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quarta-feira, outubro 12, 2011

Sarau na Casa Cultural Poeta Eli Macuxi

Na terça 4 de outubro, véspera do aniversário de 23 anos do maltratado Estado de Roraima, a simpaticíssima e muito boa poeta Eli Macuxi fez mais um sarau poético-musical em sua casa, na Biblioteca Osvaldo Rodrigues de Oliveira.



Um bocado de gente boa esteve lá, entre eles os poetas Roberto Mibielli e Zanny Adairalba e a professora Mirella Miranda. Levei os originais de meu livro de poemas “Outubro”, recheado de textos que nunca serão publicados em papel e composto de alguns já disponibilizados neste blog e outras paragens da web.







Enchi-me de coragem e li alguns. Não era um medo de reprovação, era o medo de ler em voz alta. Gosto de escrever, gosto de ler mentalmente. Essa história de ficar lendo nossos textos pros outros não me encanta. 



Deve ser por conta de meu sotaque, que ressurge quando menos o quero, e pela minha voz baixa. Seja lá o que mais influenciar, li alguns meus, outros de Mário Bandeira e Jorge Luis  Borges e me diverti muito até as quatro da manhã, quando deixei os poetas lá e fui dormir.

Valeu pelo convite, Eli. Temos que repetir isso. Tua turma é muito boa.






quarta-feira, janeiro 26, 2011

Projeto Caminhada Arteliteratura - 1ª visita às comunidades indígenas de Pacaraima 

Diário de caminhada - 20 de Janeiro de 2011

Escrito por Zanny Adairalba no blog do projeto Caminhada Arteliteratura

O relógio desperta antes de o dia clarear. São cinco horas de uma sexta-feira e o café da manhã é feito de forma rápida para não atrasar a viagem. Hoje a visita será feita às comunidades Boca da Mata e Sorocaima II.

Desta vez também usaremos a BR 174 em direção à Venezuela mas não haverá travessia em rios, balsas e outros medos.

Em compensação o percurso é bem maior que o realizado para chegar às primeiras comunidades indígenas visitadas. Depois de um bom tempo de viagem, as placas indicam que entramos na área indígena São Marcos, que logo depois se cola com a Raposa – Serra do So, formando um único Território da Cidadania.

Aqui o usufruto da flora e da fauna é exclusivo dos indígenas, como alertam placas ao longo da BR 174.

Para poder voltar a Boa Vista, temos primeiro que deixar o Brasil e abastecer na Venezuela. Gasolina muito barata (coisa de centavos de real por litro) gera filas demoradas.


Para tentar controlar o descaminho, a Polícia Federal de Pacaraima estabeleceu dias de abastecimento baseados nas placas dos carros. Mesmo assim, a fila é única e demorada. Quem não quer passar horas esperando apela pros abastecedores clandestinos, que vendem combustível a um real por litro. Em Boa Vista, o mais baixo valor é R$ 2,83 o litro.



Abastecidos e almoçados em Santa Elena de Uairén, do lado de lá da fronteira, baixamos a Serra de Pacaraima.



Ao chegar na primeira comunidade, Sorocaima II, não conseguimos encontrar nosso contato mas deixamos com um parente dele um documento explicando o que queremos fazer e quando.


Nossa próxima parada é Boca da Mata, comunidade com mais de 400 moradores, já em área de cerrado, ou lavrado, como chamamos por aqui.

Encontramos o tuxaua Carlos conversando com o professor Mauro enquanto supervisionava a limpeza das ruas. Fomos convidados a fazer parte da roda para explicar o motivo de nossa visita. Tivemos aprovação imediata e já marcamos para a manhã de 18 de março a atividade.




Com esse contato fechamos a etapa de visitas para agendamento das atividades dentro das comunidades indígenas. É importante destacar que em todas fomos recebidos com entusiasmo por parte dos administradores que, imediatamente, demonstraram-se conhecedores da importância dessa ação assim como bastante interessados que projetos como este continuem acontecendo.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Levando literatura às comunidades indígenas de Roraima

A turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, iniciou as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura, contemplado em 2010 com a Bolsa de Circulação Literária - Funarte/Ministério da Cultura.
O blog do projeto já está no ar. É clicar aqui e acompanhar direto as notícias.
A seguir, um relato de Zanny Adairalba sobre a viagem inicial às comunidades indígenas do Baixo São Marcos.


Diário de caminhada - 15 de Janeiro de 2011

Acordamos cedo esta manhã. Para chegarmos às comunidades, além de carro, teremos que fazer uso de uma balsa para a travessia do rio Uraricoera. Água, blocos de anotações e câmeras fotográficas no carro e pronto. É hora de pegar a estrada.




Saída de Boa Vista rumo à região do Passarão, passagem obrigatória para chegar ao Baixo São Marcos. A cidade fica para trás. Daqui para frente, só natureza!


Passando pela Serra da Moça, onde fica uma comunidade indígena, mas ainda não pertencente aos Territórios da Cidadania.


Primeira parada.



São 8 da manhã e perdemos a balsa. Agora é esperar seu retorno.



Um pescador chegando pelo rio Uraricoera. A cena relata a poesia viva do cotidiano Amazônico.


Depois de uma hora e meia de espera, o motor do rebocador avisa que vamos partir. Todos a bordo parecem bem à vontade. Menos eu, que sempre gostei de manter meus pés em terras bem firmes.





Chegamos em Campo Alegre, uma comunidade fundada em 1982 que hoje possui 203 habitantes, 2 escolas (uma estadual e outra municipal) e um micro-hospital em processo de construção.

Os moradores indicam onde podemos encontrar o Tuxaua, Sr. Jadir, e seguimos a seu encontro. Mais à frente avistamos um senhor sentado à sombra de um galpão de palha, com seus pertences de trabalho (bolsas, canetas e papeis) numa mesa de madeira, anotando numa planilha de planejamento todas as atividades da comunidade para 2011.



Nos apresentamos e Edgar começa a descrever como serão realizadas as atividades.
“Acredito que esse projeto será muito importante para nós. É a primeira vez que teremos uma ação como esta aqui dentro da comunidade”, diz seu Jadir, que antes de assumir a posição de Tuxaua trabalhou 26 anos como professor.

Evento marcado, seguimos em direção à comunidade Vista Alegre, percorrendo mais 28 km de estrada de piçarra.


Na comunidade, de 530 habitantes, fomos recebidos pelo 2º Tuxaua, o Sr. Zildo, que também exerce a profissão de professor e nos falou sobre trabalhos realizados pelos moradores e outros projetos que beneficiam a comunidade.


Após apresentação do projeto, marcamos o dia para a realização do evento, recebido com entusiasmo pelo Tuxaua.

Deixamos a comunidade Vista Alegre depois do meio-dia.




Pegamos a RR-319 em direção a Boa Vista cansados mas já com aquela sensação de início de missão cumprida. Conversando sobre os pontos fortes da viagem,
Edgar questiona o que mais chamou minha atenção nesse primeiro contato. Sem sombra de dúvidas, a seriedade no tratar sobre a melhoria da comunidade e o senso de responsabilidade presente nos dois administradores (tuxauas), foi algo que me deixou impressionada.

Bons ventos levam os pássaros. Esperamos que à nossa caminhada também.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Matérias com Edgarzinho - Sua ida à escola

Não li toda a matéria desta quarta (12.01) do jornal Folha de Boa Vista, mas posso garantir que é a melhor dos últimos tempos na parte de variedades. Principalmente pela segunda fotografia, que é de autoria minha ou da mãe do Edgarzinho, não tenho certeza.
A matéria:


Primeira vez do filho na escola, e agora?

Data: 12/01/2011

Foto:  Arquivo

Adriana Cavalcante: “Estou tão empolgada com a ida do Arthur à escola, que já comprei todo o material”

MARTA GARDÊNIA

Na vida de uma mãe, todos os momentos dos filhos viram recordações e se tornam importantes. Há o primeiro banho, brinquedo, a primeira vez em que ele fala mamãe ou papai, por aí vai. Mas também tem outras fases da vida da criança que são importantes e podem gerar ansiedade e estresse, como a primeira ida à escola.

O sofrimento da mãe já começa com a escolha da escola, que deve atender a todos os seus anseios e objetivos. A lista é enorme: segurança, estrutura física, metodologia de ensino, capacitação de professores, preço, até mesmo o a religião é levada em conta.

Passada a procura pela escola ideal, começa a outra etapa: preparar a criança para ingressar no ambiente escolar. A terapeuta ocupacional Adriana Cavalcante é mãe do pequeno Arthur, de 2 anos e 5 meses, que vai à escola pela primeira vez.

Edgar Bisneto, de três anos, está sendo preparado pelos pais para o primeiro dia de aula

Segundo Adriana, um dos motivos de matriculá-lo em uma escola era a necessidade de socialização e defesa. “Acho que ele já está mais independente e precisa conviver com outras crianças, sair um pouco do círculo familiar”.

Mas esse passo não é tão simples assim. Se os filhos têm que estar preparados, os pais também. A psicóloga Maria do Socorro Lacerda conta que os mais muitas vezes são mais inseguros do que os filhos. “É uma ruptura para ambos, mas deve ser encarada com simplicidade, porque se a criança sente que os pais estão com medo, ela também sentirá”.

Adriana Cavalcante já está preparando o filho que ingressará na escola no início de fevereiro. “Eu falo que ele vai para uma escolinha, que terá novos amiguinhos. Acho que ele não entende muito bem, mas é uma forma dele começar assimilar essa nova fase”.

A consultora cultural do município, Zanny Adairalba, é mãe do pequeno Edgar Bisneto de três anos. Ela também vive o dilema da primeira vez do filho na escola e sente receosa com essa nova etapa do filho. “Eu não sei bem como ele reagirá. Será tudo muito novo. Nos primeiros dias a atenção será redobrada até que ele se acostume”.

Zanny também acredita que a escola é um local indispensável para o crescimento de uma criança. “Acreditamos que a escola vai muito além de um local para aprender a ler e escrever. É uma ferramenta de suma importância no processo de socialização da criança”.

Para a psicóloga Ruti Rodrigues, escola e família devem andar juntas e participar de todos os processos. “Se no primeiro dia de aula a criança chorar muito e o pais se sentirem inseguros, a escola deve incentivar a permanência deles no local por meia hora ou até a metade da manhã”.


Pais seguros, filhos seguros

Oberti Oliveira e Adenice Viriato, pais da pequena Eva Viriato, que já se familiarizou com a escola

A família é a primeira referência da criança, com o qual aprende valores, normas de conduta e principalmente, onde encontrar segurança e aconchego. A ida para escola pode representar um rompimento temporário desse ideal de mundo que o pequeno traz consigo. Num local diferente do que ele está acostumado, será necessário fazer novos amigos e se comunicar.

Para ajudar nesse novo cotidiano, facilitar e amenizar os conflitos dessa nova etapa, a família é peça fundamental. Os pais, segundo a psicóloga Ruti Rodrigues, devem estimular a criança a se interessar pelo espaço escolar, com conversas e brincadeiras.

“É muito importante que os pais passem segurança para essa criança que vai iniciar uma nova etapa, tudo de ser feito por meio de conversas. É interessante que a leve antes para conhecer a escola e explique que lá será um lugar cheio de amiguinhos e brincadeiras”, explicou Ruti.

A filha da jornalista Adenice Viriato Oliveira foi para a escola quando tinha um ano e dois meses. De acordo com ela, a adaptação foi rápida e boa, embora o choro da primeira semana tenha sido inevitável.

“O primeiro dia foi um pouco difícil para ela, durante o caminho eu e meu marido fomos conversando, explicando que ela iria conhecer outras crianças, ter uma tia bacana. Mas mesmo assim, não teve jeito, chorou, pelo menos enquanto eu e o pai dela estávamos lá. Mas hoje ela adora a escola e coloca em prática muitas coisas que aprendeu, está mais sociável”.


Como os pais podem ajudar

A psicóloga Ruti Rodrigues explica que a criança deve entender que ir à escola é bom e não uma tortura. Os pais podem contribuir para que a ida à escola se torne um momento agradável e “normal”.

Acompanhe algumas dicas:

-Explicar com conversas que ir para a escola é normal. Falar dos casos de todos as crianças que também vão aprender, brincar e fazer amigos novos;

-Ir para a escola não é um castigo, é um momento importante;

-Levar a criança a conhecer a escola antes do início das aulas;

 -Fazer as compras de tudo o que é necessário com a criança. Deixe-a escolher a mochila e outros materiais de acordo com o gosto dela;

-Não falhar os horários, nem de entrada, nem de saída. A pontualidade deve ser estimulada e vale também para o momento em que se vai buscar a criança;

-Perguntar como correu o dia e o que fez a criança e os amigos;

-Aceitar a tristeza e a inadaptação dos primeiros dias;

- Chorar é normal, mas não se pode ceder e fugir da rotina;

-Acompanhe os trabalhos da aula e os trabalhos de casa;

-Tornar a ocasião um momento especial, uma festa.

sábado, dezembro 11, 2010

#Versificados de novembro



Aos poucos, vamos reatualizando o blog, conforme a dor nas mãos permite. Agora, versos publicados nos classificados do jornal Roraima Hoje no dia 3 de dezembro, em mais uma leva de #Versificados, a terceira em Boa Vista.
Desta vez, comigo, Zanny Adairalba, Marcelo Perez e Roberto Mibielli.




Clique para ampliar.

sábado, outubro 30, 2010

2ª leva dos #Versificados em Boa Vista

A turma da capital mais setentrional do País mandou ver seus versos nos classificados do jornal Roraima Hoje, integrando-se à quinta leva dos #Versificados. Clique para ampliar.


sexta-feira, setembro 24, 2010

Primeira leva dos #Versificados em Roraima



 Publicado por Zanny Adairalba no blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.


Quem folheou os classificados do jornal Roraima Hoje no final de semana se surpreendeu ao ver poesias misturadas aos anúncios de compra e venda.


Os créditos dessa idéia vão para @arautonho, pai do movimento #Versificados, que junto com @laischaffe , criadora do nome, e @raissando, responsável pelo logotipo, decidiram espalhar poesia de forma incomum nos veículos de comunicação de massa.

Em Roraima a iniciativa teve apoio do jornal Roraima Hoje e contou com a participação de poetas roraimenses, do Centro-oeste e do Sul do País.


Se você quiser saber mais sobre esse movimento que está tomando conta do Brasil, acesse o blog do #Versificados.


Clique para ampliar e ler os #Versificados

terça-feira, setembro 14, 2010

Hulk X Exterminador do Futuro: o filme que você gostaria de ver



Qual será a melhor escolha para dirigir este filme?

quinta-feira, setembro 09, 2010

Femact celebra Dia da Amazônia com exposição
(Publicado originalmente no site da Femact)

Cinco de setembro é o Dia da Amazônia. Para comemorar a data a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact) preparou uma programação especial com o lançamento de uma nova exposição temporária que irá compor o circuito do Museu Integrado de Roraima (Mirr).

De acordo com Luciana Surita, presidente da Femact, a mostra é uma mistura de arte e literatura, composta por telas do artista plástico da etnia Macuxi Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba.

“A exposição destaca as peculiaridades da cultura indígena. As obras do artista plástico Bartô são feitas em óleo sobre tela, retratam principalmente a fauna e flora da região com um toque de surrealismo. As fotos de Tana Halu juntamente com os poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba, retratando as peculiaridades da cultura indígena”, destacou.



A mostra já está aberta ao público para visitação no hall do Museu Integrado de Roraima, no Parque Anauá, de segunda a sexta das 7h30 as 17h30. Informações: 3623-1733.



ARTISTAS

Edgar Borges é jornalista e sociólogo, venezuelano e brasileiro, nascido numa aldeia indígena à sombra do monte Roraima, escreve versos e prosa ficcional e real desde a adolescência. Possui textos publicados em livros-coletâneas, sites jornalísticos e culturais.
Publicou um e-book na revista portuguesa on-line Minguante e trabalha em outro de poemas e crônicas em celulose sólida. Escreve quase todo dia no blog Crônicas da Fronteira.

Zanny Adairalba é compositora e poetisa, cursa Administração, na área pública, atua como gestora/consultora cultural, é co-responsável na elaboração e execução de eventos culturais de pequeno, médio e grande porte realizados pelo Município de Boa Vista.

Tana Halu é fotógrafo, jornalista, ilustrador, decorador e contador de história. Tem dois livros publicados em parceria com a escritora Aléxia Link. Sempre saca das mangas histórias mirabolantes de episódios que viveu ou dos quais ouviu falar.

Bartô é Bartolomeu da Silva, nascido em Boa Vista, mas também de raízes macuxi, da região de Maturuca, na Raposa Serra do Sol. Seus quadros, feitos sempre em óleo sobre tela, com um toque de surrealismo, retrata  principalmente a fauna e a flora da região.

DATA

O Dia da Amazônia foi criado para conscientizar a população quanto à importância da preservação da Floresta Amazônica, além de promover e contribuir com a formação social e moral do aluno. A data de 5 de setembro foi escolhida em homenagem à criação da Província do Amazonas, em 1850, por D.Pedro II.


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P.S. meu: Sobre os perfis: são os que no blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

terça-feira, agosto 24, 2010

Abusadinho, ou sobre a falta de educação no funcionalismo público


Um artista plástico frustrado hoje me chamou de "abusadinho" só por estar tomando cuidado com as peças de outro artista. 

Quer dizer, nem sei se o cara é frustrado. Sei que é artista plástico das antigas, desses que vivem aparecendo nas colunas sociais como se fosse um sujeito muito bem-sucedido, dos que vivem exclusivamente de sua arte. 

Hoje, no entanto, descobri que o cara é funcionário público como eu, um escritor pobre, que bate expediente para garantir a vida e o leite das crianças da maloca. A diferença é que eu nunca chamei de "abusadinho" nenhuma pessoa que fosse ao meu local de serviço, nem quando de fato a pessoa merecesse esse tratamento (E olha que um bocado já fez por onde). Afinal, acredito que ser cordato no serviço público é o mínimo de obrigação a cumprir. 

A situação foi surreal: o Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, ainda está com uma exposição montada no Sesc Roraima. São telas do pintor Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas meus e de Zanny Adairalba, herança da Mostra Vídeo Índio Brasil.

Tana recebeu, ainda durante a mostra, um convite para levar a exposição a um lugar muito bacana aqui do Estado. Local de estudos, de conhecimento, daquilo que chamamos rotineiramente de "cultura". Como ele viajou, hoje fui nesse lugar conversar com a simpática diretora do mesmo. A moça me tratou muito bem, me levou até o local onde vão ficar as peças e chamou o responsável pelas montagens das exposições. Esse é o tal artista, aquele que chamei, talvez injustamente, de frustrado no começo do texto.

Começamos a conversar sobre o número de telas, o tamanho das fotos, a ideia de ampliá-las, como ficaria distribuído o material, essas coisas comuns neste tipo de situação.

De repente, eu digo algo sobre os cuidados que devem ser tomados para não danificar as telas do Bartô (Afinal, já basta estar expondo sem ganhar nada. Se danificar, eu é que vou ter que pagar). É nessa hora que o respeitável artista plástico/dublê de montador de exposições me pergunta: 

- E quem vai montar a exposição, vocês?
- Não. Vocês.
- Ah! Tu tá muito preocupadinho com essa montagem, com medo de danificar as peças!

Segundos de surpresa com a volume de voz, o tom da voz e as frases do artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida.

Peraí. Eu não sou seu amigo, não lhe conheço e não lhe dei autoridade para falar assim comigo. Por isso, vamos recomeçar, falei, usando toda a boa educação que mamãe me deu na maloca.
Que recomeçar o que? Tu tá muito abusadinho, com medo de rasgar as telas do outro...

Sinceramente, a vontade que me deu foi de mandar o pseudo-artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida/pessoa sem nenhuma educação dirigir-se a algum lugar onde pudesse, confortavelmente, sentar, pegar o seu dedo médio e introduzi-lo onde lhe causasse prazer. Como na hora eu pensei que ele não merecia sentir prazer, optei por ignorá-lo e me dirigir à simpática diretora, que estava paralisada, com uma expressão de terror: 

- Eu vou conversar sobre a exposição com você ou com ele? Se for com você, ótimo. Com ele, não converso mais.

A elegância da moça controlou a situação, acalmou o exaltado e fez com que continuássemos a conversa (ela e eu. O sujeito se retirou  pisando forte). Acertamos que, em breve, as telas (se o Bartô deixar, claro) e as foto e poemas que estão no Sesc Mecejana até o final do mês vão mudar de lugar por um bom tempo. 

Verdade seja dita: se o convite tivesse sido feito a mim e não ao Tana, teria desmarcado só pela grosseria. É por reações e comportamentos como o de essa figura que adora uma coluna social que o poder público é tão criticado. 

Up date: esta postagem de junho revela o motivo de ter me controlado. É defeito pós-filho.

quarta-feira, junho 16, 2010

Notas sobre junho (para não esquecer no futuro)


1. A maldita tendinite continua. Acho que vou trocar a mão direita por uma nova. Basta arranjar uma de meu modelo.

2. Quando chove, chove. Quando esquenta, esquenta e muito em BV. O clima está ficando doido.

3. O Brasil jogou ontem com os meus primos da Córeia do Norte. Como os coreanos perderam, o castigo será ter que beber um litro de urânio enriquecido.

4. Edgarzinho deu um susto ontem. Escondeu-se em um guarda-roupa, chamou por mim bem baixinho (papai...), ninguém o viu e todo mundou pirou buscando o moleque. A preta velha Zanny quase morre de pavor tentando encontrá-lo. Eu dei a volta na casa, saí por um portão e entrei pelo outro e nada (Ah, Edgar, se tu estás me ouvindo e não respondes ao meu chamado, vais ver!). Na segunda volta à casa, o encontraram, sorrindo, dentro do armário, comemorando o primeiro grande susto na mãe, pai, tia, prima Elenita e vó Maria José. Ainda bem que dona Neide não estava por lá.

5. Lembre-te: Edgarzinho saiu à noite pelo portão da casa de minha cumadi Érica Figueiredo e me deu um novo susto. Dei-lhe uma chamada. Nâo contei para Zanny.

6. Tenho que caminhar mais para desfazer o perfil de jabulani.

E agora, respeitável público que não comenta nada neste blog, mando do fundo do blog uma postagem que hoje, 16 de junho, completa cinco anos de publicada originalmente:

Verborragia

Cuspiu na minha cara, dei-lhe um soco. A polícia chegou junto, levou os dois. Mas ele não fez nada. É tudo culpa da oposição. É uma intriga para desestabilizar o país. Chamem um substantivo qualquer e verão como ele aceita suborno. Mensadão, corrigiu o nobre deputado, já de olho no meu bolso e passando uma caneta Mont Blanc para assinar o cheque. Obrigado, prefiro ver uma partida de futebol.

Yes, habemus soccer, beach e estivas em geral. O que? Não! Sul-americanos sim, mas latinos, não. Isso é coisa de cucaracho, dizem nossos primos dos EUA. E se é bom para eles, é bom para nós. Ou não? Mas ter economias em dólar é melhor que ser bacana em real. Na real.

Gringo, eu? Não. Globalizado, antenado, pós-moderno. Tucano? Petista? Ah, pára com isso, eu sou é brasileiro. Eu sou o melhor de meu país, me ensinou um publicitário. Sou cidadão, sim. Não, esse papo de ecologia, respeito aos direitos das minorias e desenvolvimento sustentável é coisa de reacionário, de quem está vendendo a nação para o estrangeiro. Eu quero é progresso e se for preciso derrubar umas árvores, que mal tem?

Ei, esconde esse jornal e essa revista e não deixa ninguém ver a reportagem mostrando que passei a mão naquela grana. O que diriam de mim, senhor? Perdoa esses pecadores que insistem em xeretar a vida alheia. Aliás, se falar mal de algum amigo vai ter. Vai rolar a festa. Ok, separa um filetinho, muito bem. Vamos, sempre em frente.

terça-feira, maio 25, 2010

Quando gentileza não gera gentileza

 
Sou um incompreendido. Sem dramas nem estresse, sou um incompreendido. Uma vida de timidez, concisão, ironia e sarcasmo deixaram marcas na imagem que as pessoas, mesmo as que não me conhecem, fazem de mim. Não que eu me importe com elas, fique claro. A questão não é a pouca importância que dou às opiniões externas, mas a surpresa que ainda me causam quando as descubro.

Não foi uma ou duas vezes que as pessoas chegaram e me disseram: “nossa, como você é legal. Não parece com a pessoa que me descreveram”. Quer dizer, há quem não goste de mim e invista seu tempo propagando isso. É verdade que, consciente ou inconscientemente, minha vida pregressa sempre deu motivos para essas opiniões desabonadoras a meu respeito.

Me chamam por aí de tudo um pouco. Ainda bem que sempre há quem me defenda. Por exemplo, a mesma guria que em um papo me nomeou “escroto”, conforme seu próprio relato, acrescentou que apesar disso gostava muito de mim, pois sou “muito legal”. Vá entender esse paradoxo.

Sou fruto do passado. Em certa época, para tentar manter a ordem numa sala com mais ou menos 10 figuras insubordinadas e enroladoras, adotei uma postura mais rígida. Fiquei com a pecha de “mandão, grosso, insensível e durão”. Sem fazer alarde, após refletir sobre a maturidade e responsabilidade que os demais devem ter no seu trabalho, fui mudando. Pena que ninguém percebeu até hoje.

A questão é que toda vez que tento ser MUITO educado acabo me dando mal. A história mais engraçada em torno de cortesia e gentileza envolveu o aniversário de uma colega. Chegamos eu, Zanny e Edgarzinho na peixada, prontos para comer um tambaqui sem espinha. Aquele burburinho de recinto cheio, um zum-zum-zum que ninguém se entende e me aproximo da aniversariante para parabenizá-la:

- Oi! Parabéns pra você, muito anos de vida e muita plata no bolso! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade.)

- Obrigado, Ed! (Sorriso aberto, demonstrando felicidade)

- E quem é esta senhora? Tua mãe? Nossa, como ela é nova! Parabéns pela sua filha, viu? (Tentando ser gentil com a mãe de minha colega.)

- ....., (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que a mãe de minha colega diz)

- Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

- Ei, como tua mãe é nova. Parece mais nova que tu, heim? (Tentando ser engraçado para agradar a mãe alheia.)

 - Edgar, ...... (Zum-zum-zum não deixa ouvir o que minha colega diz)

Fui sentar, comi meu peixe, brinquei e no final descobri que a “mãe” de minha colega na real era sua amiga querida e que a mesma tinha saído da mesa chorando por ter caçoado dela. Minha amiga não acreditou quando disse que havia sido sem intenção, que tentei ser gentil, que aquilo ou outro. Resumiu a história com um “Te conheço, Edgar. Tu fez de propósito” e o assunto é tabu numa hora e motivo de risadas em outra até hoje.

Dia desses, na instituição onde trabalho, fui pegar um documento para assiná-lo. Com aquela boa vontade e sorriso no rosto que sempre esbanja comigo (atenção: ler frase anterior com inflexão de ironia), a menina do gabinete me passou o papel. Errei e como não podia rasurar, voltei lá. Para evitar a cara feia da secretária (vai que fui o que não soube pedir o documento antes), usei uma velha, mas segura construção:

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Hã?

- Tira outra cópia, por obséquio.

- Por o que?!

- “Por favor”, disse-lhe a colega de sala, ajudando a esclarecer o significado da frase.

- Ah, tá. Depois eu levo.

E lá fui eu, anotando mais uma para a coleção de situações esquisitas em que vivo me metendo toda vez que tento ser MUITO gentil.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Sessão de cinema no Jardim Caranã

Foto:  Divulgação
Tana Halú, Luiz Valério, Zanny Adairalba e Edgar Borges formam o Arteliteratura
(Matéria publicada na Folha de Boa Vista de 19.02.10)

Remanescente das Sombras, primeiro longa-metragem roraimense, será exibido neste sábado no bairro Jardim Caranã. A sessão gratuita de cinema é uma promoção do Coletivo Arteliteratura Caimbé, que em 2010 realizará diversas atividades culturais naquela comunidade.

O filme começa às 19h30 no ponto cultural do Coletivo, localizado na rua Z, entre as ruas 18 e 19. Com censura 14 anos, Remanescente das Sombras foi lançado em 2009, com direção de Alex Pizano. No final da sessão, o público poderá conversar com o diretor e outros integrantes da equipe de produção e esclarecer dúvidas sobre a história, que aborda a caçada a um oficial nazista que se esconde em Roraima e cria um grupo criminoso.

Esta é a quarta ação na área de vídeo realizada pelo Coletivo Caimbé desde setembro do ano passado, quando promoveu a festa de aniversário do bairro 13 de Setembro e exibiu curtas e documentários produzidos em Roraima. Depois disso, foi a vez das comunidades dos municípios de Alto Alegre e do Cantá (Vila União, a 130 km de Boa Vista) assistirem a vídeos de animação infantil e adulta.

“A nossa proposta é fomentar a formação de público para as diversas manifestações da cultura, facilitando o acesso das pessoas a estes produtos”, afirma o artista plástico Tana Halú, integrante do Coletivo e morador do Jardim Caranã. A intenção é fazer novas sessões periodicamente, contando com a parceria da população e das empresas do bairro. “Tirando o cinema do Sesc Mecejana, ninguém promove ações regulares no audiovisual. Sentimos que a sociedade tem essa demanda e decidimos trabalhar para atendê-la”, acrescenta Tana.

Segundo o jornalista Edgar Borges, outro integrante do Caimbé, a presença do diretor Alex Pizzano será o diferencial deste sábado. “Quem estiver presente poderá saber mais sobre como foi produzir o primeiro longa de Roraima. Quem sabe não surge desta sessão uma ideia para um filme feito por alguém da comunidade? Será uma ação cultural gerando um produto cultural”, diz Edgar.

O Coletivo Arteliteratura Caimbé é uma organização cultural formada, além de Tana e Edgar, pelo jornalista Luiz Valério e pela gestora cultural Zanny Adairalba. O quarteto realiza ações em Boa Vista e no Interior do estado focadas no fortalecimento da cidadania. Também participa das mobilizações destinadas a fortalecer o setor do livro, leitura e literatura em Roraima. Informações sobre todas as ações do Coletivo Arteliteratura Caimbé podem ser obtidas em www.literaturacaimbe.blogspot.com e também no www.twitter.com/coletivocaimbe .

SERVIÇO

O que: Exibição do filme Remanescente das Sombras

Quando: Sábado (20/02)

Quanto: Entrada Franca

Horário: 19h30

Local: Rua Z, entre as ruas 18 e 19, bairro Jardim Caranã

Informações: 9131-6869 ou 9111-4001

terça-feira, janeiro 26, 2010

Conferenciando


Participei no último sábado (23) da assembléia setorial de cultura do segmento Livro, leitura e literatura, etapa preparatória da II Conferência Nacional de Cultura.

O evento, que como integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé ajudei a organizar, começou às 8h, na videoteca do Palácio da Cultura, aqui mesmo em Boa Vista, capital de Roraima. Pela manhã focou-se nos cinco eixos do texto base da conferência. Eu explanei sobre o eixo quatro, “cultura e economia criativa”.

À tarde, os participantes (poetas, cronistas, historiadores, professores universitários e um livreiro), reuniram-se para discutir e escolher as três propostas que serão apresentadas na pré-conferência nacional, marcada para a segunda quinzena de fevereiro em Brasília.

 

Depois disso foram votados e escolhidos os delegados titulares do segmento: professor Roberto Mibielli e os escritores/cronistas Afonso Rodrigues e Edgar Borges (ou seja, eu).

Como suplentes ficaram Josimar Sousa, o professor Devair Fiorotti e o livreiro Antonio Benttes.

Colega no Coletivo Caimbé e servidora municipal na área de cultura, Zanny Adairalba foi indicada representante do poder público.

No segmento Artes Visuais, Tana Halú, também do Coletivo Caimbé, foi eleito delegado.

Ou seja, em fevereiro vai todo mundo do Caimbé para BSB para falar sobre cultura.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Cinema roraimense, reggaeton e viagens do Coletivo

1.    O filme do Alex Pizano é muito legal. Tirando as ratadas técnicas que toda produção independente tem (ainda mais quando a grana da produção mal chegou aos mil reais), o primeiro longa de Roraima não faz feio pra ninguém.

2.    O que mais gostei de Remanescente das Sombras foi a visão que o Alex jogou de Boa Vista, principalmente nas cenas de rua. Quem assiste já tem noção do pequeno caos que já está se formando no trânsito da menor capital do Brasil.

3.    A atuação de Bruno Garmatz como o nazista Von Deck (ou algo assim) é muito boa. Todos se admiraram, pois o Brunão é muito na dele e nunca havia feito algo parecido aqui em Roraima. Eu não fui pego de surpresa pois já sabia que o galego havia sido modelo e ator em sua distante juventude, lá pelas bandas de Matogrosso e Paraná.

4.    O Coletivo Arteliteratura Caimbé promove nesta quarta-feira uma mostra de filmes animados no município de Alto Alegre, a 89 km de Boa Vista. A atividade faz parte do DIA 2009 (Dia Internacional de Animação), realizado simultaneamente às 19h30 em quase 500 cidades pela Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). Por lá estão os companheiros Luiz Valério e Tana Halú.

5.    Na sexta vamos os três mais dona Zanny Adairalba para uma escola na Vila União, município do Cantá, fazer oficinas de massinha e de texto. E também viver perigosas aventuras em estradas não asfaltadas, claro.

6.    Você já ouviu reggaeton? A batida é muito boa mas as letras são uma porcaria. É quem nem a maioria dos hip hops e raps que enchem a tela da MTV americana e do TVZ. O que vale é a mexida. Pois bem, o presidente Hugo Chávez vai, conforme diz a mídia, cantar reggaeton com o grupo Calle 13 num grande show que vai rolar em Caracas, capital da Venezuela. Eu já vi o programa dominical do Chávez. Garanto que daquela garganta não sai uma bela voz.

7.    Aqui em Boa Vista é comum os carros passarem por você lentamente com o som no último tocando CD’s de reggaeton baixados na net ou comprados em Santa Elena, fronteira com o Brasil.

8.    Aliás, uma coisa interessante nesses cantores de reggaeton é que todos trocam o R pela L. Acho que é para reforçar a empatia com a população mais pobre da América espanhola. Essa parcela da sociedade, principalmente, faz essa troca nas conversas cotidianas.

9.    Por conta da notícia do Chávez e do Calle 13 fui atrás de saber qual é a dos caras. Sinceramente, continuo sendo mais os velhos e bons merengue, salsa e rock-pop.

10.   Tentei, mas ainda não aprendi a, depois de achar o link no youtube, colocar o vídeo aqui no blog. Se alguém souber, me ensina ou passa um link que ensine. Se não fosse isso, teria colocado uns clipes de Calle 13.



quarta-feira, outubro 14, 2009


Funarte divulga lista de contemplados com a Bolsa de Criação Literária

(
Da série Clipando. Publicado no site da Funarte em 9 de outubro de 2009)






A Fundação Nacional de Artes (Funarte) divulgou a lista dos 10 autores contemplados com a Bolsa de Criação Literária. Cada um deles receberá prêmio no valor de R$ 30 mil. Por meio desta iniciativa, a Fundação impulsiona a produção de textos literários inéditos, oferecendo a escritores de todo o país condições materiais para que possam desenvolver seus trabalhos.





Nesta terceira edição do programa, foram recebidos 1.046 projetos. A análise do material coube a uma comissão externa, composta por cinco membros de notório saber na área literária: Ângela Dionísio Paiva, Márcio Araújo de Melo, Regina Lúcia Péret Dell'Isola, Álvaro Costa e Silva Filho e Elga Ivone Perez Laborde Leite. Durante o processo seletivo, foram julgadas a originalidade do projeto, a qualidade da proposta e a metodologia do trabalho.





Em breve será anunciada uma relação de contemplados suplentes, beneficiados por um aporte extra de recursos que o Ministério da Cultura destinará à Fundação.


NOVOS RECURSOS - Em 19 de agosto, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou uma suplementação orçamentária de R$ 18,4 milhões para a Funarte. Com o novo aporte, os investimentos na Bolsa de Criação Literária subirão de R$ 346 mil para R$ 646 mil. Dessa forma, mais 10 autores brasileiros poderão ser selecionados, como suplentes, para receber a bolsa.

........

Então...ganhei um edital da Funarte.

Faz bem para a auto-estima conquistar um prêmio desses. Principalmente para mim, que estava precisando receber uma boa notícia neste segundo semestre de 2009.

Ganhar um prêmio, independente de qual fosse o valor, era uma das minhas metas para este ano. Depois de algumas participações sem êxito em festivais de música, concursos de poesia e de provimento de vagas (em busca de um salário maior), a bolsa da Funarte reergue meu orgulho índio e me estimula a continuar escrevendo micronarrativas (ou microcontos, outro nome que se dá à mesma levada literária que apresentei como proposta ao pessoal de Brasília).

Ser premiado também revalida minha decisão de abandonar o cargo de professor em uma faculdade particular para investir na redação de projetos e textos literários. Quando falava para meus amigos ser esse o principal motivo, ninguém me levava a sério, apesar de todos concordarem qualquer coisa ser melhor do que encarar muito trabalho, alunos inapetentes e remuneração abaixo de nosso anseio.

MOMENTO ENTREGA DO OSCAR

Como nunca fui de assumir sozinho os créditos de ações conjuntas, aproveito para destacar e agradecer o apoio da turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, responsável por dar um brilho bacana na idéia original. Valeu Zanny, Luiz e Tana pelas contribuições ao texto do projeto. Com certeza influenciaram positivamente os jurados. Vamos agora em busca de novos prêmios para o Coletivo Caimbé.


Valorizar quem ajuda e inspira é necessário. Afinal, como disse um profeta carioca, gentileza gera gentileza. Nessa batida, muchas gracias ao ator Marcelo Perez, da Cia. do Lavrado, por ter me emprestado para leitura o seu projeto premiado no ano passado com a bolsa Funarte de Dramaturgia.

Em 2008, quando assessorava a Federação de Teatro de Roraima, fiz a matéria falando da premiação e brinquei com o Marcelo dizendo que ia participar de algum edital neste ano para ganhar a mesma grana que ele. Na mesma hora o cara me estimulou a participar, fazendo elogios e tal aos meus textos neste blog e lembrando que para ser premiado é preciso jogar. Afinal, nunca se ouviu falar de ganhador da loteria que nunca jogou.



A lista de pessoas poderia se estender mais, mas vou reduzir para duas pessoas: Avery Veríssimo, que há alguns anos me apresentou a por enquanto criogenizada revista de Micronarrativas Minguante (AQUI tem matéria falando disso), e Luis Ene, editor da supracitada publicação e também o sujeito que aceitou publicar e prefaciou meu e-book Roraima Blues. Esses dois, o primeiro ao mandar o link e o segundo ao aceitar meus trabalhos, com certeza tem peso no caminho que me levou a concorrer no prêmio da Funarte.






Bom, dito tudo isso, dá licença que vou começar a escrever minhas micronarrativas para cumprir com os prazos da turma da Funarte. Inté a próxima postagem.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Tem cultura e arte a todo gosto no final de semana



No sábado, com exposição de microcontos deste índio velho e muitas outras atrações, conforme você lê no blog do Fórum



e no domingo

sexta-feira, agosto 07, 2009

Show beneficente reúne artistas roraimenses no Sesc






O show “Canto Solidário” reunirá 14 artistas locais no dia 14 de agosto no Espaço Multicultural do Sesc Centro, a partir das 21h.

Organizado pelo Coletivo Arteliteratura Caimbé, vai arrecadar recursos para o bibliotecário Roberto Carlos Cunha, que fez no dia 5 uma doação de rim para o próprio filho, de apenas 3 anos de idade.

O ingresso custa R$ 10,00 e pode ser comprado antecipadamente no Guaraná Mania, complexo Ayrton Senna.

Participam o grupo de dança The Masc, os músicos Claudio Moura, Bebeco Pujucam, Claudia Lima, André Lobo, Magoozaia e Halisson Crystian, as bandas Capitão Kaverna, Mr. Jungle, Iekuana, Uzina e Guy-bras, a declamadora Vânia Coelho e o fotografo Tana Halú.


O show tem apoio do Sesc, Estúdio Parixara, Gráfica Real e Fetec.


Integram o Arteliteratura Caimbé este cronista da fronteira, o jornalista
Luiz Valério, o artista plástico Tana Halú e a gestora cultural Zanny Adairalba.


O coletivo é uma associação cultural amazônica formada com o objetivo de fomentar a cidadania e a cultura usando como ferramenta principal a literatura. Para saber mais, acesse o
blog do Coletivo.


Serviço:

O que: Show Beneficente Canto Solidário

Onde: Sesc Centro, rua Araújo Filho

Quando
: 14 de agosto, às 21h

Quanto
: Ingressos a R$ 10. Venda antecipada no Guaraná Mania

Com quem:
14 artistas, entre músicos, cantores, bandas, poetas e fotógrafos

segunda-feira, maio 11, 2009

Festival, final de semana e o verão continua


Não passamos à fase final do festival Canto Forte nem eu nem a dona Zanny.

Das três melhores colocadas, a primeira repetia a mesma frase seis ou sete vezes por várias vezes.

Não gosto de músicas que repetem mil vezes as frases.

Cláudio Moura, 30 anos de violão nas costas, quatro meses sendo meu teacher de cordas e arranjos e algumas parcerias de letra e música comigo, foi o segundo colocado com a canção Mar Adentro.

Relembrando, logo nas eliminatórias falei na primeira e a segunda como as possíveis melhor colocadas do festival.

A ganhadora na categoria intérprete foi, merecidamente, Andressa Nascimento.

A piada entre quem ficou de fora da final: ei, estamos entre as 20 melhores das 87 iniciais e o importante é participar.

Não choveu mais no final de semana.

Dia quente das mães .

Começa nesta terça a VIII Semana Roraimense de Comunicação.

Faltam três semanas para uma nova etapa da vida noturna.

Jazz...

