O leão comeu parte de meu prêmio
Tenho plena consciência de que sou desligado e, às vezes, desleixado comigo. As minhas obrigações com os outros (família, principalmente) cumpro em dia e ainda lembro as coisas que eles devem fazer para ficar sempre bem.
Já quando se trata de mim mesmo, as coisas mudam de figura. Há meses sei que venceu meu passaporte e não vou na Polícia Federal tirar um novo. Há anos preciso ir na Venezuela resolver um problema da documentação de lá e não me mexo. O carro velho? Bom...enquanto ele não quebra de vez, vamos andando, né?
Essa introdução toda é só para falar novamente do II Prêmio Sebrae de Jornalismo Empreendedor, do qual fui um dos vencedores, como sabem os que leram o segundo post em linha decrescente. O prêmio foi entregue no dia 28 de junho à noite. Eu cheguei atrasado, já no final da festa, depois que me ligaram só para pegar o troféu e o cheque simbólico. A segunda coisa que me falaram depois dos parabéns foi que ia rolar uma cobrança de imposto de renda.
Óbvio que fiquei assustado. Tenho mais medo do leão do que os vampiros supostamente têm de cruzes. É o único bicho que não entra em extinção no Brasil e sempre tem fome, sempre quer mais.
Enfim, premiação recebida, uma comemoração de leve com amigos, os dias passaram e esqueci que tinha uma grana a receber até que recebi uma ligação do Sebrae dizendo que estavam aguardando os documentos e tal para poder pagar.
A lista de documentos era enorme, incluindo aí coisas como RG, CPF, comprovante de residência e lista de dependentes. Até o contracheque os caras do Sebrae queriam para poder pagar. Daí fiquei pensando e questionando: o que diabos o meu contracheque tem a ver com a grana do prêmio? Não é mais fácil me dar um cheque ou depositar na conta?
Conversa vai, explicações chegam, a lista de documentos diminuiu de tamanho. Diminuiu como o valor do prêmio. Dos R$ 4.000 anunciados pelo Sebrae, o maldito leão vai comer 27% antes que a grana chegue na minha conta.
E ai de mim se não anotar isso na declaração do IR no ano que vem. E o pior é que o “desconto dos tributos devidos” estava previsto numa linha das últimas partes do edital. Ou seja, eu, que me acho um bom leitor de editais, falhei nessa. Ainda bem que a engolida de R$ 1.080 reais não vai afetar a parte mais importante dos planos. Só não vai dar para fazer tudo o que queria e ainda pode gerar conta com a Receita em 2011.
E se não disse aqui antes, vou escrever: meu sonho é ter fontes de renda legais e não tributáveis. É por isso que me meto em concursos.
Up date 16.07.10
Parece afinal que o desconto não foi tão grande. Depositaram a grana e o corte na gordura foi de uns 5,7%, 5,8% apenas. Agora é esperar para ver se ano que vem isso não fica feio na declaração...