Se acaso você já cavucou este blog, poderá ter lido várias vezes que sempre tive vontade de mexer com artes visuais. A vida e a falta de oficinas de desenho e escultura, entre outras coisas, como vocação e talento, sempre me afastaram desse pedaço do mundo.
Mesmo assim, vou metendo as caras, customizando miniaturas de carrinho 1:64 (também chamados pela marca Hot Wheels), estudando como fazer stêncil, fazendo arte postal e repintando gavetas para alojar minhas actions figures.
Este ano, para ampliar o alcance da minha iniciativa particular de ser artista visual, decidi inscrever-me em duas mostras de artes organizadas pelo pessoal da Universidade Federal de Roraima. Dei sorte nas duas e meus trabalhos foram aceitos. Olha só:
A primeira mostra rolou em junho de 2015, como parte do I Simpósio em Educação Ambiental. A obra foi uma escultura, feita juntando um monte de coisas velhas que tenho lá em casa e colocando-as dentro de um invólucro de plástico transparente, como se fosse um saco. O nome foi “Guarda. Vai que...”.
Vejam se conseguem descobrir o que empacotei:
Tinha umas lâmpadas para iluminar no escuro |
Esse rádio tem mais de 30 anos |
Poeta e professora do curso de Artes Visuais Eli Macuxi e o artista visual JJ Vilela |
Com Eli Macuxi e Dayana Soares, ambas professoras do curso de Artes Visuais da UFRR |
Edgarzinho Borges Bisneto, meu artista preferido |
A segunda mostra fez parte do I Seminário de Patrimônio, Arte e cultura
na Amazônia: a educação patrimonial em foco, que aconteceu entre os dias
3 e 6 de novembro de 2015.
Também foi uma montagem de coisas
transformadas em escultura. O material, que na foto pode parecer
simplório, tem para mim alto valor simbólico: são tijolos do prédio histórico do Hospital Nossa Senhora de Fátima, o primeiro do estado, construído no começo do século passado em Boa Vista e derrubado no carnaval deste ano.
Peguei os dois uma noite antes das máquinas terminarem o serviço de colocar tudo nos caminhões de lixo. A ideia inicial era um dia colocar eles em um museu ou casa de memória que um dia talvez-quem-sabe-oxalá monte.
Enquanto esse dia não chega, juntei os dias e por cima deles joguei uma luva e uma seringa. O nome eu curti colocar: “Aqui havia um hospital”.
Olha só:
Aparentemente simples, a obra tem o seu peso simbólico. Quem mais tem tijolos do patrimônio histórico para chamar de seus? |
Se liga no conceito. De ado sempre me pareceu essa luva uma pessoa morta. |
Percebam como envelheci entre uma mostra e outra...hehehehehe |
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