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quinta-feira, setembro 09, 2010

Femact celebra Dia da Amazônia com exposição
(Publicado originalmente no site da Femact)

Cinco de setembro é o Dia da Amazônia. Para comemorar a data a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact) preparou uma programação especial com o lançamento de uma nova exposição temporária que irá compor o circuito do Museu Integrado de Roraima (Mirr).

De acordo com Luciana Surita, presidente da Femact, a mostra é uma mistura de arte e literatura, composta por telas do artista plástico da etnia Macuxi Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba.

“A exposição destaca as peculiaridades da cultura indígena. As obras do artista plástico Bartô são feitas em óleo sobre tela, retratam principalmente a fauna e flora da região com um toque de surrealismo. As fotos de Tana Halu juntamente com os poemas de Edgar Borges e Zanny Adairalba, retratando as peculiaridades da cultura indígena”, destacou.



A mostra já está aberta ao público para visitação no hall do Museu Integrado de Roraima, no Parque Anauá, de segunda a sexta das 7h30 as 17h30. Informações: 3623-1733.



ARTISTAS

Edgar Borges é jornalista e sociólogo, venezuelano e brasileiro, nascido numa aldeia indígena à sombra do monte Roraima, escreve versos e prosa ficcional e real desde a adolescência. Possui textos publicados em livros-coletâneas, sites jornalísticos e culturais.
Publicou um e-book na revista portuguesa on-line Minguante e trabalha em outro de poemas e crônicas em celulose sólida. Escreve quase todo dia no blog Crônicas da Fronteira.

Zanny Adairalba é compositora e poetisa, cursa Administração, na área pública, atua como gestora/consultora cultural, é co-responsável na elaboração e execução de eventos culturais de pequeno, médio e grande porte realizados pelo Município de Boa Vista.

Tana Halu é fotógrafo, jornalista, ilustrador, decorador e contador de história. Tem dois livros publicados em parceria com a escritora Aléxia Link. Sempre saca das mangas histórias mirabolantes de episódios que viveu ou dos quais ouviu falar.

Bartô é Bartolomeu da Silva, nascido em Boa Vista, mas também de raízes macuxi, da região de Maturuca, na Raposa Serra do Sol. Seus quadros, feitos sempre em óleo sobre tela, com um toque de surrealismo, retrata  principalmente a fauna e a flora da região.

DATA

O Dia da Amazônia foi criado para conscientizar a população quanto à importância da preservação da Floresta Amazônica, além de promover e contribuir com a formação social e moral do aluno. A data de 5 de setembro foi escolhida em homenagem à criação da Província do Amazonas, em 1850, por D.Pedro II.


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P.S. meu: Sobre os perfis: são os que no blog do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

terça-feira, agosto 24, 2010

Abusadinho, ou sobre a falta de educação no funcionalismo público


Um artista plástico frustrado hoje me chamou de "abusadinho" só por estar tomando cuidado com as peças de outro artista. 

Quer dizer, nem sei se o cara é frustrado. Sei que é artista plástico das antigas, desses que vivem aparecendo nas colunas sociais como se fosse um sujeito muito bem-sucedido, dos que vivem exclusivamente de sua arte. 

Hoje, no entanto, descobri que o cara é funcionário público como eu, um escritor pobre, que bate expediente para garantir a vida e o leite das crianças da maloca. A diferença é que eu nunca chamei de "abusadinho" nenhuma pessoa que fosse ao meu local de serviço, nem quando de fato a pessoa merecesse esse tratamento (E olha que um bocado já fez por onde). Afinal, acredito que ser cordato no serviço público é o mínimo de obrigação a cumprir. 

A situação foi surreal: o Coletivo Arteliteratura Caimbé, do qual faço parte, ainda está com uma exposição montada no Sesc Roraima. São telas do pintor Bartô, fotografias de Tana Halú e poemas meus e de Zanny Adairalba, herança da Mostra Vídeo Índio Brasil.

Tana recebeu, ainda durante a mostra, um convite para levar a exposição a um lugar muito bacana aqui do Estado. Local de estudos, de conhecimento, daquilo que chamamos rotineiramente de "cultura". Como ele viajou, hoje fui nesse lugar conversar com a simpática diretora do mesmo. A moça me tratou muito bem, me levou até o local onde vão ficar as peças e chamou o responsável pelas montagens das exposições. Esse é o tal artista, aquele que chamei, talvez injustamente, de frustrado no começo do texto.

Começamos a conversar sobre o número de telas, o tamanho das fotos, a ideia de ampliá-las, como ficaria distribuído o material, essas coisas comuns neste tipo de situação.

De repente, eu digo algo sobre os cuidados que devem ser tomados para não danificar as telas do Bartô (Afinal, já basta estar expondo sem ganhar nada. Se danificar, eu é que vou ter que pagar). É nessa hora que o respeitável artista plástico/dublê de montador de exposições me pergunta: 

- E quem vai montar a exposição, vocês?
- Não. Vocês.
- Ah! Tu tá muito preocupadinho com essa montagem, com medo de danificar as peças!

Segundos de surpresa com a volume de voz, o tom da voz e as frases do artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida.

Peraí. Eu não sou seu amigo, não lhe conheço e não lhe dei autoridade para falar assim comigo. Por isso, vamos recomeçar, falei, usando toda a boa educação que mamãe me deu na maloca.
Que recomeçar o que? Tu tá muito abusadinho, com medo de rasgar as telas do outro...

Sinceramente, a vontade que me deu foi de mandar o pseudo-artista plástico/dublê de montador de exposições/funcionário público que nunca havia me visto na vida/pessoa sem nenhuma educação dirigir-se a algum lugar onde pudesse, confortavelmente, sentar, pegar o seu dedo médio e introduzi-lo onde lhe causasse prazer. Como na hora eu pensei que ele não merecia sentir prazer, optei por ignorá-lo e me dirigir à simpática diretora, que estava paralisada, com uma expressão de terror: 

- Eu vou conversar sobre a exposição com você ou com ele? Se for com você, ótimo. Com ele, não converso mais.

A elegância da moça controlou a situação, acalmou o exaltado e fez com que continuássemos a conversa (ela e eu. O sujeito se retirou  pisando forte). Acertamos que, em breve, as telas (se o Bartô deixar, claro) e as foto e poemas que estão no Sesc Mecejana até o final do mês vão mudar de lugar por um bom tempo. 

Verdade seja dita: se o convite tivesse sido feito a mim e não ao Tana, teria desmarcado só pela grosseria. É por reações e comportamentos como o de essa figura que adora uma coluna social que o poder público é tão criticado. 

Up date: esta postagem de junho revela o motivo de ter me controlado. É defeito pós-filho.

segunda-feira, julho 12, 2010

Viagens ao Interior de Roraima: Rock na Floresta 3


Estive em São João da Baliza neste final de semana para ministrar uma oficina de criação literária em blogs. O Município fica a 320 tortuosos, esburacados e difíceis de trafegar quilômetros de Boa Vista. Total da viagem: 740 tortuosos, esburacados e difíceis de trafegar quilômetros. Um abandono que incomoda.

A oficina fez parte da programação do Rock na Floresta 3, evento promovido pelo curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Roraima. A viagem deveria ser rápida, mas demorou quase 4 horas e meia só na volta. A picape 4x4 de Stallyn, vocalista da banda Iekuana, uma das atrações da festa, não aguentou tanto buraco e quebrou uma peça (não sei se a suspensão ou o amortecedor), o que nos obrigou a vir mais devagar ainda.

Clica para ver o trecho


É claro que ir de picape é bem mais rápido que ir no micro-ônibus que levou uma pá de gente de Boa Vista para tocar e ministrar oficinas na região sul de Roraima. Foram duas bandas (Hathor's e Iekuana) e vários oficineiros, entre eles Tana Halú, companheiro do Coletivo Arteliteratura Caimbé.

Eu saí de Boa Vista no sábado às 9h30 e cheguei lá por volta das 14h. A turma saiu na sexta às 20h e chegou mais ou menos às 4 da matina, contando aí duas horas para o jantar em Caracaraí. No meu caso, foi descer, almoçar e correr para a sede da Escolegis, onde ia rolar a oficina. Turma boa, com uns 12 meninos e meninas da UERR e do ensino médio. Tudo correndo muito bem, com explicações e uma atividade de redação, até a hora de criar os blogs de cada um.

Justo aí, no segundo tempo deste jogo de realidade e ficção, a internet travou e não abriu o Blogger nem o Wordpress. Abri tudo na web, menos essas duas plataformas. Para fechar a rodada, faltou energia. Ainda bem que a turma levou tudo no bom humor e se contentou com imaginar, levados pelo meu relato, como se faz uma postagem de texto, foto, link e vídeo. Enquanto falava, lembrei dos relatos do povo que cursou jornalismo no começo da UFRR: como não havia máquinas para manusearem, ficavam apenas vendo os desenhos feito nos quadro representando as peças e os ajustes.

A cidade  e o show– São João assiste todos os dias à programação jornalística gerada pela TV Globo de Boa Vista. Ou seja, se por um lado vê o que acontece na Capital, não se reconhece na televisão. É como o morador da área rual que para toda noite para ver o Jornal Nacional: tem tudo lá, menos ele.

Apesar da dificuldade de chegar até lá, as coisas melhoraram. Os balizenses têm hoje como ligar para o mundo, via operadora de celular OI. Por outro lado, me contaram que a única empresa que oferece internet no local está deixando a cidade. Nas rádios, são servidos pelas ondas de uma sediada no município de Rorainópolis e por outra comunitária, que é administrada/gerenciada/ por um vereador ligado ao grupo político de Mecias de Jesus, deputado estadual muito influente na região.

Ficamos na área central da cidade. Além da Escolegis, as oficinas e palestras rolaram também na sede do Sesc Ler. Os shows, incluindo aí a da turma da Onore, aconteceram no ginásio poliesportivo coberto, inaugurado em 1992 pelo finado ex-governador Ottomar Pinto.

Um passeio rápido por algumas ruas e já dá para descrever a essência de São João: muitas casas sem muro ou cerca, muita arborização nos terrenos, diversas residências abandonadas, outras estalando de novas e lá no final de uma das avenidas principais a mata, imponente ao mostrar que já  havíamos saída muitos quilômetros atras da área do cerrado. Na verdade, talvez impotente diante do certo avanço da área urbano em sua direção.

O Rock na Floresta 3 durou dois dias. O fechamento com as bandas reuniu um bocado de universitários e seus amigos em busca de rock. Os músicos mandaram muito bem: Onore representou São João com seus covers de pop-rock e a turma da Hathor's colocou o povo para pular com as canções da Pitty (um salve à vocalista, mirradinha de tamanho, mas uma gigante no controle do público).

A galera da Iekuana subiu no palco às duas da madruga e mandou, excetuando uma d'O Rappa, só composições próprias. Puta show dos caras, encerrando uma boa noite de rock na terra onde o forró e o brega dominam ruas, restaurantes e qualquer espaço onde possa ser ligado um aparelho de som.

A melhor cena – 7h20, 7h30 de domingo e já de de pé para o retorno. Em Baliza, a névoa cobre as árvores que daqui a pouco vão nos proteger do sol escaldante que queima as ruas. Cenas como essa (a da névoa) não se encontram facilmente em Boa Vista, terra do calor.

Salve, São João.

(As fotos do evento eu coloco quando Tana Halú mandar)

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Sessão de cinema no Jardim Caranã

Foto:  Divulgação
Tana Halú, Luiz Valério, Zanny Adairalba e Edgar Borges formam o Arteliteratura
(Matéria publicada na Folha de Boa Vista de 19.02.10)

Remanescente das Sombras, primeiro longa-metragem roraimense, será exibido neste sábado no bairro Jardim Caranã. A sessão gratuita de cinema é uma promoção do Coletivo Arteliteratura Caimbé, que em 2010 realizará diversas atividades culturais naquela comunidade.

