Vamos lá, fazer o tradicional balanço das coisas que me lembro que aconteceram neste ano que parecia não ter fim.
Diferentemente de 2010, não vai rolar mês a mês (clica
aqui para ver como foi no ano passado).
Vou dividir no bloco das coisas boas e das coisas ruins/estressantes e encher de links para quem ler e quiser mais detalhes.
Antes de começar, dá play nessa música do Engenheiros do Hawaii. Ela representa um pouco das motivações para a jornada literária que fiz este ano. Vai lendo e ouvindo que lá embaixo vamos mudar a batida, certo?
O bom de 2011
Costumo relembrar que perdi uns dez anos de minha vida focado apenas no trabalho como jornalista, prestando assessoria a instituições e pessoas e deixando de olhar por mim.
Em 2009, quando a faixa dos 30 já havia passado, acordei e decidi retomar algumas das vontades que tinha até começar a trabalhar na área. Juntei uns amigos, troquei ideias e montamos o
Coletivo Arteliteratura Caimbé para trabalhar com arte e literatura.
Pois bem, 2010 foi um ano de muitas ações bacanas, de muito trabalho recompensador. Juntando isso com função de representante da região Norte no Colegiado Setorial de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, o balanço foi proveitoso.
Posso dizer que nunca trabalhei tanto com literatura como em 2011: desenvolvi, junto com a turma do Coletivo e outros parceiros, as ações do
projeto Caminhada Arteliteratura nas comunidades indígenas Boca da Mata, Sorocaima II, Vista Alegre e Campo Alegre (todas em Roraima), Palmares (Pernambuco), Novo Lino (Alagoas), Foz do Macacoari, São Tomé e Carmo do Macacoari (Amapá). No embalo, aproveitei para conhecer Recife e
Macapá.
No Colegiado Setorial, entre outras coisas, dei minha contribuição para a formatação final do Plano Nacional de Cultura, peça fundamental para os rumos do setor nos próximos 10 anos. Aqui dá para
baixar os documentos e conhecer mais sobre o tema.
Este foi o ano que
até sambinhas fiz. O
blues aqui é de outros anos mas nunca havia sido colocado na internet. Aproveitei um dia que a conexão estava boa e postei.
Ah, lá com o Coletivo Caimbé realizamos, além da Caminhada, outras ações.
Vou destacar o Poesia na Praça, que comemora o Dia Nacional da Poesia. Este ano
aconteceu na avenida Jaime Brasil, no Centro de Boa Vista. Apareceu um bocado de gente bacana para ler poemas.
Outra parada bacana foi o sarau do Dia D' de Drummond, já no segundo semestre. Talvez em 2012 rolem outros. Vai depender de uma parceria que ainda não está fechada para garantir o suporte.
Olha esse vídeo sobre o sarau que foi feito pela poeta Zanny Adairalba, parceira de coletivo:
Na área da produção e veiculação de textos, emplaquei uns no projeto #RotaFel, que mapeou cidades com textos.
Aqui você vai pro link e ainda olha os demais escritores que participaram desta história.
Ah, sim, teve também a publicação de dois poeminhas no f
anzine OrFel #1. Adorei as artes que o pessoal fez para ilustrá-los.
De forma geral, chamo essas publicações e premiações de minhas #PequenasFelicidades, aquelas pelas quais vale a pena esperar para acontecer.
Devo ter passado por outros momentos bons, mas com certeza ficaram registrados somente em
meu perfil no twitter. E aquele lá, entre tuitadas e retuítadas, é um mundo parelelo que não dá para acompanhar fácil.
O ruim e estressante de 2011
Ok. Se a música lá de cima estiver rolando ainda, volta e dá um pause/stop.
A vez é desta aqui, que sintetiza furiosamente as minhas coisas ruins e estressantes de 2011. Nunca gostei muito dela, mas como ganhei um CD do Nando Reis por estes dias e a dita cuja está no meio, parece que foi feita para 2011.
O destaque é um estresse que vem lá de 2010: a velha cervical problemática. Comecei o ano sendo obrigado a ficar deitado no chão o máximo de tempo possível, usar um colar cervical o tempo todo, escrever o mínimo possível, dirigir somente até o fisioterapeuta e a acupunturista e sentir dor, muita dor, cada vez que fizesse outra coisa. Basta acrescentar que, por recomendação médica, passei 5 meses sem poder carregar meu filho.
