Mostrando postagens com marcador cultura de Roraima. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cultura de Roraima. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, outubro 21, 2019

Leitura de poemas de Elimacuxi

Nossa jornada leitora pela literatura de Roraima continua nesta edição com dois poemas de Elimacuxi. As obras foram extraídas do livro Amor para quem odeia, de 2013. 




Para saber mais sobre a vida e obra de Elimacuxi, acesse http://elimacuxi.blogspot.com/ ou as redes sociais https://twitter.com/elimacuxi; https://www.facebook.com/eli.macuxi e https://www.instagram.com/elimacuxi/?hl=pt


Tá lá no card do vídeo, mas deixo aqui novamente o link: se quiser ouvir a leitura dos poemas de Francisco Alves, é só clicar.

Ah, e se ainda não baixou (totalmente de graça) meu livro de contos "Sem Grandes Delongas", basta apertar aqui.  


quinta-feira, outubro 03, 2019

Festival Literário 2019 do Sesc Roraima: estarei por lá (e sobre outras vezes em que participei)



O Sesc Roraima realiza de 9 a 11 de outubro o Festival Literário 2019 e eu sou um dos autores selecionados para o evento. As atividades vão acontecer pela manhã e tarde na unidade Sesc Mecejana, conforme essa programação aí a seguir: 










A abertura oficial é no dia 9, com lançamento de livros e música. A programação continua no dia 10. Neste dia participo de duas atividades: 

9h45 às 10h30 – Roda de conversa sobre a as Influências de relatos de povos tradicionais na produção de obras literárias. Estarei nisso com o autor Ricardo Dantas. 

14h-14h45 – um recital de poesias juntamente com a poeta Elimacuxi. 


No dia 11 participo de dois bate papos pela manhã e um sarau à tarde:

9h às 10h30  - Literatura e tecnologia: monólogo ou diálogo. Além de mim, estarão também Elimacuxi, Íthalo Furtado, Ricardo Dantas e Marcelo Perez.

11h às 12h  - Poesia e Redes Sociais, juntamente com Elimacuxi, Íthalo Furtado, Ricardo Dantas e Marcelo Perez.  

16h – Sarau, com microfone aberto ao público.

Sintam-se todos convidados!

######

P.S.: Sobre algumas outras participações nos eventos literários do Sesc. Não todas, mas boa parte. Não estão aí as da época em que trabalhei como monitor nos anos 1990 e a feira era ou no meio do avenida Jaime Brasil ou no palácio Latife Salomão. 














segunda-feira, setembro 30, 2019

Diário de um mestrando - 19° mês

05.09.19 quinta-feira

Entreguei uma cópia da dissertação para o sujeito de pesquisa olhar. MC Frank D'Cristo me pediu três semanas para ler com calma o trabalho e emitir suas opiniões. Damos assim início a mais uma etapa do trabalho, conforme a metodologia prevista. 

08.09.19 sábado

Há 30 anos, no meio do processo da redemocratização, em um dia como hoje, nasceu a Universidade Federal de Roraima, conhecida carinhosamente por UFRR ou apenas "A Federal".





Ando pelos seus corredores desde 1993, 1994, como voluntário em projetos de alfabetização, aluno de cursos de extensão, discente de Jornalismo e Sociologia, funcionário concursado e mestrando em Letras.

Aqui tive amores, fiz desafetos, encontrei conhecimento, organizei meus primeiros eventos culturais, aprendi muito sobre vários temas, me fiz gente e encontrei meu rumo profissional.

Vi a UFRR crescer, tanto na quantidade de prédios como na diversidade de cursos de graduação, especialização, mestrados e doutorados.

De portas abertas para os povos indígenas, para a população de baixa renda, para os alunos das escolas publicas e para os migrantes brasileiros e estrangeiros, a UFRR, com todos os defeitos que pode ter, é a instituição responsável pela expansão dos horizontes de muita gente (menos os daqueles que são muito tapados e acham que formar -se na universidade pública é só entrar na sala, aprovar a disciplina, pegar o canudo e, formados já, apoiar ações políticas que visam justamente acabar com tudo o que usufruíram ...mas enfim, né?).

Viva a UFRR, viva a educação pública superior gratuita, viva a diversidade e que venham outras dezenas de anos dessa forma.

12.09.19  quinta

Dia de ir ver arte e cultura na UFRR. Hoje tem comemoração dos 30 anos e a a poeta-patroa Zanny Adairalba vai receber um certificado de honra ao mérito pela sua contribuição à cultura local. Além disso, vão interpretar uma música dela no espetáculo Mulheres Roraimando.









