, 2009

465


Final e começo de mês é o tempo de planejar o que fazer com o que se ganhou ou vai se ganhar. Tempo de planejamento.

465

Verificam-se as entradas e as possíveis e confirmadas saídas de grana, adiam-se projetos, adiantam-se vontades, corre-se para o cheque especial, se for o caso.

465

Na capital, meus primos civilizados jogam no Excel as receitas e despesas. Alguns riem de alegria pois aquela vontade será saciada. Outros, riem de desespero pois não sabem como vão chegar no próximo final de mês.

465

Na minha aldeia, ponho as contas de meus colares na mesa, pego todos os papeis de fiado e jogo uma aritmética que tente me favorecer. O desafio: tocar a vida e guardar pelo menos umas penas para o escambo com os brancos.

465

Listadas as necessidades, cortadas as vontades, analisadas todas as possibilidades, vejo que a renda ainda tem condições de cobrir o corpo desrendado. Isso desde que não chegue o IPTU, o IPVA, o IR e outra qualquer coisita a más neste mês que se inicia hoje.

465

Sobrevivente, pergunto-me: como é que vivem as pessoas com renda igual ou inferior a um salário mínimo?

Enquanto não encontro resposta, vou cantando Sucursal del Cielo, música do guatemalteco Ricardo Arjona:

Me sorprendí sumando ceros a una cuenta
Víctima del impuesto sobre la renta
Y me olvide de las pequeñas cosas (...)

segunda-feira, maio 14, 2007

Sobre domingos chuvosos



Abrir a janela, ver a água da chuva cair e ouvir música bem baixinho, com pouca luz no quarto, é uma das coisas mais agradáveis que o inverno amazônico me proporciona. Descobri o gosto desse vício/prazer justamente em um domingo, ouvindo o blues “Come Rain or Come Shine”, a última faixa do disco Riding With The King, uma parceria do B.B. King e do Eric Clapton.

Dependendo da música e do que estiver fazendo, o som também me leva a refletir e a relembrar fatos da vida. Neste domingo, chuva lá fora, música latina aqui dentro, leio na revista Caros Amigos um artigo do Ferréz sobre uma biblioteca comunitária em São Paulo enquanto Franco de Vita faz a trilha. Ferréz fala sobre ativismo, envolvimento, Franco canta amores e amizades. Em comum, abordam ações e reações, propostas, sentidos para a existência.

Na essência, ou pelo menos para onde levo meus pensamentos, discutem como eliminar inconformidades e superar seus limites. E eu, inconformado por natureza, preguiçoso por opção, começo a pensar se a vida assim como está é tudo, lembro de conhecidos que fazem do trabalho a bússola de seus dias, transformando os resultados na empresa ou repartição o ponto alto de sua biografia.

Em um giro rápido, esqueço dos outros. O egoísmo e a vaidade são marcas de minha profissão. Penso no meu gosto pela escrita, pelas crônicas, pela expressão de pensamento. E vem o questionamento: por que escrever? Isto é, escrevo por necessidade artística e intelectual, o que inclui fazer algo além da maioria das pessoas, ou por ver o meu nome nos veículos que recebem as minhas colaborações, puro narcisismo?

Sem chegar a nenhuma conclusão, percebo que por dinheiro até hoje não foi. Segundo meus extratos bancários, 11 anos depois de ter publicado o primeiro artigo em um jornal local, ainda não recebi remuneração alguma por uma linha publicada em mais de 10 jornais e sites de Roraima e outras partes do mundo. Se é fama ou cartas dos leitores o que procuro, então alguém deve estar levando os louros e recebendo os e-mails.

Vinte músicas se passam, a chuva cessa e volta, e eu ainda não chego a nenhuma conclusão sobre a real motivação de escrever textos que não se encaixam no exigido pelo cotidiano de minha profissão. O jeito deve ser continuar vivendo e ouvindo músicas no escuro do quarto para tentar achar a resposta.

segunda-feira, abril 09, 2007

A música

Ok, há quem não goste do Maná e ainda há quem nunca tenha ouvido falar da banda mexicana. Há também quem acredite que o Acústico MTV e a gravação com o Santana foram as únicas coisas que eles fizeram na vida

Tudo bem. A sete quilômetros da linha fronteiriça, ali na vizinha Santa Elena de Uairén, muitos venezuelanos nunca ouviram falar de muitos nomes famosos no Brasil. São conseqüências da diferença de idiomas e da mania dos programadores de rádio de privilegiar as bandas e cantores anglo-saxões.

Superar as barreiras da língua permite que nos deliciemos com letras como a que está logo aí abaixo. Fher, vocalista do Maná, faz um duo com Juan Luis Guerra, grande nome da música latina. O vídeo é pura poesia e é estrelado por atores de padrão físico diferente de outros vídeos da banda. Bonitos, porém com aparência de gente normal, como eu ou você, e não de modelos.

Quer dizer, bonitos como eu, de acordo com as afirmações de minha mãe, dona Neide.

Para os interessados, Bendita tu luz está disponível em dezenas de links no YouTube e no Guatevídeos. Neste site também é possível acessar vídeos de outros artistas latinos.

Bendita tu luz

Bendito el lugar y el motivo de estar ahí
bendita la coincidencia.
Bendito el reloj que nos puso puntual
ahí bendita sea tu presencia.
Bendito Dios por encontrarnos en el camino
y de quitarme esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
desde el alma.
Benditos ojos que me esquivaban,
simulaban desdén que me ignoraba
y de repente sostienes la mirada.
Bendito Dios por encontrarnos
en el camino y de quitarme
esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada, oh.
Gloria divina de esta suerte,
del buen tino,
de encontrarte justo ahí,
en medio del camino.
Gloria al cielo de encontrarte ahora,
llevarte mi soledad
y coincidir en mi destino,
en el mismo destino.
Épale
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada.
Bendita mirada, oh,
bendita mirada desde el alma.
Tu mirada, oh oh,
bendita, bendita,
bendita mirada,
bendita tu alma y bendita tu luz.
Tu mirada, oh oh.
Oh oh, te digo es tan bendita
tu luz amor.
Y tu mirada oh, oh.
Bendito el reloj y bendito el lugar,
benditos tus besos cerquita del mar.
Y tu mirada, oh, oh.
Amor amor, qué bendita tu mirada,
tu mirada amor.