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quinta-feira, agosto 25, 2022

Uma crônica e um conto na revista literária Valittera

Salve, gente que gosta de literatura. 

Tem um conto e uma crônica de minha autoria na nova edição da Valittera, revista 


literária dos acadêmicos de Letras da Universidade Estadual de Matogrosso do Sul (UEMS). 

Os textos foram produzidos e enviados para avaliação da equipe editorial no ano passado. A turma demorou um pouco mais do que o esperado para liberar a edição, por isso as leituras citadas na crônica já foram concluídas e o conto tem aquele toque dramático pré-vacinação contra a Covid. 

Independente disso, recomendo a leitura não só do meu material, como o dos demais selecionados, entre eles o escritor Gabriel Alencar, também de Roraima. 

Aqui tem o conto “Ano-novo”: https://periodicosonline.uems.br/index.php/valit/article/view/6257/5057

E aqui a crônica “Leituras para agora e depois”: https://periodicosonline.uems.br/index.php/valit/article/view/6258/5083

Para ler os demais autores, clica aqui. 


quarta-feira, agosto 24, 2022

Um texto sobre café na Revista LiteraLivre nº 34

Saiu em julho e eu achei que havia publicado aqui no blog, mas esqueci 
impressionantemente: na edição número 34 da Revista LiteraLivre tem uma crônica minha falando sobre café. 



Para ler na revista os links são estes: https://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre e http://revistaliteralivre.blogspot.com/.../revista...

Ou então dá zoom nas imagens e faz a tua leitura aqui. 




E então, como você faz o seu café?


quinta-feira, dezembro 02, 2021

Venham me ler na 30ª edição da revista Literalivre


Gente bonita que anda por aqui: estou na 30ª edição da revista Literalivre, desta vez com um conto originalmente publicado aqui no blog em 2019. 



 

Confere meu texto “Sabores da noite passada” na página 80 da revista e compartilha o link com quem você conhecer. 

A LiteraLivre é uma iniciativa muito bacana e editar revista não é nada fácil, com equipe ou sem equipe. Então, valorizemos quem faz (eu mesmo já tive vontade de fazer uma revista ou zine literário, mas só de pensar em separar, revisar, diagramar e distribuir me deu canseira). 


Baixa ou lê a LiteraLivre aqui:


sábado, junho 08, 2019

Sobre contos meus sendo lidos nos Estados Unidos

O poeta e tradutor Vitor de Araújo passou um tempo nos Estados Unidos recentemente. Selecionado para receber a bolsa Fulbright Brasil, lecionou português para os gringos na Universidade do Arkansas. 

Para isso, fez várias atividades. Uma delas foi o Sarau do Português, no qual alunos leram obras no nosso idioma. Uma dessas obras foi o meu livro, Sem Grandes Delongas. Em fevereiro, Vitor me passou um dos vídeos gravados no sarau. 

Por preguiça na época, postei o vídeo somente nas minhas redes sociais. 

Esta semana, lendo uma matéria no portal do Senac Roraima, percebi que devia colocar aqui também. Assim sendo, convido todo mundo para ver a gringuinha lendo um conto meu:





 Ah, sim. A matéria a que me referi foi esta: Esquina Americana divulga editais para profissionais e acadêmicos estudarem nos EUA



Nesse trecho acima printado, o Vitor conta sua experiência e cita a minha participação, enquanto autor, no sarau:

 “Valeu a pena” 
Vitor de Araújo foi um dos participantes da última edição do FLTA e esteve no Senac Idiomas na última terça (28) compartilhando sua experiência. O jovem recebeu seguro-saúde, moradia, bolsa (“em um valor muito bom para se viver com conforto”), passagens de ida e volta e o visto. Lá, ele trabalhou na Universidade do Arkansas, onde estudou cultura e história americanas e ensinou português para duas turmas.

Além disso, ele participou de eventos externos; ajudou a alimentar as redes sociais do programa e a organizar eventos de integração: saraus literários (nos quais os alunos americanos leram poemas e minicontos de Gonçalves Dias a Edgar Borges, escritor roraimense), piqueniques, apresentações de música brasileira.

“Foi bem legal”, exclamou sempre que contou uma história ou mostrou um vídeo de algum trabalho realizado em sala de aula. O grupo de bolsistas depois criou um perfil no Instagram onde dá dicas e conta sua experiência para quem também quiser participar das próximas edições. O nome do perfil, pocando nos States, é inspirado em uma gíria do Estado do Espírito Santo (de onde vieram duas bolsistas) e significa "sendo feliz" e "arrasando".

sexta-feira, abril 26, 2019

Notas da última sexta de abril de 2019


1. Começaram ontem as chuvas de fato e de direito. Choveu um pouquinho à tarde aqui no Paraviana, dando aquela sensação posterior de que estamos em uma panela de pressão liberando todo o vapor do mundo. Na verdade, a frase correta seria: “choveu (...) no final do Paraviana. Lá em cima, mais perto do Caçari e do Bairro dos Estados, não pingou nada. De madrugada choveu tanto que a terra amanheceu empapada. O céu amanheceu nublado e as paredes da casa estão bem mais frias que ontem.  


2. Enquanto escrevo, chuvisca. Agora será assim até julho, agosto. A chuva traz conforto para estar em casa. Some com as praias, é verdade, mas não dá para ter tudo ao mesmo tempo. 




3. Esta semana fiz algo que há tempos não fazia: comprei e li uma HQ impressa. Me criei fazendo isso, aprendi a ler em português por conta das histórias em quadrinhos, mas havia um tempo que só estava lendo em formato Scan nos sites piratas. Nunca gostei de ler muito em computador, mas desde o mestrado e seus infinitos PDFs, me acostumei a passar horas na frente da tela. Daí foi só ir buscar os Scans e me maravilhar com a possibilidade de ampliar a página até o ponto em que as palavras fiquem ao meu gosto de olho de velho meio cego. Foi essa impossibilidade de ampliar os balões o que mais me incomodou na leitura. Agora que uso óculos para quase tudo ficou meio complicado até ler em local mais escuro. Mesmo assim encarei o título Batman – Veneno. Gostei da história, que é começo dos anos 1990, com uma arte característica daquele tempo (leia-se um monte de quadros por página). 

Batman - Veneno: as quatro edições em uma só publicação

4. Estreou Vingadores e nos grupos de WPP todo mundo fala nisso. Nem um pio sobre os direitos que vamos perder com a reforma da previdência que o Bolsonaro vai enfiar na nossa goela, mas tudo bem, o foco não é mesmo esse nesses grupos. Até concordo e se fosse diferente eu saísse, porque as discussões costumam ser bem rasas. Enfim, sabe um lance que me incomoda mesmo nessas horas? Essa idiota coisa do medo do spoiler. Gente, que confusão que a galera forma por conta de um comentário qualquer feito por quem já viu o filme. Eu não entendo mesmo isso. Quando alguém me conta algo de um filme, série, livro ou HQ, fico prestando atenção para depois comparar o que a pessoa disse com o que de fato foi apresentado. Daí faço uma avaliação sobre a capacidade narrativa do “spoileiro” para saber se é confiável ou não nesse sentido. Acho muito divertido isso. Vou atrás até de cena vazada se tiver rolando fácil. Já o resto do mundo, inclusive o povo aqui de casa, morre de raiva. Eu, heim, gente doida. Imagina essa galera pegando spoiler da Bíblia, por exemplo, com alguém falando que lá no Novo Testamento vai rolar a crucificação de Jesus. Ou que lá no Velho tem uma parte bem The Walking Dead chamada as sete pragas do Egito?



5. Até ontem a gasolina estava custando R$ 4,29 no dinheiro na maioria dos postos que estão em minha rota comum de deslocamento. Acho bom anotar isso para jogar na cara do povo que vive dizendo que o PT quebrou a Petrobras e que por isso estavam certos o Temer, ao autorizar, e o Bolsonaro, ao manter, a política do preço subir o tempo todo conforme a movimentação do mercado. Parece até que isso se traduz em ganho para cada eleitor desse povo. Eu fico aqui preocupado com o gasto mensal, fazendo contas para ver se não vou ficar no prego no meio da rua e o povo bolsominion elogiando e feliz com essa política de preços. Ou sou muito ranzinza e pobre ou todo mundo está ganhando bem mais do que eu. 