13.09.19 sexta


Terminei e mandei um artigo para avaliação da comissão editorial do e-book "Relações identitárias e intertextuais", que deve ser lançado ainda este ano pelos professores Tatiane Capaverde e Eduardo Amaro. Tomara que seja escolhido e fortaleça o Lattes. 

Enquanto o MC Frank D'Cristo não me devolve o trabalho, vou ocupando meu tempo: fui a um abrigo de migrantes falar poesia com os poeta Elimacuxi Vitor de Araújo e Lindomar Bach. Mais detalhes escrevi no blog do Coletivo Caimbé.  








17.09.19 terça

Teve uma mostra das produções acadêmicas do PPGL. Os alunos veteranos (e alguns egressos) e os professores do Programa de Pós-graduação em Letras da UFRR falaram sobre suas pesquisas para os novatos. Eu também fui e até fiz uma arte com a fotinha que fizeram de mim. 


Só bochecha


Mais um ângulo das bochecas



Colega Vanessa Brandão


Colega Juscelino Raposo


Professor Fábio de Carvalho



Colega egressa Marcela Ulhoa


Professor Roberto Mibielli


Colega Carolina Barreto

20.09.19 sexta

Estive na escola estadual Maria das Neves Resende para conversar com os alunos. Falei de mim, de minha distante juventude, de literatura, de vida em geral. E também assisti a duas esquetes que a turma montou baseando-se em contos de minha autoria. Vamos ocupando com arte os dias enquanto não tenho o retorno do MC Frank. 




23.09.19 segunda

MC Frank D'Cristo fez a devolutiva do trabalho. Leu o que deu e disse que gostou do que viu. Até brincou dizendo que sei mais sobre ele do que ele mesmo. Vamos agora acrescentar algumas partes teóricas das quais senti falta em algum momento desses últimos dias. 


27.09.19 sexta

Inscrevi uma proposta no III Seminário de Estudos Linguísticos e Literários do PET Letras da UFRR. Vamos ver se rola uma comunicação oral. 





####################


Obrigado pela leitura da 19a edição do Diário de um Mestrando.
Para ler as anteriores, basta clicar AQUI. Abraços.


terça-feira, setembro 24, 2019

E fui falar de vida e literatura pros meninos da escola Maria das Neves


Turma linda da Maria das Neves Rezende

A convite do projeto Literatura a Caminho, coordenado pelo escritor Aldenor Pimentel e financiado pelo Itaú Cultural, estive na última sexta-feira (20.09) na escola estadual Maria das Neves Rezende, lá no bairro Asa Branca, para conversar com duas turmas de adolescentes. 




Um mural desses, bicho...





  


A meninada tinha entre 15 e 18 anos, em média. Como fazia tempo que não falava com gente dessa idade, comecei perguntando dos pontos que poderíamos ter em comum se fossemos da mesma faixa etária: reprovações no ensino médio, pais separados, corações partidos, corações apaixonados, quem era migrante, quem tinha pais migrantes. Só esqueci de perguntar quem era da Venezuela. No meio da fala descobri que quase metade da plateia era formada por jovens que chegaram recentemente do país vizinho, fugindo da crise que está rolando por lá. 







Teve sorteio de livros para os estudantes

Os meninos apresentaram duas esquetes baseadas em contos de meu livro “Sem Grandes Delongas” e, quero deixar bem claro, me surpreenderam com o tanto de coisa que viram nas histórias. Conseguiram inclusive me deixar confuso enquanto aceleradamente procurava em meus arquivos quais eram esses contos que estavam encenando.  Meus parabéns aos alunos e à professora Joanecy, que coordenou as encenações. 



Uma das esquetes que os meninos montaram

Nas fotos de Adriana Duarte, fotógrafa venezuelana que acompanha o projeto, vocês podem ver o capricho com que fui recebido, né? Muralzão bonito desses, sorrisos dos estudantes e, disso não tem foto, um suco de acerola espetacular no final, trazido pela coordenadora da escola, Maria Edna. 


