Rolou no último sábado (28) à tarde um encontro de colecionadores de histórias em quadrinhos e action figures. Foi no hall do Aeroporto Internacional de Boa Vista, espaço obtido pela articulação do Helder, dono da banca Aerocomix.
Fomos eu e Edgarzinho levar parte da que chamo de “nossa-dele-minha”coleção. A onda, de minha parte, era mostrar os Batman, principalmente o Batman Vampiro que havia chegado na sexta.
Olha a marra do Edgarzinho na frente de sua coleção e as fotos das peças de outros colecionadores:
Se liga nos dedos do moleque
Organizando a mesa
Batman's!: Cavaleiro das Trevas, Vampiro e Arkhan Origins
Olhares para os actions figures
Achei show essa pose do Hulk e do Wolverine lembrando uma cena das HQs
Galera reunida no final do evento
Tem um bocado de outras fotos do evento na fan page do grupo Comics Fãs RR. Clica e vai lá.
HDs externos são os porões e sótãos de nossa era digital. Guardamos neles coisas muito importantes para serem deixadas por aí. Depois que as protegemos, as esquecemos até o dia em que, por acaso e buscando outra coisa, as reencontramos e pensamos "nossa, não lembrava de isto aqui".
Foi desse jeito um dia desses, quando estava cavucando na pasta de músicas de meu HD e reencontrei o disco "Nuestra Casa a la izquierda del tiempo", da banda espanhola La Oreja de Van Gogh.
Na música “11 Marzo Jueves”, tem um verso que diz assim e sempre meu despertou curiosidade: "como las golondrinas del poema de Bécquer".
Eu pensava que era o Samuel Beckett, mas não. É o poeta espanhol Gustavo Adolfo Bécquer, nascido em 1836 em Sevilla e morto em 1870, em Madrid.
Ele escreveu esta belezura:
LIII
Volverán las oscuras golondrinas
de tu balcón sus nidos a colgar,
y otra vez con el ala a tus cristales,
jugando, llamarán.
Pero aquéllas que el vuelo refrenaban
tu hermosura y mi dicha a contemplar,
aquéllas que aprendieron nuestros nombres...
ésas .... ¡no volverán !
Volverán las tupidas madreselvas
de tu jardín las tapias a escalar
y otra vez a la tarde aún más hermosas
sus flores se abrirán.
Pero aquéllas cuajadas de rocío,
cuyas gotas mirábamos temblar
y caer como lágrimas del día...
ésas... ¡no volverán !
Volverán del amor en tus oídos
las palabras ardientes a sonar,
tu corazón de su profundo sueño
tal vez despertará.
Pero mudo y absorto y de rodillas
como se adora a Dios ante el altar,
como yo te he querido...,desengáñate,
nadie así te amará.
Se você teve força de vontade para chegar até, aproveita e ouve a música de La Oreja de Van Gogh, que descobri, fazendo esta postagem, ser uma homenagem às vítimas de uma bomba que explodiu em um trem de Madri em 2004. Aqui tem uma reportagem sobre o tema.
E agora, a música, em um dos inúmeros vídeos produzidos pelos fans da banda:
Saiu o resultado do II Prêmio de Jornalismo. Ganhei na categoria webjornalismo, com a matéria "De estudantes a professores: qualificação profissional transforma a vida de ex-alunos do Senac".
Além de mim, foram premiados os jornalista Poliana Araújo (rádio), Jânio Tavares (impresso) e Débora Barros (TV). Coincidentemente, todos foram meus alunos no tempo em que me meti a professor de Jornalismo na Faculdade Atual, hoje chamada de Estácio.
Claro que aproveitei os parabéns que lhes dei para pedir que pagassem uma bebida, já que alguma coisa do que aprenderam comigo ou do que tentei lhes ensinar foi utilizado na produção dos textos. =)
A premiação será entregue em abril. São R$ 3 mil muito bem-vindos. Parte já gastei antecipadamente: comprei o presente de aniversário da patroa, uns action figures para a coleção e uma estante linda com nichos e portas de acrílico para os carrinhos padrão Hot Wheels que o Edgarzinho e eu temos em casa. O restante vai virar poupança da casa nova e fundo de viagem de férias a partir de junho.
O prêmio se soma aos outros que venho acumulando ao longo dos anos e tentativas (pois só ganha quem tenta, né?). A lista pode ser checada aqui.
“O homem é um sucesso se ele acorda de manhã e vai para a cama à noite e entre as duas coisas ele faz o que gosta de fazer”. (Bob Marley)
Acho que foi a primeira vez que fiz uma matéria homenageando a mulher pelo seu dia internacional. E, talvez por isso, o pessoal do jornal publicou a matéria um dia depois da comemoração. E pegou. Você já sabe que andei me enclausurando. Estou preso dentro de casa. E não me pergunte por que, porque não vou saber responder. À vezes fico me perguntando o que me levou à tamanha tolice. Estou pagando caro pela burrice. Afastado dos movimentos culturais estou fora de foco. E, na última sexta-feira, o Edgar Borges me convidou para o evento “Mulheres em Forma”, uma realização do grupo “O COLETIVO URUCUM”. Um grupo formado por acadêmicos da UFRR. Cara, foi o maior sufoco. Só aí verifiquei o quanto estou afastado do pessoal. Acredite, mas só quatro pessoas presentes me conheciam.
O evento realizou-se, segundo a programação, na Casa da Cultura. Comecei a discordar por aí. A Casa da Cultura não existe mais. Ela está no rol dos do já-teve. O que temos ali é um prédio histórico, abandonado e depredado. O evento aconteceu dentro do que fora um jardim, na época da Casa da Cultura. Acreditem, mas o pessoal da Faculdade passou a manhã toda limpando o terreno, na tentativa de deixá-lo, pelo menos, na mínima condição para a realização. A grosso modo, conseguiram. Mas pelo que eu soube, foi o maior sufoco. A Casa da Cultura está não só abandonada, mas usada como depósito de mercadorias, sei lá de quem, e verdadeira lixeira, também não sei de quem. Mas o poder público deveria saber e evitar.
Cheguei atrasado ao evento. O que não é de meu costume. Mas houve motivos. Mas o que importa mesmo é o que vi, no deveria ver. Um esforço desmedido, de pessoas interessadas em tirar Roraima do círculo do Já-teve. Já é uma cultura local a destruição de patrimônios culturais do Estado e do Município. E sabemos nós o quanto já batalhamos para tirar o Estado dessa indolência cultural. Lamentei não ter tido a oportunidade de maior contato pessoal para criar novas amizades que, quem sabe, me tirariam do ostracismo. Vou batalhar. Que o Coletivo Urucum não desista de sua luta, e consiga reativar os movimentos culturais que já foram importantes para nosso crescimento e desenvolvimento.
Mas ainda temos muito a fazer. E o importante é que o façamos. Inclusive, com o repertório da Alcione. Que tal? Falando sério, vamos levar isso a sério e procurar tirar o poder público da sonolência cultural em que nos mantém. Vamos nos dar as mãos. Pense nisso.