Estou em crise energética

sexta-feira, abril 05, 2019

Sabores da noite passada

Meu hálito nesta manhã me lembra um pouco das alegrias e sabores da noite passada. Bebemos, rimos, cantamos e, sinceramente não tenho certeza, mas acho que também usamos alguma coisa levemente ilegal para adoçar ainda mais a madrugada.

Começamos cedo, com um happy hour que buscava espantar as dores de um dia pesado de trabalho para ambos. Eu não te conhecia. Não, eu já havia te visto uma ou duas vezes por aí. Sim, isso mesmo. Os amigos nos apresentaram formalmente, começamos a falar de filmes, livros, política e jardinagem. Chope vai, tira-gosto vem, desafinamos algumas músicas no karaokê, discordamos sobre os rumos da economia, sorrimos muito e, se não me engana a memória, trocamos uns beijos no estacionamento do bar. 

Quando a mesa começou a ficar vazia e iniciativas mais decisivas passaram a ser exigidas pelo horário, te fiz uma pergunta fundamental para definir os rumos daquela noite: 

- Dorme comigo? 

Então você abriu um sorriso, encostou tua boca em minha orelha e me disse, antes de mordê-la: 

- Claro. Só estava esperando o convite.  

Ainda bebemos mais um pouco e trocamos ideias sobre o futuro da nação antes de chegar em casa. Por sorte, meu companheiro de aluguel havia encontrado lugar melhor para passar a noite e ficamos à vontade para passear com os nossos corpos sem roupa da sala até o quarto. Li com a língua cada uma das tatuagens e sinais da tua pele enquanto lembrava de um som que ouvia quando era moleque: 

“Y yo que nunca tuve
Más religión que un cuerpo de mujer
Del cuello de una nube
Aquella madrugada me colgué”

Pendurado em tuas nuvens estava quando você falou que provavelmente não amanhecerias ao meu lado. Algo como um compromisso logo cedo com o trabalho, amigos, namorado, não sei... Confesso que naquele momento eu só pensava em sentir o teu gosto e isso afetava o meu raciocínio. O depois ficará para depois, pensei.

Amanhece, abro os olhos e fico olhando para o teto do quarto, cantarolando em minha mente a mesma música da madrugada. Só me acompanham teu cheiro grudado em minhas mãos e uma mensagem no celular, na qual dizes ter gostado da noite e prometes um dia talvez repeti-la. 

Enquanto tomo uma xícara de café preto, sorrio e penso em como promessas de noites boas são fundamentais para aguentar os dias cheios de rotina.

segunda-feira, junho 18, 2018

Minha fala na mesa redonda sobre “As influências migratórias na literatura de Roraima”







Entre as diversas atividades das quais participei no Sesc Literatura em Cena 2018, que aconteceu entre os dias 6 e 8 de junho no Sesc Mecejana, decidi destacar a minha fala na mesa redonda de encerramento do evento. 



Acompanhando os escritores Elimacuxi e Eliakin Rufino e a professora universitária Mirella Miranda, com mediação do escritor Aldenor Pimentel, falei sobre “As influências migratórias na literatura de Roraima”.



 Montei a minha fala no celular e praticamente fiz apenas lê-la, com alguns cacos inseridos para explicar ou acrescentar algo. O público foi basicamente formado por alunos do ensino médio de uma escola militar (ou militarizada, não sei). Para deixar o registro do que disse, vou publicar o que disse aqui. Quem sabe não gera um outro debate por aí ou aqui mesmo?

Depois da fala, virão algumas fotos do evento.


Fala Edgar Borges sobre “As influências migratórias na literatura de Roraima”



Boa noite! Buenas noches!

Pensei em começar minha fala pela minha biografia de migrante, pela história de minha família migrante, pela formação demográfica de Roraima migrante...

  Muitas opções... Desisti de buscar uma opçao só e abracei todas.

 Meu tataravô materno era espanhol, vindo da Venezuela descendo o rio Uraricoera.

Meu bisavô paterno tinha uma ascendência italiana.

Meu avô materno era paraense.

Minha avó paterna é wapichana.

Meus pais são roraimenses.

Eu? Sou o único estrangeiro da família. Também Sou o único escritor da família.
Fui Criado lendo livros em espanhol, HQs do Chile e do México, lendo HQs  da Marvel, DC, Conan  o bárbaro, ouvindo música caribenha e centro-americana  falando de amores fantásticos, dor de cotovelo, bebidas, recomeços e parrandas.

O quanto de mim é de um país só?

De repente, voltamos, eu e minha mãe, depois de uma década e meia, depois de uma vida toda fora, mas não fora de Roraima.  A gente ficou fora do Brasil.
Roraima não existia. Roraima era só Boa Vista. Boa Vista era a Ville Roy, onde meus avós moravam.

O tempo passa, domino o idioma e de repente, pouco a pouco, livro a livro, contato a contato, começo a escrever e me identifico em cada publicação, seja impressa ou digital: sou metade brasileiro, metade venezuelano... acho até que latino-americano seria melhor... Mas estamos ainda tão presos a isso da identidade nacional que me rendo...

O que tem de cada país em mim, se lá eu era daqui, e aqui eu sou de lá?
Quão migrante é minha literatura se o português não é minha língua materna e se a minha língua materna foi abandonada?

Quão roraimenses são meus poemas, contos e crônicas se eu não vivo falando de lavrado, se não vivo citando cidades de Roraima, se não boto onça  fazendo amor na beira do igarapé? (O que não deixa de ser uma boa ideia, por sinal).

Minha literatura é mais ou menos roraimense que as letras de música do Mike Guybras, que fala cheio de sotaque do vento que vem do monte Roraima; do Eroques Gaudério que faz poemas tradicionalistas gaúchos há 30 anos sob o sol escaldante do verão aqui no meio do mundo?

Quando Zanny Adairalba, Rodrigo de Oliveira e seu Otaniel Souza produzem e divulgam a arte da literatura de cordel falando daqui e de lá do nordeste, eles fazem literatura em Roraima, para Roraima ou de Roraima (E esses “em”, “para” e “de” são hoje uma das discussões teóricos lá na UFRR, para vocês saberem)?

Hoje fiz com o Felipe Thiago, poeta da nova geração, usuário de plataformas alternativas para publicação, como paredes e fanzines, um levantamento de quantos autores que a gente conhece e convive, com livros impressos ou não, são daqui ou de fora.

Chegamos a uns 30 nomes de cabeça. Deu uns 60, 70%, de gente que veio de fora... Gente que só...

Os migrantes fazem rodar a máquina da literatura de/para/em Roraima... Ou Roraima ajuda a fazer dos migrantes pessoas escritoras?

Não tenho posicionamento definitivo.


Máscaras em exposição no evento. Feitas por alunos do ensino médio da escola do Sesc
 Prevejo apenas que o impacto dessa onda migratória venezuelana que tanto horror provoca neste nosso estado feito de migração - horror inclusive compartilhado por escritores e artistas migrantes - esse impacto a gente começará a sentir em uns cinco anos, quando essa turma e seus filhos começarem a ocupação progressiva dos espaços culturais.

Eu mesmo ando planejando escrever usando aquela ideia do portunhol selvagem, imitando o que já foi feito no centro-oeste.

Trago uma música sobre migração pra gente refletir sobre isso da migração. Chama-se “Movimiento”, e é do uruguaio Jorge Drexler:

Mal ficamos em dois pés
Começamos a migrar pela savana
Seguindo o rebanho do bisonte
Além do horizonte, para novas terras distantes

Somos uma espécie em viagem
Nós não temos pertences, mas a bagagem
Vamos como  o pólen no vento
Estamos vivos porque nos estamos movendo

(...)