The Doors...

quinta-feira, maio 07, 2009


Canto Forte:Festival abre portas a novos talentos

(Da Série Clipando - matéria veiculada na Folha de Boa Vista de 07.05.2009)



O músico Avery Veríssimo gravando a canção "Encontros", que foi classificada para o festival

Abrir portas a novos talentos. Este é o objetivo do festival de música Canto Forte que acontece hoje no Palácio da Cultura. Vinte apaixonados pela música vão participar do Festival, que funciona com uma “vitrine” para a apresentação de artistas locais.


“A nossa expectativa é a melhor possível, pois além de ser um show para toda a família, esse festival pretende valorizar o trabalho de muitos músicos da região. Queremos que o público conheça o que é produzido musicalmente em Roraima”, disse Joemir Guimarães, coordenador do Canto Forte.


O Canto Forte pretende incentivar a cultura, apresentando talentos que serão reconhecidos pela qualidade e potencial das suas músicas. O festival permitirá a participação de todos os estilos musicais “O importante está no ineditismo da composição, cada qual dentro da cultura do cantor; se ele preferir uma música regional, rock, clássico, blues ou qualquer outra, todas serão avaliadas igualmente, dependendo somente do talento e da qualidade das músicas” ressalta.


O festival acontecerá em três fases distintas. Dos 83 inscritos, foram classificadas 20 músicas que serão apresentadas na quinta-feira e na sexta-feira. Destas, apenas 10 canções vão ser classificadas na final que acontece no sábado.


Participantes


O jornalista e sociólogo Edgar Borges teve sua canção “Encontros”, feita em parceria com o também jornalista Avery Veríssimo classificada para o festival. Edgar escreve poemas e crônicas desde a adolescência. Em 2008, teve dois filhos: o animado índio Edgarzinho e a publicação do livro digital Roraima Blues. Foi jurado da Mostra de Música Canta Roraima por três anos e já conquistou alguns prêmios em concursos de poesias e jornalismo. “Esta é a primeira vez que participo de um festival de música. Eu tinha um poema bem antigo que estava guardado e quando o encontrei quis inscrever nesse festival. Conversei com Avery que fez a melodia e imediatamente nasceu um blues. Depois da meia-noite tinha que ser um blues. Nesse processo tudo se interligou”, explicou.


O compositor da musica “Encontros” Avery Veríssimo é professor, mestre em Ciências da Comunicação e publica microficcção na revista portuguesa Minguante.com. É co-autor do livro Observatórios de Mídia e publica blogs. Compositor de blues e rock, tocou em bandas em São Paulo, Belo Horizonte e Boa Vista. Avery também nunca havia participado de um festival. O Blues, segundo ele, foi escolhido por ser a raiz de toda musica pop contemporânea. “O festival me deu a oportunidade de trabalhar com bons músicos que entenderam as minhas idéias. Compor essa musica com Edgar foi um bom “Encontro”. Estou surpreso e contente por ter classificado a musica no festival” disse.


A produtora cultural Zanny Adairalba também teve uma canção classificada. O xote “Chegança do bem Querer” foi escrito em 2003 pela artista, que é poetisa desde criança. “Vou participar também pela primeira vez do festival e fiquei muito feliz de ter minha musica classificada, pois apesar de escrever canções e ser produtora, será diferente desta vez estar ao lado dos artistas, tendo meu talento sendo apresentado ao público. Só a classificação foi uma grande vitória”, afirmou.



Serviço


O que é - O Festival Canto Forte

Quando- nos dias 07, 08 e 09 de maio

Onde - No Palácio da Cultura a partir de 19h.Entrada franca


Premiação– O primeiro colocado no festival receberá o prêmio de R$ 5 mil; o segundo R$ 3 mil; o terceiro R$ 2 mil; o quarto R$ 1 mil; o quinto R$ 500 e, do sexto ao décimo colocado, o valor será de R$ 250. O melhor intérprete também receberá o prêmio de R$ 500.


Confira as apresentações:

DIA 07 – 1ª ELIMINATÓRIA

ORDEM

MÚSICA

AUTOR(ES)

INTÉRPRETE(S)

1

FIM DE SEMANA

THIAGO SILVA

THIAGO SILVA

2

BERIMBAU DO SERTÃO

DILMO PINA

NETO ANDRADE

3

CHEGANÇA DE BEM QUERER

ZANNY ADAIRALBA

JÉSSICA

4

BOA VISTA MEU RIO

JULIANO MAINARD E KLEBER JR.

JULIANO MAINARD E KLEBER JR.

5

ENCANTADO

ROSINHA PEIXOTO

ROSINHA PEIXOTO

6

FLOR DO MANDACARÚ

CHIRLEY CANTORIA

CHIRLEY CANTORIA

7

CAPOEIRA

ELIAKIN RUFINO

ANDRESSA NASCIMENTO

8

LAMENTO NORDESTINO

BETO DO CAVACO

BETO DO CAVACO

9

O PANTANAL EM CHAMAS

CHICO CARRIJO E AMAURI SANTOS

CHICO CARRIJO E GERSOM

10

A MOÇA DA CIDADE

JOÃO AROMA

JOÃO AROMA


DIA 08– 2ª ELIMINATÓRIA

Ordem

MÚSICA

AUTOR(ES)

INTÉRPRETE(S)

1

MÁS INTENÇOES

KÁRISSE BLOS

KÁRISSE BLOS

2

VOU CHEGAR

MAGOOZAIA

MAGOOZAIA

3

LENDAS

JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO

JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO

4

ENCONTROS

EDGAR JESUS E AVERY VERÍSSIMO

AVERY VERÍSSIMO

5

MAR A DENTRO

CLAUDIO MOURA

CLÁUDIA LIMA

6

O SENTIMENTO E UMA FLOR

SÉRGIO FIGUEIRA BRASIL

GRUPO LUART

7

CICLO DAS ÁGUAS

KLEBER GOMES

KLEBER GOMES

8

COMO A PRIMEIRA VEZ

HANDELL ROCHA DA COSTA

NATHALY E HANDELL

9

EU CANTO FORTE

JAIR AMAZONAS

JAIR AMAZONAS

10

TRIBO ISOLADA

NEUBER UCHÔA JR.

JUNIOR CAÇARI