terça-feira, agosto 08, 2017

Artesanias: nicho de madeira pinus para uma estátua do Wolverine


No último final de semana concluí um projeto que havia meses martelava minha cabeça: fazer um nicho de madeira para a nova estátua do Wolverine que chegou lá em casa dia desses. A peça tem uns 28cm e merecia ser exposta mesmo antes ter a bendita estante com porta de vidro que um dia vou fazer.

A ideia era montar algo parecido com este, que fiz em 2015 reaproveitando uma gaveta de mesa de computador. 

Como não sei nada de marcenaria, fiz o recomendado numa situação destas: olhei muitos tutoriais na internet. Pesquisando, pesquisando, pesquisando, fui parar em um  que falava sobre fazer nichos com madeira pinus, a mesma usada em pallets. Gostei da simplicidade do projeto e comecei a apurar o olhar catador de madeira na rua. (Não boto o link porque simplesmente não consegui achar de novo…).

Tanto olhei pros lados que um dia achei um pallet jogado na frente de uma construção ali na avenida Ville Roy. Dei a volta na quadra, bati o cimento do bicho e joguei no porta-malas. Aí veio uma nova pesquisa: como desmontar o pallet sem detoná-lo, já que o pinus é muito frágil.

Acho que a dona Pesquisa do Google ouviu minhas dúvidas mentais e aí, carinhosa, me jogou este vídeo bacana do Canal Oficina de Casa nas sugestões do Youtube. 

Então veio a questão: comprar um pé-de-cabra seria uma boa, né?

Na mesma semana em que olhei esse vídeo fiz uma viagem à cidade de Lethem, ali na Guiana. A ideia era levar o Edgarzinho para passear e talvez comprar bugigangas. Na primeira loja achei estas belezuras por apenas R$ 30:



Os pé-de-cabritos mais lindos que já vi
Foi só chegar em casa e começar a desmontar o pallet. Em seguida veio a parte da medição e do corte. Vou confessar que sou péssimo usando serrote com a necessidade de ser preciso. Isso me levou a fazer uns cortes horríveis e impossíveis de se aproveitar.


Pallet desmontado com as minhas novas ferramentas

Comecei usando uma serra de arco e depois passei para o serrote normal...Deu erro em todas...hahahaha



Até a hora de começar a cortar, todo um profissa

Depois que terminei de cortar, um amador nível 10

 Como estava há dias marcando e remarcando uma visita ao meu amigo artesão J.J. Vilela, mestre nas artes dos reaproveitamentos, decidi juntar o útil ao agradável: levei minhas madeiras muito mal cortadas, suportei as zombarias dele e da turma que estava conosco (rir da falta de habilidade é muito bom) e recebi de volta um nicho perfeitamente cortado e montado. E ainda ganhei de brinde a proteção do fundo do nicho. A peça ficou com 37cm de altura e 21cm de largura, dando opção para, no futuro, botar uma lâmpada LED e iluminar a figura. 


Com o Vilela: sorrisos pós-corte e ajustes na madeira mal cortada
Tudo montado, chegou a hora de lixar e preparar para a pintura. Decidi usar spray para ver como ficaria o acabamento (só depois de concluir o processo é que lembrei que uma boa nestes casos é passar massa corrida no pinus para deixar a superfície ainda mai bonita). Não recomendo fazer isso, pois vai quase uma lata de tinta na brincadeira, ainda mais se não tiver aquela demão inicial de tinta.






Antes da pintura


Depois de passar o spray

Depois disso foi só pregar dois “seguradores” (não sei o nome do trocinho) para garantir que o nicho não caia no chão. Aqui cabe lembrar que o outro, por ter sido feito com uma gaveta de MDF, é bem mais leve e só levou um “segurador”. 





Aproveitei e joguei uma mão de tinta spray no primeiro nicho para deixá-lo bem mais bonito. Aí sim, com uma tinta base, vale a pena jogar spray.

Vejam como ficaram os dois na parede de casa: 




O altar dos Wolverines: louvem o carcaju!

Agora estou empolgado e vou tentar fazer um nicho para uma estátua do Batman que tem uns 16 cm e anda bolando pelas mesas da casa...

quarta-feira, agosto 02, 2017

Sobre uma roda de conversa no IFRR explicando como fazer crônicas

Voltei ao Instituto Federal de Roraima (IFRR) no sábado passado (29/07) para falar com alunos do ensino médio sobre a produção de crônicas. 

O convite partiu da professora Ray Rodrigues, que está ministrando, juntamente com a professora Ana Moura, minha antiga colega lá na UERR, um curso de férias de língua portuguesa. A turma com que conversei tinha idades entre 16 e 22 anos.

(Aqui tu vê como foi um outro convite da profxs Ray para abordar outro assunto também lá no IFRR). 


Lendo uma crônica e explicando alguns elementos do texto
Havia me programado para algo rápido, de no máximo 50 minutos e alguma conversa de dez minutos, mas a prolixidade tomou conta de mim e falei das diferenças entre crônica e artigos e outros gêneros, li e fiz análise da estrutura de obras publicadas aqui no blog e uma que saiu no livro do concurso do Sesc DF, pedi para a rapaziada tentar criar crônicas e apresentá-las verbalmente e contei histórias sobre minha vida e a relação que sempre tive com a leitura e a leitura. No final, foram quase duas horas de conversa, histórias e algumas risadas. 




A vez dos alunos




Além de tudo isso, ainda inventei de, para exemplificar abordagens que podem ser feitas num texto, relatar literariamente como foi o meu primeiro beijo. Ah, e consegui que alguns fossem à frente da turma fazer o mesmo. 

Resultado: não fui muito didático nem fui rápido. Mesmo assim, acho que a turma meio que curtiu. Joguei o desafio de fazer uma exposição de crônicas e eles toparam de elaborá-las. Aí, quando tudo estiver Ok, voltarei lá no IFRR para lê-las. As melhores vão ganhar livros. 


Ladeado pelas professoras Ana Moura e Ray Rodrigues, ladeadas pela turminha do IFRR


A minha sensação é de que a vida não está muito legal com todo o contexto dessas reformas tira-direitos que estão sendo implementadas pelo governo Temer e seus aliados. Estes momentos ajudam a relaxar e criar breves momentos de felicidade. Por isso topo e curto participar deles.

sexta-feira, julho 07, 2017

Fui selecionado no 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017


Recebi hoje um e-mail avisando que tive o microconto "Pedido" selecionado pela comissão julgadora do 7º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba 2017.  

Junto com outros 99, "Pedido" vai integrar a coletânea do concurso, que será disponibilizada em formato digital, para download gratuito. É a minha segunda seleção neste concurso. A outra foi em 2013 e você pode ler o texto aqui.

Neste ano foram 509 textos enviados de 23 estados brasileiros e também do exterior (Estados Unidos, Japão, Holanda e Portugal). Como regra básica, todos deviam ter, no máximo, 140 caracteres. 

O roraimense Aldenor Pimentel, que hoje mora em Minas Gerais, também foi selecionado. A relação completa de selecionados pode ser conferida aqui

A comissão julgadora foi composta por André Bueno de Oliveira (escritor e poeta), Anderson Brongna (escritor, contador de histórias e graduado em artes), Carmelina Toledo Piza (escritora, contadora de histórias, mestre em educação), Sandra Sanchez Baldessin (graduada e pós-graduada em Letras, consultora, revisora, crítica literária e professora de literatura) e William Hussar (cartunista, crítico de arte e representante do Salão Internacional de Humor de Piracicaba).

Confere o meu conto: 

Pedido

Já morrendo, mainha me falou:

- Filhinho...

- Sim?

- Não case com qualquer uma não, viu...

Concordei. Casei foi com João, meu grande amor.


quinta-feira, julho 06, 2017

Mais uma participação em um rap: Poeta da favela, do Big Berg


O rapper Big Berg, que morava aqui em Boa Vista e agora está pelas bandas de Florianópolis, me convidou novamente para fazer uma participação especial em uma de suas músicas 

(A nossa primeira parceria, só para lembrá-los, foi em Tempo ao tempo, gravada em junho de 2016. Essa história e a gravação podem ser conferidos aqui.)