Yo no soy de aquí, pero tu tampoco
Yo no soy de aquí, pero tu tampoco
De ningún lado, de todo y, de todos
Lados un poco

Los mismo con las canciones
Los pájaros, los alfabetos
Si quieres que algo se muera
Déjalo quieto

......
Encerrando:

Sobre movimento na literatura, na oralidade, que mais poesia híbrida que esta, dita inconscientemente por um vendedor venezuelano de bandeiras brasileiras fabricadas na China divulgando uma copa do mundo que vai rolar na Rússia?

Una bandeira por seis
Duas banderas por diez
Una bandeira por seis
Duas banderas por diez

Buenas noches.

..................................

Bem, agora vamos a algumas fotos no evento:

Fui mediador de três bate-papos intitulados Diálogos Literários, uma ideia que tive para uma feira de livros do Sesc em 2010 ou 2011 e decidi resgatar para este novo evento literário.  Puxei a conversa com esse povo bonito aí:

Elimacuxi e Zanny Adairalba:




Rodrigo de Oliveira e Aldenor Pimentel:



Tana Halu e Marcelo Perez


Também fui, mas agora como escritor e não como mediador, para um Diálogos coordenado por Elimacuxi. O outro escritor foi o Aldenor Pimentel.



Fotinha de lembrança e prova de que estive feliz no Literatura em Cena


Momento de foto geral com todos os participantes escritores:


Cartaz mostrando algumas das coisas que iria fazer:

 


Nós, no jornal Folha de Boa Vista:



Programação geral (bom para consultas e pesquisas no futuro sobre eventos literários dos quais participei): 











Com Felipe Thiago, Zanny Adairalba, Tana Halu e Elimacuxi em um descanso das atividades: 





Aqui você pode ler um relato sobre a primeira edição do Sesc Literatura em Cena, realizado em 2017.


Aqui tem a programação da feira de livros que cito lá encima. Foi em 2011 e foi legal. 


Pesquisando o termo "feira" aqui no blog, achei esta postagem sobre a feira de livros do Sesc em 2006. 

Aqui é a postagem que falava do que iríamos fazer eu e o jornalista Nei Costa nessa feira. 

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Fechando 23 anos de Roraima


 Hoje completo 23 anos morando no Brasil. Não sei se vou comemorar mais tarde. Só sei que, apesar de tudo o que deu errado, como é normal em qualquer vida, o saldo está positivo até agora.

Já falei condensadamente sobre minha vida em outras postagens: “1991: welcome to the aldeia” falava dos 15 anos em Roraima.

Já “Rumo ao 21° aniversário de vida em Roraima” tem um título autoexplicativo.  

Como já está na hora do almoço, serei breve. Dos 21 para os 23 anos de vida em Roraima, há coisas que estão aí, firmes: ainda tento fazer trabalhos culturais via Coletivo Arteliteratura Caimbé, ainda tento manter uma frequência de produção textual (estou construindo um novo livro de micronarrativas e já tenho umas 30 poesias inéditas para o meu primeiro neste gênero.), ainda estou com as dores frequentes nos braços por conta das hérnias e ainda faço pilates semanalmente.

O Edgarzinho está bem, muito bem, em mais um ano de estudos e com seis de idade (olha aqui um poema feito para ele por conta de seu aniversário).

Dos 21 para os 23 anos na cidade vou destacar:

1.Mudança de trampo da UERR para a UFRR em julho de 2013.

2. A coluna Rede Literária, que vai completar dois anos saindo na Folha de Boa Vista.

3. Não fiz nenhuma viagem de turismo nesses anos, mas viajei muito a trabalho, principalmente trampo literário, o que é uma delícia: Brasília (DF), Campo Mourão (PR), Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Olinda (CE), Santa Elena (VE), Aishalton (Guayana) e algumas cidades de Roraima.

4. Quebrei uma pá de paradigmas e pensamentos retrógrados que nem sabia carregar, ampliando minha visão de mundo e aumentando a carga de tolerância. O desafio é repassar isso para o moleque.

5. Ganhei oito premiações ou destaques em concursos literários nestes dois últimos anos. Isso me deixa contente. 


Enfim, a vida continua, quente como só fevereiro pode ser, as rugas aparecem mais ousadas a cada manhã, novas leituras chegam, outras fomes aparecem e o lavrado fica cada vez mais amarelo. Não tenho vontade de ir embora de Roraima. Aqui, apesar de todos os problemas, dos preços altos, da dificuldade de fazer cultura e tals, ainda é um bom lugar.

Se acaso for lido, vai um muito obrigado a todas as pessoas, principalmente as meninas, que me trouxeram momentos felizes ao longo destes anos.


As fotos a seguir não têm exatamente muito a ver com o texto mas sim com Guasipati, minha antiga cidade. Por isso, as posto: 


Turma que morava perto de minha casa. Foto lá dos anos 1993, 1994, quando ainda era magro

Dizem que meu filho parece comigo quando eu era criança. Bom, na minha época não tinha máquina digital nem escanner e éramos obrigados a tirar fotos com as professoras. Essa é de março de 1980, no Kinder.



O moleque, numa foto de quando tinha 2, 3 anos de idade

Foto de meu primeiro passaporte

quarta-feira, outubro 31, 2012

Sonho erótico

Ontem tive um sonho erótico agitado. Estava em casa quando uma nota de R$ 100 entrou toda oferecida pela porta, caiu aos meus pés e sussurrou: me pega com força, me usa, abusa, me estoura e depois me joga no primeiro balcão que estiver à tua frente. 
Eu, todo submisso, fiz tudo o que essa nota bandida pediu...

segunda-feira, outubro 29, 2012

Selecionado no VI CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente


Faz uns dias que recebi o e-mail mas só agora arranjei tempo para ver o conteúdo do conto "Promessas", selecionado para compor a coletânea do VI CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente (SP), que teve 319 participantes e 1.015 textos inscritos.

O lançamento do livro foi dia 27 de outubro, às 19h, durante o 3º Salão do Livro de Presidente Prudente.

Veja o texto:

Promessas

Sim, você gosta dele. Muito, muito, muito. Continuará gostando quando te contarem que o viram saindo de uma boate abraçado a uma loira. Não ligará quando chegar a mensagem de texto afirmando que foi visto numa festa com uma morena. Ele nega e jura amor exclusivo.
Casará, acreditando nas juras dele. Ficará calada quando ele começar a ficar na farra por vários dias seguidos, chegar em casa com a roupa cheirando a perfumes desconhecidos, não quiser contar o que houve e apenas repetir o de sempre: que te ama e nada mais importa.
Não ligará quando ele estiver na farra e você estiver botando no mundo o primeiro filho. O mesmo vai acontecer no segundo: sempre a solidão na hora do parto, mas você continuará dando uma chance, pois o ama mais que tudo e ele prometeu que vai mudar.
E então surgirá a notícia: numa briga, o namorado enciumado de alguma outra mulher o esfaqueou cinco vezes e ele morreu antes que o resgate chegasse.
Você chorará a perca de seu primeiro amor, mas agradecerá a Deus pela recompensa vinda: um rechonchudo seguro de vida e uma boa pensão. “Valeu a pena esperar”, pensará, ficando tentada a contar para os seus filhos que aquele não era o pai de nenhum deles.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Resultado do Prêmio Sesc de Literatura 2010
 
Edgar Borges, ou seja, eu: primeiro lugar na categoria poesia livre e segundo lugar na categoria conto livre.
Abaixo, imagens da feira e da premiação:
 



Com a poeta Zanny Adairalba e o cordelista Beto Brito

Livreiro Antonio Bentes e o cordelista Beto Brito. Na  minha mão, a coletânea com os contos e poemas classificados

