sábado, dezembro 05, 2020

Egressos e progressos: o podcast do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRR

O Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Roraima (PPGL/UFRR) tem um projeto de podcast no youtube. 

É o “Egressos e progressos”. Feito com base em gravações dos mestres formados pelo programa, em novembro de 2020 tinha 10 depoimentos disponíveis.

A ideia é falarmos dos nosso temas e trajetórias para, acho, inspirar outras pessoas a fazerem pós. 

O meu episódio é esse aí. Escrevi, treinei e gravei no celular. 

Depois mandei e o povo do PPGL editou a entrada e final. 

Espero que gostem:

 

Uma outra versão do que gravei aí pode ser conferida nas edições do meu Diário de um Mestrando. 

Para ler, clique aqui. 

quinta-feira, dezembro 03, 2020

Entre angústias, rotinas, lágrimas, atos e silêncios (Crônica)

 Quinta. A vida continua aqui. Pessoas planejam coisas numa aula-reunião infinita.

Lá, na UTI do hospital, uma tia luta pela sua vida. O inimigo é o coronavírus. Apenas quatro anos mais velha que eu, é a mais próxima de todos os meus tios, mesmo estando há muitos anos distanciados pela rotina, pela naturalidade de cada um ter seu caminho próprio para seguir.

Sandra, seu nome. Descobri ano passado, depois de quase três décadas, que os meus gibis antigos não haviam sido presentes dela. Eu simplesmente os pegava e levava de Boa Vista para a Venezuela sem avisar, achando não sei porque que estava tudo bem. Ela me contou, ao ver o seu nome na foto de uma capa de um exemplar dos Novos Titãs da Abril, que ficava pensando “onde foram parar as minhas HQs?”.

Quinta. A vida continua para um monte de gente. Vejo na TV comerciais chamando para festas de forró e corridas de motos. Nas redes sociais vejo convites para eventos de literatura em bares e fotos de ontem mostrando que não há tempo ruim para quem pensar em viver intensamente a vida em tempos de covid.

No hospital das clínicas, minha vó está isolada da família há três dias. Quebrou o fêmur no dia 17 do mês passado. Estava no HGR e lá conseguíamos vê-la. No HC não tem nada isso. Prevenção da Covid-19, cuidados com a contaminação trazida pelas visitas, só os acompanhantes têm direito a ver o paciente.

Vó e tia, em um momento recente de relativa tranquilidade

A vó tem 94 anos. Viveu muito desde que saiu lá da beira do rio Uraricoera. O que sou, o que tenho, o que vivi, devo muito a ela, mãe da minha mãe, suporte familiar de todos nós, os mais jovens, seus filhos, netos e bisnetos.

Sabe a tal da “gratidão”, palavra tão desgastada pelo seu uso automático e sem pensar que virou clichê para tudo? Tenho por ela. E muita. E amor também.  

Mas, além de gratidão e amor, hoje tenho angústia. Vó e tia (justo a tia que gerenciava os cuidados com a vó) internadas. Minha mãe, com os nervos em caco pela situação. A filha de minha tia, minha afilhada, caindo de tanto nervosismo... O quadro é feio, pesado, negativo e complicado na família.

Família. Há quem ajude e há quem aproveite momentos assim para alegar mágoas antigas e descontentamentos recentes para não fazer nada, não dizer nada, olhar apenas, como se um filme tudo fosse... O silêncio é revelador de caráter em momentos assim. O silêncio nem sempre é um “estou pensado como agir”. Em situações assim é mais um “danem-se vocês. Eu tenho coisas mais importantes a fazer hoje, como reclamar e me isentar”.

Quinta, tem alguém falando no computador sobre coisas que mal ouço, terminei dois projetos culturais, estou escrevendo isto que você achou longo demais e o pedreiro está lá fora refazendo uma calçada que as chuvas do boiaçu, do caju, não sei do que, levaram.

Quinta. A vida, aos tropeços, continua. Entre angústias, rotinas, lágrimas, atos e silêncios reveladores sobre a essência das pessoas.

quarta-feira, novembro 25, 2020

Vem conferir o Sarau da Lona Poética de dezembro

Oia que maravilha de lindo foi o Sarau da Lona Poética de novembro, uma realização do Coletivo Caimbé que teve como convidados especiais os poetas Francisco Alves e Jacinta Santos, o mestre de capoeira Ongira, do grupo Capoeira Angola Guerreiro de Palmares/RR, e o artista visual Rafael Pinto. 

Dividi a apresentação com a poeta Zanny Adairalba, também articuladora do Coletivo. Foi bonito demais da conta e já estamos nos preparando para o Sarau de dezembro, que também será realizado de forma on-line. 

Aliás, até sair a vacina, tudo o que for nosso será on-line. 

 

A atividade é uma das ações do Coletivo Caimbé, organização social informal criada em 2009 com o propósito de realizar e apoiar ações voltadas ao desenvolvimento do segmento literário em Roraima. 

O grupo já promoveu e foi convidado para ações em todas as regiões do País desde então. Toda essa caminhada cultural está registrada no blog www.caimbe.blogspot.com.br.

 


terça-feira, novembro 24, 2020

Uma conversa sobre Literaturas nas Periferias - Flisgo 2020

Passando para deixar registrada a minha participação na segunda edição do Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020). 

Estive no painel que discutiu as Literaturas nas Periferias. Fui acompanhado pelos escritores Jessé Andarilho e Rodrigo Santos, ambos do Rio de Janeiro.

Valeu, Flisgo. Valeu, Rodrigo, pelo convite para o painel. 

Muito agradecido mesmo pela oportunidade de falar de meu trabalho no Coletivo Caimbé e da literatura de Roraima. 

segunda-feira, novembro 16, 2020

Partiu Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020)


Participarei neste sábado (21/11/2020) da segunda edição do Festival Literário de São Gonçalo (Flisgo 2020). Sou um dos convidados para o painel que vai discutir a questão das Literaturas nas Periferias. Comigo estarão os escritores Jessé Andarilho e Rodrigo Santos, ambos do Rio de Janeiro.


Este ano, devido a pandemia de Covid-19, o Flisgo será todo virtual, diminuindo os riscos à saúde dos participantes. Meu painel será transmitido pelo Youtube a partir das 20h, horário de Brasília. 

 


O Flisgo contará também com manifestação de diversas linguagens como teatro, dança, contação de história, saraus e lançamento de livro on-line.

 São mais de 30 painéis e conversas sobre literatura e arte, 70 lançamentos de livros e participação de autores de seis países da América, Europa e África. 

Estou contente que só por ser parte de um evento tão diverso. O tema ‘Literatura nas Periferias’ tem tudo a ver com Roraima. Nós, os escritores daqui, vivemos numa das pontas do Brasil, longe dos grandes centros, produzindo literatura periférica no sentido concreto e metafórico. Pensar e agir sobre isso é um desafio constante.

sexta-feira, novembro 13, 2020

No podcast Direto ao Ponto, falando do Coletivo Caimbé

 Com a poeta Zanny Adairalba, dei uma nova entrevista no final de outubro para o Podcast Direto ao Ponto, do jornalista Luiz Valério.

(Se você não sabia da primeira e ficou curioso, clica aqui)   



Zanny e eu falamos do trabalho do Coletivo Caimbé. Ela cantou e eu li um poema.  

Quer ouvir o Episódio 2 do Podcast Direto ao Ponto sobre Literatura e Poesia na Amazônia?

Então vai nesse link aqui que tem várias opções para ouvir: o próprio site, o spotify, deezer e outros.

 

Eu, mestre de cerimônias no Sarau da Lona Poética de outubro/2020

No dia 15 de outubro rolou o Sarau da Lona Poética como parte da programação do Festival Literário On-line do Sesc Roraima 2020. 

