sábado, novembro 07, 2015

Meus dias de artista visual em Roraima


Se acaso você já cavucou este blog, poderá ter lido várias vezes que sempre tive vontade de mexer com artes visuais. A vida e a falta de oficinas de desenho e escultura, entre outras coisas, como vocação e talento, sempre me afastaram desse pedaço do mundo.

Mesmo assim, vou metendo as caras, customizando miniaturas de carrinho 1:64 (também chamados pela marca Hot Wheels), estudando como fazer stêncil, fazendo  arte postal e repintando gavetas para alojar minhas actions figures.

Este ano, para ampliar o alcance da minha iniciativa particular de ser artista visual, decidi inscrever-me em duas mostras de artes organizadas pelo pessoal da Universidade Federal de Roraima. Dei sorte nas duas e meus trabalhos foram aceitos. Olha só:

A primeira mostra rolou em junho de 2015, como parte do I Simpósio em Educação Ambiental. A obra foi uma escultura, feita juntando um monte de coisas velhas que tenho lá em casa e colocando-as dentro de um invólucro de plástico transparente, como se fosse um saco. O nome foi “Guarda. Vai que...”.
Vejam se conseguem descobrir o que empacotei:






Tinha umas lâmpadas para iluminar no escuro

Esse rádio tem mais de 30 anos



Poeta e professora do curso de Artes Visuais Eli Macuxi e o artista visual JJ Vilela

Com Eli Macuxi e Dayana Soares, ambas professoras do curso de Artes Visuais da UFRR


 

Edgarzinho Borges Bisneto, meu artista preferido


A segunda mostra fez parte do I Seminário de Patrimônio, Arte e cultura na Amazônia: a educação patrimonial em foco, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de novembro de 2015.

Também foi uma montagem de coisas transformadas em escultura. O material, que na foto pode parecer simplório, tem para mim alto valor simbólico: são tijolos do prédio histórico do Hospital Nossa Senhora de Fátima, o  primeiro do estado, construído no começo do século passado em Boa Vista e derrubado no carnaval deste ano. 

Peguei os dois uma noite antes das máquinas terminarem o serviço de colocar tudo nos caminhões de lixo. A ideia inicial era um dia colocar eles em um museu ou casa de memória que um dia talvez-quem-sabe-oxalá monte.

Enquanto esse dia não chega, juntei os dias e por cima deles joguei uma luva e uma seringa. O nome eu curti colocar: “Aqui havia um hospital”.

Olha só:

Aparentemente simples, a obra tem o seu peso simbólico. Quem mais tem tijolos do patrimônio histórico para chamar de seus?



Se liga no conceito. De ado sempre me pareceu essa luva uma pessoa morta.



Percebam como envelheci entre uma mostra e outra...hehehehehe








Nenhum comentário: