Hoje faz um ano de minha primeira corrida.
Foi em janeiro ou começo 
de fevereiro de 2022 que perguntei ao professor e 
multiatleta Marcos Silva se ele sabia quando haveria uma competição com premiação, 
pois queria começar a participar e iniciar uma coleção de medalhas 
esportivas. Queria juntar 12, uma por mês, até dezembro. 
Ele avisou 
dessa que haveria a do Detran RR, marcando o retorno às competições 
desta modalidade depois de estarem parados quase toda a pandemia de 
Covid-9. Comecei a tentar aumentar a minha quilometragem nos treinos. Já
 fazia mais ou menos tranquilo uns 3 km e agora a meta era fazer os 5 km
 sem caminhar. 
Até o dia da corrida não consegui, mas no dia da corrida fui sem parar uma única vez, o que me deixou muito contente. 
A
 segunda corrida foi a do Catre, num trecho de areia e piçarra de 6 km 
nas matas e trilhas perto do banho do Caçari. Senti as coxas 
fraquejarem, mas cheguei de boas. Aqui me deram a dica de sempre dar uma
 acelerada no final para tentar baixar o tempo e passar um espírito, 
mesmo que fosse fake, de guerreiro da velocidade.
A terceira corrida 
foi na zona rural do Monte Cristo, no aniversário de seis anos do clube Jabuti do Lavrado. Fechei os 5 km de piçarra e calor em 30 minutos, com
 direito a um pseudo-sprint no final. Nesta confirmei que adoro 
competição com melancia no final. Acho que nessa corrida já fazia 
parte do grupo Desafiando Limites RR, que reúne gente do pedal, da 
natação e da corrida. O Marcos que me convidou, todo animado com o 
coleguinha neo-atleta.
Fui subindo a resistência física, chegando a 
fazer duas provas de cinco km em único dia e aumentando a minha nova 
coleção. A fome tava tanta que em 4  de junho, dia de meu aniversário, 
fiz uma antes de reunir os amigos em casa para comemorar. Por má 
sinalização do trecho todo mundo foi pela rua errada e quase me 
atropelam, vale contar. Teria sido ruim cancelar a festa...
Lá por 
abril ou maio olhei pro segundo semestre e decidi que ia fazer os 10 km 
da Corrida Internacional 9 de Julho. O foco era completar em 60 minutos.
 Fiz abaixo disso com a estratégia e acompanhamento do Timóteo Camargo, que 
foi monitorando o nosso ritmo para evitar que morresse nas ladeiras da 
Getúlio Vargas. A 9 de Julho foi a décima medalha.
Em setembro, 
buscando a 12a peça da coleção, fui pro município de Amajari com o 
Timóteo para fazer os 10 km serra acima e serra abaixo da Tepequem  Up 
2022. Completei feliz a prova, mas amanheci com os tornozelos inchados, 
início de uma lesão que me levou a algumas sessões de fisioterapia, a 
parar de correr e a sentir dor ao caminhar por quase dois meses.
Em 
novembro, só porque já estava paga a inscrição, fui pro Parque Nacional 
do Viruá para: 1. Caminhar os 10 ou 11 km da última etapa da Trail Run 
Séries. 2. Talvez caminhar e trotar. 3. Dane-se. Já estou aqui, bora 
dá-lhe até estourar tudo de vez. Se não for a dor, que o fôlego de tanto
 tempo parado me pare.
Largada feita, fui feito jabuti, cansei só na 
metade da prova, os tornozelos não reclamaram, peguei minha medalha e 
ainda caminhei mais sete quilômetros até um mirante meio sem graça no 
meio da selva, mas bonito de se ver se a gente não estivesse tão 
esgotado e com sede.
Tem muito mais história, mas podemos resumir 
tudo assim: comecei dia desses e já corri em quatro municípios de 
Roraima e em Manaus (AM), lesionei, voltei, estou de olho numa meia 
maratona, entrei na academia para fortalecer as perninhas (não 
exatamente nesta ordem), já dou dicas para gente mais novata que eu, 
teve dias em que fiz uma corrida de 7 km na areia pela manhã e mais 7 no
 asfalto à tarde e sempre, sempre sinto preguiça de ir treinar. 
Sim,
 preguiça o tempo todo (ou muitas vezes). E se algum corredor dizer que 
“ain, comigo não é assim. Sempre estou disposto” pode crer que está 
mentindo. A gente só vai porque montou meta e sabe que é de passada em 
passada que se chega lá, seja lá onde for. As minhas metas são ganhar de
 mim a cada vez que for correr. 
Ah, importante, muito importante, é 
lembrar do apoio incondicional e cuidados de minha preta-poeta Zanny Adairalba, que me garantem a tranquilidade necessária para poder 
brincar de atleta amador em paz. Sem ela na retaguarda seria muito 
complicado estar no esporte. O amor caminha perto de quem corre. 
Valorizem seus apoios, façam carinho, paguem lanchinho e, se forem 
disso, façam cafuné.
Ah, sobre a meta das medalhas: a ideia eram 12. Terminei o ano com 19.