A morte chegou na hora marcada. Maria se atrasou, pois
estava no salão tratando o visual.
domingo, setembro 11, 2011
Atitudes
Gastou numa manhã um ano de salário. “Exagerei”, pensou, e
decidiu mudar sua conduta, identidade e cidade novamente.
Social
- Meu filho, tens inimigos a quem pedir perdão?
- Tenho não, padre. Matei todos há tempos. Só faltava
encontrar o senhor.
Acordos
Na saída do motel:
- Então, como ficamos?
- Não ficamos, baby. Este é nosso segredo. Não conta pra tua
esposa nem eu pra minha.
quarta-feira, setembro 07, 2011
terça-feira, setembro 06, 2011
Minhas poesias e micronarrativas no Chile
Abra e leia a revista chilena El 6A. Tem micronarrativas e poemas meus, os únicos e primeiros em português a serem publicados pela turma, nas páginas 42, 43 e 52. As fotos são da série Curt@as Histórias e poesias. |
quarta-feira, agosto 17, 2011
Instruções
Venha cá, venha
Sem nenhum medo
Não se abstenha
Caia sobre mim
Me engula
Me lamba daqui ao fim
Venha cá, mansinha
Roce, se enrosque
Eu, teu. Tu, minha
Venha, sem barulhar
Sem ser afoita
Sem dominar
Apenas venha, venha
Que o dia é longo
E a vontade ferrenha.
Sem nenhum medo
Não se abstenha
Caia sobre mim
Me engula
Me lamba daqui ao fim
Venha cá, mansinha
Roce, se enrosque
Eu, teu. Tu, minha
Venha, sem barulhar
Sem ser afoita
Sem dominar
Apenas venha, venha
Que o dia é longo
E a vontade ferrenha.
terça-feira, agosto 16, 2011
Boa Vista no Google Maps
Quem não conhece parte da história deste blog, que já completou sete anos e um dos mais antigos de Roraima em atividade, tem a chance (Ok, exagerei, parece algo fantástico me ler) de rever dois textos antigos meus lincados no Google Maps como parte da ação #RotaFEL.
Os dois falam de calor, Boa Vista e comportamento. Bem Crônicas da Fronteira, né?
A #RotaFEL é uma compilação de produções literárias com temática e gêneros textuais livres, mas um plano de fundo comum: a narrativa deve ter como cenário a cidade do autor. Depois de produzidos os textos são linkados no google maps, formando um percurso virtual, conectando os autores como se fosse uma viagem.
A compilação de textos da #RotaFEL é feita pelo Fora do Eixo Letras. O link para a mapa literário é este AQUI.
Quem não conhece parte da história deste blog, que já completou sete anos e um dos mais antigos de Roraima em atividade, tem a chance (Ok, exagerei, parece algo fantástico me ler) de rever dois textos antigos meus lincados no Google Maps como parte da ação #RotaFEL.
Os dois falam de calor, Boa Vista e comportamento. Bem Crônicas da Fronteira, né?
A #RotaFEL é uma compilação de produções literárias com temática e gêneros textuais livres, mas um plano de fundo comum: a narrativa deve ter como cenário a cidade do autor. Depois de produzidos os textos são linkados no google maps, formando um percurso virtual, conectando os autores como se fosse uma viagem.
A compilação de textos da #RotaFEL é feita pelo Fora do Eixo Letras. O link para a mapa literário é este AQUI.
Política e gestão cultural na II Semana de Artes Visuais da UFRR
O curso e o centro acadêmico de Artes Visuais da UFRR realizaram na semana passada, de 8 a 12 de agosto, a II Arte Calourosa e o Seminário Arte,Pensamento e Cidade. Participei, representando o Coletivo Arteliteratura Caimbé, das atividades no dia 11, integrando uma mesa redonda que discutiu Política e Gestão Cultural. Além de mim, estiveram na mesa Flávia Bezerra, técnica do Iphan, e Manoel Vilas Boas, vocalista da banda Mr. Jungle e integrante do Coletivo Canoa Cultural.
Foi uma mesa bacana. Acredito que todos falamos bem. O mais importante é que estimulamos a turma a se organizar para realizar seus sonhos e a cobrar sempre ações concretas do poder público na implantação de políticas culturais. Afinal, como disse, o poder público, seja governo estadual ou prefeitura, adora ser esquecido na hora das reivindicações. Quando mais quieto deixarem, melhor para quem comanda, pior para quem labuta na área e precisa de iniciativas que facilitem a nossa vida.