Com Aldenor Pimentel, responsável pelo projeto



Curti muito a experiência. Fazia muito tempo mesmo que não trocava ideias com estudantes sobre literatura e vida de artista. Não é por falta de vontade, mas sim por uma postura muito comum das escolas de Roraima: todas querem oficinas e a presença dos escritores, mas poucas querem comprar nossos livros ou pagar um cachê para bancar as atividades. E como há um tempo decidi, por vários motivos, parar de ir gratuitamente a estas ações, tenho andado afastado das salas de aula. Tomara que esse pensamento de não valorização financeira do trabalho do escritor mude, pois adoro essas conversas. Elas rejuvenescem e me dão assunto para conversar cada vez mais.  

quinta-feira, setembro 12, 2019

Lendo dois poemas do escritor Francisco Alves

Tempos sombrios também são tempos de escrever, falar, ouvir e espalhar poesia, de fazer a literatura correr por aí. 

Por isso, decidi no começo do mês: a cada duas ou três semanas vou publicar um vídeo com leituras de trechos de obras produzida por autores de Roraima. 

Inicialmente vou ler as obras que já tenho na biblioteca. Talvez depois peça para os próprios autores lerem para nós. A primeira edição desta minha iniciativa é com dois poemas do escritor Francisco Alves e o livro se chama Ruídos Noturnos ou Poemas do esquecimento vivo, de 2017. 

 Para saber mais sobre a vida do Francisco, deixo-lhes aí os links para as suas redes sociais no Facebook e no Instagram: https://www.facebook.com/aluadoalves e https://www.instagram.com/chescoo/

Boa poesia para todos e todas:

 

segunda-feira, julho 29, 2019

Cantando “por la esquina del viejo barrio lo vi pasar...” no abrigo dos migrantes



 Antes que acabe o mês, uma lembrança: dia 19 de julho fui com a turma de poetas Elimacuxi, Zanny Adairalba e Vitor de Araújo fazer uma intervenção poética no abrigo para venezuelanos migrantes que fica na avenida São Sebastião, bairro Santa Tereza.

Zanny Adairalba, Edgar Borges, Elimacuxi e Vitor de Araújo: poesia no abrigo
Eu, quem me lê e quem me conhece sabe disso, sou mais de colocar as pessoas para falarem poesia do que propriamente ser o falador. Me dá preguiça e desencanto ensaiar a performance. Mesmo assim, quando a Eli me passou mensagem convidando para a intervenção, não tive dúvidas e topei na hora.



Para minha parte, separei uns poemas que havia escrito em portunhol, mexi um pouco para melhorar a sonoridade deles e também falei para a Eli que ia cantar/recitar uma música.

Dito e feito, me arrisquei e meio que cantei pela primeira vez na vida. Bem, na verdade, falei e tentei cantar. Mas não há fraude nisso porque já fui avisando o povo do abrigo sobre não ser cantor.

Escolhi Pedro Navaja, de Ruben Blades, uma música que ouço desde a infância e sempre cantarolo. É meio falada, então achei que não passaria tanta vergonha. Eu acho que não foi. Mas cada um julga conforme seu interesse.




Vou lhes dizer: foi gostoso demais ver o povo cantando a música. Deu uma energizada boa. Tô até pensando em pegar outra música e agregá-la ao meu repertório.

sexta-feira, julho 26, 2019

Dia do Escritor 2019: gravei um vídeo para o Sesc Roraima sobre isso


O Sesc Roraima me convidou para gravar um vídeo alusivo ao Dia do Escritor, comemorado todo 25 de julho. Gravamos na nova biblioteca da nova sede administrativa, ali no Centro de Boa Vista, na rua Araújo Filho. O vídeo é esse aí de baixo, recompartilhado no meu canal do Youtube. 





Teve também fotinha bonitinha no instagram.


Bacana foi receber esse carinho do Gabriel Alencar, da nova geração de proseadores de Roraima, que republicou a postagem em seu perfil no instagram:




Sim, algumas notas sobre a nova biblioteca do Sesc Roraima:

Nunca havia entrado no local. É uma biblioteca bem espaçosa, com cinco ou seis vezes mais espaço do que tinha nos tempos do prédio original. Essa biblioteca – a do prédio original, demolido nos anos 2010 para construção do atual, bem mais moderno – bem, essa biblioteca era praticamente a minha segunda casa na adolescência.

Lembro de pegar quase toda manhã minha bicicleta e ir do bairro Caçari até o Sesc para ler jornal, participar de cursos, fazer pesquisas, pegar livros emprestados. Vivia tanto no Sesc que as pessoas achavam que eu trabalhava lá. Na verdade, um dia desses alguém ainda veio me perguntar em que setor eu trabalhava no Sesc naquela época. Confesso que sonhei várias vezes com trabalhar no setor de cultural deles e ajudar a desenvolver as ações na cidade. 

Infelizmente, o máximo que consegui naquele tempo foi ser monitor de feiras de livros e de trânsito. 

Me corrijo: felizmente tive essas oportunidades. Era essa grana a que eu guardava para comprar apostilhas e bancar um lanchinho quando já estava na UFRR, cursando jornalismo. Felizmente também me deram a oportunidade de conviver e conhecer pessoas fantásticas, como minha comadre Érica Figueredo e os contadores de histórias Moacir do Monte e Tana Halu, além de outros artistas da cidade.

(O tempo passou e fui ser oficineiro, escritor convidado para as feiras de livrosjurado da mostra Canta Roraima, palestrante, parceiro de fazeres culturais em Boa Vista e outros municípios,  convidado com o meu grupo ( o Coletivo Caimbé) a representar a literatura de Roraima no Sesc Amazônia das Artes...A vida foi boa comigo nesse aspecto na minha relação com o Sesc)

Ia tanto na biblioteca do Sesc Centro que já sabia até que também ia. Com alguns trocava ideias, a exemplo do Francisco, que depois de ter sido deportado da Europa, veio rodando o Brasil até parar em Roraima e também ser monitor numa feira de livros (por ele ter trabalhado fantasiado de lobo, o chamava de Chico Lobo).

Foi na biblioteca do Sesc que li minha primeira HQ do Milo Minara, rei do erotismo. Li um monte de autores (não sei como e quem me deu a carteirinha de usuário se não era comerciário e não me lembro de nunca pagar para renovar – mas é capaz de ter feito isso sim, afinal, era lá que pegava todo livro de literatura que me interessava). De todos esses autores, decorei uma frase da Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, livro que naquela época há havia virado filme:

“Se fosse dada ao homem a oportunidade de matar à distância e sem ser punido, a humanidade não sobreviveria cinco minutos”.

Na verdade, não lembro mais se a frase é exatamente igual, só que gostei muito à época e a anotei em um caderno.

Parei de ir tanto na biblioteca depois que comecei a trabalhar no jornal O Diário, em 1998,  e tive meus dias ocupados pela rotina de quem não é dono dos meios de produção. Ou seja, trabalha de manhã e de tarde e ainda de tarde  (sim, de tarde) e de noite vai estudar para ter um diploma que permita continuar trabalhando de manhã e de tarde. Quando fui para a comunicação social da Prefeitura de Boa Vista, em 1999 ou 2000, não recordo agora, abandonei de vez espaço durante o dia e só aparecia quando tinha evento, tipo Café Com Letras ou Overdoze. 

Não lembro quando, mas sei que antes de 2007 (conforme vi numa citação aqui nesta postagem falando de um evento do próprio Sesc)  a biblioteca do Sesc Centro recebeu o nome do escritor Afonso Rodrigues de Oliveira, uma linda homenagem em vida ao cronista e romancista que a gente chama carinhosamente de Mestre Afonso (recentemente li uma obra dele, por sinal). 

Falei disso para o povo que agora trabalha lá e dei a dica: valeria a pena colocar uma plaquinha com esse nome na porta do espaço.

Tenho outras memórias na biblioteca, mas agora não quero falar delas. Daria um livro.

segunda-feira, abril 29, 2019

#02 #CulturaDeRoraima: Lindomar Bach declama cordel de Zanny Adairalba

Registramos o cordelista Lindomar Bach declamando o texto "Calango, a revanche de Pipoca" , de autoria da poeta e cordelista Zanny Adairalba. A leitura aconteceu na edição de abril de 2019 do projeto Coreto Cultural, ação organizada pelo próprio Bach, que também é artista plástico.


   

 A hastag #CulturaDeRoraima serve para nomear a playlist de meu canal no Youtube com os registros que fazemos dos agentes culturais que atuam em Roraima. 

 Cultura de Roraima também é o nome de um blog que mantive ativo entre 2010 e 2018, publicando matérias e colunas sobre a cultura em Roraima: www.culturaderoraima.blogspot.com.br.

sexta-feira, março 15, 2019

Galeria do Parque Anauá: em vez de quadros, armas

As prioridades dos governos estaduais de Roraima são esquisitas. O foco no incentivo à cultura e à arte nunca é uma delas e tudo é desculpa para exibir isso. E eu, que vivo aqui desde o primeiro desses governos, ainda me surpreendo com a capacidade negativamente inventiva desse povo. 




Antiga Galeria de Artes do Anfiteatro do Parque Anauá


A surpresa desta semana foi ver a galeria do anfiteatro do parque Anauá, que ficou fechada por anos e anos até ser mais ou menos reformada e receber uma duas ou três exposições apenas, ser transformada em base da Força Nacional. 

