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sexta-feira, agosto 03, 2012

Eu, bem na fita da segunda edição do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos



A parada foi mais ou menos assim: a Farmácia Pague Menos abriu um concurso de poesias com o tema Brava Gente Brasileira. Eu, que sou venezuelano de origem e brasileiro há mais de duas décadas, me inscrevi para ver o que dava. Eu e mais de duas mil pessoas de todos os estados mais o Distrito Federal.

Desse monte ficaram 100 poesias que vão compor um livro. Das 100 tiraram 10 para dar premiação em dinheiro. E eu, bravo e gentil brasileiro, fiquei em quinto, bem no meio da lista, como a lembrar essa coisa de ser metade de lá, metade de cá.

Só não me pergunta qual foi a poesia inscrita. Sempre esqueço essas coisas. Vou ter que buscar nos meus armários digitais para te mostrar. Até te conto em que estava pensando quando a fiz.

A banca da segunda edição do concurso de poesias da Farmácias Pague Menos foi composta por Marcia Sucupira, mestre em políticas públicas e escritora; Maíra Ortins, coordenadora de artes visuais da Secretaria de Cultura de Fortaleza; e Urik Paiva, coordenador de políticas de literatura, livro e leitura da Secretaria. O resultado foi transmitido de Fortaleza ao vivo pela web nesta quinta, 2 de agosto.

Olha a lista dos 10 primeiros lugares:

1°    Leonildo Soares Cerqueira Miranda   
2°    João Paulo Cardoso Alves   
3°    Adelitta Monteiro Nunes   
4°    André Luis Soares   
5°    Edgar Jesus Figueira Borges   
6°    Hosamis Ramos de Pádua   
7°    Josenildo Maria de Lima   
8°    Giovanna Pinho Pessoa Pacheco   
9°    Raimundo Clementino Neto   
10°   Marco Antônio Furtado Gemaque

Os 90 outros selecionados receberam menções honrosas. Entre eles está Sérgio Bernardo, um dos meus parceiros no Blog Concursos Literários e grande colecionador de prêmios literários. Para ele, meu abraço.

Por sinal, virei cliente da Pague Menos aqui em Boa Vista depois de ter descoberto que vendia as fraldas do Edgarzin bem mais em conta que as demais lojas da cidade.

Olha o e-book. A minha poesia está na página 18. 





Olha aqui o livro online com as poesias da primeira edição do concurso.

Acho que com este serão 10 participações em coletâneas de prosa e poesia.

segunda-feira, abril 12, 2010

Sobre participação no Conselho Nacional de Política Cultural


Amigos e amigas de jornada literária no Norte do Brasil,
 
Este post é para relatar a minha participação, representando a região Norte, na reunião do colegiado do livro, leitura e literatura do Conselho Nacional de Política Cultura, realizada no dia 6 de abril.

 


O encontro em Brasília teve participação de representantes de quatro macrorregiões e das cadeias produtiva, mediadora e criativa. Algumas pessoas não participaram por problemas de transporte (a chuva da semana passada e a confusão do MinC na hora de mandar as passagens prejudicaram todos os segmentos).

Do Norte, o escritor João de Castro (PA) também esteve presente. Ele faz parte dos representantes da cadeia criativa. Ficou apenas um dia pois tinha de voltar para agilizar o II Jirau da Literatura Paraense.

A reunião aconteceu à tarde. O foco foi definir uma agenda de trabalho para as reuniões que serão realizadas este ano em maio e em setembro. Talvez haja uma reunião extraordinária em junho, durante o encontro dos Territórios da Leitura.

A ausência de alguns conselheiros impossibilitou que fosse escolhido o representante de nosso colegiado para o plenário do CNPC. Pelo mesmo motivo não houve posse oficial. O MinC se comprometeu a publicar a relação dos nomes no Diário Oficial da União até o mês de maio.
 
A comissão que organiza o CNPC distribuiu cópias do plano nacional de cultura e um relatório de atividades dos dois primeiros anos de nosso colegiado e do CNPC.

Nos dias 7 e 8, juntamente com outros conselheiros de nosso segmento, participei como espectador da 9ª reunião ordinária do CNPC, cujos detalhes vocês podem conferir clicando nos seguintes links:
 
É importante que todos estejam cientes do que trata este projeto e de sua importância para a política cultural do país. A mobilização dos deputados de nossa região é fundamental. 

Do Norte apenas o Tocantins e Rondônia (deputados Marinha Raupp e Nilmar Ruiz) têm representação na comissão especial que analisa a PEC do SNC.

Esse povo tem que ser estimulado a aprovar o projeto. Para quem não conhece o que é o SNC, vai o link do blog:

A votação do relatório será nesta quarta-feira (14), conforme esta matéria do MinC e a agenda da comissão publicada no site da Câmara:

Acessando este, é possível ver ao lado esquerdo da tela um link para verificar quem faz parte da comissão)

Durante todos os dias foi ressaltada a necessidade da sociedade “apropriar-se” (palavra usada a toda hora pelos técnicos do MinC) dos documentos resultantes da II Conferência Nacional de Cultura.

Quem ainda não baixou as propostas, pode fazê-lo clicando neste link:
 
Colegas de literatura, por enquanto o que tenho a dizer é isso. Organizem-se e cobrem em seus estados apoios de suas bancadas para aprovação dos projetos. Eles nos beneficiam diretamente com a melhoria das políticas públicas para nossas áreas de atuação.

É isso. Um abraço literário.

quarta-feira, outubro 14, 2009


Funarte divulga lista de contemplados com a Bolsa de Criação Literária

(
Da série Clipando. Publicado no site da Funarte em 9 de outubro de 2009)






A Fundação Nacional de Artes (Funarte) divulgou a lista dos 10 autores contemplados com a Bolsa de Criação Literária. Cada um deles receberá prêmio no valor de R$ 30 mil. Por meio desta iniciativa, a Fundação impulsiona a produção de textos literários inéditos, oferecendo a escritores de todo o país condições materiais para que possam desenvolver seus trabalhos.





Nesta terceira edição do programa, foram recebidos 1.046 projetos. A análise do material coube a uma comissão externa, composta por cinco membros de notório saber na área literária: Ângela Dionísio Paiva, Márcio Araújo de Melo, Regina Lúcia Péret Dell'Isola, Álvaro Costa e Silva Filho e Elga Ivone Perez Laborde Leite. Durante o processo seletivo, foram julgadas a originalidade do projeto, a qualidade da proposta e a metodologia do trabalho.





Em breve será anunciada uma relação de contemplados suplentes, beneficiados por um aporte extra de recursos que o Ministério da Cultura destinará à Fundação.


NOVOS RECURSOS - Em 19 de agosto, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou uma suplementação orçamentária de R$ 18,4 milhões para a Funarte. Com o novo aporte, os investimentos na Bolsa de Criação Literária subirão de R$ 346 mil para R$ 646 mil. Dessa forma, mais 10 autores brasileiros poderão ser selecionados, como suplentes, para receber a bolsa.

........

Então...ganhei um edital da Funarte.

Faz bem para a auto-estima conquistar um prêmio desses. Principalmente para mim, que estava precisando receber uma boa notícia neste segundo semestre de 2009.

Ganhar um prêmio, independente de qual fosse o valor, era uma das minhas metas para este ano. Depois de algumas participações sem êxito em festivais de música, concursos de poesia e de provimento de vagas (em busca de um salário maior), a bolsa da Funarte reergue meu orgulho índio e me estimula a continuar escrevendo micronarrativas (ou microcontos, outro nome que se dá à mesma levada literária que apresentei como proposta ao pessoal de Brasília).

Ser premiado também revalida minha decisão de abandonar o cargo de professor em uma faculdade particular para investir na redação de projetos e textos literários. Quando falava para meus amigos ser esse o principal motivo, ninguém me levava a sério, apesar de todos concordarem qualquer coisa ser melhor do que encarar muito trabalho, alunos inapetentes e remuneração abaixo de nosso anseio.

MOMENTO ENTREGA DO OSCAR

Como nunca fui de assumir sozinho os créditos de ações conjuntas, aproveito para destacar e agradecer o apoio da turma do Coletivo Arteliteratura Caimbé, responsável por dar um brilho bacana na idéia original. Valeu Zanny, Luiz e Tana pelas contribuições ao texto do projeto. Com certeza influenciaram positivamente os jurados. Vamos agora em busca de novos prêmios para o Coletivo Caimbé.


Valorizar quem ajuda e inspira é necessário. Afinal, como disse um profeta carioca, gentileza gera gentileza. Nessa batida, muchas gracias ao ator Marcelo Perez, da Cia. do Lavrado, por ter me emprestado para leitura o seu projeto premiado no ano passado com a bolsa Funarte de Dramaturgia.

Em 2008, quando assessorava a Federação de Teatro de Roraima, fiz a matéria falando da premiação e brinquei com o Marcelo dizendo que ia participar de algum edital neste ano para ganhar a mesma grana que ele. Na mesma hora o cara me estimulou a participar, fazendo elogios e tal aos meus textos neste blog e lembrando que para ser premiado é preciso jogar. Afinal, nunca se ouviu falar de ganhador da loteria que nunca jogou.



A lista de pessoas poderia se estender mais, mas vou reduzir para duas pessoas: Avery Veríssimo, que há alguns anos me apresentou a por enquanto criogenizada revista de Micronarrativas Minguante (AQUI tem matéria falando disso), e Luis Ene, editor da supracitada publicação e também o sujeito que aceitou publicar e prefaciou meu e-book Roraima Blues. Esses dois, o primeiro ao mandar o link e o segundo ao aceitar meus trabalhos, com certeza tem peso no caminho que me levou a concorrer no prêmio da Funarte.






Bom, dito tudo isso, dá licença que vou começar a escrever minhas micronarrativas para cumprir com os prazos da turma da Funarte. Inté a próxima postagem.

terça-feira, junho 30, 2009

Mulher do Garimpo: um retrato da Boa Vista do século passado


Roraima tem muitos escritores e vários já abordaram a história da formação deste pedaço quente de chão. Uma dessas pessoas foi Nenê Macaggi, que chegou por estas bandas no começo do século passado, foi garimpeira, morou com os índios, escreveu livros e montou família. Há uns três ou quatro anos, sua história foi contada em um documentário.


O Palácio da Cultura, localizado na Praça do Centro Cívico, leva o seu nome.(foto tirada deste site)
Ah, aqui a ficha do livro, dificílimo de ser encontrado: A mulher do garimpo – O Romance do Extremo Sertão Norte do Amazonas. Manaus: Imprensa Oficial do Estado do Amazonas, 1976.

A cópia de onde tirei o texto pertence ao escritor Adair Santos, que foi amigo de D. Nenê e é avô do indiozinho que manda na minha maloca. O material ajuda a montar o cenário da pequenina e modorrenta Boa Vista daquele tempo. Boa leitura e se for copiar não esquece do
crédito de D. Nenê.


BOA VISTA DO RIO BRANCO

I


Boa Vista do Rio Branco, pouco acima da linha do Equador que ladeava a formosa Serra Grande, perto de Santa Maria do Boiaçu, ficava na margem direita do alto-Rio Branco e era cercada pelas Serras Pelada, Grande, Malacacheta, Moça e Murupu. Distava de Manaus quinhentas e quarenta e seis milhas.

Vilarejo até 1926, pequenina e triste, possuía na ocasião regular número de habitantes.

A primeira penetração do Vale se havia dado entre 1500 e 1700, quando o Branco tinha o nome de Paraviana ou Kuluêne, por causa da tribo dos Paravianas que desceu o Uraricoera e veio se instalar perto de Boa Vista.

Em 1725 Frei Salvador, monge carmelita, a fim de concentrar os índios para pacificá-los, fundou a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo do Rio Branco, hoje cidade de Boa Vista, construindo a Igrejinha local onde se achava agora a Matriz, perto do rio.

Mais tarde, em 1774, Pereira Caldas, Governador do Grão-Pará,
mandou construir, na boca do Itacutu, o Forte de São Joaquim, ampliando o povoamento do Vale e fazendo expulsar os espanhóis da região. Depois, em 1766, houve um conflito com os holandeses, sendo o famoso Ajuricaba, acusado de trair a Pátria.

Em 1789, o Coronel Lobo D’Almada, então Governador da Capitania de São José do Rio Negro, trouxe as primeiras reses para os lavrados do Rio Branco, fundando a fazenda de São Bento, no Uraricoera, perto da embocadura do Itacutu, formador do Rio Branco.

Em 1839 deu-se a invasão dos ingleses, quando já o Amazonas era Província. Atrevidamente os orgulhosos invasores ensinaram a língua inglesa ao gentio, incutindo-lhe que o Rio Branco pertencia à Inglaterra. Frei José dos Inocentes foi encarregado de expulsá-los, resultando daí a Questão de Limites com a Guiana Inglesa, possessão da Inglaterra, que durou anos e anos, sendo eles afinal expulsos do Forte pelo Alferes Paulo Saldanha.

Em julho de 1890, a sede da Freguesia, possuindo duzentos habitantes, foi elevada à categoria de Município, com o nome de Boa Vista do Rio Branco, tendo então dois milhões, cento e quarenta e um mil trezentos e dezesseis limitando-se: ao Norte e Leste, com a Venezuela, pelos Montes Roraima (dois mil oitocentos e setenta e cinco metros de altura) e Caburaí (fronteira com a Guiana Inglesa) e pelo Rio Maú; ao Sul, com a cidade de Moura, pelos Rios Catrimâni e Anauá. E sua faixa de fronteira se alongava por novecentos e cinqüenta e oito quilômetros, com a Venezuela e por no
vecentos e sessenta e quatro com a Guiana Inglesa.




Fazenda Boa Vista e Igreja Matriz, 1905 (Acervo PMBV). Atrás do fotógrafo ficava o Porto do Cmento.


II


O povoamento do Rio Branco muito se deve aos cidadãos Inácio Lopes de Magalhães, que fundou a primeira escola em Boa Vista e da qual foi depois professor o tão querido Velho Mota, ou melhor, João Capistrano da Silva Mota; Sebastião Diniz, Fábio Leite, Carlos Mardel de Magalhães e Professor Diomedes Souto Maior.

Banhava a cidade o Rio Branco, formado pelo Itacutu, vindo da Serra do Pacaraima e pelo Uraricoera, oriundo da junção do Santa Rosa com o Maracá, os quais rodeavam a extensíssima Ilha de Santa Rosa Ou Maracá.

Município bastante rico, ficava Boa Vista quase completamente isolada de Manaus no verão, quando então o rio impossibilitava, pela seca, a navegação em grande parte. E sendo a água o único elo existente entre as duas cidades, ficava a população carecendo do necessário, pois raríssimo era o motor que se atrevia a subir e descer o perigoso rio.

O solo do Município tinha setenta por cento de planalto e trinta por cento de área montanhosa, salientando-se a Cordilheira do Parima, continuação dos Andes, com a Serra do Parima, a mil e cinqüenta e um metros de altitude e a do Tepequém, com mil e quatrocentos metros.

Muito espalhada, com poucas casas de alvenaria e inúmeras de taipa, cobertas de palha de buriti ou inajá. Sem árvores, sem praças e sem flores. Prédios velhos e feios. Quintais abertos e abandonados, sem uma horta ou jardinzinho. Só um bangalô, à distância, embelezando a paisagem. Nenhum grupo escolar, sendo raras suas escolas, regidas por professores primários. Sem cais e as margens do rio terríveis para a atracação das embarcações.

Ruas estreitas e barrentas e no centro da cidade um coreto coberto de palha. Nenhuma indústria. Comércio regular e população igual à das cidades interioranas: curiosa, maledicente, hospitaleira, alegre e amiga de festas e piqueniques.

A Igreja, bonitinha e bem conservada. Os dois únicos prédios novos e modernos, obra de Frei Gaspar, irmão leigo beneditino, pertenciam a uma comunidade estrangeira da Baviera: eram a Prelazia e o Hospital Nossa Senhora de Fátima, servida por dezesseis Madres Missionárias alemãs beneditinas. Como não havia médicos, Madre Radegundes, farmacêutica, operava. Eram elas as únicas pessoas que vendiam leite e verduras à cidade. O prédio da Prefeitura, de cons
trução antiga, era interessante, com uma franjinha e um colar de mosaicos azulados. Mas os fundos eram cobertos de palha e davam para o rio. A cadeia, exígua e frágil, agarrava-se

desesperadamente aos fundos da Prefeitura, como a pedir-lhe que não a desamparasse senão morreria estatelada no chão.

Todo o policiamento era feito por três guardas municipais, com uniforme de camisa cáqui, calça de mescla e cinturão. Freqüentemente, de fuzil na mão, um ou dois deles levavam os presos para cortar lenha e capinar as ruas. Mal alimentados e maltratados, os sentenciados trabalhavam por dois mil réis diários, com comida.

O Mercado, paupérrimo. A matança de gado era livre. A carne não faltava e não havia fiscalização nas duas ou três reses que matavam por dia para o consumo da população.
O Quartel, na única praça sem adorno, era, parece mentira! Coberto de palha! A praça chamava-se Praça da Bandeira. E o Município fazia fronteira com dois países estrangeiros!
Perto do Quartel havia um campo de aterragem eventual de aviões. O Comandante dali devia estar em um quartel na fronteira brasíleo-venezuela ou guianense e não em Boa Vista, a dias de viagem das mesmas, visto como ainda não havia aviões e muito menos da FAB, anos mais tarde denominada Mãe de Boa Vista.

Ao redor da cidade, mato raso e cajuais de frutos saborosíssimos. O vinho de buriti, maravilhoso sempre, era vendido no Reis e no Chico Benício. E coalhada, longe, numa casinha isolada. O leite, ótimo, sem a mistura triste da água, mas escasso. Poucas frutas, mas todas excelentes. Ovos? Galinhas? Porcos? Outra criação doméstica? Cousa rara ali, sem mesmo se saber porque, pois espaço havia de sobra.

Nenhum cinema. Um clube, Os Caiçaras, de madeira, onde o pessoal se divertia. Nenhuma farmácia particular. E nem luz elétrica funcionando, com força motriz tão perto... e a escassa que havia só era acesa à chegada de personalidades de Manaus. E em cada canto de rua, baiúcas e bares repletos de bebidas e de jogadores.

E as autoridades, então? O Juiz de Direito, Dr. Vinitius, inteligente, bondoso e empreendedor, era dono de motor, no qual viajava e comerciava, de sociedade com o sogro, prestigioso político local e de coração grande: era o fazendeiro Homero Cruz. O Prefeito era caçador-pescador-fazendeiro e político temido e poderoso. Também tinha o coração largo e era tremendamente hospitaleiro. O Delegado de Polícia era miudinho, padeiro e vendedor de máquinas de costuras. E assim por diante...

segunda-feira, junho 01, 2009

Notícias da fronteira


Choveu na manhã desta segunda na cidade mais quente do norte. Chuviscou no começo da tarde na cidade mais quente do Norte. E isso foi escrito sem provincianismo, apenas com alivio.

Lá em Manaus, os amazonenses comemoram o anúncio da cidade como uma das sedes dos jogos da copa do mundo de futebol em 2014.

Quem não pagou até agora o IPTU 2009 ganhou mais 15 dias para conseguir a grana e quitar a dívida com a Prefeitura de Boa Vista.

Está no Overmundo, para edição colaborativa, uma entrevista feita por e-mail com Luís Ene sobre o congelamento das atividades da revista Minguantes. Chega lá e sugere algo, se for o caso.

Começou a Semana Municipal de Meio Ambiente. Olhaí a programação a partir de amanhã:

Terça-feira (2)

8h – Plantio de 5 mil mudas de plantas nativas
Local: Igarapé Caranã

15h – Curso de Ikebana
Local: Horto Municipal – sala verde

Quarta-feira (3)

8h30 – Sensibilização ambiental com fantoches e vídeos

9h30 – Trilha ecológica: valorizando a flora do Bosque dos Papagaios
Local: Bosque dos Papagaios

15h – Exposição de fotos e animais taxidermizados
Local: Auditório da UFRR

15h30 – Palestra sobre A3P
Local: Auditório da UFRR

16h – Palestra sobre Igarapé Caraná
Local: Auditório da UFRR

16h30 – Palestra sobre Operação Inverno
Local: Auditório da UFRR

17h – Distribuição de mudas de plantas, de folhetos sobre A3P e de material de sensibilização ambiental
Local: Auditório da UFRR

Quinta-feira (4)

8h30 – Palestra sobre contenção de animais silvestres e molde de pegadas Local: 7º BIS

14h30 – Palestra sobre Bioinvasão

15h30 – Palestra sobre Políticas Ambientais
Local: Auditório da UFRR

Sexta-feira (5)

9h – Blitz Educativa – entrega de 300 mudas e de panfletos
Local: avenida Capitão Ene Garcez

Sábado (6)

14h – Apresentação de rapel
Local: Ponte dos Macuxi

17 – Encerramento
Local: Orla Taumanan

quarta-feira, maio 20, 2009

Congelamento literário


A revista Minguante lança sua nova e criogenizada edição de micronarrativas.
Os textos deste cronista e alguns outros muitos escritores de Portugal, Brasil e Espanha podem ser lidos a partir de um simples clique na imagem abaixo.


sábado, abril 04, 2009

Macondo na Linha do Equador

(Texto-exercício para a Oficina do Rumos Itaú Cultural, publicado originalmente aqui)

Abril é sempre calorento, mas desde ontem chove um pouco na cidade. Quer dizer, chove intensamente por alguns minutos e aí o sol ressurge para lembrar que estamos no meio do planeta, próximos à Linha do Equador e não temos direito a dia frios. Quando muito, uma vez por bimestre no verão, a dias amenos.


Fim de tarde fotografado por Marcelo Seixas

Março foi bravo. Secou tanto no lavrado que em alguns dias era difícil até respirar. De um trabalho para outro saía correndo para entrar na sala e aproveitar ao máximo os condicionadores de ar no máximo.

Alguns amigos não têm essa sorte e ficam o dia todo pegando o sol que queima o lavrado. Amigos e parentes. Meu pai é um deles. Neste ano, meio pela crise, meio pela vontade de trabalhar um pouco mais afastado, garantiu um trampo na Venezuela. Lá, apesar de muito quente em algumas regiões, sempre venta mais que aqui no começo da manhã e no final da tarde. Dá até para colocar as mãos nos bolsos das calças e pensar em usar jaquetas.

Aqui não. Aqui é uma Macondo sem estação de trem, sem uma família de Buendías, mas com aquela loucura das pessoas e a simplória divisão do tempo em dois blocos: calor e chuva, chuva e calor.

O bom de ter um verão tão definido é que sabemos quando poderemos assistir a shows e atividades culturas feitas ao ar livre. A menos que entre uma grande fria pelo Atlântico, não há risco nenhum de cancelamento. Mas, por garantia, é bom não contar com a certeza climática quando se vive em Macondo, quer dizer, em Boa Vista.

segunda-feira, abril 09, 2007

A música

Ok, há quem não goste do Maná e ainda há quem nunca tenha ouvido falar da banda mexicana. Há também quem acredite que o Acústico MTV e a gravação com o Santana foram as únicas coisas que eles fizeram na vida

Tudo bem. A sete quilômetros da linha fronteiriça, ali na vizinha Santa Elena de Uairén, muitos venezuelanos nunca ouviram falar de muitos nomes famosos no Brasil. São conseqüências da diferença de idiomas e da mania dos programadores de rádio de privilegiar as bandas e cantores anglo-saxões.

Superar as barreiras da língua permite que nos deliciemos com letras como a que está logo aí abaixo. Fher, vocalista do Maná, faz um duo com Juan Luis Guerra, grande nome da música latina. O vídeo é pura poesia e é estrelado por atores de padrão físico diferente de outros vídeos da banda. Bonitos, porém com aparência de gente normal, como eu ou você, e não de modelos.

Quer dizer, bonitos como eu, de acordo com as afirmações de minha mãe, dona Neide.

Para os interessados, Bendita tu luz está disponível em dezenas de links no YouTube e no Guatevídeos. Neste site também é possível acessar vídeos de outros artistas latinos.

Bendita tu luz

Bendito el lugar y el motivo de estar ahí
bendita la coincidencia.
Bendito el reloj que nos puso puntual
ahí bendita sea tu presencia.
Bendito Dios por encontrarnos en el camino
y de quitarme esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
desde el alma.
Benditos ojos que me esquivaban,
simulaban desdén que me ignoraba
y de repente sostienes la mirada.
Bendito Dios por encontrarnos
en el camino y de quitarme
esta soledad de mi destino.
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada, oh.
Gloria divina de esta suerte,
del buen tino,
de encontrarte justo ahí,
en medio del camino.
Gloria al cielo de encontrarte ahora,
llevarte mi soledad
y coincidir en mi destino,
en el mismo destino.
Épale
Bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada
bendita la luz,
bendita la luz de tu mirada.
Bendita mirada, oh,
bendita mirada desde el alma.
Tu mirada, oh oh,
bendita, bendita,
bendita mirada,
bendita tu alma y bendita tu luz.
Tu mirada, oh oh.
Oh oh, te digo es tan bendita
tu luz amor.
Y tu mirada oh, oh.
Bendito el reloj y bendito el lugar,
benditos tus besos cerquita del mar.
Y tu mirada, oh, oh.
Amor amor, qué bendita tu mirada,
tu mirada amor.