Gente boníssima: Felipo "porrrrrrta" Abreu

Uma das premiações foi entregue pela escritora Marina  Colasanti

Turma premiada

Poetas Aldair e Otaniel

Livreiro Antônio Bentes, Jornalista Janini Marques e o chapa da Janini


terça-feira, abril 03, 2007

Histórias de amor e sexo ou sexo e amor



1.Alfredo está agitado, nervoso. Aos seus pais, conta que são as provas que o tem assim. Coitado, anda uma pilha, diz a sua mãe. Alfredo, na verdade, está apaixonado. Não por uma, mas por duas meninas. Uma é da escola, faz a oitava série junto com ele, senta na cadeira em frente, tem um cabelo liso negro lindo, olhos esverdeados e um pouco fechados, parece uma japonesa. Além disso, para ele, é a dona do sorriso mais bonito da cidade.
A outra é a irmã de seu melhor amigo. Alfredo adora ir visitá-lo. Da varanda, entre os vidros da janela, consegue vê-la às vezes dançando na frente do espelho, apenas de calcinha e sutiã. A menina, mais velha que ele, gosta de passear pela casa vestida apenas com uma camiseta. Ah, como Alfredo gosta quando ela se abaixa para pegar algo e ele está por perto.
Alfredo, coitado, só encontra paz quando fica algum tempo sozinho no banheiro ou quando vai se deitar.

2.
André diz não saber o que fazer para ficar em paz. A Paulinha agora quer namorar, já pensou, pergunta a cada novo encontro. Qual o problema se ela é linda, simpática e o deseja? Ora, é justamente esse o problema, quase grita o impaciente André. Eu não quero nada sério, foi ela que me procurou, passou a cantada, insiste nos encontros e agora vem com essa. E aí, o que você pretende fazer, perguntam seus amigos. Por enquanto nada. Eu não quero namorar ninguém agora, só me falta gritar isso na cara dela, mas também não resisto a uma mulher linda, simpática e que me deseja.

3.
Sim, eu sei que parece bobagem, mas que custava, pergunta a quase deprimida Ana Lúcia. Se era para tanto eu não sei, mas, poxa, as pessoas deviam pelo menos argumentar de maneira menos agressiva, continua. E o que houve, que coisa tão horrível aconteceu? Aconteceu que ando toda estressada com os meus dois empregos, a faculdade e o cursinho para o concurso. Por tudo isso não temos muito tempo para namorar e outras coisinhas mais. E quando eu peço para ele me acompanhar da entrada do prédio até minha sala, sabe o que ele me responde: para quê vou entrar se daqui a pouco vou ter que sair? E ainda por cima eu quis um beijo de língua e ele me deu uma bitoca, como se fosse meu namorado há tanto tempo que tivéssemos criado laços fraternos. Onde já se viu isso, preguiça de caminhar 15 metros e ainda por cima preguiça de beijar?

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Conversando


Daí a menina liga para o trabalho do namorado e diz:

- Ai, amor, estou tão cansada...
- Meu amor, se é por falta de dica, eu te ajudo: vai dormir, pô!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Pedidos



Foi assim, depois de algumas horas de conversas e risos, de falar sobre super-heróis e direitos humanos. Foi ao acaso, numa vontade crescente e reprimida para evitar pedidos ou gestos impensados. A festa já havia acabado, a madrugada era senhora.

- Posso te beijar?
- Pensei que nunca fosses pedir.

Foi assim, uma vontade de pular no desconhecido, um mergulho em águas profundas. Riam, enquanto pensavam no que o outro devia estar pensando. Àquela hora, somente os ladrões e os boêmios ainda perambulavam pelas ruas do velho bairro. Entraram na casa e brincaram de escrever poemas na pele do outro, com tintas de desejo e versos de descoberta.

- Estamos indo longe demais. Você não acha?
- Não. Vamos até onde você quiser.

Quando o sol decidiu voltar a reinar, mágoas, alegrias, surpresas e desconcertos estavam muito longe do ponto de partida, dos velhos limites do que se era horas atrás. E para todos os fins, para todos os outros e até para eles, o tempo tornou-se senhor de verdades que nunca foram ditas ou admitidas até mesmo entre amigos íntimos.