Apresentei sozinho esta edição, que teve a presença litero-poética de Zanny Adairalba, Elimacuxi, Joakin Antônio, Francisco Alves, Eliza Menezes e Vanessa Brandão, companheiros e companheiras de literatura.

O vídeo está disponível no canal do Coletivo Caimbé no Youtube, mas já te poupo caminho e deixo ele aqui:

   

No dia 20 de novembro, em alusão ao dia da Consciência Negra, vamos fazer um novo sarau, agora com transmissão pela página do Facebook do Coletivo Caimbé.  

Curte aqui a página e se liga: sexta-feira, 20 de novembro de 2020, às 19h30, tem Sarau da Lona Poética – edição novembrina. 

quarta-feira, novembro 11, 2020

Entrevista à TV Band Roraima sobre o Dia Nacional do Livro/ 2020

No Dia Nacional do Livro, comemorado em 29 de outubro de 2020, a TV Band Roraima pediu para gravar uma matéria sobre o tema comigo.

Disse-lhes que não ia poder abrir as portas da casa porque ainda estamos em distanciamento social. Combinamos então que gravaria as respostas no celular e lhes enviaria o material.

Resultou nessa matéria bonita e com a minha estante de fundo. Espero que gostem:

sexta-feira, outubro 30, 2020

E o Nei Costa foi cantar Beatles noutros lugares

Manhã de tristeza com as notícias que chegaram pelo whastapp. O jornalista Nei

Costa foi cantar Beatles em outros lugares nesta madrugada.

Conheci o Nei em 1998, quando comecei a trabalhar no jornal O Diário, do então prefeito Ottomar Pinto. Rui Figueiredo era o editor-chefe e ele era o editor de cidades. Me passou a primeira pauta, fez a primeira revisão de texto meu em jornal. Simpático e acolhedor sempre. Poucos dias depois saiu do jornal.

Nunca mais trabalhamos jornalisticamente juntos, mas também nunca perdemos contato e fizemos uma pá de pequenas coisas em parceria: foi parte da primeira geração de blogueiros em Roraima, no começo dos anos 2000. Antes de que  tivesse o meu blog,  me deixava publicar textos literários no Zhuada, nome de seu espacinho virtual particular. Isso nos levou em 2005 a participar da VI Feira de Livros do Sesc,falando sobre blogs quando isso ainda novidade em Roraima.

Quando estava como editor-chefe do jornal Roraima Hoje abriu, várias vezes, espaços para que publicasse matérias que iam concorrer a prêmios jornalísticos, publicou poemas meus e de vários autores locais em uma ação chamada #versificados, sempre abriu páginas para as matérias do Coletivo Caimbé. Um parceirão.

Sábado sim, sábado não, passava na redação do jornal para bater papos matutinos com ele e a equipe de plantão. Era muito divertido vê-lo reclamar e zoar a equipe ao mesmo tempo.

Também tivemos uma fase de encontros na beira da piscina do Aipana Hotel. Era a Confraria Lúpulo com Guaraná, formada pelos Três Mosquiteiros (O próprio Nei, eu e Luiz Valério ) e Dona Dartanhã, apelido que deu a Zanny Adairalba.



Depois que o Edgarzinho nasceu, fomos muitas vezes à sua varanda para comer a macarronada de sábado, ouvi-lo falar de seu passado como aventureiro, garimpeiro, ourives, falar sobre as plantas que estava cultivando e também ouvi-lo cantar Beatles e outros sons que adorava. Nesses encontros, falava com um orgulho imenso dos três filhos, de cada conquista, mudança e do crescimento de suas eternas crianças Érica, Andressa e Luca.

Nei fez a revisão de um livro meu nunca publicado. Acho até que chegou a fazer uma diagramação preliminar também. Nos últimos anos os encontros foram rareando, mas nunca deixaram de ser engraçados. 

Lembro que ao encontrá-lo no Bar do Rock, ali no Centro Cívico, sempre brigava com ele, dizendo que tomasse vergonha, que doenças de fígado e rins nunca somem para sempre. Ele ria, me abraçava, falava alguma bobagem e me dizia para passar no outro dia na casa dele porque ia fazer uma macarronada especial.

A última vez que nos vimos foi em 14 dezembro de 2019, na celebração pela recuperação em andamento do Pablo Felippe (eu tava achando que era o aniversário do Pablito, mas não). 

O Nei cantou com a Zanny e o Orib Ziedson, riu, bebeu, contou histórias, falou de algumas tristezas e projetou o futuro. Aproveitamos e ligamos, junto com o Marcelo,  para o Érico no meio da madrugada para tirar onda e chamá-lo para a festa.


Não lembro se planejamos alguma macarronada, se marcamos encontro na beira da piscina do Aipana, se ficamos de um dia desses tomar uma cervejinha juntos. 

Depois veio a pandemia, eu me recolhi ainda mais em casa e ele foi para São Paulo em junho. A notícia de sua internação pegou todo mundo de surpresa aqui. Achávamos que ia conseguir superar, mas não deu. 

Eu tô apostando que agora mesmo deve estar fazendo um solo de violão com um cigarro no canto da boca e e gritando para a plateia o seu mais especial carinho: “Meu, vou lhes fazer um elogio que faço para poucos: vocês são uns arrombados!”.



quarta-feira, outubro 28, 2020

Um conto de Isadora Salazar - com dedicatória para este cronista

Vim apenas deixar o link para um conto da advogada, escritora e dramaturga paraense Isadora Salazar. 

"A Velha Que Desarrastou Os Pássaros De Uma Criança" foi publicado na revista eletrônica Variações, focada em literatura contemporânea. 

Isadora dedicou o texto a várias pessoas e entre elas está este cronista que lhes publica sem saber quem são vocês nem o motivo de chegarem aqui. Isso pode ser tema de uma outra postagem, mas agora foquemos na dedicatória: 



Eu, rei das referências. hehehe. Chupa, Google


Eu já havia lido esse material em alguma conversa que tivemos por whatsapp ou e-mail bem antes dessa publicação. Achei muito bacana, imagético. Na época não sabia que a Isadora também era dramaturga e fui logo dizendo que o material poderia ser facilmente encenado e tal. Na verdade, não lembro se foi esse ou outro texto, mas a questão é que é bão que só.

A senhora Salazar é mãe de duas meninas, uma delas artista visual (acho que é a Tavinha), autora do romance Águas de Morta  e este ano foi uma das selecionadas pelo projeto Sesc Arte da Palavra. 

Vale muito se ligar nas falas dela. Confere a programação na página do projeto no facebook.

quinta-feira, outubro 22, 2020

Uma conversa sobre Literatura e Poesia na Amazônia no podcast Direto ao Ponto

Participei semana passada do podcast Direto ao Ponto, comandado pelo jornalista Luiz Valério, amigo meu e antigo integrante do Coletivo Caimbé.



O Luiz está ampliando as abordagens do podcast e falar sobre arte e cultura está no novo foco dele.

Foi uma conversa legal. Eu falei meio baixo, na fala mansa, mas ele aumentou o som e dá para ouvir de boas as minhas respostas. Até falei um poema, lembrando. 



Vou te deixar os quatro links que ele passou. Por falta de opção não deixarás de ouvir-me falando sobre literatura e poesia na Amazônia.

Spotify 

Deezer 

Site do Luiz.  

Um aplicativo que não instalei, mas ele falou que funciona nos celulares, o Podbean.

quarta-feira, outubro 21, 2020

Um poema meu na 23ª edição da Revista LiteraLivre

A edição dos meses de setembro e outubro da revista digital de literatura LiteraLivre entrou no ar faz uns bons dias, mas só agora arranjei tempo, disposição e memória para avisar vocês que tem um fotopoema meu lá para conferirem. 

A LiteraLivre pode ser lida de graça em várias plataformas, incluindo o formato PDF. 

O projeto já tem quatro anos e a editora-chefe é Ana Rosenrot.

Aqui vocês podem ler e baixar a edição. 



Olhem aí meu poema, que está na página 58 do volume 4/n⁰ 23, e depois digam se gostaram.


O facebook da revista é este. 

Antes que esqueça, também tive um poema publicado na edição anterior. Para saber mais disso, lê a postagem que fiz à época. 



quarta-feira, outubro 07, 2020

E vamos para o Festival Literário On-line do Sesc 2020

Entre os dias 10 e 15 de outubro o Sesc Roraima promoverá um Festival Literário On-line, com atividades nas redes sociais da instituição. 

A programação do festival atenderá a todas as idades com oficinas literárias, lançamento de livros, contação de histórias, bate-papo e muito mais. 

Cheio de felicidade por ter tido minhas propostas aprovadas na seleção que o Sesc fez de autores interessados em participar, estarei em três momentos da programação.

Além de mim, participam, com diferentes ações, os escritores e artistas Elimacuxi, Felipe Thiago, Aldenor Pimentel, Sony Ferseck, Eliakin Rufino, Isa Carolina, João Pedro, Kenia Alves, Elivelton Magalhães e Aline Kefler, além dos grupos Curupira Show e Arteatro. 

Vê meus momentos na programação:

11 de outubro de 2020, às 19h, fazendo o pré-lançamento de meu livro de poemas "Incertezas no meio do mundo". Comigo estarão as poetas Sony Ferseck, fazendo o lançamento de seu livro Movejo, e Elimacuxi, que será a mediadora da noite. 

12 de outubro de 2020, às 19h, como mediador numa mesa que vai discutir a literatura digital e suas implicações. Participam os poetas Elimacuxi e Felipe Thiago, que vai lançar o seu e-book Poemindireta.

15 de outubro de 2020, às 19h, como articulador da edição de outubro do Sarau da Lona Poética, que terá muitos convidados. Além disso, vai acontecer durante o sarau a final da 2ª edição do Concurso On-line de Poesias Palavras Conectadas

Todas as ações serão transmitidos pelo canal de YouTube e no perfil do Facebook do Sesc.

Confiram a programação completa do Festival LiterárioOn-line clicando aqui.

Ou então vejam nas imagens abaixo:






Nos vemos no festival! ❤☺☺☺

terça-feira, setembro 22, 2020

quinta-feira, setembro 17, 2020

terça-feira, setembro 15, 2020

domingo, setembro 13, 2020

Após dedicar-lhe muitos poemas (poema)

 


Após dedicar-lhe muitos poemas
E fazer-lhe até uma linda canção
Finalmente entendeu:
Era um amor movido só a litrão
.
Edgar Borges

quarta-feira, setembro 09, 2020

Sintiendo el camino (conto)

 



Nos perdimos, vale. Llegamos tarde a nuestra victoria y no hubo trompeta que le echase luz a nuestra rumba. La cerveza que me bebí tenía sabor a ti, a tus cosas, a esa mala costumbre que tienes de llamarme a tu cama, a tu sonrisa, a tus tardes antes de que salieras a probar a otros sabores de otros amores. Bailamos, bailaste, eras así: cuando no te acompañaba, te meneabas sola en la pista, como si nada, como si tu todo y yo, bueno, si no ayudo, que no estorbe.

Nos perdimos, vale. Nos faltó ganas, nos faltó valentía.Lo nuestro podría haber sido eterno, pero que tanto la eternidad si hay vidas que no se entienden entre una madrugada y otra, si hay besos que no son para uno, sino para los que los pidan primero, para el que baile mejor, para el que se menea más sabroso al son de la música que esté tocando en la radio.