segunda-feira, setembro 12, 2005

Mudança

(Escrito em parceria com Zanny Adairalba)



Vou mudar
Vou mudar desde ontem
Vou colocar numa ata
Minhas dores e maldições
Vou esquecer do futuro
Vou construir meu presente
Ser mais presente que choro
Menos ausente nas lágrimas
Navegar meus lagos
Cantar mais alto no escuro
Deixar de pedir aprovação de outros
Impor minhas vontades
Rasgar um beijo no meio da sala
Colocar para passear meus pensamentos nus

Vou mudar
Vou afirmar minhas dúvidas
Minhas idas, minhas cantigas
Ser diversa, colorida, ser viagem sem fim
Ser começo, clichê e reprise.
Gotas de chocolate e canela numa taça de café
Música alta na madrugada
Concerto de música clássica
Bach, Vivaldi e tenores
Santidade ouvindo Scorpions
Velocidade furiosa, certeira calma
Calma...

Vou mudar
Vou mudar para o meu mundo
Pés descalços, vagabundos
Esperanças na mochila
Descobridora dos Andes,
Deusa das neves eternas
Vulcão em erupção
Vida, sobrevivência, majestade.
Pergunta amorosa no meio da estrada.
Sofás na calçada, bêbados sem nome
Segredos no ar, filme noir
Serei Alfredo, Josefa, Severina e Monalisa
Dançando solta na brisa
Aos quatro cantos do mundo vou gritar
Que é bem preciso ser louco
Para no meio do jogo
Dar xeque-mate e mudar.

Nenhum comentário: