De quinta
Ei, tu que acha me conhecer, cadê tu? Ando meio dividido entre minhas dúvidas e as muitas recentes dívidas. Ando numa inquietação à década de 80, saca? Aquela dividida entre a depressão econômica e a euforia melancólica. Ando de carro. De carro velho, gerando custos e jogando CO2 a rodo no ar. Nas melhores horas, caminho um pouco na chuva leve, dividido entre usar proteção ou empapar a camiseta. O tempo já era. Ficou. Perdeu. E agora, o que tu me diz? Vamos de camiseta com manga comprida ou vamos comer manguita? Tá no tempo, tá no clima. E me diz, por favor, me diz que já não me amas, que não pensas mais em mim, que em mim não paras de pensar e tudo o demais é mentira, mesmo aquilo que até parecer ser verdade. E se a questão é ver, cerveja no copo de pinga, água na taça de vinho, vinho no gargalo, please....please, sim, we cant, me apetece, tire a sua roupa e tira a minha também, mas não tão rápido. Ando numa preguiça que nem te conto e se você bater a porta de novo nessa fúria posso até gamar, mas nunca vou me apaixonar por você. Mesmo que isso provoque seu ódio. E ódio, eu sei, eu sei, eu sei, baby, é o que ando provocando. Parece uma plantação: plantinhas de ódio regadas com muito carinho e orgânicas, para afastar bons olhados. Coordenaremos tudo, apontaremos as alternativas corretas, marcaremos as opções indicadas e talvez passemos, talvez fiquemos, mas tudo será por nosso própria (ir)responsabilidade e não poderemos jogar a culpa em ninguém. Quer dizer, poder, a gente talvez não possa, mas vamos fazer. Afinal, se tá no morro é pra subir e voltar voado, com as mãos cheias de música e um diploma no bolso sem grana, sem esperança, mas de grife, que a gente é pobre mas superlativo.