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quinta-feira, agosto 11, 2011
Microcontos no Chile
Outra boa notícia pessoal nesta semana foi a publicação de um microconto no blog da revista chilena El 6A – Arte Independiente.
O texto chama-se “Ilusão” e será o primeiro em língua portuguesa da história da iniciativa literária que mistura poesia gráfica, resenhas e outras linhas.
Agora posso dizer que publiquei micronarrativas em dois países: Portugal e Chile. Ou seja, praticamente um escritor de dois continentes.
O conto “Ilusão” pode ser conferido clicando AQUI, Ô.
A revista mesmo saí apenas em setembro. Parece que tem um fotopoema selecionado também.
Agora posso dizer que publiquei micronarrativas em dois países: Portugal e Chile. Ou seja, praticamente um escritor de dois continentes.
O conto “Ilusão” pode ser conferido clicando AQUI, Ô.
A revista mesmo saí apenas em setembro. Parece que tem um fotopoema selecionado também.
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Série Boas Notícias,
Série Curtas histórias e poesias
Meus poemas no OrFEL #1
Olha aí duas pequenas poesias minhas na edição # 1 do OrFEL, fanzine da galera do Fora do Eixo Letras. Além de mim, outros 10 autores estão na publicação, que foi ilustrada por gente de vários lugares do País.
A versão para impressão pode ser baixada neste link do archive.org.
Coletivos e Festivais de todo o país podem disponibilizar o fanzine em seus blogs, sites, festivais e qualquer lugar onde houver alguém com tempo para ler.
Agora vai aí nas páginas da região Norte e confere a versão para leitura digital de OrFEL #01:
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Poesia,
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Rumo ao Amapá, fazer uma Pororoca Cultural no rio Macacoari
Promover entre os ribeirinhos do Amapá o prazer da leitura de forma lúdica e expor diversas manifestações artísticas. Com este objetivo, arte- educadores do Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania estarão entre os dias 25 de agosto e 2 de setembro realizando uma verdadeira Pororoca Cultural no Rio Macacoari.
Para essa mochilada pelas comunidades São Tomé, Igarapé dos Porcos,Foz do Rio Macacoari e Carmo do Macacoari, todas no município de Itaubal (AP), a turma da NossaCasa convidou o Coletivo Arteliteratura Caimbé, de Roraima, que será representado por este que vos escreve singelamente.
Minha função é simples: compartilhar um pouco da literatura roraimense com os ribeirinhos e dar continuidade ao projeto Caminhada Arteliteratura.
Já articulamos as atividades da Pororoca: muita poesia; incentivo à leitura dos gibis doados na campanha de arrecadação feita pela NossaCasa; contação de histórias pelos mestres das comunidades; artReciclagem; exibição de filmes educativos; brincadeiras com o Palhaço Ribeirinho; exercício de comunicação livre, com a Rádia Megafônica NossaCasa; oficina de fotografia e rodas de conversa sobre editais do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura - MinC.
Este índio vai levar as poesias da mostra de fotos e poemas da série “Curt@s histórias e poesias” e fará oficinas de criação literária. Também selecionei textos gravados de diversos autores para fazer uma mostra poética com os ribeirinhos. A intenção é ampliar os horizontes literários da turma. Vamos ver no que vai dar.
Atividades da NossaCasa |
A realização desta Pororoca Cultural é um das atividades do projeto Mochileiro Tuxaua Cultura Viva - Do Oiapoque ao Chuí, idealizado pelo arte-educador Jonas Banhos, gente boa premiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania Cultural, com o Prêmio Tuxaua Cultura Viva 2010. Esta foi a única iniciativa do Amapá selecionada pelo Ministério da Cultura, que contemplou 44 projetos de outros estados neste prêmio. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o blog Mochileiro Tuxaua.
Jonas esteve em Roraima a convite meu e do Coletivo Arteliteratura Caimbé em maio deste ano, quando estávamos realizando as atividades do projeto Caminhada Arteliteratura ainda com o financiamento da Funarte.
O nosso compromisso com a Funarte venceu, mas decidimos que toda atividade fora de Boa Vista terá a rubrica Caminhada Arteliteratura.