Fecho 2011 sentindo muitas dores na cervical e braços cada vez que faço trabalho pesado ou digito muito.
Já no final do ano, de quase aleijado passei a aleijadinho.com, visitando semanalmente a clínica de RPG e deixando lá parte do salário. Ficar em pé muito tempo? Nem pensar. E o médico já me disse: é para o resto da vida. Ou seja, lá pelos 50 devo estar uma beleza...(óbvia análise: levo este problema para 2012).
Fosse só eu o doentinho, até que a vida iria bem, mas descobrimos lá na aldeia que o meu indiozinhho é alérgico ao mundo, principalmente se houver ácaros por perto. Isso mais uma asma mais gripes que parecem nunca sumir é igual a internações, idas constantes aos médicos e tensão o tempo todo (óbvia análise 2: levo este problema para 2012).
Outro estresse foram os problemas financeiros. Baixa na renda familiar, contas que aparecem do nada, negócios que geram dívidas em vez de boas coisas, negócios que geram angústia em vez de felicidade.
Um dos destaques fica por conta da mudança de carro.
No meio do ano, uma semana antes de viajar ao Amapá para fazer as atividades literárias, o antigo quebrou. Gastei os tubos para consertá-lo e vendi por quase nada.
Entrei nas economias de alguns anos e comprei um seminovo. O fulano logo depois me engoliu a grana ao passar por uma revisão. Fiquei um tempão sem carro nos dias mais quentes de Roraima e ainda por cima caí no prejuízo. Agora está rodando bem.
Esse prejú do carro e outras coisas me quebraram as pernas e impediram de ir ao Rio de Janeiro participar de um
evento muito legal da Funarte sobre política cultural.
Seria um dos expositores, falando sobre o projeto Caminhada Arteliteratura, mas não deu e fiquei apenas na vontade. Não foi 100% ruim pois me chamaram para trabalhar na
XXI Feira de Livros do Sesc no mesmo período. Ou seja, ocupei meu tempo e não pensei tanto no encontro.
Fechando os destaques, fico com o lançamento de meu livro Sem Grandes Delongas. Sei, você pensará: como é que teu livro pode ficar na parte dos estesses? Ele não deveria estar no topo das coisas boas de 2011? Deveria, mas se você pensou assim, com certeza
não leu este post falando sobre o primeiro lançamento do livro em Roraima, o que aconteceu e chamando para a segunda tentativa (que ainda bem que se concretizou).
Resumindo tudo: no dia 11 de novembro ia rolar, mas não chegaram a tempo os livros. O material, 72 exemplares, para ser bem exato, chegou só no dia 14 ou 15.
A editora Novitas, lá do Rio Grande do Sul, contratada por mim para fazer a edição de 1.000 exemplares do material, me disse (antes do dia 11) que um problema na Receita Federal teria impedido o envio de todos os livros, mas que mandaria pelos Correios uma parte (esses que chegaram depois da data) enquanto resolvia toda a questão.
Enfim, tristezas recolhidas, remarquei lançamento para o 25 de novembro, vendi vários na noite, distribui outros em locais de Boa Vista, amigos de fora do Estado já me compraram seus exemplares e já postei alguns para bibliotecas comunitárias lá do Amapá.
Devo ter uns 10 livros lá em casa.
Tudo estaria bem se os demais exemplares já tivessem chegado na minha aldeia. Lamentavelmente para mim isso ainda não aconteceu. O dono da editora me disse que tiveram uns problemas jurídico-burocráticos que estão impedindo que enviem os livros. Enquanto isso, fico aqui, no aguardo, no aguardo, no aguardo de que resolvam a vida deles lá e agilizem a vida minha aqui (perdi uns negócios por conta disso...).
Essa história dos livros é um estresse que vou, a julgar pela proximidade com o final de semana de transição de ano, levar também para 2012 ((óbvia análise 3).
Resultado:
Não curto este período de final de ano por ser o momento simbólico de fazer as contas e checar como foi o passado recente, projetando logo um futuro menos ruim. Na coluna dos resultados, somando os estresses com uns consertos que ainda não fiz lá na estrutura da oca, a conta ficou vermelha.
Mesmo assim, se você ler isto antes da virada, te desejo um 2012 melhor que este ano. Se ler depois, mesma coisa.