O novo som do Berg intitula--se Poeta da Favela e tem um refrão que curti desde a primeira vez que o ouvi cantar, ali num evento do Coletivo Macu-X no bairro Asa Branca. 

Se vocês compararem a primeira gravação com a minha participação nesta, verão que já estou mais firme na leitura (acho), apesar de não ser todas essas coca-colas todas.

O trecho faz parte de um poema que havia escrito dias antes do convite do Berg. Mostrei e ele aceitou. Daí fiquei treinando um monte de vezes, gravei no celular com três diferentes entonações e mandei pro magrão rapper escolher.

E assim ressurgiu uma parceria, superando os milhares de quilômetros que separam Boa Vista de Santa Catarina. 

Dá um play e compartilha, comenta, espalha pros amigos, me manda convite para beber e comer. Tamoaí, abertos a parcerias.


terça-feira, julho 04, 2017

Diálogos sobre vida, poesia e arte na escola estadual Camilo Dias

Junho foi cheio das conversas com estudantes e professores. Teve lá o encontro com o pessoal da escola Oswaldo Cruz e depois com os futuros jornalistas formados pela UFRR.

Na última sexta-feira do mês(30/06), no pós-feriado, acompanhando as poetas Elimacuxi e Zanny Adairalba, participei do festival literário da escola estadual Camilo Dias, zona oeste de Boa Vista. 

Esta foi a segunda ocasião em que visito a escola. A primeira foi há alguns anos, também falando sobre literatura. Daquela vez foi com a turma da Máfia do Verso.


Zanny Adairalba falando sobre como começou a fazer poesia

Elimacuxi contando sua história com literatura

Aluna da escola apresentando seu gosto artístico

Com a professora Mayner Amorim, nossa anfitriã na escola Camilo Dias


Nesta visita, durante quase duas horas conversamos sobre vida, arte e sonhos com os adolescentes.

Para animar a tarde, também os estimulamos a apresentar suas criações artísticas. Saiu um mini sarau com direito a paródias, poemas próprios, análise de letras de músicas de vários ritmos e risadas, muitas risadas.







O convite partiu da professora Mayner Amorim, que me contou ser uma frequentadora das edições do Sarau da Lona Poética. O Festival Literário está sob a coordenação da professora Marcélia Nicácio Lopes e terá seu encerramento agora na primeira quinzena de julho. Já passei a dica para a professora Mayner: bota todo mundo para cantar e declamar que ficará mais bonito tudo.




segunda-feira, julho 03, 2017

Uma conversa na UFRR sobre ativismo cultural e literatura com futuros jornalistas



Estive semana passada na Universidade Federal de Roraima (UFRR) batendo um papo com alunos do curso de jornalismo sobre minha história como ativista cultural e escritor.





O convite foi feito pelo professor Timóteo Camargo, que neste semestre está repassando aos meninos as manhas das técnicas de jornalismo, entre elas como construir notícias e reportagens.

A atividade foi no dia 28.06 e durou quase duas horas, dividida entre a palestra e a sessão perguntas e respostas, formato entrevista coletiva.

Esqueci de falar lá no dia, mas a sala 140 do bloco 1, onde rolou a atividade me recebeu muitas vezes como aluno quando fiz a graduação. Voltar para lá como palestrante foi bacana.

A foto projetada em meu rosto é um dos registros das atividades do Coletivo Caimbé, do qual faço parte, em terras indígenas de Roraima, especificamente na comunidade Ilha, da Terra Indígena São Marcos.



segunda-feira, junho 26, 2017

Falando de arte e literatura na escola Oswaldo Cruz






Passei uma manhã gostosa no último sábado (24), participando como convidado do primeiro Sarau de Arte e Literatura da escola estadual Oswaldo Cruz, no centro de Boa Vista. 

Tive a companhia das poetas Elimacuxi, Sony Ferseck e do cantor Neuber Uchôa. Falamos no pátio da escola para cerca de 100 alunos sobre a nossa arte, vida e literatura. O sarau foi a culminância do projeto Literatura e Arte Roraimense, coordenado pelo professor Francisco C S Silva.





A organização do evento pediu aos alunos que escolhessem um texto ou música de autoria dos convidados para fazer a leitura e cantar. Foi bonito ver a meninada lendo o Sem Grandes Delongas. 







