Pensamentos de feriado...
Quarta, dia dos finados: ?Zanny, lembrando do post da Nanda e vendo o homem que vende açaí e buriti na bicicleta, pensei que a luta contra o peso é injusta. Veja bem: são muitos contra dois. É a pessoa e sua vontade de emagrecer contra o sedentarismo, a preguiça, a falta de tempo para malhar, as calorias da comida, a televisão e a idéia de que amanhã é o melhor dia para começar os exercícios. É muito difícil viver assim?.
...Notícias de quinta:
Lasanha causa intoxicação em 70 policiais argentinos
Quem manda querer mordomia? Deviam estar a pão e água para ficarem alertas durante a 4ª Cúpula das Américas.
quinta-feira, novembro 03, 2005
segunda-feira, outubro 31, 2005
Uma reunião
Trabalho, vendas de comerciais, sites informativos, blogues, postagens, comentários, parcerias, colaborações além-mar via internet.
Risadas, sociedade, comportamento, mulheres, paixões desmentidas, reações de dúvida, cerveja, surrealismo, espanto, profissão, relatos sobre o passado e especulações sobre o futuro.
Conversa fiada, conversa séria, análise de mercado, análise de caráter, lembranças, interrupções e novas histórias. Dentro da piscina, um casal fala de sexo, parece, só que bem baixinho.
Frissons, encontros na metrópole, desencontros na cidadezinha, economia e finanças, primeiro emprego, primeiro calote, primeiro e último dia de batente.
Três pessoas, três estados, três formações, três sotaques, três copos, três idades, três filhos um, dois filhos outro, nenhum o último. Uma moça nada cada vez mais rapidamente. Dadaísmo remember.
Nova vida, novos desafios, nova bebida, garçom. Vamos misturar lúpulo com guaraná e ver no que vai dar. Beatles, Janis, quase 10 horas. Já é tarde. Do céu à casa, mulheres e namorada chegando. Lá vão eles, rindo da ficção e da realidade, provocadores, zueiros, bem na linha de frente.
Trabalho, vendas de comerciais, sites informativos, blogues, postagens, comentários, parcerias, colaborações além-mar via internet.
Risadas, sociedade, comportamento, mulheres, paixões desmentidas, reações de dúvida, cerveja, surrealismo, espanto, profissão, relatos sobre o passado e especulações sobre o futuro.
Conversa fiada, conversa séria, análise de mercado, análise de caráter, lembranças, interrupções e novas histórias. Dentro da piscina, um casal fala de sexo, parece, só que bem baixinho.
Frissons, encontros na metrópole, desencontros na cidadezinha, economia e finanças, primeiro emprego, primeiro calote, primeiro e último dia de batente.
Três pessoas, três estados, três formações, três sotaques, três copos, três idades, três filhos um, dois filhos outro, nenhum o último. Uma moça nada cada vez mais rapidamente. Dadaísmo remember.
Nova vida, novos desafios, nova bebida, garçom. Vamos misturar lúpulo com guaraná e ver no que vai dar. Beatles, Janis, quase 10 horas. Já é tarde. Do céu à casa, mulheres e namorada chegando. Lá vão eles, rindo da ficção e da realidade, provocadores, zueiros, bem na linha de frente.
sexta-feira, outubro 28, 2005
quarta-feira, outubro 26, 2005
Firmeza
Ele disse:
- Não sei o motivo de tanta desconfiança nessa minha nova idéia. Tem tudo para ser um sucesso. Você sabe muito bem que o que eu quero, eu consigo.
Ela, delicadamente, sem querer magoá-lo, explicitou suas razões:
- Amor, eu só me preocupo contigo. Se você fizer isso com tanta determinação como a dieta e os exercícios que precisas para perder essa barriga, vai ser o maior desastre da história.
Ele ficou refletindo enquanto tomava uma cerveja e comia mais um pedaço de lasanha.
segunda-feira, outubro 24, 2005
Invasão roqueira
Expulsos pela vizinhança, que chamou a polícia para dar um jeito na zoeira da bateria e das guitarras, bandas e público deixaram na sexta (21) o bar Tribos do Rock, no bairro Liberdade, zona oeste de Boa Vista, e decidiram tomar de assalto o pequeno palco da praça do vizinho bairro Pricumã, a uns dois quilômetros de distância.
Com um som improvisado e muita disposição, as bandas apresentaram-se para um grupo de aproximadamente 80 pessoas, de idades variadas e bastante vontade de ouvir rock na praça, completamente vazia até a chegada dos invasores.
Entre 22 e uma da manhã, tocaram, entre as que me lembro o nome, as bandas Mr. Jungle, Sheep e LN3. Quem passava em frente à praça, logo parava e dizia surpreso "que não estava sabendo do show" e "que estava gostando muito da idéia". Da vizinhança, pouco a pouco apareciam caras novas, surpresas com a movimentação.
As apresentações da Mr. Jungle e da LN3 priorizaram as composições próprias e a turma do gargalo acompanhou as letras mais conhecidas. Na verdade, havia esse pedaço do público, a menos de um metro das bandas, e o que estava a uns 10 metros, bebendo e conversando.
Mr. Jungle: uma das bandas de sábado
O abastecimento de bebidas, doces e salgados para os esfomeados ficou por conta da loja de conveniências do posto de gasolina atrás do palco. Outros já chegaram na festa improvisada com o seu garrafão de vinho, gelo e copos de plástico para manter-se devidamente hidratados.
O bom de o som ser basicamente plugar e cantar, sem muita equalização para fazer, é que os intervalos entre as bandas eram mínimos. Mas a clareza dos vocais não foi essas coisas. Coisas aceitáveis numa invasão de praça para fazer roquenrol e movimentar a cena musical roraimense.
Sobre a hora exata do fim da farra, os que ficaram até o final e foram consultados na outra noite, no show de Tributo a Pink Floyd, não souberam definir com certeza. Mas parece que passou fácil das 2h30 da madrugada.
Para a próxima sexta, segundo foi dito, o encontro está marcado para cedo no Tribos do Rock, lá pelas 17h. Assim haverá tempo para ouvir muita música até que bata o toque de silêncio das dez da noite. E já houve quem falasse também em ocupar novamente a praça do Pricumã.
Expulsos pela vizinhança, que chamou a polícia para dar um jeito na zoeira da bateria e das guitarras, bandas e público deixaram na sexta (21) o bar Tribos do Rock, no bairro Liberdade, zona oeste de Boa Vista, e decidiram tomar de assalto o pequeno palco da praça do vizinho bairro Pricumã, a uns dois quilômetros de distância.
Com um som improvisado e muita disposição, as bandas apresentaram-se para um grupo de aproximadamente 80 pessoas, de idades variadas e bastante vontade de ouvir rock na praça, completamente vazia até a chegada dos invasores.
Entre 22 e uma da manhã, tocaram, entre as que me lembro o nome, as bandas Mr. Jungle, Sheep e LN3. Quem passava em frente à praça, logo parava e dizia surpreso "que não estava sabendo do show" e "que estava gostando muito da idéia". Da vizinhança, pouco a pouco apareciam caras novas, surpresas com a movimentação.
As apresentações da Mr. Jungle e da LN3 priorizaram as composições próprias e a turma do gargalo acompanhou as letras mais conhecidas. Na verdade, havia esse pedaço do público, a menos de um metro das bandas, e o que estava a uns 10 metros, bebendo e conversando.
Mr. Jungle: uma das bandas de sábado
O abastecimento de bebidas, doces e salgados para os esfomeados ficou por conta da loja de conveniências do posto de gasolina atrás do palco. Outros já chegaram na festa improvisada com o seu garrafão de vinho, gelo e copos de plástico para manter-se devidamente hidratados.
O bom de o som ser basicamente plugar e cantar, sem muita equalização para fazer, é que os intervalos entre as bandas eram mínimos. Mas a clareza dos vocais não foi essas coisas. Coisas aceitáveis numa invasão de praça para fazer roquenrol e movimentar a cena musical roraimense.
Sobre a hora exata do fim da farra, os que ficaram até o final e foram consultados na outra noite, no show de Tributo a Pink Floyd, não souberam definir com certeza. Mas parece que passou fácil das 2h30 da madrugada.
Para a próxima sexta, segundo foi dito, o encontro está marcado para cedo no Tribos do Rock, lá pelas 17h. Assim haverá tempo para ouvir muita música até que bata o toque de silêncio das dez da noite. E já houve quem falasse também em ocupar novamente a praça do Pricumã.
quinta-feira, outubro 20, 2005
Pedidos
Foi assim, depois de algumas horas de conversas e risos, de falar sobre super-heróis e direitos humanos. Foi ao acaso, numa vontade crescente e reprimida para evitar pedidos ou gestos impensados. A festa já havia acabado, a madrugada era senhora.
- Posso te beijar?
- Pensei que nunca fosses pedir.
Foi assim, uma vontade de pular no desconhecido, um mergulho em águas profundas. Riam, enquanto pensavam no que o outro devia estar pensando. Àquela hora, somente os ladrões e os boêmios ainda perambulavam pelas ruas do velho bairro. Entraram na casa e brincaram de escrever poemas na pele do outro, com tintas de desejo e versos de descoberta.
- Estamos indo longe demais. Você não acha?
- Não. Vamos até onde você quiser.
Quando o sol decidiu voltar a reinar, mágoas, alegrias, surpresas e desconcertos estavam muito longe do ponto de partida, dos velhos limites do que se era horas atrás. E para todos os fins, para todos os outros e até para eles, o tempo tornou-se senhor de verdades que nunca foram ditas ou admitidas até mesmo entre amigos íntimos.
terça-feira, outubro 18, 2005
Numa tarde de muito trabalho (por incrível que pareça):
- Sinônimo de produto?
- Mercadoria.
- Hum...para melancia?
- Melão!
......
- Como é que eu coloco que tal categoria recebeu um aumento de R$ 500?
- Aumento, ora.
- Não, é sobre um abono.
- Então é um bônus mensal.
- Ou então um abônus mensal.
.......
- O termo "vilão" era aplicado aos pagãos que vinham das vilas antigamente.
- Então lá na Vila Olímpica tem um monte de vilãos também?
- Sinônimo de produto?
- Mercadoria.
- Hum...para melancia?
- Melão!
......
- Como é que eu coloco que tal categoria recebeu um aumento de R$ 500?
- Aumento, ora.
- Não, é sobre um abono.
- Então é um bônus mensal.
- Ou então um abônus mensal.
.......
- O termo "vilão" era aplicado aos pagãos que vinham das vilas antigamente.
- Então lá na Vila Olímpica tem um monte de vilãos também?
segunda-feira, outubro 17, 2005
Depois do amor
Romântica, ela disse, aninhada no colo de seu amado:
- Meu dengo, depois que a gente faz amor, fico um tempão rememorando, lembrando de cada beijo que te dei e ganhei de ti. E tu, ficas pensando em que?
Rápido e estupidamente sincero, ele respondeu:
- Ah, num monte de coisas. Agora mesmo tava pensando que vou ter de acordar bem cedinho para não pegar fila no lava-jato.
Enquanto ela se vestia furiosamente para ir embora, ele tentava entender se havia dito alguma bobagem falando a verdade.
quinta-feira, outubro 13, 2005
Visitas
Um jogo de cartas, um filme na TV. Uma cabeça no ombro, um cheiro na nuca, uma mão sob um vestido, bocas com cheiro de fruta. Roupas jogadas no chão, medos ao alto. E dois corpos se encontram, uma e outra vez.
As horas passam, a descoberta continua. E antigas amizades passam a amores recentes, escondidos de outros, longe das ruas. Surgem beijos em lugares indecentes. E falam de si, dos outros, de nada, perdidos no meio da escuridão da cama. E as palavras são intercaladas com grunhidos e interjeições.
Amanheceu, hora de partir, de voltar à realidade. Mas, bah, já que estão nessa, que tal mais uma vez, antes da visita para o próximo filme?
segunda-feira, outubro 10, 2005
Denominações
Ele disse:
- Você não pode me chamar dessas coisas...
Ela, furiosa, o atacou:
- Posso sim! Tu não passas de um canalha aproveitador sem nenhum caráter!
Ele, indignado, retrucou:
- Alto lá! Vamos esclarecer: até nós, os canalhas, temos caráter. Discutir, tudo bem, mas sem levantar falso testemunho.
sexta-feira, outubro 07, 2005
Acusações - poema
B.O. número duzentos e cinco barra zero zero zero um:
O elemento foi preso enquanto tentava desesperadamente livrar-se do flagrante. Detido para mais investigações, foi encaminhado à delegacia para ser interrogado.
Não, não, eu não fiz nada do que possa ser acusado
Eu juro que estava só olhando para a casa ao lado.
E que culpa eu tenho se lá mora a Felícia
Que ao me ver fez escândalo e chamou a polícia?
Ok, ok, eu sei que já fomos namorados
E ela me deixou por um dentista bonitão
Na real, eu só parei por conta de um pneu furado
E não porque enciumado quis tirar satisfação
Tudo bem, tudo bem, admito,
Aproveitei para pedir minhas coisas de volta
Roupas, presentes, CD?s, livros e meu periquito
O coitadinho quando me viu quase berra ?me solta!?
Mas nego que foi meu o primeiro grito
Não tenho sangue de barata para ouvir desaforo
Eu não deixo que abusem de meu coração aflito
E só por isso vou ser preso por falta de decoro?
Sem roupa, sem mulher e sem emprego
Vou tentando afastar o desespero.
Não fui eu que errei, seu doutor
Entenda: é essa droga de coração
Que insiste em se dar por inteiro.
Ah, e sobre as provas que possam ter
Desminto todas, digo que foram plantadas
E qualquer filmagem que possa aparecer
Só pode ser feita de imagens encenadas
Neste caso, seu doutor, eu sou inocente
Como diz a lei, até aprovarem o contrário
E posso lhe arranjar culpado mais conveniente
Que não sou eu nem quem me deixou por um otário
Acho que posso ser bem convincente
talvez para todos seja até mais bacana
Que a verdade apareça feliz e reluzente
Como quem acabou de sair da cama.
Na real, seu doutor, o senhor pode acreditar
Nas retas da vida, às vezes tudo é uma zona
E nesta noite que não parece terminar
A culpa de tudo é da maldita da azeitona
terça-feira, outubro 04, 2005
Quem é você?
Quem você pensa que é
Para fazer da vida bagunça
Jogar na rua lembranças velhas
Mudar de posição a minha lua?
Acaso te deram licença
Para cantar boleros na rua
Pintar emoções nas praças
Comer de tudo o que queres?
Não adianta falar de leis
Invocar direitos fundamentais.
A única coisa infundada aqui
É teu jeito de ser desbocada.
Aponta logo o nome do culpado
Diz aí quem perdeu a porta da cela
Soltou as rédeas do hospício
E te fez baixar no meu colo.
Achas fácil chegar e virar
Minha alma pelo avesso, ser
Fim, meio, começo, infinita
Fonte de dor e prazer?
Baixa a cabeça. Não é assim
Se abancar e mudar velhas regras
Tumultuar um processo normal.
Só por que teu beijo me tonteia
Só por que teu cheiro me droga
Só por que teu gosto me doma
Pensas ser fácil tomar conta do lugar?
Vai, soletra bem devagar
Quem você pensa que é
Trazendo transtornos, ditando mudanças,
Fazendo um novo filme de cada dia?
Contando vantagens, chegas de mansinho
Me das nova vida, me enches de vinho.
Eu tiro minha roupa, me dou a você
E quando amanhece...nada a dizer.
Ainda te pego, desconto minha raiva
Te faço refém, te enterro na praia
Te jogo no lago, te perco num bar
Ainda te pego, ainda te escrevo.
Quem você pensa que sou
Para comigo mexer assim
Virar meu copo, teu gosto de tequila
Na lista da minha espera, furar a fila.
Vou colocar no out-door
Em letras interrogativas
Pintado de vermelho-espanto
Quem, afinal, eu penso que é você?
Making of:
No segundo semestre de 2003, numa dessas noites chatas investidas estudando, comecei a rabiscar uns versos. De repente, lá estava, quase pronta, esta poesia. Assim, feita para ninguém, sem motivo. Mas quando a mostrava para outros, a reação era: nossa, quem é essa que te perturbou tanto?
Lógico que ninguém acreditou na versão do "não a fiz para ninguém" e continuavam perguntando.
Bem, alguns meses depois a mostrei, sem segundas intenções, para Zanny, que parece ter gostado muito, a ponto de escrever, também sem segundas intenções uma poesia-resposta. Quem quiser conferir o contra-ataque, vá aqui e leia. É muito legal.
Ah, depois disso, acabei dedicando o poema para minha amiga Carla Cavalheiro, à época meio zuretada de paixão pelo seu ainda firme namorado Rubinho.
Ficou assim a dedicatória: Para Carla e sua capacidade invejável de se apaixonar.
segunda-feira, outubro 03, 2005
quinta-feira, setembro 29, 2005
Entendimento
Ela disse:
- Eu não entendo como você pode ser tão canalha.
Ele respondeu, sinceramente preocupado:
- Sabe que eu tenho a mesma dificuldade?
terça-feira, setembro 27, 2005
Destinos
Era um homem triste. Perdera tudo o que a vida havia lhe dado. Ao caminhar pelas ruas de seu bairro, ficava às vezes chorando baixinho, envergonhado de viver. Patético, bebia álcool puro por falta de dinheiro para comprar o uísque antes saboreado na varanda de sua antiga casa. Morreu sozinho, sem parentes que reclamassem seu corpo, encontrado na calçada onde vez ou outra amanhecia dormindo.
segunda-feira, setembro 26, 2005
Resuminho do Overdoze da Mostra Sesc Macuxi de Artes Cênicas
Às 21 horas começou na biblioteca do Sesc a leitura de poesias. Eu, que seria apenas um ouvinte, entrei logo na roda dos falantes. Mas isso só depois de perceber que as três pessoas que havia convidado para ler meus poemas não iam aparecer a tempo (aliás, eles estavam tão ocupados dirigindo, fotografando e lendo contos em outros espaços da mostra que só chegaram de madrugada na biblioteca).
Começamos assim, um pedindo ao outro, outro pedindo ao um. De repente, a timidez saiu da sala e em alguns momentos era preciso pedir mais de uma vez a palavra para garantir a oportunidade. Crianças leram corajosamente e bem baixinho poemas descobertos nos livros da biblioteca, adultos (entre eles a Zanny e este cronista) criaram textos para ler na mesma hora, outros montaram poesias em voz alta, num diálogo com os próximos.
E quando o silêncio queria tomar conta da sala, eu pensava estar em um leilão de palavras e dizia "quem dá mais, quem dá mais?", estimulando uma nova corrida de versos. E se a memória falhava, apelava-se para os escritos de Drummond, Pessoa, Bandeira, Vinicius e outros. Dos escritores locais, apenas George Farias esteve lá.
Essa brincadeira de ler, ouvir, relembrar e poetizar durou três horas seguida. À meia-noite, encerramos o expediente e fomos todos ver as esquetes, os contos eróticos e de terror, os espetáculos de dança, o rock e o som no barzinho com voz e violão.
Era tanta coisa rolando ao mesmo tempo que era um risco ficar aqui ou ali, cantando ou ouvindo atores, vendo a dança ou as exposições fotográficas. Algo seria perdido. E olha que algumas partes da programação não aconteceram.
Eu, por exemplo, perdi o sopão das 3h da manhã por estar na sessão de contos ao pé da cama. Logo depois da 4h da matina, depois de sacar que meu Overdoze não ia rolar, mas sim um simples Overnove, parti, com a imagem de roqueiros em frente a um palco no meio da rua e um coral de alegres amantes da MPB na área do barzinho do Sesc.
Na próxima mostra, vou com vários poemas decorados. E se tudo der certo, ainda levo os exemplares de meu próprio livro.
Às 21 horas começou na biblioteca do Sesc a leitura de poesias. Eu, que seria apenas um ouvinte, entrei logo na roda dos falantes. Mas isso só depois de perceber que as três pessoas que havia convidado para ler meus poemas não iam aparecer a tempo (aliás, eles estavam tão ocupados dirigindo, fotografando e lendo contos em outros espaços da mostra que só chegaram de madrugada na biblioteca).
Começamos assim, um pedindo ao outro, outro pedindo ao um. De repente, a timidez saiu da sala e em alguns momentos era preciso pedir mais de uma vez a palavra para garantir a oportunidade. Crianças leram corajosamente e bem baixinho poemas descobertos nos livros da biblioteca, adultos (entre eles a Zanny e este cronista) criaram textos para ler na mesma hora, outros montaram poesias em voz alta, num diálogo com os próximos.
E quando o silêncio queria tomar conta da sala, eu pensava estar em um leilão de palavras e dizia "quem dá mais, quem dá mais?", estimulando uma nova corrida de versos. E se a memória falhava, apelava-se para os escritos de Drummond, Pessoa, Bandeira, Vinicius e outros. Dos escritores locais, apenas George Farias esteve lá.
Essa brincadeira de ler, ouvir, relembrar e poetizar durou três horas seguida. À meia-noite, encerramos o expediente e fomos todos ver as esquetes, os contos eróticos e de terror, os espetáculos de dança, o rock e o som no barzinho com voz e violão.
Era tanta coisa rolando ao mesmo tempo que era um risco ficar aqui ou ali, cantando ou ouvindo atores, vendo a dança ou as exposições fotográficas. Algo seria perdido. E olha que algumas partes da programação não aconteceram.
Eu, por exemplo, perdi o sopão das 3h da manhã por estar na sessão de contos ao pé da cama. Logo depois da 4h da matina, depois de sacar que meu Overdoze não ia rolar, mas sim um simples Overnove, parti, com a imagem de roqueiros em frente a um palco no meio da rua e um coral de alegres amantes da MPB na área do barzinho do Sesc.
Na próxima mostra, vou com vários poemas decorados. E se tudo der certo, ainda levo os exemplares de meu próprio livro.
sexta-feira, setembro 23, 2005
A melhor coisa da semana
Overdoze
Miscelânea de Espetáculos, performances, esquetes, fragmentos de espetáculos, leitura dramática, música, cinema e artes plásticas. Com início às 20h e se estendendo até às 8h de domingo, em todos os espaços do Sesc, culminando com o encerramento da Mostra no Espaço Multicultural.
Vai rolar um sopão às 3h da madrugada. Algumas poesias de minha autoria serão declamadas. Não por mim, que criei vergonha e sai dos palcos, mas por outros mais corajosos.
Overdoze
Miscelânea de Espetáculos, performances, esquetes, fragmentos de espetáculos, leitura dramática, música, cinema e artes plásticas. Com início às 20h e se estendendo até às 8h de domingo, em todos os espaços do Sesc, culminando com o encerramento da Mostra no Espaço Multicultural.
Vai rolar um sopão às 3h da madrugada. Algumas poesias de minha autoria serão declamadas. Não por mim, que criei vergonha e sai dos palcos, mas por outros mais corajosos.
terça-feira, setembro 20, 2005
sábado, setembro 17, 2005
Homens encapuzados invadem e tocam fogo em Centro Indígena de Formação
Faltando quatro dias para começar a festa da homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, cerca de 150 homens encapuzados e armados com revólveres, espingardas, facões e pedaços de pau, invadiram e tocaram fogo, nesta madrugada, no Centro de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol, antiga Missão Surumu, a cerca de 230 quilômetros de Boa Vista.
Segundo informações colhidas por uma equipe do Conselho Indígena de Roraima ? CIR, que esteve no local hoje pela manhã, o vandalismo foi coordenado, supostamente, pelo vice-prefeito de Pacaraima, Anísio Pedrosa, e pelo vereador do município e tuxaua da aldeia Contão, Genilvaldo Macuxi. Os dois são ligados ao prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, maior produtor de arroz da região.
A antiga Missão Surumu também foi invadida e depredada em janeiro de 2004 pelo mesmo grupo comandado por Quartieiro, que ameaça resistência armada a qualquer tentativa de retirada da área, homologada no dia 15 de abril pelo presidente Lula da Silva. Em 2004, três missionários foram seqüestrados e, mesmo a Polícia Federal tendo indiciado arrozeiros e líderes indígenas, até hoje niguém foi punido.
No ataque desta madrugada, as instalações do Centro foram completamente destruídas: igreja, hospital, dormitórios, refeitório masculino e feminino, banheiros, biblioteca, sala e quartos dos professores. (veja fotos no site www.cir.org.br).Durante a invasão, um professor do curso de Mecânica e cerca de 30 alunos estavam no Centro de Formação.
O professor Júlio que trabalha para o Senai, entidade parceira do Centro, foi agredido fisicamente, mas não corre perigo de morte.Um veículo Toyota do Convênio do CIR com a Funasa para Atenção Básica à Saúde no Distrito Sanitário Leste de Roraima, que fazia remoção de um paciente para Boa Vista, também foi interceptado pelo grupo. Os motoristas tiveram armas apontadas para suas cabeças, sofreram humilhações, agressões verbais e o carro foi depredado e o paciente indígena agredido fisicamente.
Após a agressão, uma aeronave foi fretada para remover a vítima. A Polícia Federal foi comunicada dos acontecimentos e nas primeiras horas da manhã de hoje enviou uma equipe para o local. Por volta do meio dia, os agentes chegaram em Boa Vista trazendo alunos, professor e lideranças indígenas para prestarem depoimentos.
O Conselho Indígena de Roraima repudia mais essa atitude covarde dos setores contrários aos direitos indígenas, manipulados por grupos políticos e econômicos, que historicamente usam a violência e valem-se da impunidade para conquistar os seus objetivos.
Conselho Indígena de Roraima
Faltando quatro dias para começar a festa da homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, cerca de 150 homens encapuzados e armados com revólveres, espingardas, facões e pedaços de pau, invadiram e tocaram fogo, nesta madrugada, no Centro de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol, antiga Missão Surumu, a cerca de 230 quilômetros de Boa Vista.
Segundo informações colhidas por uma equipe do Conselho Indígena de Roraima ? CIR, que esteve no local hoje pela manhã, o vandalismo foi coordenado, supostamente, pelo vice-prefeito de Pacaraima, Anísio Pedrosa, e pelo vereador do município e tuxaua da aldeia Contão, Genilvaldo Macuxi. Os dois são ligados ao prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, maior produtor de arroz da região.
A antiga Missão Surumu também foi invadida e depredada em janeiro de 2004 pelo mesmo grupo comandado por Quartieiro, que ameaça resistência armada a qualquer tentativa de retirada da área, homologada no dia 15 de abril pelo presidente Lula da Silva. Em 2004, três missionários foram seqüestrados e, mesmo a Polícia Federal tendo indiciado arrozeiros e líderes indígenas, até hoje niguém foi punido.
No ataque desta madrugada, as instalações do Centro foram completamente destruídas: igreja, hospital, dormitórios, refeitório masculino e feminino, banheiros, biblioteca, sala e quartos dos professores. (veja fotos no site www.cir.org.br).Durante a invasão, um professor do curso de Mecânica e cerca de 30 alunos estavam no Centro de Formação.
O professor Júlio que trabalha para o Senai, entidade parceira do Centro, foi agredido fisicamente, mas não corre perigo de morte.Um veículo Toyota do Convênio do CIR com a Funasa para Atenção Básica à Saúde no Distrito Sanitário Leste de Roraima, que fazia remoção de um paciente para Boa Vista, também foi interceptado pelo grupo. Os motoristas tiveram armas apontadas para suas cabeças, sofreram humilhações, agressões verbais e o carro foi depredado e o paciente indígena agredido fisicamente.
Após a agressão, uma aeronave foi fretada para remover a vítima. A Polícia Federal foi comunicada dos acontecimentos e nas primeiras horas da manhã de hoje enviou uma equipe para o local. Por volta do meio dia, os agentes chegaram em Boa Vista trazendo alunos, professor e lideranças indígenas para prestarem depoimentos.
O Conselho Indígena de Roraima repudia mais essa atitude covarde dos setores contrários aos direitos indígenas, manipulados por grupos políticos e econômicos, que historicamente usam a violência e valem-se da impunidade para conquistar os seus objetivos.
Conselho Indígena de Roraima
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