O filme começa às 19h30 no ponto cultural do Coletivo, localizado na rua Z, entre as ruas 18 e 19. Com censura 14 anos, Remanescente das Sombras foi lançado em 2009, com direção de Alex Pizano. No final da sessão, o público poderá conversar com o diretor e outros integrantes da equipe de produção e esclarecer dúvidas sobre a história, que aborda a caçada a um oficial nazista que se esconde em Roraima e cria um grupo criminoso.

Esta é a quarta ação na área de vídeo realizada pelo Coletivo Caimbé desde setembro do ano passado, quando promoveu a festa de aniversário do bairro 13 de Setembro e exibiu curtas e documentários produzidos em Roraima. Depois disso, foi a vez das comunidades dos municípios de Alto Alegre e do Cantá (Vila União, a 130 km de Boa Vista) assistirem a vídeos de animação infantil e adulta.

“A nossa proposta é fomentar a formação de público para as diversas manifestações da cultura, facilitando o acesso das pessoas a estes produtos”, afirma o artista plástico Tana Halú, integrante do Coletivo e morador do Jardim Caranã. A intenção é fazer novas sessões periodicamente, contando com a parceria da população e das empresas do bairro. “Tirando o cinema do Sesc Mecejana, ninguém promove ações regulares no audiovisual. Sentimos que a sociedade tem essa demanda e decidimos trabalhar para atendê-la”, acrescenta Tana.

Segundo o jornalista Edgar Borges, outro integrante do Caimbé, a presença do diretor Alex Pizzano será o diferencial deste sábado. “Quem estiver presente poderá saber mais sobre como foi produzir o primeiro longa de Roraima. Quem sabe não surge desta sessão uma ideia para um filme feito por alguém da comunidade? Será uma ação cultural gerando um produto cultural”, diz Edgar.

O Coletivo Arteliteratura Caimbé é uma organização cultural formada, além de Tana e Edgar, pelo jornalista Luiz Valério e pela gestora cultural Zanny Adairalba. O quarteto realiza ações em Boa Vista e no Interior do estado focadas no fortalecimento da cidadania. Também participa das mobilizações destinadas a fortalecer o setor do livro, leitura e literatura em Roraima. Informações sobre todas as ações do Coletivo Arteliteratura Caimbé podem ser obtidas em www.literaturacaimbe.blogspot.com e também no www.twitter.com/coletivocaimbe .

SERVIÇO

O que: Exibição do filme Remanescente das Sombras

Quando: Sábado (20/02)

Quanto: Entrada Franca

Horário: 19h30

Local: Rua Z, entre as ruas 18 e 19, bairro Jardim Caranã

Informações: 9131-6869 ou 9111-4001

terça-feira, janeiro 26, 2010

Conferenciando


Participei no último sábado (23) da assembléia setorial de cultura do segmento Livro, leitura e literatura, etapa preparatória da II Conferência Nacional de Cultura.

O evento, que como integrante do Coletivo Arteliteratura Caimbé ajudei a organizar, começou às 8h, na videoteca do Palácio da Cultura, aqui mesmo em Boa Vista, capital de Roraima. Pela manhã focou-se nos cinco eixos do texto base da conferência. Eu explanei sobre o eixo quatro, “cultura e economia criativa”.

À tarde, os participantes (poetas, cronistas, historiadores, professores universitários e um livreiro), reuniram-se para discutir e escolher as três propostas que serão apresentadas na pré-conferência nacional, marcada para a segunda quinzena de fevereiro em Brasília.

 

Depois disso foram votados e escolhidos os delegados titulares do segmento: professor Roberto Mibielli e os escritores/cronistas Afonso Rodrigues e Edgar Borges (ou seja, eu).

Como suplentes ficaram Josimar Sousa, o professor Devair Fiorotti e o livreiro Antonio Benttes.

Colega no Coletivo Caimbé e servidora municipal na área de cultura, Zanny Adairalba foi indicada representante do poder público.

No segmento Artes Visuais, Tana Halú, também do Coletivo Caimbé, foi eleito delegado.

Ou seja, em fevereiro vai todo mundo do Caimbé para BSB para falar sobre cultura.