Havia me planejado para ler dois poemas, mas optei por fazer uma leitura interativa de Autopsicografia, chamando a turma para repetir em voz alta as palavras finais de cada quadra do texto de Fernando Pessoa. 





Aquele momento em que quase todos olham para a câmera errada (ou certa...)



No final do evento fiquei conversando e tirando fotos com a turma e quando me dei conta já havia perdido a damorida que estavam servindo. Fiquei na vontade... 

quinta-feira, junho 22, 2017

Desabafos acadêmico-musicais da quinta à noite


Sabe, neste momento eu deveria estar focado no trabalho que tenho que fazer para ser aprovado na disciplina lá do mestrado em Antropologia Social que fiz este semestre como aluno especial, mas não. 

Estou aqui (são 20h15 da quinta 22 de junho) ouvindo há horas versões e versões da música Costumbres, que ficou famosa na interpretação da cantora Rocío Durcal. A lista que me aparece no Spotify de gente que a regravou é tão diversa que não tenho como resistir.

Sou desses que ouve repetida e alucinadamente as músicas que o tocam. É a minha droga (Às vezes, penso o que seria de mim se usasse narcóticos e gostasse. Talvez ficasse o dia todo chapado...). 

A música agora é outra, uma do CD el Trem de Los Regresos, de Yordano. 

Fiz uma lista de outros sons que gosto e botei para tocar enquanto vou me desapegando de Costumbres. É um processo lento esse de abandonar as músicas. Teve uma noite que passei umas duas ou três horas ouvindo tudo que o aplicativo tem relacionado à Sweet Child O'mine (A tara começou depois que vi o filme Capitão Fantástico e a versão que a família retratada canta lá. Achei linda e recomendo. Vi o filme em HD lá no youtube mesmo. Além disso, tem as meninas cantoras super lindas de se ver também).

Agora é outro o som: vem de Franco de Vita Vuelve em primera fila, os acústicos que as gravadoras fazem com os cantores que gravam em espanhol.

Viro o rosto e o caderno com as anotações me encara. O rascunho base está entre meus braços, querendo, precisando, clamando para ser editado. Meu pescoço dói, tá chovendo e tudo o que não queria era ter que fazer isso, mas a culpa é minha, que não fui pra cima de um mestrado quando era jovem, disposto, com tempo e sem tanta gente para dar atenção. 

(Vou até dar uma olhada boa nesse "disposto" aí...talvez tire...afinal, disposição nunca foi meu forte. Procrastinação sim.)

Alguém canta agora uma versão de Rocket Man. Conhece, leitor ou leitora deste blog que insiste em sobreviver na era das redes sociais sem modernizar-se? Descobri essa música no final de uma temporada da série Californication. A dor do Hank Moody foi toda traduzida naquela cena ambientada com esta música. 

Deus, quantas apostilas espalhadas na mesa! Tenho que extrair os conceitos que me interessam de cada uma,  lincar isso com a ideia que tive de analisar os caras do rap roraimense e fazer um ensaio basicão de sei lá quantas páginas. Nada denso, nada difícil, eu sei, mas...

Quem sabe de suas dores é quem as carrega. Talvez depois que edite e comece a escrever a parada flua...Talvez...

Nem devia estar aqui, mas meio que precisava desabafar essa minha ansiedade por não avançar no trabalho da disciplina. Terça ainda tenho que apresentar um resumo dos conceitos e a linha metodológica que vou adotar para escrever o troço. Ou seja, agora é uma corrida contra o tempo. 

Preciso aprovar nessa disciplina. Se o fizer, serão 60 horas a menos quando um dia aprovar em um dos mestrados que vou disputar. Também serão 60 horas a mais para apresentar como capacitação lá no RH do trabalho...

Sério que tu ainda não foi pesquisar o som que tava ouvindo no começo do texto? Qual é teu problema com música romântica em espanhol? São bem melhores que as anglo-saxãs para representar um coração partido, te garanto.

Bem, vou desligar aqui e me concentrar. Quem sabe pelos menos a edição inicial do texto não acontece hoje, né?