NossaCasa - O Movimento NossaCasa de Cultura e Cidadania nasceu em 2008, em Macapá(AP), com o objetivo de contribuir para a formação do novo cidadão. Seu foco principal é democratizar o acesso ao livro, à literatura e à leitura, sobretudo para as comunidades tradicionais/originárias da Amazônia, sejam elas ribeirinhas, de agricultores, extrativistas, quilombolas, assentados da reforma agrária, pescadores e/ou indígenas.
O Movimento NossaCasa é formado por arte-educadores populares, voluntários, com origens na zona rural,que mochilam pelas comunidades montando equipamentos culturais (bibliotecas comunitárias, telecentro, cinceclube, brinquedoteca) e realizando rodas de leitura utilizando-se de diversas artes para atrair novos e velhos leitores.
Já serviram de palco para suas intervenções: pontes, centros comunitários, casas de moradores,Igrejas, comunidades ribeirinhas, paradas de ônibus, praças públicas, Feiras de Livro, Escolas, Universidades, Encontros e Conferências de Cultura e Comunicação, nos Estados do Amapá, Pará, Roraima, Piauí, Ceará, Distrito Federal e Goiás. As atividades podem ser conferidas no blog da turma.
Agora, se o barco virar no meio do rio, já era. Sou o único índio de Roraima que não sabe nadar. Aliás, essa história de natação me lembra a consulta que tive com o médico neuro alguma coisa para ver o estado de minha coluna cervical. Ele disse que tudo ficaria bem apenas fazendo natação. Simples...
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quarta-feira, julho 27, 2011
O teste
Pedi a Deus que afastasse o cálice
Ele não atendeu.
Pedi a Deus que parasse de testar minha fé
Ele riu.
Jogou o cálice aos meus pés.
Era ouro com prata, lembro bem.
Brilhava.
Desviei o olhar e o cálice se mexeu.
O cálice do Senhor, meu Deus, estava vivo!
Eu já sabia, mas a surpresa foi o tipo de movimento
O cálice virou um corpo
E o corpo estendeu seus braços
E me abraçou nas pernas
E subiu e a boca do corpo me beijou.
O beijo tinha gosto de vinho tinto
Eu, que havia pedido a Deus para afastar o cálice
Eu, que confundi fé com fidelidade
Eu, que nunca recusei misturar vinho com amor
Eu não resisti e na rua das Oliveiras
Bebi o conteúdo do corpo do cálice e me embriaguei
Como nunca o havia feito.
Naquele momento, Deus, em sua infinita ironia,
Percebeu que a história dos homens sempre se repete.
Fotos de Tana Halú |
terça-feira, julho 26, 2011
Instalação
A agonia é uma só! Ninguém veio
No dia que seria o mais estranho.
Ninguém deu atenção aos sinais
Aos pássaros estáticos no ar
Às pichações pedindo “Morte ou Poesia”
Reivindicando “Salvem os poetas albinos
Na quente América do Sul”.
Cinicamente, o que há por aqui é inocência.
Inocentemente, sobra nessa mesa muito cinismo.
A noite chegou; cuidado, pode ser a hora
Se os rivais vierem, salvam-se, talvez, as estrofes da canção.
Se as estrofes saltarem, tomara que
O pára-quedas não abra
E a mulher loira
- professora, disseram as palavras –
Fique só.
E venha
E leia
E ria
E ame como só as rainhas loucas o fazem
E que goze como ninguém nunca o fez.
A agonia é uma só, sozinha
Triste, sem campanha, uma exilada
Como página ímpar sem parceira
Rima presa na cadeia dos sentidos
Igualzinha à mulher loira que ri
E ama como (se fosse)
Da última vez.
Agora ensina
Agora comanda
Agora conta rituais de lua.
Que acontece? Que foi?
São novos tempos e velhos costumes.
Chove, é inverno, alguém derruba
Gelo na roupa e gargalha solitário com suas
Bebidas soltas na madrugada.
Esse alguém ri como se estivesse aqui.
Não é a mulher, lamentavelmente.
Apenas a curiosidade.
Nada? Nada!
Grilos, gritos, grifos e nada
Nem o desrespeito aparece
Nem a solidão dá as caras.
Só, casualmente, a mulher loira
- a professora, dizem –
Ensinando
Determinando
Enrijecendo
Matando o que só quer fugir.
A agonia agora está e se instalou aqui.
Inocentemente, sobra nessa mesa muito cinismo.
A noite chegou; cuidado, pode ser a hora
Se os rivais vierem, salvam-se, talvez, as estrofes da canção.
Se as estrofes saltarem, tomara que
O pára-quedas não abra
E a mulher loira
- professora, disseram as palavras –
Fique só.
E venha
E leia
E ria
E ame como só as rainhas loucas o fazem
E que goze como ninguém nunca o fez.
A agonia é uma só, sozinha
Triste, sem campanha, uma exilada
Como página ímpar sem parceira
Rima presa na cadeia dos sentidos
Igualzinha à mulher loira que ri
E ama como (se fosse)
Da última vez.
Agora ensina
Agora comanda
Agora conta rituais de lua.
Que acontece? Que foi?
São novos tempos e velhos costumes.
Chove, é inverno, alguém derruba
Gelo na roupa e gargalha solitário com suas
Bebidas soltas na madrugada.
Esse alguém ri como se estivesse aqui.
Não é a mulher, lamentavelmente.
Apenas a curiosidade.
Nada? Nada!
Grilos, gritos, grifos e nada
Nem o desrespeito aparece
Nem a solidão dá as caras.
Só, casualmente, a mulher loira
- a professora, dizem –
Ensinando
Determinando
Enrijecendo
Matando o que só quer fugir.
A agonia agora está e se instalou aqui.
domingo, julho 24, 2011
Crença
Ainda sou ingênuo
Ainda a maldade assusta
Ainda creio na honorabilidade
Ainda creio, tanto me custa,
Na vida da tal verdade.
Desencantando, desencantado
Custo a ver o que estou vendo
Fujo desse circo armado
Do palhaço/monstro horrendo.
Custo a ver o que estou vendo
Fujo desse circo armado
Do palhaço/monstro horrendo.
Ainda creio, mesmo pouco
Ainda me assusta a maldade
Do são que se finge louco
Para difundir sua falsidade.
Ainda me assusta a maldade
Do são que se finge louco
Para difundir sua falsidade.
Fotos minhas: Edgar Borges |
sábado, julho 23, 2011
Carta da derrota
Hoje sou, com muito orgulho, um perdedor.
Amanhã, quem sabe o que serei.
Nem sei se serei.
Desconheço se há algo bom a acontecer
Ignoro a quem pertence o futuro
E se, de fato, o futuro existirá.
Só acredito que hoje sou (aceitando-me, faço-me um bem) um perdedor.
Também sei que hoje, nada sabendo, nada dizendo, perdoado serei.
Acumulo um tanto assim de conhecimento...
As pessoas gostam de quem se finge de coitado uma vez por dia.
Faz bem agradar a todos com falsa humildade.
A coragem de ser perdedor vale um canto sussurrado
Bem no canto esquerdo do peito,
Arrepiando o vento e parando o tempo.
Exibo a cabeça baixa de quem desconhece o horizonte
Minhas ideias estão mais para minhocas que desistem
De cavar pela sua sobrevivência.
Minhocas...o chão é o limite dos perdedores
E se a queda for baixa, a dor é reduzida.
Para evitar dores, melhor voar baixo,
Arrastar-se na lama.
Olhar o pôr-do-sol provoca ilusões.
Desistentes deixam de lado suas ilusões.
O desistente é um forte.
Ele sabe que há consequências ruins pelos seus atos
E, forte, continua insistindo no fracasso.
Se o fracasso é relativo,
A noite pode ser absoluta e a meia-noite reativa.
Perdedores adoram a noite. Ela é boa para esconder-se
Em copos sujos de bebida e mesas de solidão.
A noite antecede os novos dias e suas infinitas possibilidades
Suas novas manchetes de guerra e paz, suas colunas sociais
Suas páginas de desenvolvimento econômico e pessoal.
A noite é o refúgio dos humilhados pelo amor.
A madrugada é o pior momento dos desesperados
Dos que esperam ansiosos por uma nova chance do destino.
Sou um perdedor. Sei bem do que estou falando.
Bem no canto esquerdo do peito,
Arrepiando o vento e parando o tempo.
Exibo a cabeça baixa de quem desconhece o horizonte
Minhas ideias estão mais para minhocas que desistem
De cavar pela sua sobrevivência.
Minhocas...o chão é o limite dos perdedores
E se a queda for baixa, a dor é reduzida.
Para evitar dores, melhor voar baixo,
Arrastar-se na lama.
Olhar o pôr-do-sol provoca ilusões.
Desistentes deixam de lado suas ilusões.
O desistente é um forte.
Ele sabe que há consequências ruins pelos seus atos
E, forte, continua insistindo no fracasso.
Se o fracasso é relativo,
A noite pode ser absoluta e a meia-noite reativa.
Perdedores adoram a noite. Ela é boa para esconder-se
Em copos sujos de bebida e mesas de solidão.
A noite antecede os novos dias e suas infinitas possibilidades
Suas novas manchetes de guerra e paz, suas colunas sociais
Suas páginas de desenvolvimento econômico e pessoal.
A noite é o refúgio dos humilhados pelo amor.
A madrugada é o pior momento dos desesperados
Dos que esperam ansiosos por uma nova chance do destino.
Sou um perdedor. Sei bem do que estou falando.
Fotos minhas: Edgar Borges |
sexta-feira, julho 22, 2011
Amazônicas cenas
Enquanto águas no norte margeiam a realidade
E espíritos da floresta entornam todas no bar
Há velhos pajés dançando salsa pela manhã
E novos guerreiros numa rave sob o luar
Enquanto o tempo passa amazônico, certeiro
Há tempos temos trem, carro, canoa
E há luas ouvimos cada história nada boa
Do passado sem volta, o futuro que não chega.
Enquanto as lendas passam na televisão
No horário nobre, na hora da fogueira,
Índios velhos cantam, índios velhos riem
Pensam na meia verdade, na mentira inteira
Enquanto águas passam amazônicas lendas
Misturam-se no fogo étnicas contendas.
No horário nobre, na hora da fogueira,
Índios velhos cantam, índios velhos riem
Pensam na meia verdade, na mentira inteira
Enquanto águas passam amazônicas lendas
Misturam-se no fogo étnicas contendas.
Fotos minhas, Edgar Borges, e de Zanny Adairalba. |
quinta-feira, julho 21, 2011
A lida da palavra
A noite chegou com sua pouca glória
Agora apaga-se a vida
Recomeçam-se as realidades
É tempo de transcrever histórias
De perdurar as efemeridades.
As bancas esperam
Os leitores aguardam
Letras a letras
Com ânsia, com desejo
Gaúcho, nortista, sertanejo
Para enfim, conforme lhes convenha
Remontar o que se viu
Remarcar o que se viveu.
Letra a letra em cada seção
Policial, social, geral.
No parágrafo a mais, a menos,
Na ordem, a lida da palavra, o lide da notícia
Poderes, pavores, belezas, horrores
Há verdade sim. Há verdade? Há...
Há também isenção, coerção, jabá
Dignidade, ética, compromisso
Veículos necessários
Veículos que desconhecem bom juízo.
Mais um momento chegou
E é tempo de refazer todas as formas
Concatenar idéias, realinhar dogmas
Mexer com a verdade, remexer com o engano
Lutar bravamente pelo furo do ano
Lutar comercialmente pelo anúncio do mês
Agoniadamente fazer a capa da vez.
O dead-line chegou
O prazo expirou
É hora da manchete, é a vez da gráfica
Diagramar, imprimir
Jogar as tintas, distribuir.
Encontrar os leitores
Agradar os anunciantes.
É um novo dia
A terminar como os de antes.
quarta-feira, julho 20, 2011
Expondo fotos pelo Nordeste
Na viagem que fizemos ao Nordeste, eu e os demais integrantes do Coletivo Arteliteratura Caimbé, para fechar a etapa do projeto Caminhada Arteliteratura apoiada pelo Ministério da Cultura e a Funarte, realizamos também a exposição de fotografias e poemas “Curt@s - histórias e poesias”, com textos meus e fotos de Zanny Adairalba e de meu filho, Edgarzinho Borges Bisneto.
Como muitas vezes só me lembro das coisas culturais que faço quando as revejo no blog, vou aproveitar a função de diário que o mesmo exerce e compartilhar com vocês algumas imagens feitas na cidade de Novo Lino, interior do Alagoas.
Ah, na próxima feira de livros do Sesc Roraima também vamos expô-las, só que desta vez em formato maior.
Se você quiser ler duas das imagens, aqui tem um link e aqui tem outro para postagens nem tão antigas.
Esta não foi exposta, mas aconteceu de ser feita em Novo Lino. Ao fundo, o canavial. |
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