A última sexta-feira de abril foi de greve geral em Roraima. Milhares de manifestantes foram às ruas para protestar contra as alucinadas propostas do governo Temer, que quer reformar a previdência e a legislação trabalhista ao custo do sangue e suor de quem não é empresário ou rentista.
Até os técnicos administrativos da Universidade Federal de Roraima se mobilizaram no dia 28 para integrar o movimento nacional. Digo “até” porque nós não temos sindicato que puxe essas discussões e a turma é dividida entre uma galera um pouco mais consciente e os que classifico como viúvas eternas da última eleição, aquela turma do “eu não tenho culpa. Não votei na chapa da Dilma nem do Temer e tudo é culpa do PT”.
Enfim, considerações pessoais aparte, a galera da UFRR se mobilizou via grupos de WPP, fez uma assembleia e decidiu paralisar, mesmo com a ameaça do corte de ponto que o Governo Federal mandou.
Na manhã da Greve Geral as duas entradas da UFRR foram bloqueadas logo cedo. Entre as 6h e as 9h os manifestantes ficaram entre os pontos de bloqueio e a concentração no cruzamento das avenida Brigadeiro Eduardo Gomes e Venezuela, lugar mais conhecido por “semáforo do Ibama”.
Dali, a turma foi de carro e a pé para o Centro Cívico, onde outras centenas de pessoas já estavam esperando e chegando. Indígenas, trabalhadores urbanos e rurais, servidores públicos, estudantes, ativistas, sindicalistas e pequenos empresários estiveram na mobilização, que deve ter tido em torno de cinco mil participantes.
Nas falas do povo, a indignação aparecia a cada momento, principalmente contra os senadores Romero Jucá, eleito por Roraima e um dos principais aliados do Temer no desmonte dos direitos que os trabalhadores estão perdendo, e os deputados federais Remídio Monai, Maria Helena Veronese, Abel “Galinha” Mesquita, Hiran Gonçalves, Édio Lopes e Shéridan Oliveira.
O foco nestes deputados federais é porque todos votam a favor de qualquer proposta do Governo Federal ou que venha a atingir o que ainda resta de estado social: terceirização, cobrança de mensalidades, reforma trabalhista... São praticamente os autores da frase “hay gobierno, soy a favor”.
O ato de protestou foi até meio-dia, quando a galera encerrou dando uma volta ao redor da praça do Centro Cívico e cantou o hino nacional. Foi bonito e recado foi passado.
P.S.: no mesmo dia em que publiquei esta postagem, uma comissão da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da reforma da Previdência. O El País publicou matéria, disponível
AQUI.
O deputado Jean Willis publicou uma imagem com a lista dos deputados que aprovaram o texto-base: