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domingo, outubro 16, 2011

Sobre o futuro shopping de Boa Vista

Não entendo a matutice das pessoas que falam ou escrevem a toda hora sobre a construção do futuro shopping como se fosse algo fantástico. Todas dizem que será uma maravilha, que Boa Vista precisava disso, que agora sim somos uma capital, blá, blá, blá.
Caramba, bando de gente obtusa que confunde crescimento econômico de alguns com desenvolvimento social da maioria: Boa Vista precisa de mais escolas, de políticas públicas integradas para todas as áreas, principalmente a cultural, de gestão financeira séria, de planejamento, do poder público olhar para a periferia e arrumar as ruas, abrir bibliotecas, consertar as lâmpadas, criar ações de capacitação profissional, de menos firula com coisas que nunca dão certo, como a Área de Livre Comércio e a tal ZPE, e outras que são pura ilusão, como saúde e segurança 100%.
Se todos os que falam do shopping com os olhos brilhando de emoção pela expectativa de passear dando voltas olhando vitrines se dedicassem a falar um minuto por dia sobre desenvolvimento social, aí com certeza teríamos algo a comemorar. Seria o começo da criação de uma consciência cidadã. Afinal, de nada adianta você ter grana no bolso ou no banco para comprar roupas caras em um ambiente refrigerado se o mundo ao redor está desabando ou sendo usado para alavancar a riqueza de alguns.

Ou alguém acha que o shopping não vai ganhar uma pá de benefícios fiscais e afins para seguir em frente? E além disso, alguém já parou para pensar nos impactos ambientais (geográfica, biológica e socialmente falando) que o empreendimento vai trazer à região onde for instalado?

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Cenas do cotidiano real e virtual


No mural do laboratório, vários recortes de matérias de jornal. Todas falando muito bem da empresa, claro. Afinal, o laboratório é anunciante do jornal.



(- E mesmo que não fosse, Edgar, tu acha que alguém ia colocar matéria ruim na parede de seu estabelecimento?


- Arg! Eu sei. Mas pagando fica mais fácil, né?)



No programa de TV, alguém passa mensagem: “o #bbb10 é o melhor de todos”. Deus, esse alguém viu todos? Vai ler, seu coisa!


(- Edgar, BBB é divertimento, é lazer, é para relaxar.


- Aluga um filme então. Vai jogar baralho, vai à praça ou ao playground conviver com o mundo.)



Na revista de futilidades, a manchete: “Fulana quer ser mãe em 2010”. Leitores ávidos pela notícia enriquecem a editora.


( - Há quem precise saber dessas informações.


- Pior que há...)



No Twitter, Facebook, Orkut e blogs, ególatras em festa. Falam em relacionamentos virtuais sinceros mas nada de apertos de mãos nas ruas.


( - Apertos de mãos passam germes. Melhor teclar.


- Tá certo.)

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Nem tanto ao mar nem tanto à terra



 
Apesar de ter estudado isso quando cursava Sociologia, ainda acho estranho quando empregados (isto é, vítimas do processo da mais-valia) tomam as dores dos patrões, transformam-se em raivosos cães de guarda e os defendem de toda e qualquer crítica, seja ou não merecida.
 
Também acho estranho, mas dando risada, quando pessoas vociferam contra tudo ou quase tudo que acham de ruim no mundo. Um olhar mais aprofundado e percebo que estão fora daquele círculo de influência do impacto de suas palavras. Ou seja, fica mais fácil criticar quando não se tem nenhuma relação com o objeto criticado. Sem ser tocado, é maior a moleza, né?

Sou do termo ponderado, da banda dos nem tanto ao mar nem tanto à terra.