A questão não é discutir o mérito do papel da Força Nacional na área de segurança. 

A questão é tentar entender o que se passa na cabeça dos gestores que fecham equipamentos culturais em uma cidade que tem seu único museu fechado, uma cidade cuja biblioteca municipal não funciona, uma cidade que não possui nenhuma galeria pública...

Como vamos ser melhores assim?

Não tem como.

É por isso que sempre faço minha versão da música Porto de Lenha quando descubro ou revejo uma ação/comportamento governamental/social desse tipo: Boa Vista, tu nunca serás Liverpool. 

E muita gente dá risada dessas ações e medidas, diz que artistas que reivindicam espaços e políticas públicas assim são esquerdistas, que vivem na mamata e outras tantas baboseiras aprendidas nos grupos de whastapp. 

Fico pensando em como essas pessoas educam seus filhos...

Se é que educam, né? O que lhes dirão sobre artes visuais, música, literatura? Que é bacana, mas só em outras famílias, em outros estados, na TV, fora do Brasil? 

Imagina o tamanho da reprodução da ignorância nessas famílias...

É por isso que eu tento levar meu filho ao máximo de eventos que consigo. Sei que, no mínimo, incomodado por estar fora de casa ele vai ficar. E que talvez alguma obra lhe chame a atenção.

Mas essas crianças cujos pais ficam criticando a arte e falando asneiras, qual será o destino intelectual delas?

É a era da ignorância acima de tudo?

Enfim. Resistamos. 

Ah, em 2014 publiquei aqui mesmo no blog um pequeno texto intitulado “Check-list cultural da depressão”. Listei uma série de equipamentos culturais que estavam  com as portas fechadas. O Anfiteatro do Parque Anauá estava entre eles, saiu e voltou. 


sexta-feira, março 01, 2019

Diário de um mestrando - 12o mês

01.02.19 Sexta

Não consegui sentar para trabalhar de manhã. De tarde foi aquele calor. Avancei um pouco. Agora são 18h21 e estou cansado. Acho que só falta mesmo um pouco de teoria para fundamentar minhas estapafurdices. Vou botar para dialogar minhas ideias com as dos teóricos.

Ah, publiquei hoje no blog a edição número 12 do Diário de um Mestrando. A colega de UFRR Rebeca Alencar, que foi estudar na França comentou a postagem no facebook falando disso. Me contou que engatou o doutorado e está lecionando no mestrado. Cara, eu admiro mesmo gente que foca nos objetivos e vai atrás. Admiro ainda mais quem consegue estabelece objetivos. Não consigo e se consigo não levo pra frente. Se dependesse de mim, a humanidade ainda estaria na África, esperando o sol baixar para começar as grandes migrações e conquistar outras terras.

05.02.19 terça
Ontem deveria ter começado mais uma obra aqui em casa (vamos botar cerâmica nas varandas da frente e de trás, refazer a caixa de apoio do motor do portão, terminar de telhar a varanda e fazer muitos reparos). Eu deveria ter fechado o artigo no domingo, mas não rolou. Felizmente (ou infelizmente, depende muito da hora que vejo) João, o pedreiro não veio. Problemas com o carro alegou. Aproveitei a paz e fui ler novamente alguns textos para ver o que podia utilizar de referência dada na disciplina que me cobra um artigo para ganhar a nota. Foi bom. Li, anotei, acrescentei, fechei o material no começo da noite. Parei para ir no aniversário de 8 anos do Saulo, filho de minha afilhada Sângela, comi bolo, voltei para chegar as referências e mandei pra professora Leila dar uns vistos. Depois que devolver, imprimo e adeus essa parte.

São 17h30. Daqui a pouco vou começar a fazer os PPTs da qualificação. Antes olharei meu curso de EaD de mediador de leitura. Antes disso vou pedalar, que a parada tá tensa em casa por umas questões de documentação da casa que achávamos que seria fácil resolver, mas parece que vamos ter de meter advogado no meio.... Aí é tchau dinheiro.

06.02.19 quarta
12h01. Não fiz o PPT ontem, mas hoje adiantei pelo menos as partes fáceis. 11h e pouco a professora Leila devolveu meu artigo. Veio com mais comentários do que eu esperava. Bem mais. Agoniantemente mais. Do tipo que "carai, ela tem razão mesmo, mas precisava ter razão?". O bom é que vou entendendo cada vez mais como é o processo e a formatação dessas estruturas. Bem, mas agora só de noite. De tarde tem as coisas mundanas caseiras da vida para resolver, inclusive uma novidade da madrugada: o vazamento da caixa d'água que fica sobre o banheiro.

Está calor lá fora e a luz do dia convida a uma praia, mas hoje não. Hoje é dia de trampo e às vezes parece que a vida é olhar para uma tela.

08.02.19 Sexta

Ontem os passarinhos que sempre estão na varanda estavam numa cantadeira que me deu agonia de tanta desconcentração que causavam. Perto de meio-dia descobri (acho) o motivo: um filhote havia caído do ninho que uma das espécies fez nas madeiras do telhado. Na verdade, quem descobriu foi o Balu, nosso supercão. Colocamos numa caixa, os pais agoniados voando perto da gente, Balu ali, meio que segurança, meio curioso, o tempo todo olhando para ele. De tarde pensamos em colocar a caixa em um ponto mais elevado para que os pais pudessem alimentá-lo sem risco de serem todos comidos por algum gato. Quando fomos ver, o bichinho havia morrido.

Fim do conto dos ativistas frustrados do Greenpeace.

Voltamos à programação normal: a parada acadêmica ontem foi focada em arrumar o artigo lá da disciplina que falta ainda entregar. De noite rolou EaD (ou EAD, nunca sei) sobre mediação de leitura. Hoje o foco é o PPT da qualificação, nem que seja uns três slides só para não atrasar e ter tempo de corrigir e treinar a apresentação.


15.02.19 Sexta

9h27. Estou revendo o PPT que fiz para a qualificação. A professora Leila olhou e devolveu com várias observações. O problema é que estou carregando a preguiça do mundo em meus ombros. Preguiça com ressaca de um churrasco que fiz ontem à noite em casa. Acho que vou atrás de um médico para me receitar vitaminas estimulantes. Qualquer cerveja com carne na maior paz caseira e amanheço como se tivesse virado a noite dançando, bebendo e fazendo outras coisas no ritmo "não haverá mais tarde". Um pouco disse é esse meu relógio biológico idiota: seja qual for a hora em que me deito, quando chegam as seis e pouco da manhã os meus olhos abrem e a mente quer levantar.

Detalhe climático: ontem amanheceu nublado. Hoje está um belo dia cancerígeno.

Isto foi ontem:




Voltemos ao PPT.







28.02.19 Quinta
Cabô fevereiro. Amanhã praticamente já começa o tempo de carnaval. Hoje inclusive tem baile do bloco do Mujica lá no CTG. Não vou. Estou me resguardando para passar uns dias no interior do Estado com a família e com amigos.

Mas isso não se relaciona diretamente com a pós-graduação. Falemos do que interessa:

Fui aprovado na qualificação.

A quali foi concluída sem danos físicos ou sequelas mentais graves (aparentes, pelo menos). A família ainda está em casa, a orientadora e eu não estamos nos odiando e o doguinho Balu se lembra de mim quando saio do escritório.

Ou seja, qualificação concluída com sucesso! 😄🤸🕺💪

A banca teve o professor Vilso Santi da UFRR e a professora Dulce Mazer, da UFRGS, analisando o texto e a apresentação. Quase deu ruim no local: era para ser a sala de vídeoconferência da RNP, um setor na UFRR que gerencia a nossa internet. Estávamos lá quando chegou outro professor e disse que a sala havia sido reservada para ele. Checamos, perguntamos, vimos que de fato, mesmo com a minha defesa estar marcada praticamente desde janeiro, com divulgação e tudo (vê o banner que o PPGL produziu), a sala não era nossa. Fomos para o bloco do Centro de Comunicação, Letras e Artes (CCLA) e lá fizemos via Skipe.






Olha, vou lhes contar: no dia da defesa acordei cedão, cedão. Tava meio tenso, querendo me livrar disso logo. Tendo sido aprovado, agora estou na nova fase de tensão: começando a alterar e acrescentar as partes fáceis da revisão feita pelos professores e separando o que vai exigir mais trabalho no que resta de mestrado.










Serão meses de bom trabalho.

Ah, as fotos foram feitas pela colega Vanessa Brandão, que defendeu na mesma semana e agora está em um intercâmbio na Europa.

Março? Depois do carnaval será de foco nas novas leituras que já separei, definição de cronogramas internos para avançar sempre e vamos ver o que dá. Vem, segundo ano de mestrado!


Para quem chegou até aqui, fica o convite: clique aqui para ler todas as edições do Diário de um mestrando.